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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Nutrição no Curso da Vida II 2017/02 Profª Roberta L. Taglietti Comumente estado nutricional tem sido conceituado como “condição de saúde” de um indivíduo influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”. Estado resultante do equilíbrio entre o suprimento de nutrientes de um lado e do gasto do organismo do outro. Estado Nutricional Consumo Alimentar Necessidades Nutricionais Estado Nutricional Insuficiência de consumo Normalidade Nutricional Excesso ou Desequilíbrio Consumo Desnutrição, anemia, hipovitaminose, cárie dental, outras carências Obesidade, diabetes, dislipidemias, hipertensão, DCNT Vasconcelos, 2007 Estado Nutricional Fatores Fisiopatológicos Comportamento Alimentar Fatores Emocionais Fatores Socio- Econômicos Fatores Culturais/ Religiosos Ingestão de Alimentos Ingestão de Nutrientes Saúde do Indivíduo Fatores determinantes do EN Risco nutricional é qualquer situação em que há a presença de fatores, condições ou diagnósticos que possam afetar o estado nutricional do indivíduo. É a presença de fatores que podem prejudicar o EN, pode ser pelo aumento das necessidades em virtude de estresse metabólico ou devido uma condição clínica que impeça a ingestão e/ou absorção alimentar normal. O déficit nutricional está relacionado ao aumento da ocorrência de infecções, úlceras por pressão e consequentemente morbimortalidade. Também se relaciona com o aumento do tempo e número de internações. Risco Nutricional (Rossi et al.,2008) Perda ou ganho de peso não intencional > 10% do usual dentro de 6 meses; Perda de peso não intencional > 5% do usual em um mês; Peso atual 20% acima ou abaixo do ideal; Fatores Indicativos de RN Presença de doença crônica; Requerimentos metabólicos aumentados; Ingestão alimentar insuficiente por + de 7 dias(alteração na capacidade de ingestão e absorção). Fatores Indicativos de RN É o primeiro passo da AN; É o processo de identificação das características associadas a problemas nutricionais; Tem o objetivo de identificar indivíduos desnutridos ou em risco nutricional; É aplicada a um grupo ou população (pacientes internados, pacientes ambulatoriais e atendimento domiciliar) ; Os indivíduos identificados como em risco nutricional pela triagem devem ser submetidos à avaliação nutricional para classificar seu estado nutricional e planejar a terapia. Triagem Nutricional Envolve a participação voluntária do paciente e/ou familiares. Normalmente utiliza-se um formulário que permite a estimativa do risco nutricional. Triagem Nutricional Conceito A avaliação do estado nutricional têm por objetivo identificar os distúrbios nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo e/ou coletividade. Avaliação do Estado Nutricional A avaliação nutricional é o ponto de partida para o atendimento nutricional, independentemente da área em que o nutricionista esteja inserido. Avaliação Nutricional Permite IDENTIFICAR os distúrbios nutricionais, possibilitando uma INTERVENÇÃO adequada de forma a auxiliar na RECUPERAÇÃO e/ou MANUTENÇÃO do estado de saúde do indivíduo e/ou coletividade. Avaliação Nutricional Avaliação Nutricional Interpretação de múltiplos fatores Diagnóstico Nutricional Planejamento Dietético Monitoramento Nutricional É um método sistemático de resolução de problemas, consiste nos seguintes passos: a)Triagem Nutricional b) Avaliação Nutricional c) Diagnóstico Nutricional d) Intervenção Nutricional e) Monitoramento f) Avaliação dos resultados Processo da Avaliação Nutricional Utiliza informações obtidas na triagem nutricional; Dá continuidade e aprofundamento aos dados coletados; Adiciona dados mais profundos e extensivos, determinando o grau do problema nutricional. Ferramenta mais profunda e completa que a triagem !!!! Avaliação Nutricional Anamnese Dados pessoais Condições socioeconômicas História clínica Avaliação dietética Avaliação antropométrica Exame físico/clínico Avaliação bioquímica Conduta nutricional Avaliação Nutricional Métodos de Avaliação Nutricional Métodos Indiretos/Subjetivos • ASG • Exame Clínico/Físico\ Semiologia