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A Violência e o Abuso Sexual contra a Criança

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Roteiro: A Violência e o Abuso Sexual contra a Criança
A violência pode acontecer em diversos lugares, atingindo qualquer tipo de pessoa, sendo ainda mais preocupante quando as vítimas são crianças, pois elas possuem menos recursos para resistir ou fugir do ato
•Os efeitos mais prejudiciais são os de natureza psicológica , com sequelas no funcionamento comportamental, social, cognitivo e físico. 
•Estudos mostram que os maus-tratos infantis produzem lesões que rompem a conexão que permite ao córtex controlar a amígdala, convertendo a criança maltratada em psicopata. (Lambert e Kinsley, 2006).
→ Há três modelos de funcionamento comportamental da continuidade e descontinuidade da violência. 
• Continuidade homotípica → onde o abusado torna-se abusador mantendo-se um ciclo (persiste na delinquência por toda a vida); 
• Continuidade heterotípica → onde os maus tratos não predizem de que no futuro haja distúrbios de conduta e seus efeitos podem variar (os sintomas não continuam, pelo contrário, se modificam e se normalizam); - O comportamento sofrido não precisa coincidir especificamente com aquele da vida adulta ou se repetir no mesmo padrão vivenciado pela vítima na infância. 
• Modelo de não continuidade → para esse modelo não existe uma linha de continuidade entre os comportamentos sofridos na infância e os quando adulto. 
Porém nota-se que ainda não há comprovação de que abusos sofridos na infância deem continuidade na vida adulta.
• Crianças esperam afeto dos adultos e quando não conseguem a única maneira de chamar a atenção é se identificar com má conduta. Logo, muitas crianças vítimas de violência tornam-se agressores.
• Antigamente, a violência sexual contra meninas era privada e mantida sob segredo das famílias e da sociedade, o que de decorrência ajudava na negação da realidade. Somente no inicio dos anos noventa, no Brasil com o Estatuto da Criança e do Adolescente (lei nº 8.069/90) a violência infantil passou a ser considerada uma situação de relevância social que exige proteção especial e normas legais.
•No Poder Judiciário é preciso exigir ações rápidas para que a vítima não tenha mais contato com abusador, porém nem sempre é assim, pois muitas vezes os abusos são feitos com alguém de confiança, algum familiar, de que a criança dependa. Por isso é tão difícil identificar o abuso infantil e responsabilizar o agressor. 
•O abuso sexual de crianças não se caracteriza apenas por violência física ou penetração, mas também a exposição da criança a atos sexuais dos adultos, de forma que se observa a disparidade relacional entre criança e adulto. 
• Na parte de produção de provas a interpretação dos sinais de abuso por parte dos profissionais de direito é muito complexa. Por isso é através de psicólogos que usam técnicas para extrair das crianças informações que apontem indicadores do abuso sofrido por elas, observando o risco de memórias falsas ou distorcidas. 
• É preciso de um profissional preparado, essa parte é muito delicada, pois pode elaborar mal uma pergunta e a criança pode repetir alguma informação falsa, até mesmo mudar a resposta quando perguntada muitas vezes sobre o mesmo assunto ou responder exatamente o que o psicólogo está perguntando.
•Psicologicamente, a criança abusada apresenta-se deprimida e acanhada. Os sintomas normalmente são: 
	-Queixas somáticas diversas, fadiga;
	-Surgimento repentino de distúrbios alimentares: anorexia, vômitos, recusa de alimentação;
	-Distúrbios muito frequentes do sono: ansiedade ao deitar, reaparecimento dos rituais ao deitar, pesadelos, despertares noturnos iterativos, terror noturno;
	-Distúrbios afetivos: apatia, confusão, desinteresse pelas brincadeiras, expressão triste, crise de choro, podendo chegar a um estado francamente depressivo;
	-Distúrbio de adaptação: dificuldades escolares repentinas, isolamento, fuga, recusa de ficar em casa ou em outro lugar com um adulto. Ou, ao contrário, investimento escolar intenso, a escola sendo vivida como um meio de escapar da situação familiar;
	A responsabilidade do Estado vai além da regularização da punição do abuso sexual infantil, é necessário medidas que visem evitar ou minimizar os efeitos dessa crueldade, através do reconhecimento do abuso como um problema social, moral, psicológico e jurídico, a fim de preparar os profissionais envolvidos para receber os pedidos de socorro dessas crianças e agir de modo a tentar trazer de volta a dignidade para que ela possa levar uma vida normal.

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