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AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL NO ADULTO E NO IDOSO Prof. Alex Camara Disciplina: Nutrição do Adulto e Idoso O QUE É ESTADO NUTRICIONAL? QUAIS FATORES PODEM INFLUÊNCIÁ-LO? QUAIS PARÂMETROS PODEMOS UTILIZAR PARA MENSURAR E CLASSIFICAR O ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOS E IDOSO? Estado Nutricional (EN) “Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas através de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos” Martins, 2009 Estado Nutricional (EN) AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM ADULTOS ✓Identificar situações de risco ou de distúrbios nutricionais já estabelecidos (obesidade ou desnutrição); ✓Estabelecer as necessidades nutricionais individualizadas; ✓Estabelecer a via mais adequada para a terapia nutricional; ✓Monitorar a terapêutica proposta. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS ✓ Deve detectar precocemente a desnutrição, que possui relação estreita com a morbimortalidade; ✓ Deve considerar as particularidades da população idosa; ✓Estabelecer as necessidades nutricionais individualizadas; ✓Estabelecer a via mais adequada para a terapia nutricional; ✓Monitorar a terapêutica proposta. MÉTODOS SUBJETIVOS ✓ Combinado com outras componentes da avaliação nutricional, pode fornecer evidências de deficiências nutricionais ou piora da capacidade funcional (SBNPE; ASBRAN, 2011); ✓ Deve ser realizado DIARIAMENTE na rotina hospitalar (INCA, 2016); ✓ Podem auxiliar na definição da terapêutica nutricional mais adequada para cada indivíduo (avaliação da cavidade oral, do trato digestório, dos compartimentos musculares) → SEMPRE EM CONJUNTO COM OUTROS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO... EXAME FÍSICO MÉTODOS OBJETIVOS COMPOSIÇÃO CORPORAL AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA ANTROPOMETRIA WANG, 1992 Antropometria ANTROPOMETRIA TÉCNICAS PARA MEDIR O TAMANHO CORPORAL E SUAS PROPORÇÕES Balança antropométrica Balança digital Fita métrica Harpenden Cescorf Lange Sanny Fillizola Welmy Adipometros Antropometria VANTAGENS DESVANTAGENS Antropometria VANTAGENS DESVANTAGENS ✓ Simples; ✓ Seguro; ✓ Boa acurácia; ✓ Não invasivo; ✓ Baixo custo. ✓ Não detecta alterações nutricionais agudas; ✓ Não detecta deficiências específicas. Considerar fatores como idade, gênero, área demográfica, estado patológico Método duplamente indireto: Medidas Antropométricas ✓ são as mais utilizadas na determinação dos componentes da composição corporal; ✓ são um conjunto de medidas que fornecem, de forma rápida e objetiva, informações a respeito dos compartimentos corporais - particularmente gordura e músculo. Kamimura et al, 2005 Antropometria PESO CORPORAL ESTATURA ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) DOBRAS CUTÂNEAS Peso Corporal ✓ Soma de todos os compartimentos corporais, que reflete equilíbrio protéico-energético do indivíduo; ✓ Deve ser aferido com o indivíduo ereto, pés paralelos e descalços, no centro da balança, de costas para o mostrador, com as mãos posicionadas ao longo do corpo e palmas voltadas para direção do corpo (WHO, 1995); ✓ Limitações: pacientes acamados; grau de hidratação; edema; ascite; diálise; ✓ Perdas ponderais graves→Maior taxa de morbimortalidade; PESO CORPORAL 1º Passo O paciente deve estar descalço e vestindo roupas leves. 2º Passo Posicionar o paciente no centro da balança. 3º Passo Verificar se o paciente está em posição ereta, com o peso distribuído em ambos os pés. 4º Passo Realizar a leitura do peso (esperar estabilizar). 5º Passo Registrar o peso corporal em kg, com três dígitos (00,0), imediatamente após leitura. 6º Passo Repetir os procedimentos 7º Passo Registrar o segundo valor obtido. 