Nutricional Métodos Diretos/Objetivos • Inquéritos Alimentares Antropometrias • Exames Bioquímicos CUPPARI, 2014 CUIDADO! Diretos Indiretos Complementares entre si Nenhum método é suficiente por si só Devem ser interpretados em conjunto Avaliação Nutricional ANTROPOMETRIA Nutrição no Curso da Vida II 2017/02 Profª Roberta L. Taglietti Antropometria Segundo Jelliffe (1968), a antropometria se constitui em um método de investigação científica em nutrição que “se ocupa de medir variações das dimensões físicas e da composição global do corpo humano em diferentes idades e em distintos graus de nutrição”. Antropometria Origem –grega Anthropo – homem Metry – medida A antropometria envolve a obtenção de medidas físicas de um indivíduo para relacioná-las com um padrão que reflita o seu crescimento e seu desenvolvimento. Medidas Antropométricas Medidas antropométricas são de grande importância para a avaliação do estado nutricional de indivíduos. Antropometria: permite avaliar o crescimento e a composição corporal. Composição corporal: é possível mensurar os dois principais compartimentos: Tecido adiposo Tecido Muscular Medidas Antropométricas CUPPARI, 2014 CUPPARI, 2014 Métodos para Avaliação da Composição Corporal Diretos: Dissecção de cadavers. Apesar de muito indicado para avaliação dos components corporais, não é um método que podemos utilizar, por questões éticas. Indiretos: Físico-químicos (excreção de creatinina); Imagens (tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultra-sonografia, densitometria óssea); Pesagem hidrostática (densidade componentes corporais); Pletismografia (câmara – volume antes e depois). Duplamente Indiretos: Bioimpedância; antropometria (estatura, medidas de massa, perímetros, espessura de drobra cutânea, etc) Métodos para Avaliação da Composição Corporal Desvantagens Indiretos: “padrão ouro” Gasta muito tempo para uma única determinação Difícil aplicação Equipamentos de alto curto Precisa de pessoal técnico Duplamente Indiretos: Não invasivo Rapidez na coleta Baixo custo/ Facilidade de interpretação Antropometria Medidas antropométricas mais utilizadas Peso Estatura Dobras Cutâneas Circunferências Antropometria Destaca-se a incapacidade de detectar alterações recentes no estado nutricional e identificar deficiências específicas de nutrientes. PESO O peso corporal representa a somatória de todos os componentes corporais e reflete o equilíbrio protéico- energético do indivíduo, ou seja, seu estado nutricional. Medida antropométrica mais utilizada. Antropometria/Peso Peso corporal é um importante parâmetro de avaliação nutricional – já que perdas ponderais graves estão associadas com o aumento da taxa de morbidade e mortalidade dos pacientes. Mudanças no peso refletem alterações no equilíbrio entre ingestão e consumo de nutrientes. Antropometria/Peso Peso atual – deve ser obtido em uma balança calibrada de plataforma mecânica ou eletrônica, sendo que o indivíduo deverá posicionar-se em pé, no centro da balança, com o peso corporal igualmente distribuído entre os pés, com roupas leves e preferencialmente sem sapatos. A pessoa deve ser pesada com um mínimo de roupa possível, retirar todos os ornamentos e objetos do bolso, ex: chaves. O uso de balanças do tipo balança de banheiro NÃO é recomendado pois não apresenta precisão. Antropometria/Peso Aferindo a massa corporal/Peso Balança eletrônica Balança mecânica/manual Balança de banheiro Peso habitual/usual: éutilizado como referência na avaliação das mudanças de peso. Pode-se verificar se a perda de peso é significativa em relação ao tempo em que ocorreu (se não há registros). Antropometria/Peso Peso ideal ou teórico (PI ou PT): é aquele peso que o indivíduo deveria ter de acordo com idade, sexo, altura e estrutura óssea. O método mais utilizado para o cálculo é a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) médio. (IMC médio F=21kg\m ² M=22kg\m²) Baixo peso: utilizar limite mínimo 18,5kg/m² Sobrepeso: utilizar limite máximo 24,99kg/m² Eutróficos: Não é necessário calcular peso ideal, mas se for calcular: calcular peso ideal no limite mínimo e máximo e dividir por dois para obter