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RESUMO - CONTRATOS EM ESPÉCIE

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CONTRATOS EM ESPÉCIE 
 
CONTRATO DE COMPRA E VENDA – Art. 481 do CC 
 Teve origem no escambo (troca de bens). É o contrato em que uma das partes se obriga a transferir a outra o 
domínio de uma coisa mediante o pagamento convencionado de certo preço em dinheiro. 
OBRIGAÇÃO DAS PARTES NO CONTRATO DE COMPRA E VENDA: 
1. VENDEDOR: transferir a coisa alienada 
2. COMPRADOR: pagar certo preço em dinheiro 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
1. BILATERAL: existência de direitos e deveres entre as partes, que são credoras e devedoras entre si. 
2. ONEROSO: ocorrerem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes. 
3. CONSENSUAL (regra): se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da 
coisa é exaurimento do contrato. Trata-se de contrato típico, uma vez que suas particularidades, 
aplicabilidade e elementos são dados pela codificação privada. 
4. SOLENE: a compra e venda pode ser negócio formal quando a lei exige solenidade para a realização do 
contrato (solene) ou informal quando a lei deixa os contratantes livres (não solene). 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
1. COISA: é a própria obrigação do vendedor. Em geral, a coisa é corpórea, tangível, ocupa lugar no espaço 
2. PREÇO: é a própria obrigação do comprador. Em geral, o preço é em dinheiro, mas se o vendedor aceitar, 
pode ser pago mediante título de crédito. Caso haja outras despesas relativas ao contrato, como por 
exemplo o transporte da coisa ou registro, a determinação legal é de que tais despesas são suportadas pelo 
comprador, se não houver pacto entre as partes em contrário. 
3. CONSENSO: é a necessidade de acordo mútuo entre as partes. No contrato de compra e venda, tal consenso 
é comprovado através de escritura pública para que haja solenidade, salvo quando a lei dispensar. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
1. A compra e vende não transfere o domínio e a propriedade, mas sim obriga o vendedor a transferir o 
domínio da coisa, sob pena de inadimplência da obrigação. 
2. A coisa móvel deve ser transferir por meio da TRADIÇÂO, de acordo com o Art. 1.226 do CC 
3. A coisa imóvel será adquirida em virtude do registro no cartório de registro de imóveis, conforme Art. 1.227 
do CC. 
4. O único critério que a lei não permite é o livre-arbítrio de um só dos contratantes, sendo, inclusive, 
considerado nulo o contrato que desobedecer a essa regra geral, conforme Art. 489 do CC. 
5. A compra e venda entre descendentes e ascendentes é permitida, desde que cumpra alguns critérios como a 
manifestação expressa dos outros descendentes e cônjuge. Caso não haja tal consentimento, o prazo para 
questionar a anulabilidade é de 2 ANOS. É ANULÁVEL. Observar Art. 496 do CC. 
6. NÃO PODEM SER COMPRADOS, ainda que em hasta pública – Art. 497 do CC: 
a) Pelos tutores, curadores, testamentários e administradores, os bens confiados a sua guarda ou 
administração. 
b) Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que 
estejam sob sua administração direta ou indireta. 
c) Pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, 
os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que 
se estender a sua autoridade. 
d) Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
 
CLAUSULAS ESPECIAIS AO CONTRATO DE COMPRA E VENDA 
1. RETROVENDA 
2. VENDA A CONTENTO E SUJEITA A PROVA 
3. PREEMPÇÃO OU PREFERÊNCIA 
4. VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO 
5. VENDA SOBRE DOCUMENTOS 
 
CONTRATO DE TROCA OU PERMUTA – Art. 533 do CC 
 É aquele pelo qual as partes se obrigam, reciprocamente, a transferir o domínio de uma coisa por outra. 
Assim como no contrato de compra e venda, gera obrigação avençada entre os permutantes e não direito real. De 
acordo com o Art. 535 do CC, aplica-se à troca ou permuta, não que couber, as regras inerentes à compra e venda. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
1. ONEROSO: ocorrem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes. 
2. CUMUTATIVO: em regra, as partes conhecem antecipadamente suas prestações. 
3. BILATERAL: exigência de direitos e deveres entre as partes, que são credoras e devedoras entre si. 
4. CONSENSUAL: se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da coisa é 
exaurimento do contrato. 
5. FORMAL: pode ser negócio formal quando a lei exige solenidade para a realização do contrato ou informal 
quando a lei deixa os permutantes livres. 
 
OBSERVÇÕES IMPORTANTES: 
1. A troca ou permuta não transfere o domínio e a propriedade, mas, sim, obriga os permutantes a transferir o 
domínio da coisa, sob pena de responder por sua inadimplência. 
2. Se a coisa for móvel, a transferência dar-se-á em virtude da tradição, se a coisa for imóvel, a aquisição ocorre 
em virtude do registro no registro de Imóveis – Art. 1.226 e 1.227 do CC. 
 
PARTICULARIDADES DA TROCA OU PERMUTA: 
1. OBJETO DO CONTRATO E RELAÇÃO COM A COMPRA E VENDA: no sentido de bilateralidade, impõe-se que o 
objeto da permuta sejam, no mínimo, dois bens que uma vez valorados se compensem. Não é admitido 
qualquer situação de onerosidade excessiva, o que justifica a revisão ou resolução do negócio, de acordo 
com o caso concreto. 
2. AS RESTRIÇÕES À LIBERDADE DE CONTRATAR E CONTRATUAL NA TROCA OU PERMUTA: assim como ocorre 
na compra e venda, verifica-se que a atividade desenvolvida pela pessoa exige uma relação de guarda ou 
administração que seria incompatível com o contrato em questão. No mesmo sentido, são aplicadas as 
regras relacionadas com os riscos sobre a coisa e, dependendo do caso, as regras e cláusulas especais da 
compra e venda. 
3. DESPESAS CONTRATUAIS: em regra, a há uma divisão em igualdade quando fala-se em despesas inerentes 
ao contrato, mas pode haver convenção em contrário – Art. 533 do CC. 
4. TROCA ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES: a lei não exige consentimento dos demais descendentes 
e/ou cônjuge em todas as situações práticas, mas somente naquelas em que os valores dos bens 
permutados foram distintos. 
 
