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Farmacocinética: Absorção e Distribuição

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Discentes: Franciele Rodrigues, Karina Cristina, Marcélia Oliveira, Perla Galdino e Thais Priscilla
FARMACOCINÉTICA
Consiste no estudo da passagem dos fármacos no organismo nos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos. Fármaco é uma substância quimicamente caracterizada, onde sua ação farmacológica tem responsabilidade total ou parcial pelos efeitos terapêuticos do medicamento.
	As vias de administração são estruturas orgânicas as quais os fármacos entram em contato para ingressarem no organismo. Para que os medicamentos no organismo exerçam o seu devido efeito. Os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção dos medicamentos são influenciados pela via de administração. A escolha da via de administração deve considerar qual ação irá exercer a rapidez do mesmo e o medicamento. As vias de administração são divididas em enterais, que contemplam: via oral, sublingual e retal. E as parenterais abrangem via intravascular (intravenosa, intra-arterial), intramuscular, subcutânea, intraperitoneal, intratecal. Outras são inalatória, tópica, transdérmica, dentre outros. 
ABSORÇÃO
A absorção envolve múltiplos processos para o fármaco não sofra alterações significativas, desde o local de administração até a corrente sanguínea. A velocidade e a eficiência desta absorção, depende exclusivamente do local onde este medicamento é absorvido, das características químicas e da via de administração.
· Passagem de absorção dos medicamentos através do TGI
Difusão passiva: Caracteriza-se pelo movimento de moléculas do medicamento, ao qual se movem da região mais concentrada para a que contém menor concentração.
Filtração: Mecanismo de transferência de substâncias pequenas, sendo elas hidrossolúveis, polares ou não polares. O fármaco atravessa as membranas celulares utilizando os canais já existentes, que variam conforme o diâmetro nas várias membranas corporais. 
Difusão facilitada: Transporte que não há gasto de energia, são mediados por carreador no qual o medicamento se move em prol do gradiente de concentração. A velocidade de difusão é maior do que a difusão simples. 
Transporte ativo: Transporte no qual a substância se move por meio de carreadores que agem contra o gradiente de concentração, carecendo de um gasto de energia que provém da hidrólise de ATP ou outras ligações ricas em energia. 
Endocitose e exocitose: Transportam fármacos grandes através da membrana celular. A endocitose envolve o mergulho de moléculas do fármaco pela membrana e seu transporte para o interior da célula através da compressão da vesícula repleta de fármacos. A exocitose é o contrário da endocitose, pois as células utilizam a exocitose para repelir substâncias para fora. 
· Fatores que influenciam o processo de absorção 
pH na absorção de medicamentos: Na maioria dos medicamentos, têm-se compostos orgânicos com propriedades de ácidos fracos ou bases fracas, na solução aquosa se apresentam parcialmente ionizados. A proporção entre a parte ionizada e não ionizada de um medicamento será determinada pelo pH do meio onde ele se encontra dissolvido e da constante de dissociação do medicamento.
Fluxo de sangue no local de absorção: Os intestinos recebem um grande fluxo de sangue comparado com o do estômago, tornando a absorção no intestino melhor que a do estômago. 
Área disponível para absorção: O intestino tem uma superfície maior do que o estômago, tornando a absorção dos fármacos no intestino mais eficiente do que no estômago. 
Tempo de contato com a superfície de absorção: Quando um fármaco se desloca muito rápido ao longo do TGI, não sendo bem absorvido. Qualquer sinal de retardo no transporte do fármaco do estômago para o intestino reduz a velocidade de sua absorção.
Expressão da glicoproteína P: A glicoproteína P é uma proteína transportadora transmembrana que é responsável pelo transporte de várias moléculas, incluindo fármacos, por meio da membrana celular. Expressa em tecidos por todo o organismo, incluído fígado, rins, intestinos, dentre outros. Estão incluídos no transporte de fármacos dos tecidos pela corrente sanguínea. 
· Biodisponibilidade
A biodisponibilidade corresponde a taxa que fármaco administrado atinge a circulação sistêmica após a absorção e determina a intensidade do efeito terapêutico. 