peso médio ideal. PI = Altura (m²) x IMC médio Antropometria/Peso Após a obtenção do peso atual e do peso ideal, é realizada a adequação do peso. A adequação do peso indicará quanto adequado ou inadequado está o peso atual do indivíduo em relação ao peso ideal. A adequação é realizada a partir da fórmula: Adequação do peso (%) = peso atual x 100 peso ideal Antropometria /Adequação de Peso Tabela 1: Classificação do Estado Nutricional de acordo com a adequação do peso Adequação do peso % Estado Nutricional ≤ 70 Desnutrição grave 70,1 a 80 Desnutrição moderada 80,1 a 90 Desnutrição leve 90,1 a 110 Eutrofia 110,1 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade Fonte: Blackburn; Thornton, 1979 apud Cuppari, 2005. Antropometria /Adequação de Peso Quando a adequação do peso for inferior a 85% ou superior a 115%, o peso ideal deve ser calculado usando-se a fórmula de ajuste de peso ideal, já que o peso ajustado é o que melhor se correlaciona com a massa metabolicamente ativa desses indivíduos: Este ajuste é utilizado também para pacientes com IMC superior a 27 Kg/m². Nestes casos, o peso ideal deve ser calculado com o limite máximo do IMC Antropometria /Ajuste do Peso Ideal Ajuste de peso ideal=(PA-PI)X0,25+PI ESTATURA Segunda medida mais tradicional; Expressa a dimensão longitudinal ou linear do corpo humano; Para medir a estatura poderá se utilizar um estadiômetro ou uma fita métrica inelástica com capacidade de até 150cm e precisão de 0,5cm; Esta fita ou o estadiômetro deverão ser fixados junto à parede reta, lisa, sem rodapé e que forme ângulo reto com o piso; Também se pode utilizar os estadiômetros acoplados na própria balança. Antropometria/Estatura Metodologia de Aferição Os pés devem estar juntos, com os calcanhares, nádegas e ombros encostados na barra escalonada do estadiômetro ou na parede. Os pés devem formar um ângulo reto com as pernas. Os ossos internos dos calcanhares devem se tocar. A pessoa deve estar ereta, sem esticar ou encolher a cabeça e o tronco, olhando para a frente, fazendo com que o topo da orelha e o ângulo externo do olho formem linhas paralelas ao teto. Os braços devem estar estendidos para baixo, soltos ao longo do corpo, e os pés, unidos e encostados à parede; Deve evitar adornos no cabelo, que possam interferir na medida. Antropometria/Estatura Estatura é um indicador das condições de vida de uma população, uma vez que seu déficit pode refletir inadequações de caráter crônico, de longa duração. Posição correta ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) Índice de Massa Corporal Atualmente, o IMC também é conhecido como índice de adiposidade, pois apresenta forte associação com a incidência e o fator de risco para inúmeros agravantes à saúde, como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes. Antropometria /IMC PI: IMC X Estatura² Índice de Massa Corporal Vantagens: Fácil execução, baixo custo, não invasivo, não requer comparação com curvas de crescimento, usado para avaliação individual e coletiva. Desvantagens: Massa magra e massa gorda. Correlação com proporcionalidade do corpo: indivíduos com pernas curtas terão IMC aumentado. “relacionar com outras medidas” Antropometria /IMC Antropometria/IMC Classificação IMC OMS, 1998 IMC (Kg/m²) Classificação < 16 Baixo peso grave 16-16,99 Baixo peso moderado 17-18,49 Baixo peso leve 18,5-24,99 Normal-eutrofia 25-29,99 Pré-obeso/sobrepeso 30-34,99 Obesidade I 35-39,99 Obesidade II ≥40 Obesidade III Diretriz Brasileira de Obesidade- 2016 Avaliação Nutricional Antropométrica Classificação IMC EXERCÍCIO Mulher, C.B. 28 anos. Peso atual: 74kg Estatura: 1,62m Homem, A. B. 21 anos. Peso: 85Kg Estatura: 1,89m Mulher A.R 40 anos Peso: 45 Kg Estatura: 1,65cm Calcular: IMC: PI/PT: Adequação de peso Ajuste de peso Se for necessário DOBRAS CUTÂNEAS ROSSI; CARUSO; GALANTE (2008) Antropometria/Dobras cutâneas Utilizada para estimar a gordura corporal; A espessura da dobra cutânea reflete a espessura da pele e tecido adiposo subcutâneo em locais específicos do corpo (metade ou 1/3 da gordura no tecido subcutâneo); Baixo custo, não invasivo – simples – para estimar a gordura corporal; O