 
 
5. NÃO PODEM SER PERMUTADOS, ainda que em hasta pública – Art. 497 do CC: 
a) Pelos tutores, curadores, testamentários e administradores, os bens confiados a sua guarda ou 
administração. 
b) Pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que 
estejam sob sua administração direta ou indireta. 
c) Pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da 
justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde 
servirem, ou a que se estender a sua autoridade. 
d) Pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
 
CONTRATO ESTIMATÓRIO (OU VENDA EM CONSIGNAÇÃO) – Art. 534 a 537 do CC 
 O contrato estimatório, traz na sua essência um contrato por meio do qual uma determinada pessoa, 
denominada “consignante”, transfere ao outro contratante chamado “consignatório” bens móveis, para que este os 
venda, pagando um preço; ou devolva os bens findo o contrato, dentro do prazo ajustado – Art. 534 do CC 
 
PARTICULARIDADES DO CONTRATO ESTIMATÓRIO 
1. NATUREZA JURÍDICA: controversa, porém, majoritariamente, é um contrato de natureza mercantil ou 
contrato de obrigação alternativa. 
2. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: 
a) Não pode o consignante dispor dos bens antes da restituição; eis que este pode optar entre pagar o 
preço da coisa consignada e evitar a devolução do bem 
b) O consignatário tem duas opções de cumprimento da obrigação: ou restitui os bens no prazo, se não os 
vender, e não quiser adquiri-los; ou paga ao consignante o preço pela coisa. 
c) A lei determina que o consignatário não se exonera se o consignatário da obrigação de pagar o preço, se 
não restituir, ainda que por causa a ele não imputável, os bens. Destarte, se o bem se perdeou 
deteriora, o risco é do consignatário. 
d) Os prejuízos gerados à coisa, ou o seu respectivo perdimento por motivo de furto, por exemplo, ou pela 
perda ou destruição, subsiste a responsabilidade ao consignatário, podendo ser responsabilizado para o 
devido ressarcimento ao consignante. 
e) Os bens não podem ser penhorados ou arrecadados em processo movido contra o consignatário 
enquanto não for pago ao consignante o respectivo preço, haja vista que a propriedade dos bens ainda 
não se consolidou para aquele enquanto não é pago o valor pela coisa. 
f) Por não haver transferência do domínio da coisa, que continua na pessoa do consignante, as dívidas do 
consignatário não podem gerar a comercialização. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO ESTIMATÓRIO 
1. BILATERAL: para uma corrente doutrinária e UNILATERAL para outra corrente, acreditando que, com a 
entrega da coisa, e a consequente ocorrência do nascimento do contrato, deslocam-se todas as obrigações e 
riscos para o consignatário, sendo as principais delas o pagamento do preço estimado ou a devolução da 
coisa, o consignante aufere apenas benefícios, sem arriscar-se. 
2. COMUTATIVO: as partes conhecem suas prestações previamente, sendo que há entendimento que tal 
contrato pode ser REAL, necessitando a entrega da coisa para efeitos de aperfeiçoamento. 
3. ONEROSO: pagamento de preço 
4. NÃO SOLENE: contrato informal quanto à forma. 
 
CONTRATO DE DOAÇÃO – Art. 538 a 564 do CC 
 Permite que uma pessoa, por mera liberalidade, obrigue-se a transferir bens de seu próprio patrimônio para 
o de uma outra. Trata-se de um contrato nominado, uma vez que possui regras previstas no Código Civil. 
 A doutrina majoritária entende que a doação, enquanto contrato consensual, aperfeiçoa-se a partir do 
consentimento de ambos os sujeitos, sendo assim, necessária a aceitação do donatário. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE DOAÇÃO 
1. UNILATERAL: somente um dos contratantes assume obrigação, enquanto o outro adquire direitos. 
2. GRATUITO: com relação às doações puras e simples, pois só há sacrifício patrimonial para uma das partes, 
todavia, há divergência quanto às doações onerosas, entendendo a doutrina se tratar de contrato oneroso, 
eis que ocorrem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes. 
3. CONSENSUAL: eis que se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da 
coisa é exaurimento do contrato. 
4. SOLENE OU NÃO-SOLENE: quanto a exigência ou não da lei de formalidade no negócio. 
5. CONTRATO TÍPICO: suas particularidades, aplicabilidade e elementos são definidos pela codificação privada. 
 