DISTRIBUIÇÃO 
É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo. Os fármacos podem acumular-se nos tecidos em concentrações maiores que as esperadas a partir do equilíbrio estável de difusão, como resultado dos gradientes de pH, da ligação a componentes intracelulares ou da distribuição nos lipídeos. O acúmulo de um fármaco em determinado tecido, pode atuar como um reservatório que prolonga sua ação nesse mesmo tecido e em um local distante atingido pela circulação.
A distribuição também pode ser limitada pela ligação do fármaco às proteínas do plasma, em especial à albumina para fármacos ácidos e à a 1- glicoproteína ácida no caso de fármacos de característica básica. Uma substância ativa extensa e fortemente ligada à estas proteínas têm pouco acesso a locais de ação intracelulares e pode ser lentamente biotransformada e eliminada. Também pode haver ligação com proteínas das membranas dos eritrócitos, lipoproteínas circulantes, leucócitos, plaquetas e as transportadoras específicas, como a globulina transportadora de tiroxina e a transferrina. Os sítios receptores de fármacos em todas estas proteínas, são chamados "receptores silenciosos", pois sua interação com aqueles não gera efeitos biológicos.
· Compartimento central - é a soma do volume plasmático com o líquido extracelular dos tecidos altamente perfundidos (como pulmões, coração, fígado), onde a concentração da droga é difundida instantaneamente.
· Compartimento periférico - formado por tecidos de menor perfusão, este compartimento precisa de mais tempo para que seja atingido um equilíbrio de concentração. São tecidos como os músculos, a pele, tecido gorduroso, entre outros.
BIOTRANSFORMAÇÃO
É a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso. Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução e da inibição enzimáticas. 
· Indução enzimática = é uma elevação dos níveis de enzimas (como o complexo Citocromo P450) ou da velocidade dos processos enzimáticos, resultantes em um metabolismo acelerado do fármaco. Alguns fármacos têm a capacidade de aumentar a produção de enzimas ou de aumentar a velocidade de reação das enzimas. Como exemplo, podemos citar o Fenobarbital, um potente indutor que acelera o metabolismo de outros fármacos quanto estes são administrados concomitantemente.
· Inibição enzimática = caracteriza-se por uma queda na velocidade de biotransformação, resultando em efeitos farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos tóxicos do fármaco. Esta inibição em geral é competitiva. Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais drogas competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima. 
· Metabólito - é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas.
EXCREÇÃO
 A eliminação de um fármaco representa sua exclusão irreversível do corpo. elaocorre por meio de dois processos: metabolismo e eliminação. O metabolismo consiste em anabolismo e catabolismo; isto é, de construção e degradação de substâncias, respectivamente, pela conversão enzimática de uma entidade química em outra dentro do organismo, enquanto a eliminação consiste na saída do fármaco ou seus metabólitos do organismo. As principais vias de excreção são:
-Rins 
- Sistema hepatobiliar.
- Pulmões( importante para anestésicos voláteis/gasosos.
A maior parte dos fármacos deixa o organismo pela urina, inalterados ou na forma de metabólitos polares. Alguns fármacos são secretados na bile através do fígado, mas a maioria deles é reabsorvida no intestino. No entanto, há ocasiões em que a perda pelas fezes é responsável pela eliminação de uma fração substancial do fármaco inalterado em indivíduos sadios, e a eliminação fecal de fármacos como a digoxina, normalmente pela urina torna-se progressivamente mais importante em pacientes com insuficiência renal em evolução.
A eliminação pelos pulmões ocorre apenas com agentes altamente voláteis ou gasosos. Alguns fármacos também são eliminados em pequenas quantidades em secreções como leite ou o suor. A eliminação por essas vias é quantitativamente desprezível, se comparada com a eliminação renal, mas a eliminação pelo leite pode ser importante pelos efeitos no lactente.
Substâncias lipofílicas não são eficientemente eliminadas pelos rins.Consequentemente, a maioria dos fármacos lipofílicos é metabolizada a produtos mais polares, que são então eliminados na urina. O metabolismo de fármacosocorre predominantemente no fígado, especialmente pelo sistema do citocromo P450 (CYP). Algumas enzimas do P450 são extra-hepáticas e desempenham função importante na biossíntese.
FLUXOGRAMA
REFÊRENCIA BIBLIOGRAFICA
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