instrumento para aferir a gordura é o adipômetro e este deve estar calibrado. ROSSI; CARUSO; GALANTE (2008) ROSSI; CARUSO; GALANTE (2008) Dobras Cutâneas-Técnicas para aferição de dobras cutâneas Cuidados Gerais para Aferição A utilização de procedimentos padronizados como os descritos abaixo garantem a exatidão e confiabilidade das medidas: Mensure a dobra sempre que possível com o paciente em pé, com os braços relaxados e estendidos ao longo do corpo; Padronizar o lado que será utilizado para medição. É importante que o avaliador escolha um lado para aferição e mantenha-o nas demais medições (priorizar sempre lado direito); Cuidados Gerais para Aferição Identificar, medir e marcar criteriosamente o local das dobras cutâneas. Segurar firmemente a dobra, entre o polegar e o indicador da mão esquerda , a 1 cm acima do local a ser medido; Destacar a dobra (dedo polegar e indicador-mão esquerda) de modo a assegurar que o tecido muscular não tenha sido pinçado, garantido somente a medição da pele e do tecido adiposo; Dobras Cutâneas-Técnicas para aferição de dobras cutâneas Cuidados Gerais para Aferição Manter a dobra pressionada durante a aferição; Medir 4 segundos após a pressão ter sido aplicada; Abrir as hastes do adipômetro, para removê-lo do local, e fechá-lo lentamente para prevenir danos ou perda de calibragem; Dobras Cutâneas-Técnicas para aferição de dobras cutâneas Cuidados Gerais para Aferição Medir a dobra três vezes em cada local, se os valores diferirem em ± 10%, realizar medições adicionais (ideal é não diferir mais que 5%) Deve se calcular a média dos resultados obtidos ou considerar o valor intermediário. No caso de aferições de dobras em diferentes locais, sugere-se realizar as medidas de forma rotativa, em vez de leitura consecutivas em cada local. A avaliação em momentos diferentes do paciente deve ser feita pelo mesmo examinador a fim de evitar variações entre os observadores. Dobras Cutâneas-Técnicas para aferição de dobras cutâneas Dobra cutânea triciptal (DCT) É a mais utilizada na prática clínica - para o monitoramento do estado nutricional É necessário localizar com auxílio de uma fita graduada, o ponto médio entre o acrômio e o olecrano. A prega deve ser mensurada na parte posterior do braço; Os resultados são expressos em mm e comparados com o padrão estabelecido por Frisancho (1981) de acordo com o sexo e idade ou de acordo com Jelliffe (1966) FRISANCHO,1990 FRISANCHO,1990 Classificação da dobra cutânea tricipital Masculino Feminino 12,5 cm 16,5 cm Faixa de normalidade simplificada para DCT Adequação da DCT (%) = DCT obtida (mm) x 100 DCT percentil 50 DCT percentil 50 –tabela Frisancho Exemplo: Mulher de 20 anos com DCT de 25 mm Homem de 30 anos com DCT de 12 mm Adequação da dobra cutânea tricipital Dobra cutânea bicipital Aferição deve ser feita no mesmo nível da DCT e circunferência braquial, na parte anterior do braço, no ponto de maior circunferência aparente do ventre musculardo bíceps; A DCB é utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; Dobra cutânea bicipital Dobra cutânea do tórax ou peitoral (DCP) É recomendada tanto para homens como para mulheres É aferida a 1 cm abaixo da dobra axilar anterior É uma medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres. É importante certificar-se de que o tecido mamário não tenha sido pinçado junto com o tecido adiposo Utilizada em algumas equações para avaliação de gordura corporal Dobra Cutânea Subescapular A medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. O avaliador deve apalpar a escápula até a localização do ângulo inferior, neste ponto a dobra deve ser destacada na diagonal. FRISANCHO,1990 Classificação da dobra cutânea subescapular Dobra Cutânea Axilar Média É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. Dobra Cutânea Suprailíaca É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. 