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AULA 4- CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL (1).doc

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UNIP- GOIANIA
DIREITO CIVIL IX
DIREITO DE FAMÍLIA
PROFESSORA: ALINE MENDES
AULA IV- * PROVAS DO CASAMENTO.
 * CASAMENTO INEXISTENTE, NULO, ANULAVEL
_______________________________________________________________________
1- PROVAS DO CASAMENTO:
O casamento se prova através de:
I- Se realizado no Brasil: Certidão do Cartório de Registro Civil.
II- Se realizado no exterior: de acordo com a lei do País estrangeiro, em aplicação ao principio de direito internacional privado.
· Para que o documento estrangeiro possa produzir efeitos no Brasil, deverá ser autenticado segundo as leis consulares, ou seja, deve ser legalizado pelo cônsul brasileiro do lugar, que deverá ter sua firma reconhecida pelo Ministério das Relações Exteriores ou nas repartições fiscais da União.
· Caso o Brasil não tenha representantes consulares no País onde se realizou o matrimonio, tais providências são dispensadas se o casamento se acha corroborado de vários elementos comprobatórios.
· O casamento de brasileiros no exterior deverá ser registrado em cartório de registro civil do domicilio dos cônjuges, para que tenha efeitos na lei brasileira.
2- CASAMENTO INEXISTENTE
2.1- CARACTERISTICAS
· Relatividade: o casamento inexistente é relativo vez que caso tenha gerado efeitos materiais, há necessidade de interposição de Ação de Nulidade para extinção daquele ato.
· Inexistência: o casamento inexistente é considerado um nada jurídico.
· Imprescritibilidade: o prazo para sua argüição é imprescritível.
· Pode ser declarado de oficio pelo juiz.
· Qualquer pessoa pode argüi-lo.
Tem-se por inexistente o casamento:
I- Quando houver ausência de consentimento.
II- Quando celebrado por autoridade incapaz
· Neste caso os casamentos são realizados perante outras autoridades que não exerçam são investidos na autoridade de juiz de paz, como promotores de justiça, delegados, juizes de direito ou qualquer pessoa do povo, que naquele momento se investiu na qualidade de juiz de paz para realização daquele ato.
3- CASAMENTO NULO
3.1- ASPECTOS GERAIS.
· Existente porem viciado: ao contrario do casamento inexistente, o casamento nulo apresenta-se como existente apesar de eivado de inúmeros vícios.
· As nulidades são apenas as constantes no Código Civil, não podendo ser estendidas por analogia.
· Não pode ser declarado de oficio, havendo a necessidade de interposição de Ação de Nulidade pelos próprios cônjuges ou por seus representantes legais, qualquer pessoa interessada (apenas pessoas que tenham vínculos diretos ou indiretos com o casal e não qualquer pessoa do povo), ou Ministério Público.
· Após a edição da Lei do divórcio as Ações de nulidade de casamento diminuíram consideravelmente já que a Ação de divórcio tem procedimento mais simples que a de Nulidade de casamento e gera os mesmos efeitos.
· Como a nulidade do casamento irá acarretar a dissolução da família, vigora no direito os princípios “favor matrimonii” e “in dubio pro mantrimonio”, ou seja, deve-se favorecer mais o matrimonio do que a lei em si. 
· Analisando a natureza dos impedimentos que tornam nulo o casamento, tem-se como causas: o incesto (incisos I a V), bigamia (inciso VI) e homicídio (inciso VII).
· A nulidade do casamento só produz efeitos após o transito em julgado da sentença que o declarar.
· A nulidade do casamento é questão de interesse público.
3.2- LEGITIMIDADE PARA ARGUIR A NULIDADE.
Art. 1549 CC:
I - Os cônjuges ou seus representantes legais;
II- Pessoas interessadas, desde que tenham vínculos diretos ou indiretos com os cônjuges;
III- Ministério Publico
OBS: O Ministério Público pode argüir a nulidade do casamento em qualquer situação, mesmo que um dos cônjuges já tenha falecido.
3.3- CASOS DE NULIDADE
São nulos os casamentos:
· Contraídos por doentes mentais sem discernimento;
· Os casos elencados no artigo 1.521 CC
4- CASAMENTO ANULÁVEL
· Trata de questões de interesse particular da pessoa que contraiu o matrimonio passível de anulação.
