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Avaliação escolar: tipos de instrumentos e perspectivas pedagógicas

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Disciplina: Didática
Aula 9: Planejamento didático e a avaliação escolar
Apresentação
Nesta aula, trataremos sobre a avaliação escolar, diferenciando os tipos de
instrumentos, propondo uma reflexão sobre a avaliação nas perspectivas tradicional,
construtivista e progressista da educação.
Deixaremos claro que o instrumento prova, o mais conhecido e aplicado pelas
escolas, não precisa ser, necessariamente, abolido, mas talvez elaborado de forma
mais reflexiva, de modo que o aprendizado não ocorra mecanicamente através da
mera memorização, tornando-se, então, mais significativo para o aluno.
Ressaltaremos também a relação entre a avaliação escolar, fracasso escolar, a
exclusão social e a ideologia dominante que permeia essa relação.
Vamos suscitar um olhar crítico sobre o modelo tradicional de ensino, o que não
significa, também, que não possa ser adotado pelo professor, mas, que não seja o
único caminho a ser trilhado por ele. É fundamental que as ações sejam pensadas,
conscientes, e não aleatórias e sem objetivo.
Objetivos
Distinguir os tipos de instrumentos de avaliação escolar;
Identificar a diferença da avaliação escolar quando respaldada em perspectivas
tradicional e construtivista e progressista da educação;
Identificar as funções que a avaliação escolar exerce;
Avaliar a relação entre avaliação escolar, fracasso escolar e exclusão social;
Reconhecer que o professor pode lançar mão de diversos instrumentos de
avaliação, porém que se faz fundamental ter consciência sobre o que está
fazendo.
Planejamento de Ensino e a
Avaliação Escolar
Definições de avaliação escolar
Falar de avaliação escolar é bastante complexo, pois trata-se de uma ação
pedagógica realizada por uma pessoa, o que faz dessa prática poder se
submeter ao risco da subjetividade, do olhar tendencioso, impreciso e
desatento do professor, principalmente quando se trabalha em diversas
turmas e com um número elevado de alunos.
 Professor. (Fonte: Monkey Business Images /
Shutterstock)
Por mais que o professor seja muito bem formado na ética, é possível cometer
injustiças nas avaliações, ficando evidente que todo instrumento ou modo de avaliar
tem suas fragilidades. Considerando que o tema é polêmico, iniciaremos apontando
algumas definições a partir do olhar de educadores, estudiosos no assunto:
Nérici
É a verificação da aprendizagem, é a parte final do processo de ensino iniciado com o
planejamento do curso e é por meio dela que se chega à conclusão sobre a utilidade
ou não dos esforços despendidos pelo professor e alunos nos trabalhos escolares
(Nérici, 1969).
Piletti
Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os
conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças
esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições
de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor e da escola
como um todo (Piletti, 2010).

Atenção
Se analisarmos essas duas definições de Nérici (1969) e Pilletti (2010),
percebemos que há diferenças, obviamente, tendo em vista as suas épocas:
enquanto na primeira o autor enfatiza o resultado final, na segunda, a ênfase é
no processo.
Para Haydt (2006), o termo avaliar tem sido constantemente associado a expressões
como fazer prova, fazer exame, atribuir nota, repetir ou passar de ano. Esta
associação, tão frequente em nossas escolas, é resultante de uma concepção
pedagógica arcaica, mas tradicionalmente dominante.
 Aluno é visto como passivo e receptivo. (Fonte:
Monkey Business Images / Shutterstock)
Nela, a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações
prontas, e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo. Em consequência, a
avaliação se restringe a medir a quantidade de informações retidas.
Nessa abordagem, em que educar se confunde com informar, a avaliação assume um
caráter seletivo e competitivo.

Comentário
Embora as palavras verificação, exames, resultado, teste, prova, grosso modo,
datem do início do século XX, ainda hoje observamos essas práticas nas escolas.
Mais precisamente a partir da década de 1990 que as palavras teste, prova e
exames foram sendo substituídas por avaliação.
Porém, não se trata apenas de um “jogo de palavras”. É preciso ver se, de fato,
houve mudança no ato de avaliar o educando, pois mudar a palavra não significa
mudar as estratégias, as ações pedagógicas que dependerão da concepção que
o professor tem de educação, assim como também da cultura da escola, se mais
tradicional, mais conservadora ou construtivista e progressista.
Modelos tradicional e progressista
Atividade
1. Vimos, anteriormente, a definição de avaliação escolar segundo Nérici e
Piletti. Você consegue dizer a que modelo cada uma das definições se referem?