ESPÉCIES DE DOAÇÃO 
1. DOAÇÃO ENTRE ASCENDENTES E DESCENDENTES: A lei não proíbe esse tipo de negociação, apenas impõe 
critérios: sob pena de anulabilidade (nulidade relativa) os demais descendentes e o cônjuge (nesse caso 
dependendo do regime de bens) deverão expressar seu consentimento. Caso não se verifique o 
consentimento, o prazo de anulação será de 2 ANOS. Destarte, por ser considerado adiantamento da 
legítima, não é necessário o consentimento dos demais herdeiros para a doação, ou de um cônjuge a outro, 
importa adiantamento do que lhes cabe por herança 
2. DOAÇÃO ENTRE CÔNJUGES: é nula, se feita com relação aos bens da comunhão. Com relação aos bens 
excluídos da comunhão, aplica-se o disposto no Art. 544 do CC. 
3. DOAÇÃO FEITA POR PESSOA ADÚLTERA AO SEU CÚMPLICE: trata-se de uma hipótese de nulidade relativa, 
eis que se não reclamada a anulabilidade, o contrato poderá convalidar – Art. 550 do CC 
4. DOAÇÃO INOFICIOSA: doação nula quando à parte que exceder à de que o doador, no momento da 
liberalidade, poderia dispor em testamento. Dessa forma, se o testador ou doador possui herdeiros 
necessários apenas pode dispor de no máximo 50% dos seus bens. A nulidade atinge apenas a parte 
inoficiosa – Art. 549 do CC. 
5. DOAÇÃO DA TOTALIDADE DOS BENS: a doação universal, ou seja, a doação de todos os bens do doador sem 
reserva de patrimônio mínimo para sua subsistência é nula (nulidade absoluta) – Art. 548 do CC. 
6. INVALIDADE E REVOGAÇÃO: a doação pode ser nula ou anulável. Além das situações expressas 
anteriormente, as hipóteses de nulidade absoluta podem ocorrer em relação aos requisitos gerais ligados a 
todo ou qualquer contrato: incapacidade absoluta do doador, por ilicitude ou impossibilidade absoluta do 
objeto e por desobediência à forma prescrita em lei. Quando à possibilidade de revogação de uma doação, 
esta pode ocorrer: 
a) INGRATIDÃO DO DONATÁRIO 
b) INEXECUÇÃO DO ENCARGO 
 
OBSERVAÇÃO: Como regra, a doação, como qualquer contrato, não pode ser revogada segundo a mera vontade do 
doador. É irrevogável. Sob pena de provocar insegurança jurídica. 
 
Contudo, admite-se, por exceção e nos casos legais, a revogação da doação, se ocorrer alguma das hipóteses 
previstas no Código Civil. A revogação só é possível na doação pura e simples. As doações puramente 
remuneratórias, as oneradas com encargo, as feitas em cumprimento de obrigação natural ou para determinado 
casamento não podem ser revogadas por ingratidão (CC, art. 564). 
O direito de revogar a doação pura e simples é personalíssimo, não se transmitindo aos herdeiros do doador, 
nem prejudicando os herdeiros do donatário (CC, art. 560). Não obstante o direito seja personalíssimo, é possível a 
sucessão processual. O prazo para a propositura da ação revocatória é de um ano, a contar do conhecimento pelo 
doador do fato que a autorize (CC, art. 559) 
 
CONTRATO DE LOCAÇÃO – ART. 565 a 578 do CC 
É o contrato que se destina a proporcionar a alguém o uso e gozo, de maneira temporária, de uma coisa 
infungível, ou seja, aquela que não pode ser trocada por outra do mesmo gênero, quantidade e qualidade, mediante 
contraprestação pecuniária. A locação só existe para coisas, e não para prestação de serviços nas suas mais variadas 
estruturas jurídicas. 
 
ELEMENTOS ESSENCIAS DO CONTRATO DE LOCAÇÃO 
1. TEMPO: é temporário. Mesmo ocorrendo a omissão no contrato, deve-se presumir que o contrato é finito, 
sendo o prazo determinado ou não. Assim, não tem caráter vitalício. Se estipulado por prazo determinado, o 
contrato cessa de pleno direito com o seu termo (Art. 573 do CC). Se o termo final ocorre e o locatário não 
entrega o bem, tal circunstância, ao ser relevada pelo locador, prorroga o contrato por prazo indeterminado 
(Art. 574 do CC). Se o contrato é celebrado por prazo indeterminado, faz-se necessária a notificação do 
locatário para que devolva o bem de forma imediata, ou em prazo razoável, sob pena de se arcar com as 
consequências jurídicas da mora (Art. 575 do CC). 
2. PREÇO: o contrato de locação é um contrato oneroso. A retribuição paga pelo locatário, chamada de aluguel 
ou preço, será estabelecida pelas partes, podendo ser fixada mediante arbitramento administrativo ou 
judicial, ou ainda imposto pelo Estado nos casos em que o agir estatal pode interferir. O valor, contudo, não 
pode ser fixado ao livre arbítrio de uma só das partes. O preço, como na compra e venda, deve ser sério e 
compatível com o bem locado e as circunstâncias fáticas que o envolve. 
3. COISA: O objeto do contrato de locação pode ser coisa móvel ou imóvel. Desde que se trate de bem 
infungível. A locação não pode versar sobre bens fungíveis ou consumíveis. A coisa locada até pode ser 
incorpórea (aluguel de patente de invenção, marca etc.). Pode ser também inalienável (como os bens 
públicos). 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
1. BILATERAL: existência de direitos e deveres entre as partes, que são credoras e devedoras entre si 
2. ONEROSO: eis que ocorrem sacrifícios patrimoniais para ambas as partes 
3. COMUTATIVO: porque as partes conhecem antecipadamente suas prestações 
4. CONSENSUAL: eis que se aperfeiçoa com a manifestação da vontade das partes, sendo que a entrega da 
coisa é exaurimento do contrato 
5. SOLENE OU NÃO SOLENE: quanto a exigência ou não da lei deformalidade no negócio 
6. TIPICO: A aplicabilidade e elementos são definidos pela codificação privada 
 