· A anulação do casamento NÃO pode ser requerida por terceiros interessados e nem pelo Ministério Público, por se tratar de questão de interesse privado.
· São anuláveis os casamentos contraídos em desconformidade com as disposições do artigo 1550, CC.
4.1- A COAÇÃO.
· O artigo 1558 dispõe que o casamento sob coação pode ser anulado pelo cônjuge que a sofreu.
· A anulação só pode ser requerida pelo próprio cônjuge.
· Tendo havido a coabitação entre os cônjuges extingue-se a possibilidade de anulação do casamento.
· O Ministério Publico participará da ação apenas como fiscal da lei.
· Prazo para interposição da ação de anulação quando o vicio for de coação é de 4 anos contados a partir da data da celebração. (art 1560,IV).
· Quando se tratar de casamento de menor em idade núbil, sem o consentimento dos responsáveis legais, a Ação de Anulação pode ser proposta pelo próprio cônjuge, seus representantes legais ou herdeiros necessários.
OBS 1- Quando a Ação de Anulação for proposta pelo próprio menor o prazo para anulação do casamento é de 180 dias contados a partir da data que cessar menoridade.
OBS 2: Neste mesmo caso, quando a ação for proposta pelos representantes legais o prazo para anulação iniciará da data da realização do casamento, e quando proposta por herdeiros necessários o prazo iniciará a partir da data do falecimento. (art 1555,§ 1º)
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários. 
§ 1 o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz. 
§ 2 o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação. 
· Se os representantes dos incapazes assistirem a cerimônia, a anulação se torna impossível.
· Se o tutor ou curador de alguma forma manifestou sua concordância ao casamento, também não poderá ser argüida a anulação. (art 1555, §2º).
· Destaque para o posicionamento de Paulo Lins e Silva: “é infantil crermos que um menor entre 16 e 18 anos possa de forma simples e fácil providenciar a habilitação para o seu casamento frente a autoridade do registro civil”.
· O casamento pode ser ratificado pelos cônjuges quando atingirem a maioridade, sendo que os seus efeitos retroagirão desde a data da celebração.
· O casamento não será anulado por motivo de idade se dele resultou gravidez.
 4.2- ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA
Art 1557- Considera-se erro essencial sobre a pessoa.
I – O que diz respeito a sua identidade, sua honra, sua boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
II- Ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal.
III- A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV- Ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
· Prazo para ingresso da Ação de Anulação: Decadencial de 3 anos a contar da data da celebração do casamento.
4.3- ERRO QUANTO A IDENTIDADE, HONRA E BOA FAMA.
· Tanto quanto a identidade civil – forma como a pessoa é conhecida na sociedade-, quanto a natural- honestidade, caráter, vícios em jogos de azar.
· Trata-se de questão subjetiva que deverá ser analisada pelo juiz caso a caso.
· Deverá haver comprovação de que o conhecimento do fato torna a vida em comum insuportável.
· Possibilidade de ingressar com pedido de danos morais em alguns casos.
4.3.1- SITUAÇÕES DE ERRO ESSENCIAL NOS JULGADOS:· Recusa da esposa ao debito conjugal;
· Esposa que não compareceu à cerimônia religiosa do casamento
· Casamento não consumado, tendo o marido deixado o lar conjugal poucos dias após a celebração
· Recusa de ato sexual pela esposa, hipótese de coitofobia
· Homossexualidade do réu, fato não conhecido antes do casamento.
· Nubente estelionatário, ausência de vontade de contrair núpcias, simples artifício para se apossar dos bens da esposa com posterior desaparecimento.
· Induzimento ao casamento pela afirmação da paternidade, frente à gravidez da mulher; paternidade afastada por prova pericial; erro essencial reconhecido.
· Atividade de meretriz da esposa antes do casamento e que era desconhecida pelo marido.
4.3.2- SITUAÇÕES QUE AFASTAM O ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA DE ACORDO COM ALGUNS JULGADOS.
· Varão que estando no exterior, casa por procuração, com mulher que conheceu há pouco menos de 30 dias; alegação de desconhecimento de filhos dela; fato que, se devera desconhecido, não terá importância na decisão do casamento.
· Varão que se precipitou em casar com mulher que mal conhecia, sem dar ouvidos a informações que desabonasse a sua conduta.
· Crença religiosa não constitui qualidade essencial da pessoa quando não atentatória à moral da sociedade dominante, não constitui defeito da honra e boa fama.