Saiba mais
Um exemplo de questão de prova que envolve a memorização é: qual a
diferença entre o morcego e a baleia? E a resposta esperada: “um mamífero que
voa e um mamífero que nada”.
Mas será que essa é a única diferença entre os mamíferos? Pois é, existem
diversas peculiaridades, mas os alunos geralmente não são preparados para
pensar, e sim para responder automaticamente.
O conhecimento é concebido como algo pronto e acabado, verdade absoluta
externa ao aluno que deve ser nele inculcada para depois ser memorizada,
reproduzida e avaliada (Veiga, 2011).
Mas, se perguntássemos sobre o que o aluno poderia dizer sobre a dinâmica da
terra, provavelmente, as respostas seriam diversas, com possibilidades de
qualidade, e não padronizadas. Mas aí, estaríamos respaldando a nossa prática
em modelos mais construtivistas e progressistas da educação.
Observe outra parte da definição de Nérici:
[...] é por meio dela que se chega à conclusão sobre a utilidade ou não dos
esforços despendidos pelo professor e alunos [...].
Segundo essa linha de pensamento, o que o aluno apresenta terá valor ou não;
ele será considerado apto ou inapto. É o resultado final que determinará o futuro
do aluno, se ele será aprovado ou reprovado.
Não se considera, nesse modelo, o que o aluno conseguiu fazer, produzir; não se
consideram “outras” habilidades além do domínio cognitivo da matéria.
No modelo construtivista e progressista, o aluno é avaliado integralmente, por
se entender que não apenas o domínio das ciências é fundamental no processo
formativo, pois de que adianta um aluno de biologia estar em dia com os
conteúdos da matéria e não demonstrar consciência ecológica?
De que adianta um aluno do curso de docência estar em dia com os estágios de
Piaget e não demonstrar atitude diante do outro; não ser participativo, não
demonstrar desejo de crescer pessoal e profissionalmente?
Note como avaliar é complexo.
Também não precisamos escolher um modelo ou outro, pois todos possuem suas
fragilidades, na medida em que uma pessoa avalia outra, conforme mencionamos no
início desta aula; que o processo avaliativo corre o risco da subjetividade; de um
professor criar estereótipos acerca de um aluno ou ficar impressionado com um aluno
que fala o tempo todo querendo participar ou porque tirou uma nota muito boa na
primeira avaliação.
Precisamos ficar bem atentos, pois os fatos não são isolados. Talvez um aluno que
conseguiu aumentar de 4,0 para 7,0 tenha mais impacto na avaliação do que outro
aluno que mantém o seu 8,0 em duas avaliações.
Avaliar integralmente significa trabalhar com o que o aluno
conseguiu produzir, e não apenas com as suas falhas, com o que
ele está devendo ao professor.
Aprender a aprender
Segundo Vasco Moretto (2003), a avaliação não deverá ser um acerto de contas, e
sim um momento privilegiado de estudos. Mas sabemos que nem todas as pessoas
pensam assim.
Normalmente, os alunos não apreciam realizar provas; eles sentem medo de errar e
da reprovação, o que é compreensível. Se observarmos as bibliotecas e filas nas
“xerox”, constatamos que elas ficam mais cheias poucos dias antes da prova.
Isso mostra que talvez tenhamos de construir uma nova cultura de aprendizagem, do
aprender a aprender.
 Alunoem prova. (Fonte: Tockfour / Shutterstock)
Kensky e o pensamento progressista
Segundo Kensky, ao assumirmos que o ato de avaliar se faz presente em todos os
momentos da vida humana, estamos admitindo que ele também está presente em
todos os momentos vividos em sala de aula.
Vejamos:

O dia a dia da sala de aula é um rico momento do cotidiano
de cada uma das pessoas que ali se encontram. Na
atualidade, a sala de aula é um dos raros espaços onde as
pessoas se encontram fisicamente presentes para realizar
atividades em comum e se ajudar mutuamente a aprender. 
A avaliação se transforma, assim, em dinâmica que orienta a
prática. Como processo de investigação permanente, todas as
atividades devem ser discutidas, planejadas, executadas e
servir de impulso para novas realizações. 
O processo avaliativo percorre como fio condutor e propulsor
cada um desses momentos de interação professor-alunos e
conteúdos a serem trabalhados pedagogicamente. Na
interação proporcionada pelas atividades pedagógicas,
alunos e professores avaliam tudo e todos
permanentemente. 
São formulados juízos provisórios que orientam a tomada de
decisões e a definição das tarefas e atividades a serem
realizadas, como a participação em um projeto, a melhor
utilização do ambiente da sala de aula ou os
questionamentos sobre determinado assunto, que podem
resultar em vários desdobramentos de projetos e de
pesquisas individuais ou coletivas. 
Essas definições, julgamentos e reorientações de percurso
fazem parte de um processo que vai resultar, de alguma
forma, no objetivo principal da ação docente: a aprendizagem
do aluno. 
Portanto, é preciso ter consciência de que avaliar essa
aprendizagem é uma ação que começa bem antes, no início
da interação didática, e prossegue como energia circulante
durante todo o processo de aprendizagem.
Kensky, 2011, p.139-140
O pensamento de Kensky é bastante progressista, na medida em que reconhece a
possibilidade de o professor também ser avaliado além do aluno, já que este pode
tornar o processo de aprendizagem mais flexível, bem como estimular o trabalho
coletivo e não o individualismo, o que é comum em práticas pedagógicas respaldadas
no modelo tradicional de ensino.
 Avaliação escolar. (Fonte: LStockStudio /
Shutterstock)
A avaliação escolar, na perspectiva da autora, é mais formativa, por valorizar o
processo de aprendizagem em detrimento do produto final. Não é um fim em si
mesmo, cabendo ao professor que respalda a prática nessa lógica ser pesquisador.
Em outras palavras, trata-se de o professor se inquietar frente aos fatos, como por
exemplo, o baixo rendimento de um aluno ou de uma turma; agir sobre essa
realidade, buscando transformá-la, construindo uma nova ordem social.

Leitura
Para ilustrar uma prática construtiva, segue o Exemplo de uma professora de
Língua Portuguesa que solicita aos alunos para fazerem uma redação,
uma espécie de biografia <galeria/aula9/anexo/1.pdf> .
É preciso dar voz aos alunos, humanizar o discurso; abrir espaço
para que eles se posicionem sem patrulhamento ideológico,
resgatando o caráter polissêmico da escola. Posicionar-se
diante dos alunos não com tantas certezas, mas com indagações
e, se possível, não perder o desejo de querer se surpreender
sempre.
Cabe ao professor assumir o fracasso escolar como um desafio,
buscando alternativas para sua superação.
Vejamos uma cena do filme Escritores da liberdade onde a professora se sente
desafiada a incentivar a construção da autonomia de seus alunos, passando a
valorizar o processos de construção de identidade de cada um deles.

Ficha técnica: FREEDOM writers = ESCRITORES da liberdade. Direção: Richard LaGravenese. Intérpretes:
Hilary Swank; Scott Glenn; Imelda Stauton; Patrick Dempsey. Alemanha / EUA: UIP, 2007. 122 minutos.
Som., color.
https://www.youtube.com/embed/XmbhJKvZN1I
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/didatica__gra045__CONV008/galeria/aula9/anexo/1.pdf

Leitura
Leia o Pensamento de Esteban sobre a avaliação escolar
<galeria/aula9/anexo/2.pdf> .
A avaliação na ótica do exame
Para continuarmos nossos estudos, vejamos novamente a charge estudada na aula 3:
 Charge sobre processo de avaliação. Fonte:
http://escolaabertaceteb.blogspot.com.br/2015/04/voce-
conhece-o-real-significado-da.html
<http://escolaabertaceteb.blogspot.com.br/2015/04/voce-
conhece-o-real-significado-da.html> .
Segundo essa lógica do exame, os alunos são classificados hierarquicamente
como bons ou ruins, mas bom ou ruim para quê e para quem? Para o sistema?
Qual o nosso objetivo como docentes? Ajustar o indivíduo ao sistema ou
contribuir para a sua emancipação social, para que questione o sistema, a
sociedade que está posta? 
 