MODALIDADES DE CONTRATO DE LOCAÇÃO 
1. LOCAÇÃO IMOBILIÁRIA URBANA 
2. LOCAÇÃO DE VAGAS AUTÔNOMAS DE GARAGEM OU ESPAÇO PARA ESTACIONAMENTO 
3. LOCAÇÃO DE COISAS MÓVEIS OU IMÓVEIS 
4. ARRENDAMENTO MERCANTIL 
5. ARRENDAMENTO RURAL 
 
DEVERES DAS PARTES 
1. LOCADOR: entregar ao locatário a coisa alugada, manter a coisa alugada no mesmo estado e garantir o uso 
pacífico da coisa etc. 
2. LOCATÁRIO: servir-se da coisa locada para o fim contratado, tratar a coisa alugada como se sua fosse, com 
selo e cuidado, pagar pontualmente o aluguel, levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, 
restituir a coisa, ao término da locação, no estado em que a recebeu etc. 
 
CONTRATO DE COMODATO – Art. 579 a 585 do CC 
 O comodato, enquanto espécie do gênero empréstimo, é um negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega 
uma coisa a outra bem infungível, de forma gratuita, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada. O contrato de 
comodato consiste no empréstimo de bens infungíveis e inconsumíveis, daí serem chamados de empréstimos de 
uso. 
 
SUJEITO ENVOLVIDOS NO CONTRATO DE COMODATO 
1. COMODANTE: aquele que empresta o bem, que será considerado possuidor indiretos 
2. COMODATÁRIO: aquele que recebe o bem emprestado, nesse caso será o possuidor direto. A 
responsabilidade do comodatário pela perda ou deterioração do bem depende de comprovação de sua 
culpa ou dolo, com exceção do preceituado no Art. 583 do CC. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE COMODATO 
1. GRATUITO: não existe comodato oneroso. 
2. UNILATERAL 
3. TÍPICO 
4. NÃO SOLENE 
5. REAL: eis que é necessária a entrega da coisa para efeitos de aperfeiçoamento do contrato – Art. 579 do CC 
 
CONTRATO DE MÚTUO – Art. 586 a 592 do CC 
 O mútuo, enquanto espécie do gênero empréstimo, é um negócio jurídico pelo qual uma pessoa entrega 
uma coisa a outra bem fungível, de forma gratuita ou onerosa, obrigando-se esta a devolver a coisa emprestada 
respeitando o mesmo gênero, quantidade e qualidade. O contrato de mútuo consiste no empréstimo de bens 
fungíveis e consumíveis, daí serem chamados de empréstimo de consumo. 
 
SUJEITO ENVOLVIDOS NO CONTRATO DE MÚTUO 
1. MUTUANTE: aquele que empresta a coisa. Há necessidade que seja o proprietário do bem, já que o mútuo é 
um contrato translativo da propriedade 
2. MUTUÁRIO: aquele que recebe o bem para consumo, assume a obrigação de restituir não o exato bem que 
recebeu, mas sim outro da mesma espécie e na mesma quantidade e qualidade. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE MÚTUO 
1. GRATUITO OU ONEROSO: No mútuo oneroso, o mutuário deve restituir não apenas a mesma espécie e 
mesma quantidade do bem emprestado, mas também os juros. 
2. UNILATERAL OU BILATERAL 
3. TÍPICO 
4. NÃO SOLENE 
5. REAL: eis que é necessária a entrega da coisa para efeitos de aperfeiçoamento do contrato – Art. 586 do CC 
 
OBSERVAÇÃO: Por ocorrer a transferência da propriedade, os riscos decorrentes da perda ou deterioração da coisa 
são do mutuário desde a tradição (artigo 587 do CC). Apesar de ser contrato translativo de domínio, o mútuo não é 
um contrato de alienação. 
 
 
Comodato Mútuo 
 
• Partes: comodante (que transfere a 
coisa) e comodatário (que recebe a 
coisa). Exemplo: empréstimo de um 
veículo. 
• Os tutores, curadores em geral ou 
administradores de bens alheios não 
poderão dar em comodato, sem 
autorização especial, os bens confiados à 
sua guarda. 
• Na vigência do contrato, o comodante 
não pode reaver a coisa. Findo o contrato 
ou notificado o comodatário, deve o 
último devolvê-la. Se assim não faz, passa 
• Partes: mutuante (transfere) e mutuário 
(recebe a coisa, devendo devolver outra) 
Exemplo: empréstimo de dinheiro. 
• O mútuo feito a menor de 18 anos, tema 
clássico do Direito Civil, continua tratado 
pela nova codificação. Em regra, o mútuo 
feito a menor sem a autorização de seu 
representante ou daquele sob cuja 
guarda estiver não poderá ser reavido 
nem do mutuário, nem de seus fiadores 
(art. 588 do CC). Origem no senatus 
consultus macedoniano. 
• Por transferir o domínio da coisa 
emprestada, por conta do mutuário 
 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – Art. 593 a 609 do CC 
 Negócio jurídico por meio do qual uma das partes, chamada prestador, se obriga a realizar uma atividade em 
benefício de outra, denominada tomador, mediante remuneração. Trata-se de uma modalidade contratual aplicável 
a qualquer tipo de atividade lícita, seja manual, intelectual, conforme Art. 594 do CC 
 O objeto da prestação de serviços será uma obrigação de fazer, ou seja, a prestação de atividade 
considerada lícita, não vedada pela lei e pelos bons costumes, realizada pela conduta humana aproveitada por 
outrem, e que pode ser material ou imaterial. 
 Se o executor não for contratado para certo e determinado trabalho, entender-se-á que sua obrigação diz 
respeito a todo e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições – Art. 601 do CC. 
 
REMUNERAÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
A remuneração é elemento fundamental no contrato de prestação de serviços, podendo os contratantes 
estipulá-la livremente. Todavia, se o contrato dor omisso em relação à remuneração, aplica-se o Art. 596 do CC: 
“não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o 
costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade”. 
 A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de ser 
adiantada, ou paga em prestações – Art. 597 do CC. Em regra, essa remuneração é em dinheiro, mas nada obsta que 
parte dela seja em alimentos, vestuário e etc. 
 
TEMPO DE DURAÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
 Em relação ao tempo de duração, a prestação de serviço não poderá ser convencionada por mais de 4 ANOS 
(Art. 598 do CC), tendo-se em vista a inalienabilidade da liberdade humana. Findo esse prazo, ainda que a obra 
esteja inacabada, o contrato é extinto. Contudo, nada impede que novo contrato seja celebrado. Nos termos do Art. 
599 do CC, se não houver prazo estipulado nem se puder inferir da natureza do contrato ou do costume de lugar, 
qualquer uma das partes, a seu arbítrio, mediante aviso prévio, poderá rescindir o contrato, com antecedência de 8 
DIAS, se o salário foi fixado por um mês ou mais; com antecipação de quatro dias, se o salário foi ajustado por uma 
semana ou quinzena; de véspera, se por menos de 7 DIAS. 
 
 
a responder pela conservação da coisa, 
devendo arcar com um aluguel-pena a 
ser fixado pelo comodante. Cabe, ainda, 
ação de reintegração de posse. 
• Caindo em risco a coisa emprestada, se o 
comodatário deixar de salvá-la para 
salvar coisa própria, responderá por caso 
fortuito e força maior (art. 583 do CC). 
• O art. 585 do CC prevê responsabilidade 
solidária passiva entre comodatários. 
correm todos os riscos da coisa desde a 
tradição (art. 587 do CC). 
• No caso de mútuo feneratício de dinheiro 
(mútuo oneroso), com a cobrança de 
juros, o art. 591 do CC limita os mesmos 
à taxa prevista no art. 406 do CC (1% ao 
mês). A norma não se aplica se o 
empréstimo for bancário. 
TÉRMINO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
 De acordo com o Art. 607 do CC, o contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das 
partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso 
prévio, por inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada 
por força maior. 
 
CONTRATO DE EMPREITADA – Art. 610 a 626 do CC 
 É diferente do contrato de prestação de serviço, pois no Código Civil, o contrato de empreitada se refere 
apenas à construção. Vale ressaltar que o mero contrato de se elaborar um projeto não importa em assumir a 
obrigação de sua execuçãoou de fiscalizá-la e acompanha-la – Art. 610, §2º do CC. 
 Por meio desse negócio jurídico, uma das partes – empreiteiro ou prestador – obriga-se a fazer ou a mandar 
fazer determinada obra, mediante uma determinada remuneração, a favor de outrem – dono de obra ou tomador. 
Mesmo sendo espécie de prestação de serviço, com esse contrato a empreitada não se confunde, principalmente 
quanto aos efeitos, conforme poderá ser percebido a partir de então. 
 
ELEMENTOS DO CONTRATO DE EMPREITADA 
1. A existência e a elaboração de um projeto da obra, que será rigorosamente observado pelo empreiteiro 
2. As regras técnicas estabelecidas para a execução do serviço e que devem ser respeitadas pelo empreiteiro 
sob pena de responsabilidade 
3. Cabe ao dono da obra o pagamento da remuneração devida ao empreiteiro, que pode ser um empreiteiro 
pessoa natural ou pessoa jurídica 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE EMPREITADA 
1. BILATERAL 
2. ONEROSO 
3. CONSENSUAL 
4. NÃO SOLENE 
5. COMUTATIVO 
6. TRATO SUCESSIVO (em regra) 
7. FORMA ESCRITA: não é regra, mas sim uma recomendação em virtude da interpretação do Art. 626 do CC 
 
ESPÉCIES DE EMPREITADA 
1. EMPREITADA DE MÃO DE OBRA OU DE LAVOR: O empreiteiro assume apenas obrigação de fazer, 
consistente em executar o serviço, cabendo ao proprietário fornecer os materiais – Arts. 612 e 613 do CC.
 
2. EMPREITADA MISTA: O empreiteiro não só se obriga a realizar um trabalho de qualidade, mas também a dar, 
consistente em fornecer materiais. Deve estar contemplada em lei ou vir expressa por convenção entre as 
partes — Art. 611 do CC; eis que a empreitada mista não se presume, ou decorre da lei ou da vontade das 
partes). 
3. EMPREITADA SOB ADMINISTRAÇÃO: Aquele em que o construtor se encarrega da execução de um projeto, 
mediante remuneração fixa ou percentual sobre o custo da obra, correndo por conta do proprietário os 
encargos econômicos do empreendimento A função do empreiteiro é administrar a construção e, em geral, 
sua remuneração é calculada sobre uma porcentagem dos custos dos materiais e da mão de obra. Não 
obstante, não esteja previsto e regulado pelo Código Civil, as regras constantes nele podem ser aplicadas, 
subsidiariamente, a essa espécie contratual. 
 
OBSERVAÇÃO: Quanto à verificação e ao recebimento da obra, o artigo 614 do Código Civil determina que, se a obra 
constar de partes distintas ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que 
também se verifique por medida ou segundo as partes em que se dividir; podendo exigir o pagamento na proporção 
da obra executada. O dono poderá enjeitar a obra se o empreiteiro se afastar das instruções recebidas ou das regras 
técnicas em trabalhos de tal natureza, ou recebê-la com abatimento no preço ou requerer a correção ou 
saneamento das imperfeições. 
 