2cm acima da crista ilíaca É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida. Em pacientes acamados a medida pode ser realizada na posição supina. Dobra Cutânea Abdominal É medida aproximadamente a dois a três centímetros lateral e um cm inferior da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal. A aferição deve ser feita horizontalmente, segurando-se a dobra cutânea com a mão esquerda e o aparelho com a direita. Dobra Cutânea da Coxa É medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femoral a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo proposta por Guedes (1985) e na metade desta distância segundo Pollock & Wilmore (1993). Para facilitar o pinçamento desta dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semi-flexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo. Dobra Cutânea Panturrilha Medial Para a execução desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia. Dobras mais utilizadas DCT DCSE DCB DCSI Antropometria/Dobras Cutâneas Somatório das quatro dobras: Resultado dessa soma, ou o valor mais próximo, deverá ser encontrado na primeira coluna da tabela seguinte. DCT +DCB+DCSE+DCSI FRISANCHO,1990 Classificação dos valores de referência para percentuais de gordura corporal, de acordo com o gênero Gordura Corporal (%) Classificação Homens Mulheres Risco de doenças e distúrbios associados à desnutrição ≤ 5 ≤8 Abaixo da média 6-14 9-22 Média 15 23 Acima da média 16-24 24-31 Risco de doenças associadas à obesidade ≥ 25 ≥ 32 Exemplo: Sexo feminino- 32 anos DCT: 20mm DCB: 18mm DCSE: 21mm DCSI: 19mm CIRCUNFERÊNCIAS ROSSI; CARUSO; GALANTE (2008) ROSSI; CARUSO; GALANTE (2008) ROSSI; CARUSO; GALANTE (2008) Circunferências Orientações Gerais As medidas das circunferências sozinhas ou em combinação com as dobras cutâneas são medidas de crescimento e podem indicar o estado nutricional e o padrão de gordura corporal; Existem vários pontos importantes e comuns nas técnicas de medidas das circunferências corporais, tais como: uso da fita métrica inextensível e não elástica, realização de medidas seriadas pelo mesmo observador, cuidados para evitar compressão do tecido adiposo subcutâneo no momento da medição e posicionamento correto da fita, não deixar o dedo entre a fita e o dedo Circunferência do braço (CB) É utilizada para estimar a proteína somática e o tecido adiposo. Embora possa ser considerada uma medida independente, frequentemente é combinada com a dobra cutânea tricipital para cálculo da circunferência muscular do braço e a área muscular e adiposa do braço. Para esta medida o indivíduo deve estar de pé com o braço relaxado na lateral do corpo e a palma da mão voltada para a coxa. É necessário localizar com auxílio de uma fita graduada, o ponto médio entre o acrômio e o olécrano com o braço flexionado junto ao corpo, formando um ângulo de 90º A fita métrica deve ser colocada em torno do ponto médio do braço e os valores comparados com a referência. Circunferência do braço (CB) FRISANCHO,1990 Classificação da circunferência do braço Adequação do CB pode ser determinada por meio da equação a seguir e o estado nutricional classificado de acordo com o quadro a seguir. Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100 CB percentil 50 Adequação da circunferência do braço Classificação adequação circunferência do braço Circunferência muscular do braço (CMB) Avalia a reserva de tecido muscular Os valores obtidos da CB e da DCT são utilizados para calcular a CMB, por meio do seguinte cálculo: CMB (cm) = CB (cm) – {DCT (mm) x 0,314} Onde: CMB = circunferência muscular do braço CB= circunferência do braço (cm) DCT = dobre cutânea tricipital (mm) Para a interpretação dos resultados pode-se usar a tabela de Frisancho (1981) ou a faixa de normalidade simplificada Tabela 1 FRISANCHO,1990 FRISANCHO,1990 Tabela 1. Classificação do estado nutricional individual, de acordo com os percentis de Frisancho Percentil (P) Classificação < P5 Deficiência de massa magra P5 – P10 Baixa massa magra P10 – P90 Eutrofia P 90 Obesidade ou musculatura desenvolvida Classificação circunferência muscular do braço Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100 CB percentil 50 O cálculo de adequação pode ser realizado por meio da fórmula a seguir e o estado nutricional classificado de acordo com o quadro 3. Área muscular do braço corrigida (AMBc) Avalia a reserva de tecido muscular corrigindo a área óssea Interpretação