Qual lógica predomina em nossa prática? A lógica do capital, do mercado ou
uma lógica mais humana? Ou será que precisamos escolher entre uma e outra?
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/didatica__gra045__CONV008/galeria/aula9/anexo/2.pdf
http://escolaabertaceteb.blogspot.com.br/2015/04/voce-conhece-o-real-significado-da.html
Pedro Demo afirma que não devemos negar a modernidade, as exigências do
mercado, produtividade e o capitalismo. No momento em que a formação básica e
continuada incidir decisivamente sobre a produtividade, pode alargar seu espaço de
influência e ousar posição central na contenção dos desvarios do mercado.

Isso significa substituir a lógica do mercado, do consumo por
uma lógica mais humana, ética e não utilitarista. É
importante o educador dialogar com o lado econômico e
deixar de puritanismo. Ignorar seria a pior estratégia.
Fundamental é reconhecer que hoje posições rígidas apenas
fossilizam o conhecimento. 
 
O centro da inteligência é aprender a aprender. Saber pensar,
elaborar com mão própria.
Demo, 2000.
Outros importantes autores
Vamos ver o que dizem outros importantes autores brasileiros, que vêm se
destacando ao trilhar esse caminho rumo a uma prática de avaliação da
aprendizagem mais inclusiva, mediadora, emancipatória, com vistas à participação, à
negociação e à democratização do saber, além dos que aqui já foram citados?
Jussara Hoffman
Jussara Hoffman propõe uma forma mediadora, como postura de avaliação e de
vida, pois acredita que a ação avaliativa mediadora se desenvolve em benefício
do educando e se dá, especialmente, pela proximidade entre quem educa e
quem é educado.
Luckesi
Luckesi propõe que a prática de avaliação da aprendizagem supere o
autoritarismo, buscando, pela via da autonomia do educando, a participação
democrática para todos, o que significa: igualdade, fato que não se dará se não
se conquistar a autonomia e a reciprocidade nas relações.
Santos e Grumbach
Santos e Grumbach (2005) se posicionam sobre a lógica do absurdo na prática
da avaliação da aprendizagem. Para essas autoras, a avaliação da aprendizagem
não existe dissociada do processo de ensinar e do projeto educativo da escola, e
os profissionais da educação devem se preocupar com a qualidade da
aprendizagem do aluno.

Comentário
O aluno pode errar?
Muitos autores ainda veem o “erro” como algo inadmissível, repugnante, de
incapacitação de quem os comete, numa total arrogância e preconceito.
Contudo, o erro é decorrente de um padrão considerado correto por alguém, e
quem não erra no processo de aprender e crescer?
Infelizmente existem profissionais que acreditam estar acima do bem e do mal,
num pedestal de hipocrisia e de autoritarismo. A crítica que precisa ser feita
recai, na maioria das situações avaliativas, sobre os aspectos mais negativos do
que positivos.
Em vez de observar o processo de construção do aluno diante de sua própria
realidade e as possíveis dificuldades transpostas para a construção do
conhecimento, seja num trabalho ou numa prova, os professores, geralmente,
quando respaldam a prática na pedagogia tradicional, optam por não apostar no
aluno.
Alguns desses professores não se preocupam em discutir os critérios avaliativos
com suas turmas no início do período, antes de cadaprova, de partilhar isso com
os responsáveis, num trabalho de negociação.
Denúncias: os professores e as
escolas
Muitos alunos ainda se calam diante do medo de punições, e muitos pais se veem
coagidos, pois temem buscar explicações do professor sobre algo de que ele discorda
ou não compreende, com medo de retaliações e represálias para com seus filhos.
É claro, segundo as autoras, que essas denúncias têm dois
lados: o dos professores e o das escolas. Ambos precisam ser
ouvidos.
As denúncias são muitas e vão desde a falta de educação dos alunos, a pouca
dedicação e interesse nos estudos, a falta de apoio, cobrança e autoridade dos pais; o
desinteresse dos pais em participar de reuniões escolares; até a falta de apoio das
autoridades.
 Denúncias escolares. (Fonte: Diego Cervo /
Shutterstock)
Há outras denúncias além dessas: a pouca autonomia dos professores diante das
propostas de trabalho que vêm dos órgãos gestores; a falta de disciplina na escola, a
pouca autoridade de algumas direções na condução de atos disciplinares; a
sobrecarga de trabalho, a pouca preocupação da escola em articular a comunidade de
pais ao trabalho escolar.
Entre idas e vindas, a avaliação caminha. Porém, é preciso que
professores e partícipes assumam essa responsabilidade em
relação à democratização do caminho para o acesso ao
conhecimento.
Reflexão sobre a prática avaliativa
A prática avaliativa, quando responsável, amorosa, formativa e dialética, resgata a
autoestima dos alunos e os ajuda na sua trajetória pessoal e de aprendizagem.
Quando não, criam alienados, oportunizam desigualdades, alimentam desesperança e
exclusão.
Dessa forma, Santos e Grumbach (2005) conclamam os governos, escolas,
educadores, educandos e responsáveis para uma jornada ética na avaliação com
vistas à transformação da educação brasileira.
Propomos uma reflexão a partir da letra de música do Gabriel O Pensador, Estudo
errado:

GABRIEL, O Pensador. Estudo errado. Canção. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=l540Ho2qSAk <https://www.youtube.com/watch?v=l540Ho2qSAk> . Acesso em: 17 nov. 2015.
https://www.youtube.com/embed/DtcD95AGGuU

Leitura
Leia sobre A avaliação escolar, fracasso escolar e exclusão social
<galeria/aula9/anexo/3.pdf> , de acordo com Maria Helena Patto (1981) e
Coria Sabini (2003).
Funções da avaliação
Na visão de Libaneo (2013), a avaliação exerce três funções:
Função pedagógico-didática
Refere-se ao papel da avaliação no cumprimento dos objetivos gerais e
específicos da educação escolar. 
 
Ao se comprovar sistematicamente os resultados do processo de ensino,
evidencia-se ou não o atendimento das finalidades sociais do ensino, de
preparação dos alunos para enfrentarem as exigências da sociedade, de inseri-
los no processo global de transformação social e de propiciar meios culturais de
participação ativa nas diversas esferas da vida social. 
 
Ao mesmo tempo, favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação
ao estudo, assumindo-o como um dever social. 
 
Cumprindo sua função didática, a avaliação contribui para a assimilação e
https://www.youtube.com/watch?v=l540Ho2qSAk
file:///C:/Users/luis.salgueiro/Desktop/2018.2/didatica__gra045__CONV008/galeria/aula9/anexo/3.pdf
fixação, pois a correção dos erros cometidos possibilita o aprimoramento, a
ampliação e o aprofundamento de conhecimentos e habilidades e, desta forma,
o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas.
Função diagnóstica
Permite identificar progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor
que, por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor
cumprir as exigências dos objetivos. 
 
Na prática escolar cotidiana, a função de diagnóstico é mais importante porque é
a que possibilita a avaliação do cumprimento da função pedagógico-didática e a
que dá sentido pedagógico à função de controle. 
 
A avaliação diagnóstica ocorre no início, durante e no final do desenvolvimento
das aulas ou unidades didáticas. 
 
No início, verificam-se as condições prévias dos alunos de modo a prepará-los
para o estudo da matéria nova. Esta etapa inicial é a sondagem de
conhecimentos e de experiências já disponíveis, bem como de provimento dos
pré-requisitos para a sequência da unidade didática. 
 
Durante o processo de transmissão e assimilação, é feito o acompanhamento do
progresso dos alunos, apreciando os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo
dúvidas, estimulando-os a continuarem trabalhando até que alcancem os
resultados positivos. 
 
Ao mesmo tempo, essa avaliação fornece ao professor informações sobre como
ele está conduzindo o seu trabalho: andamento da matéria, adequação de
métodos e materiais, comunicação com os alunos, adequabilidade da sua
linguagem etc. 
 
Finalmente, é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final de uma
unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. A avaliação global de um
determinado período de trabalho também cumpre a função de realimentação do
processo de ensino.
Função de controle
Refere-se aos meios e à frequência das verificações e de qualificação dos
resultados escolares, possibilitando o diagnóstico das situações didáticas. 
 
Há um controle sistemático e contínuo que ocorre no processo de interação
professor-alunos no decorrer das aulas, através de uma variedade de atividades,
que permite ao professor observar como os alunos estão conduzindo-se na
assimilação de conhecimentos e habilidades e no desenvolvimento de
capacidades mentais. 
 