PRAZOS E GARANTIAS DO CONTRATO DE EMPREITADA 
 O prazo decadencial de garantia: que afete a segurança e solidez da obra será de cinco anos, conforme o 
artigo 618 do Código Civil. A ação de indenização deve ser proposta no prazo de 180 dias contados do aparecimento 
do vício ou defeito (artigo 618, parágrafo único, CC). 
 
A principal obrigação do empreiteiro consiste em realizar a obra ou serviço no prazo estabelecido, de acordo 
com as condições avençadas ou usos e costumes do local. A responsabilidade do empreiteiro pode ser analisada sob 
os dois importantes aspectos: riscos da obra e solidez (bem como segurança) dos edifícios e outras construções 
consideráveis (art. 618, CC). A responsabilidade do construtor permanece não só perante o dono da obra como 
também perante quem o suceda na propriedade ou adquire direitos reais. Assim, a alienação não é causa de isenção 
de responsabilidade do empreiteiro. 
 
No tocante ao dono da obra, sua principal obrigação é de efetuar o pagamento do preço. Segundo o artigo 
619, CC, salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir e executar uma obra, segundo plano aceito 
por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações 
no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra. Já o artigo 620 do Código Civil 
expõe que, se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão de obra superior a um décimo do preço global 
convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada. 
Compete, ainda, ao proprietário indenizar o empreiteiro pelos serviços e despesas que houver realizado, se, após 
iniciada a construção, rescindir o contrato sem justa causa, ou der razão a que se resolva, calculando-se a 
indenização em função do que ele teria ganho, se concluída a obra (artigo 623, CC). 
 
EXTIÇÃO DA EMPREITADA 
1. Pelo cumprimento ou execução; 
2. Por convenção entre as partes (distrato); 
3. Pela morte do empreiteiro ou do dono da obra, se o contrato era personalíssimo; 
4. Pela rescisão, se um dos contratantes deixar de cumprir qualquer das obrigações contraídas; 
5. Pela resilição unilateral pelo dono da obra, no curso de sua execução, pagando ao empreiteiro as despesas 
com materiais e mão de obra já efetuadas mais indenização razoável, calculada em função do que ele teria 
ganho se concluída a obra; 
6. Pela resilição unilateral do empreiteiro, se sem justa causa o contrato estará sujeito a perdas e danos; 
7. Pela excessiva onerosidade superveniente; 
8. Pelo perecimento da coisa por caso fortuito ou força maior nos termos do artigo 393 do Código Civil; 
9. Por fatos não imputáveis ao empreiteiro, mas provocados pelo empreitante e pela falência ou insolvência 
das partes. 
 
 
CONTRATO DE DEPÓSITO – Art. 627 do CC. 
 É aquele em que uma das partes, nomeada depositário, recebe da outra, denominada depositante, uma 
coisa móvel, para guardá-la, com a obrigação de restituí-la na ocasião ajustada ou quando lhe for reclamada. Sua 
principal finalidade é, dessa forma, a guarda de coisa alheia. 
 
CARACTERÍSTICAS 
1. DEPÓSITO DA COISA ALHEIA: guarda de coisa alheia 
2. CONTRATO DE NATUREZA REAL: exige-se a entrega da coisa para aperfeiçoamento 
3. BEM DEVE SER MÓVEL: só em alguns casos pode ser sobre imóvel, como o depósito judicial que pode recair 
sobre bens de espécie imóvel 
4. OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR: obrigação temporária 
5. PRAZO DE RESTITUIÇÃO: o bem deve ser restituído ao final ou antes, a requerimento do depositante. 
6. GRATUIDADE (em regra): pode haver convenção em contrário, ou se resultar de atividade negocial ou se o 
depositário o praticar por profissão 
REQUISITOS DO CONTRATO DE DEPÓSITO 
1. CAPACIDADE: para depositar e capacidade para administrar 
2. TER, PELO MENOS, A POSSE DIRETA DA COISA: não precisa ser proprietário 
3. SER CAPAZ: pois contrairá obrigações e falta desta capacidade causará resolução do contrato. 
 
ESPÉCIES DE DEPÓSITO 
1. DEPÓSITO VOLUNTÁRIO: Aquele realizado espontaneamente pelo depositante, isto é, por sua livre decisão, 
sem a ocorrência de causa externa que o obrigue a tanto. Pelo depósito voluntário, o depositante escolhe o 
depositário e celebra com ele o contrato de depósito. O depósito voluntário pode subdividir-se em regular 
ou irregular em razão da natureza do bem confiado à guarda do depositário. 
A) REGULAR: depósito de coisa individuada, não consumível, infungível, que deverá ser restituída em 
espécie findo o contrato. 
B) IRREGULAR: recai sobre coisa fungível, assumindo o depositário a obrigação de restituir outra coisa 
do mesmo gênero, qualidade e quantidade, como na hipótese do depósito bancário. Ao depósito 
irregular são aplicadas as regras do mútuo (CC, artigo 645). Nos termos do artigo 646 do Código Civil, 
o depósito voluntário provar-se-á por escrito. O depósito voluntário pode ser gratuito (regra) ou 
oneroso (por exceção). 
 