dos resultados é utilizada a tabela de Frisancho (1981) Cálculo da AMB: AMB (cm²) = (CMB)² 4 x π Avaliação Nutricional Antropométrica AMBc (cm²) = AMB - área osso Osso feminino: 6,5cm2 Osso masculino: 10cm2 AMB= área muscular do braço em cm ao quadrado CMB = circunferência muscular do braço em cm π = 3,14 FRISANCHO,1990 Área muscular do braço corrigida (AMBc) Classificação do estado nutricional individual, de acordo com os percentis de Frisancho Percentil (P) Classificação < P5 Deficiência de massa magra P5 – P10 Baixa massa magra P10 – P90 Eutrofia > P 90 Obesidade ou musculatura desenvolvida Classificação Área Muscular do Braço (AMBc) Mulher- 22 anos: CB: 28cm DCT: 20mm Calcule/Classifique: CB, adequação da CB, CMB, adequação da CMB, AMBc Circunferência da Panturrilha /Coxa/Punho Coxa: Indicador de massa magra ou adiposidade Punho: Indicador de crescimento. Aliada à estatura, fornece tamanho da ossatura. Avaliação Nutricional Antropométrica Circunferência da Panturrilha Para a execução desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A circunferência deve ser feita no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia. Indica mudançasde massa livre de gordura que ocorre com a idade e com diminuição de atividade física. Circunferência da cintura, do quadril e abdominal (CC, CQ e CA) A concentração de gordura abdominal, independente da gordura total, é um fator de risco para doenças cardiovasculares e DM; Esta medida pode ser usada antes e durante o tratamento para a perda de peso; Em casos de pacientes com ascite ou viscero-megalias, esta circunferência é usada como um parâmetro de avaliação individual do paciente; Tipos de Obesidade A maneira como a gordura corporal se distribui no corpo é um importante fator para a determinação do risco individual de várias doenças: Andróide: aquela localizada na região central e mais específica para homens- . Ginóide: gordura mais localizada nos quadris e coxas e mas específicas para mulheres. A gordura visceral (intra-abdominal) é um fator de risco, independente da quantidade de gordura total; TIPO DE OBESIDADE Dois tipos físicos específicos foram descritos com base na distribuição da gordura corporal Maçã Pêra (andróide) (ginóide) Circunferência da cintura É a medida do ponto médio da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, no sentido horizontal, ao final de uma expiração normal, sem compressão da pele (OMS). Importante indicador de adiposidade visceral e subcutânea; também correlaciona-se fortemente com o perímetro quadril, podendo indicar predisposição individual a enfermidades como diabetes e doenças cardiovasculares. Circunferência da cintura cm Circunferência da cintura Circunferência abdominal É determinada a redor da protuberância anterior máxima do abdômen, geralmente ao nível da cicatriz umbilical. Indicador de adiposidade subcutânea e visceral. Circunferência abdominal Fonte: Diretrizes Brasileiras de Obesidade, 2009/2010 Circunferência do quadril É determinada no nível de maior protuberância posterior dos glúteos, no plano horizontal. Relação cintura-quadril - RCQ Utilizada com frequência para identificar a deposição de gordura na região abdominal, pois consiste em medida simples e de baixo custo para a população Este índice parece ter um alto poder de predição das DCNT, sendo uma boa justificativa para a inclusão de tal relação nas rotinas de avaliação nutricional Relação cintura quadril = circunferência da cintura (cm) circunferência do quadril(cm) Relação cintura/quadril Homem ≥ 1 cm risco aumentado Mulheres ≥ 0,85 cm risco aumentado http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/obs_and.gif&imgrefurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/coracaoobeso.htm&h=267&w=257&sz=8&hl=pt-BR&sig2=S2xho38Fce1JrHFs22mJAw&start=57&tbnid=RbMqj1aQic2zYM:&tbnh=113&tbnw=109&ei=qNQuRZL5BqmaadTP0JcM&prev=/images%3Fq%3Dobesidade%26start%3D42%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DN http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/obs_and.gif&imgrefurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/coracaoobeso.htm&h=267&w=257&sz=8&hl=pt-BR&sig2=S2xho38Fce1JrHFs22mJAw&start=57&tbnid=RbMqj1aQic2zYM:&tbnh=113&tbnw=109&ei=qNQuRZL5BqmaadTP0JcM&prev=/images%3Fq%3Dobesidade%26start%3D42%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DN