· Prazo para interposição da Ação de Anulação: Decadencial de 3 anos a contar da data da cerimônia.
 4.5- IGNORANCIA DE CRIME
· Nestes casos há pressupostos OBJETIVOS a serem aferidos:
I- A pratica de crime previsto na lei penal;
II- Sua ocorrência antes do casamento (O CC 2002 não fala em julgamento definitivo por sentença condenatória- a sentença pode ser posterior ao casamento).
III- Que o fato seja ignorado pelo outro cônjuge ao casar-se. 
· A lei não se refere a contravenções penais.
· Se o crime ocorreu quando a pessoa era menor de 18 anos, e, portanto, inimputável criminalmente, não se aperfeiçoa essa hipótese legal- neste caso a anulação pode ser baseada no erro quanto à honra e a boa fama.
 4.6- DEFEITO FÍSICO IRREMEDIÁVEL 
· O defeito físico irremediável é o que impede a consumação do casamento através do ato sexual- casos de impotência sexual.
· A impotência que gera a anulação é aquela em relação ao cônjuge, não necessitando que seja absoluta.
· É NECESSÁRIO que seja um estado permanente e não uma eventualidade.
· A esterilidade não é causa de anulação do casamento. 
· Na ação de anulação são admitidas todas as formas de prova previstas em direito, desde que não impliquem coação ou violência contra a pessoa, todavia a principal será a perícia medica. (Ao contrário dos Tribunais da Idade Media, em que uma simples denuncia, as vezes sem fundamento, levaria ao homem à situação de imposição de provas de potencia perante o tribunal, na presença dos juizes).
 4.7 - MOLESTIA GRAVE OU DOENÇA MENTAL
· A moléstia deve colocar em risco a vida do cônjuge bem como dos descendentes (Ex: AIDS, sífilis, esquizofrenia, psicose, etc).
· Necessário que seja preexistente ao casamento, e desconhecida do outro cônjuge.
· Há necessidade de prova pericial. 
 4.8- DEFLORAMENTO DA MULHER
· Extinto do atual Código Civil, em razão da evolução da sociedade e modificação dos padrões de comportamento em todo o mundo ocidental.
· Questão protegida pelo principio constitucional da igualdade entre homens e mulheres.
5- AÇÕES DE NULIDADE E ANULAÇÃO DO CASAMENTO
· As sentenças só produzirão efeitos depois de transitadas em julgado.
· Sentenças produzem efeitos EX TUNC- retroagem à data da celebração do casamento.
· A sentença de nulidade ou anulação do casamento não prejudicará a aquisição de direitos, a titulo oneroso, por terceiros de boa fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado.
· Os atos de disposição do patrimônio a titulo gratuito, voltando os mesmos ao estado anterior ao casamento declarado nulo – Há de se analisar a boa ou má fé do terceiro em relação ao trato com o casal, devendo o juiz analisar caso por caso.
· Nos casos de nulidade são legítimos para interporem a Ação: 
I- O cônjuge, ou seus representantes legais.
II- Terceiros interessados.
III- Ministério Publico.
· Nos casos de anulação apenas o cônjuge interessado tem legitimidade para interpor a Ação
· A ação de nulidade é imprescritível, podendo ser argüida a qualquer momento. 
· Os prazos para interposição da Ação de Anulação do casamento são decadenciais, contados a partir da data da celebração do casamento:
I – 180 dias no caso do incapaz de consentir ou manifestar sua vontade;
II – 2 anos no caso de incompetência da autoridade celebrante;
III- 3 anos nas hipóteses de erro essência contra a pessoa ou do cônjuge;
IV- 4 anos no caso de coação.
*** Obs: Nos casos de anulação por idade, o prazo de 180 dias começará a contar da data da realização do casamento quando proposta pelos representantes legais do cônjuge, e da data do falecimento quando proposta por seus herdeiros necessários.
· Em todos os casos há necessidade de intervenção do Ministério Publico como fiscal da lei.
6- DOLO
· Não é causa de anulação do casamento, uma vez que traria insegurança jurídica ao mesmo;
· Pode ser configurado pelas desilusões e dissabores do dia a dia.
· Em alguns países como Argentina, Alemanha e Suíça o admitem como causa de anulação do casamento em algumas situações, o que não se estende à lei brasileira.
_______________________________________________________________________
alinefmendes@hotmail.com

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