2. DEPÓSITO NECESSÁRIO: É aquele no qual o depositante, por imposição legal ou premido por circunstâncias 
imperiosas, realiza com pessoa não escolhidalivremente. São as hipóteses do artigo 647 do Código Civil. 
Essas circunstâncias impõem não só a realização do depósito, como a designação do depositário. Segundo o 
artigo 649 do Código Civil, é equiparado como depósito necessário o depósito das bagagens dos viajantes ou 
hóspedes nas hospedarias onde estiverem. Pode-se afirmar, assim, existirem três hipóteses de depósito 
necessário: o depósito legal, o depósito miserável e o depósito do hospedeiro ou hoteleiro. O depósito 
necessário presume-se oneroso. 
A) DEPÓSITO LEGAL – Art. 647, I do CC: é o que decorre do desempenho de obrigação imposta por lei. 
B) DEPÓSITO MISERÁVEL – Art. 647, II do CC: é o que se realiza em situações de calamidades, sendo 
que o Código Civil enumera exemplificativamente as hipóteses de cabimento. 
C) DEPÓSITO DO HOSPEDEIRO – Art. 649 do CC: se equipara ao depósito legal, mas aplicado sob a ótica 
de uma relação estabelecida entre o proprietário pelo estabelecimento que realiza a hospedagem (e 
se torna responsável pelos bens lá depositados) e o particular. 
 
 
 
CONTRATO DE MANDATO – Art. 653 a 692 do CC 
 É o contrato pelo qual alguém (denominado mandatário ou procurador) recebe de outrem (chamado de 
mandante) poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses (CC, artigo 653). Trata-se de uma 
representação convencional, em que o representante pratica atos que dão origem a direitos e obrigações e que 
produz efeitos jurídicos na esfera do representado. O mandatário, como representante do mandante, fala e age em 
seu nome e por conta deste. Logo, é o mandante quem contrai as obrigações e adquire os direitos como se tivesse 
tomado parte pessoalmente no negócio jurídico. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE MANDATO 
1. BILATERAL 
2. GRATUITO OU ONEROSO 
3. PERSONALÍSSIMO 
4. CONSENSUAL 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: a noção de representação é inerente ao mandato. A representação estabelece um 
liame obrigacional entre o representado e terceira pessoa, por meio do representante. O mandatário é, portanto, 
representante por vontade do representado. Daí ser o mandato representação convencional, em que o 
representante recebe poderes para agir em nome o representado. Os atos do representante, mesmo contrariando 
instruções recebidas do mandante, vincularão o representado, desde que praticados em seu nome e dentro dos 
limites dos poderes constantes da procuração. Se o representante estabelecer negócios além dos poderes 
conferidos no mandato, tais atos negociais só estabelecerão um liame contratual em relação ao mandante se ele os 
ratificar. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, ao assumir obrigações com 
terceiros, sem que haja ratificação do mandante, estará obrigado a responder, a qualquer tempo, pelo excesso 
cometido, e reputar-se-á mero gestor de negócios – Art. 665 do CC. 
 
EXTINÇÃO DO MANDATO 
1. REVOGAÇÃO OU RENÚNCIA 
2. MORTE DE QUALQUER DOS CONTRATANTES 
3. INTERDIÇÃO DE UMA DAS PARTES POR INCAPACIDADE SUPERVENIENTE 
4. MUDANÇA DE ESTADO 
5. TÉRMINO DO PRAZO 
6. CONCLUSÃO DO NEGÓCIO 
 
CONTRATO DE COMISSÃO – Art. 693 a 709 do CC 
 É o contrato pelo qual o comissário realiza a aquisição ou venda de bens, em seu próprio nome, à conta do 
outro contratante, denominado comitente. Trata-se de um contrato cuja característica marcante é o exercício em 
nome próprio dos poderes contratuais, sendo contrato personalíssimo. Em virtude da semelhança, ao contrato de 
comissão são aplicáveis, no que couber, as regras atinentes ao mandato. O comissário fica pessoalmente obrigado 
com quem contratar 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE COMISSÃO 
1. BILATERAL 
2. ONEROSO 
3. CONSENSUAL 
4. COMUTATIVO 
5. NÃO SOLENE 
6. TÍPICO 
 
CONTRATO DE AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO – Art. 710 a 721 do CC 
 É um contrato específico que pressupõe intermediação. O agente e o distribuidor agem por conta própria 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 
1. BILATERAL 
2. ONEROSO 
3. CONSENSUAL 
4. COMUTATIVO 
5. NÃO SOLENE 
6. TÍPICO 
 
CONTRATO DE CORRETAGEM – Art. 722 a 729 do CC 
 Trata-se do negócio jurídico por meio do qual uma pessoa, não vinculada a outra em decorrência de 
mandato, de prestação de serviços ou por qualquer outra relação de dependência, se obriga a obter para segunda 
um ou mais negócios, conforme instruções recebidas. Obtido o resultado previsto no contrato, o corretor tem direito 
à remuneração, denominada comissão. 
 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE CORRETAGEM 
1. BILATERAL 
2. ONEROSO 
3. CONSENSUAL 
4. COMUTATIVO 
5. NÃO SOLENE 
6. TÍPICO 
 
CONTRATO DE TRANSPORTE – Art. 730 a 756 do CC 
 É todo pacto pelo qual alguém, seja pessoa física ou jurídica, compromete-se a transladar, de um local para 
outro, pessoas ou coisas, mediante recebimento de remuneração 
Para que se configure o contrato de transporte, cujas regras gerais são dadas pelos artigos 730 a 756 do 
Código Civil, há de ser obrigatório que ele se faça mediante retribuição para o transportador; caso contrário, 
estaríamos diante do transporte gratuito. É oportuno esclarecer que não há a necessidade de que o transporte seja 
feito apenas mediante pagamento em espécie. O próprio Código Civil, no parágrafo único do artigo 736, considera 
como contratos onerosos os que, ainda que feitos sem remuneração, tragam vantagens indiretas ao transportador. 
 