Nesse caso, não se deve quantificar os resultados. O controle parcial e final se
refere a verificações efetuadas durante o bimestre, no final do bimestre e no
final do semestre ou ano, caso a escola exija o exame final.
Tipos de Instrumentos de Avaliação
Vamos nos limitar apenas a citar diversos instrumentos de avaliação, por
entendermos que a literatura especializada é bastante vasta sobre esse assunto,
fazendo um breve comentário para concluirmos nossa aula.
Testes, provas escrita, oral, de múltipla escolha, discursivas, de
memorização, reflexivas, redação, trabalhos, individual e em
grupo, seminários, pesquisas, observação e registro em diário
de bordo, portfólio, autoavaliação, conselho de classe.

Dica
Sobre os instrumentos de avaliação, é fundamental que o professor seja claro
em seus critérios.
No caso das provas e testes, mencionar o valor das questões, comentar a prova
após entrega dos resultados, evitar comparações desnecessárias que expõem o
aluno diante da turma, evitar hierarquizá-los entregando as provas da maior
nota para a menor ou afixando seus nomes e respectivos conceitos no quadro de
avisos da sala de aula.
Esses são cuidados que, se o professor tomar, muito contribuirá para a relação
aluno-professor e consequentemente para o processo de aprendizagem, pois se
estabelece uma relação de confiança, de parceria, de cumplicidade.
É importante ressaltar ainda que os instrumentos de avaliação não se excluem; eles
se complementam, cabendo ao professor diversificar os caminhos, visando
contemplar os diversos saberes dos educandos, as múltiplas inteligências.
Ele deve levar em conta que há aqueles que apresentam facilidade na escrita; outros
na oralidade, na criatividade, no relacionamento, na cinestesia, na arte... E que o
professor não perca o desejo de querer se surpreender sempre a cada dia, conforme
vai tecendo o seu cotidiano escolar.
 Cabo ao professor diversificar os caminhos da
avaliação. (Fonte: Monkey Business Images /
Shutterstock)
Atividade
Diante do que estudamos até aqui, vamos fazer uma atividade para testar
nossos conhecimentos?
Aprender fazendo.
2. Elabore quatro questões de múltipla escola: 2 de memorização e 2 de reflexão
sobre a disciplina que pretende lecionar na educação básica.
Mobilizando competências.
3. Escolha um assunto relacionado a uma disciplina que poderá lecionar na
educação básica e exponha como poderá tratá-lo, visando à mobilização de
competências. Registre que competências poderá desenvolver no educando a
partir dessa prática.
Referências
CÓRIA-SABINI,Maria Aparecida. Psicologia do desenvolvimento. Rio de Janeiro:
Ática, 2003.
DEMO, Pedro. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 2000.
ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe, quem erra? Reflexões sobre avaliação e
fracasso escolar. Rio de Janeiro: DP & A, 2001.
HAYDT, R. C. C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2006.
HOFFMAN, Jussara. Avaliação: mito e desafio. Uma perspectiva construtivista. Porto
Alegre: Educação e Realidade Revistas e Livros, 1991.
KENSKY, Vani. Repensando a avaliação da aprendizagem. In: VEIGA, I. P. A. (Org.).
Repensando a didática. Campinas, São Paulo: Papirus, 2011.
LIBANEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
MORETTO, VASCO Pedro. Construtivismo: a produção do conhecimento em aula. Rio
de Janeiro\; DP & A, 2003.
NÉRICI, Imideo. Didática geral. Rio de Janeiro: Fundo de cultura, 1969.
PILETTI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 2010.
SANTOS, Ana Lucia Cardoso dos; GRUMBACH, Gilda Maria. Didática para
licenciatura: subsídios para a prática de ensino. Rio de Janeiro: Fundação Cederj,
2005.
SOARES, Magda B., apud PATTO, Maria Helena S. [Org.]. Introdução à psicologia
escolar. São Paulo, T. A. Queiroz, 1981.
VEIGA, I. P. A. Ensino e avaliação: uma relação intrínseca à organização do trabalho
pedagógico. In: VEIGA, I. P. A. (Org.). Didática: o ensino e suas relações. Campinas:
Papirus, 2011.
Próximos Passos
• Situações do cotidiano escolar.
Explore mais
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto.
Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos
disponíveis no ambiente de aprendizagem.

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