http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/obs_gin.gif&imgrefurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/coracaoobeso.htm&h=267&w=257&sz=16&hl=pt-BR&sig2=ISNDSviyxcNrgYwC1ssRkg&start=54&tbnid=1HnSYCBVlQqwRM:&tbnh=113&tbnw=109&ei=qNQuRZL5BqmaadTP0JcM&prev=/images%3Fq%3Dobesidade%26start%3D42%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DN http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/obs_gin.gif&imgrefurl=http://www.nutriweb.org.br/n0201/coracaoobeso.htm&h=267&w=257&sz=16&hl=pt-BR&sig2=ISNDSviyxcNrgYwC1ssRkg&start=54&tbnid=1HnSYCBVlQqwRM:&tbnh=113&tbnw=109&ei=qNQuRZL5BqmaadTP0JcM&prev=/images%3Fq%3Dobesidade%26start%3D42%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DN Bioimpedância Elétrica CUPPARI, 2014 A medida de bioimpedância elétrica é a medida e o resultado da resistência oferecida pelos tecidos corporais à passagem de uma corrente elétrica, que não é capaz de determinar alterações fisiológicas; Portanto a bioimpedância elétrica é utilizada para determinar a água corporal total e, posteriormente estimar a massa livre de gordura e o percentual de gordura; Bioimpedância Elétrica O método utiliza quatro pequenos eletrodos aplicados na mão e punho direitos e no tornozelo e pé direitos. O aparelho é conectado aos dois pares de eletrodos onde uma corrente de baixa voltagem é passada pelo corpo, sendo medidas a resistência e a reactância elétrica; Bioimpedância Elétrica Bioimpedância Elétrica CUPPARI, 2014 Bioimpedância Elétrica CUPPARI, 2014 Os valores obtidos combinados com a altura, peso e sexo, possibilitam o cálculo de compartimentos corporais; Limitações foram descritas, sendo a principal fonte de erro associada a fatores que alteram o estado de hidratação do indivíduo: alimentação, bebidas , uso de determinados medicamentos, desidratação e exercícios físicos; Bioimpedância Elétrica Apesar da rapidez na obtenção do resultado, a utilização da bioimpedância elétrica requer que seja observados diversos cuidados anteriores a sua aplicação, para não inviabilizar seu emprego: Bioimpedância Elétrica Consumo de álcool, cafeína e medicação diurética, essas substâncias têm ação diurética no organismo, causando uma superestimativa no valor de bioresitência medido e consequentemente, na gordura percentual. Atividade física a sudorese provocada pela prática de exercícios físicos tem efeito diurético, além de alterar a temperatura da pele e influenciar na leitura da biorresistência. Ingestão de alimentos próxima ao teste: modifica o peso corporal do indivíduo avaliado. Período do ciclo menstrual: perda de líquido orgânico, retenção hídrica Bioimpedância Elétrica Antes do teste alguns cuidados devem ser tomados: Jejum de pelos menos 4 horas antes do teste; Não fazer exercícios antes de 12 hs do teste; Urinar pelo menos 30min antes do teste; Não consumir álcool antes de 48 hs do teste; Não tomar medicamentos diuréticos a menos de 7 dias do teste; Pacientes do sexo feminino com retenção de líquido durante o ciclo menstrual (não realizar BIA) - Bioimpedância Elétrica Observações para a aferição Pedir para o paciente retirar os sapatos e meias; Retirar materiais metálicos (jóias, correntes, relógios...); Deitá-lo na maca e afastar os braços do corpo e pernas uma da outra. Os braços devem estar separados do tronco em um ângulo de 30° e pernas a 45° (em obesos usar material isolante entre as pernas e braços, como toalhas). A pele deve ser limpa com álcool e não deve conter lesões. Os eletrodos devem ser bem posicionados, ao mesmo lado do corpo Bioimpedância Elétrica REFERÊNCIAS DUARTE, Antonio Cláudio. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007. ROSSI, Luciana; CARUSO, Lúcia; GALANTE, Andrea Polo (Orgs.). Avaliação nutricional: novas perspectivas. 1. ed. São Paulo: Roca, 2009. CUPPARI, Lilian (Coord.). Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. 3. ed. Barueri: Manole, 2014.
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