CONTRATO DE SEGURO – Art. 757 a 802 do CC 
 É um negócio jurídico pelo qual o segurado, mediante o pagamento de um prêmio, transfere à seguradora os 
riscos de determinada atividade. No entanto, não há, na prática, a transferência dos riscos – o segurado continua 
com a eventualidade de sofrer o sinistro, e não a seguradora. 
 O seu principal elemento é o risco, que é transferido para outra pessoa. Nele, intervêm o segurado e o 
segurador, sendo este, necessariamente, uma sociedade anônima, uma sociedade mútua ou uma cooperativa, com 
autorização - Art. 757, parágrafo único do CC. O segurador assume o risco mediante recebimento do prêmio, que é 
pago geralmente em prestações, obrigando-se a pagar ao segurado a quantia estipulada como indenização para a 
hipótese de se concretizar o fato aleatório, denominado sinistro. O risco é objeto. 
 
 
CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO E RENDA – Arts. 803 a 813 do CC 
 Por meio desse negócio jurídico, uma determinada pessoa, denominada instituidor, entrega determinada 
quantia em dinheiro, bem móvel ou imóvel ao rendeiro, obrigando-se este último, se or o caso, a pagar primeiro, de 
forma temporária, certa renda periódica. Essa renda pode ser instituída a favor do próprio rendeiro ou de terceiros. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE CONSTITUIÇÃO DE RENDA 
1. UNILATERAL 
2. GRATUITO 
3. COMUTATIVO 
4. REAL 
5. FORMAL 
6. SOLENE 
7. TÍPICO 
 
CONTRATO DE JOGO OU APOSTA – Arts. 814 a 817 do CC 
 É o contrato em que duas ou mais pessoas prometem, entre si, pagar certa soma àquela que conseguir um 
resultado favorável de um acontecimento incerto, ao passo que a aposta é a convenção em que duas ou mais 
pessoas de opiniões discordantes sobre qualquer assunto prometem, entre si, pagar certa quantia ou entregar 
determinado bem àquela cuja opinião prevalecer em virtude de um evento incerto. Como regra, as dívidas de jogo 
ou aposta constituem obrigações naturais. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE JOGO OU APOSTA 
1. TÍPICO 
2. NÃO SOLENE 
3. BILATERAL 
4. ONEROSO 
5. CONSENSUAL 
6. ALEATÓRIOS 
 
ESPÉCIES DE CONTRATO DE JOGO OU APOSTA 
1. JOGO PROIBIDO 
2. JOGO TOLERADO: têm a exigibilidade discutível 
3. JOGO PERMITIDO: são lícitos e, por isso, são obrigações dotadas de exigibilidade 
 
CONTRATO DE FIANÇA – Art. 818 a 839 do CC 
 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, 
caso este não a cumpra. A fiança será dada por escrito, não admitindo interpretação extensiva. Pode-se estipular a 
fiança ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade. 
 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança, mas o fiador, nessecaso, não será demandado senão depois 
que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os 
acessórios da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador. A fiança pode ser de valor 
inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas. Além disso, quando exceder o valor da 
dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até o limite da obrigação afiançada. 
As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade 
pessoal do devedor. A exceção estabelecida acima não abrange o caso de mútuo feito a menor. 
Quando alguém oferecer fiador, o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea e 
domiciliada no município onde tenha de prestar a fiança e não possuir bens suficientes para cumprir a obrigação. Se 
o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor exigir que ele seja substituído. 
O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam, 
primeiro, executados os bens do devedor. O fiador que alegar o benefício de ordem deve nomear bens do devedor, 
sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. 
 
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador: 
i. se ele o renunciou expressamente; 
ii. se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário; 
iii. se o devedor for insolvente, ou falido. (BRASIL, 2002) 
A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o compromisso de 
solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão. Estipulado esse benefício, 
cada fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, couber a ele no pagamento. Cada fiador pode fixar 
no contrato à parte da dívida que toma sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado. 
 
CONTRATO DE TRANSAÇÃO – Art. 840 a 850 do CC 
 É um contrato pelo qual as partes pactuam a extinção de uma obrigação mediante concessões mútuas ou 
recíprocas, o que também pode ocorrer de forma preventiva. Se ambas as partes não cedem, não há transação. Se 
não houver essas concessões mútuas ou recíprocas, há um mero acordo entre as partes, denominadas transigentes 
ou transatores. No que se refere à sua natureza jurídica, é um contrato bilateral, oneroso, consensual e comutativo, 
tendo como objeto somente direitos obrigacionais de cunho patrimonial e de caráter privado. Tal contrato está 
fundamentado nos artigos 840 a 850 do Código Civil. 
 
CONTRATO DE COMPROMISSO – Art. 851 a 853 do CC 
 É o acordo de vontades em que as partes, preferindo não se submeter à decisão judicial, confiam a árbitros a 
solução de seus conflitos de interesse, de cunho patrimonial. O compromisso é, portanto, um dos meios jurídicos 
que pode conduzir à arbitragem. No entanto, o conceito de compromisso é mais amplo do que o de arbitragem. 
Pode-se dizer que o compromisso é contrato que gera efeitos processuais, enquanto a arbitragem é jurisdição. É 
vedado compromisso para solução de questões de estado, de direito pessoal de família e de outras que não tenham 
caráter estritamente patrimonial. Sua fundamentação está nos artigos 851 a 853 do Código Civil.

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