8º Passo Calcular a média dos resultados obtidos e registra Peso Corporal AFERIÇÕES ✓ PESO ATUAL (PA); ✓ PESO USUAL (PU): impossibilidade de aferição do peso atual; ✓ PESO IDEAL OU TEÓRICO: é utilizado para calcular as necessidades calórico proteicas quando o paciente está restrito ao leito e não se dispõe de cama balança no setor para a obtenção da altura e do peso atual, e o paciente ou familiar não informam a altura e o peso usual. PT = IMC MÉDIO X (ESTATURA)2 Augusto ALP, 2009 Peso Corporal AFERIÇÕES ✓ PESO AJUSTADO (PAjust): Peso ideal corrigido para determinação das necessidades nutricionais quando a adequação do peso atual é < 95% ou > 115%: → Peso ajustado para obesidade (Shills, 1998; Cuppari, 2002) Pajust = (peso ideal-peso atual) x 0,25 + peso atual → Peso ajustado para desnutrição (Frankenfield et al., 2003) Pajust = (peso atual - peso ideal) x 0,25 + peso atual Peso Corporal ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL ✓ PESO CORRIGIDO (PCor): utilizado para pacientes amputados: PCor = PESO IDEAL – PESO ESTIMADO DA PARTE AMPUTADA Peso Corporal ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL ✓ PESO ESTIMADO Peso Corporal ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL ✓ PESO ESTIMADO Peso Corporal ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL ✓ PESO SECO: utilizado quando há presença de edema. Peso Corporal cESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL ✓ % DE PERDA DE PESO CORPORAL: correlaciona-se com mortalidade. É uma ferramenta de intervenção diagnóstica. É utilizado como referência nas mudanças recentes de peso ou quando não há possibilidade de se medir o peso atual. ASPEN, 1993 Classificação da perda de peso com relação ao tempo Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%) 1 semana 1 a 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Blackburn e Bistrian (1977) Calcule a perda de peso (PP%) nos últimos 6 meses • PP% = (PU – PA) : PU x 100 • Caso Clínico: O peso atual de XX é 53kg e seu peso usual é 61kg. XX relatou que começou a perder peso aproximadamente há 3 meses. Calcule o %PP e classifique se houve perda significativa ou grave em 6 meses. Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%) 1 semana 1 a 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Resposta: • PP% = (PU – PA) : PU x 100 • Exemplo: O peso atual de XX é 53kg e seu peso usual é 61kg. XX relatou que começou a perder peso aproximadamente 3 meses. Calcule o %PP % PP = (PU – PA) ÷ PU x 100 % PP = (61 - 53) ÷ 61 x 100 % PP = (8 ÷ 61) x 100 % PP = 0,13 x 100 % PP = 13 % - A perda de peso de XX foi 13% - PERDA GRAVE DE PESO. Peso Corporal % DE PERDA DE PESO E PERDAS PROTEICAS Thibault, 2012 Peso Corporal % DE PERDA DE PESO E MORTALIDADE Perda de peso associada com maior mortalidade por qualquer causa quando comparada ao peso estável. Dados conflitantes em relação a mortalidade câncer- específica. Sobrepeso e obesidade Peso Corporal % DE PERDA DE PESO E MORTALIDADE Peso adequado Perda moderada de peso (5 a 10%) foi associada a um aumento da mortalidade por todas as causas em sobreviventes de câncer sem excesso de peso Estatura ✓ É mensurada através de estadiômetro acoplado à balança, com marcador considerando o ponto mais alto da cabeça, ao final de uma inspiração profunda, com a participante em pé, com os pés paralelos e posição da cabeça em formação de ângulo reto em relação ao pescoço e olhar voltado para um ponto fixo (WHO, 1995); ✓ Limitações: pacientes acamados; idosos. ESTATURA Estatura OUTRAS FORMAS DE AFERIÇÃO DA ESTATURA ✓ ESTATURA RECUMBENTE: para a tomada da estatura recumbente coloca-se o paciente em posição supina (deitado de costas), com o leito em posição horizontal completa. Em seguida, faça marcas no lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé (lado direito); finalize medindo as marcas com uma fita métrica (Martins, 2010); ✓ EXTENSÃO DO BRAÇO (envergadura do braço) – essa medida pode ser tomada com o indivíduo na horizontal, aferindo a distância entre os dáctilos maiores. No caso de utilizar a semienvergadura do braço (medir da incisura jugular do esterno ao dáctilo maior de qualquer um dos braços), multiplicar o valor por dois.Estatura ESTIMATIVAS DA ESTATURA ✓ EQUAÇÕES PARA ESTIMATIVA DA ESTATURA Estatura ESTIMATIVAS DA ESTATURA → COMO MENSURAR A ALTURA DO JOELHO (AJ)? ✓ Técnica: o indivíduo deve estar sentado. Dobra-se a perna esquerda de modo a formar um ângulo de 90º com o joelho. Posicionar a base do antropômetro no calcanhar do pé esquerdo. Estender o cursor do antropômetro paralelamente à tíbia até a borda superior da patela (rótula do joelho). Obter pelo menos duas medidas sucessivas, as quais deverão ter variação máxima de 5 mm. Se o valor obtido for superior a isto, realizar a terceira medida. Lohman et al., 1988 VANTAGENS DESVANTAGENS Índice de Massa Corporal VANTAGENS DESVANTAGENS ✓ Simples; ✓ Baixo custo; ✓ Estima tecido adiposo; ✓ Importante indicador de EN em populações; ✓ Boa relação com processo saúde-doença. ✓ Não distingue perdas de massa gorda x massa magra; ✓ Mascarado por estado de hidratação e grandes massas tumorais; ✓ Sofre variação de acordo com idade e gênero; ✓ Não se associam à prognóstico. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) WHO, 1998 CLASSIFICAÇÃO ADULTOS ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) - IDOSOS OPAS, 2002 CLASSIFICAÇÃO IDOSOS ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) IMC E COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS E INFECCIOSAS Mahdi et al. (2015) demonstraram que pacientes com obesidade grau III apresentaram maiores taxas de complicações cirúrgicas e infecciosas em 30 dias em comparação com as não-obesas. Além disso, o tempo de cirurgia também foi maior entre as obesas grau III. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) IMC E MORTALIDADE Em relação à mortalidade por qualquer causa, foi demonstrada uma elevação do risco em 9,2% quando ocorreu o aumento do IMC em 10%. Já a mortalidade específica por câncer e sobrevida livre de doença, entretanto, permaneceram conflitantes. ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) IMC E MORTALIDADE Smits et al. (2015), em revisão sistemática com metanálise → mulheres com IMC ≥ 40 kg/m2 apresentaram pior função física em comparação com aquelas com IMC inferior. Shisler et al.(2018), em outra revisão sistemática, reportaram que a obesidade esteve associada à pior QV e função física. DOBRAS CUTÂNEAS VANTAGENS DESVANTAGENS DOBRAS CUTÂNEAS VANTAGENS DESVANTAGENS ✓ RELATIVAMENTE (?) simples; ✓ Menos invasivo; ✓ Estima gordura corporal por tecido adiposo subcutâneo. ✓ Variabilidade das medidas: espessura da pele e compressibilidade do tecido adiposo (idade), manuseio (avaliador), grau de hidratação (edema); ✓ Habilidade do avaliador requer muito tempo de prática; ✓ Dificuldade de comparação inter- avaliador. ✓ A dobra sempre é levantada perpendicularmente ao local de superfície a ser medido; ✓ Todas as medidas são baseadas supondo-se que os antropometristas são destros. O adipômetro deve ser segurado com a mão direita enquanto a dobra cutânea é levantada com a mão esquerda; ✓ Caso o antropometrista seja não destro e não tenha habilidade de segurar o adipômetro com a mão direita, segure o adipômetro com a mão esquerda (mão dominante) e tracione a dobra com a mão direita. Isto não alterará os resultados das medida; Lohman et al., 1988 DOBRAS Dobras cutâneas ✓ Deve-se cuidar para que apenas a pele e o tecido adiposo sejam separados; ✓ Erros de medidas são maiores em dobras cutâneas mais largas/espessas; ✓ A prega é mantida tracionada até que a medida seja completada; ✓ A medida é feita, no máximo, até 4 segundos após feito o tracionamento da dobra cutânea. Se o adipômetro exerce uma força por mais que 4 segundos em que o tracionamento é realizado, uma medida menor será obtida em função do fato de que os fluidos teciduais são extravasados por tal compressão; ✓ Realizar no mínimo duas medidas: se os valores diferirem em mais de 10%, realizar a terceira medida. Lohman et al., 1988 TÉCNICA Dobra Cutânea Triciptal (DCT) Lohman et al., 1988 TÉCNICA ✓ Medida mais utilizada para monitoramento do EN; ✓ É medida no mesmo ponto médio localizado para a medida da circunferência braquial. O indivíduo deve estar em pé, com os braços estendidos confortavelmente ao longo do corpo. O adipômetro deve ser segurado com a mão direita; ✓ O examinador posiciona-se atrás do indivíduo. A dobra cutânea tricipital é tracionada com o dedo polegar e indicador, aproximadamente 1 cm do nível marcado e as extremidades do adipômetro são fixadas no nível marcado DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL Dobra Cutânea Triciptal (DCT) ✓ Avaliam a reserva de gordura corporal; Frisancho, 1990 % DE ADEQUAÇÃO DA DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL (DCT) Blackburn; Thornton, 1979 (Adaptado) ✓ Compara a DCT atual à recomendada (percentil 50) para a idade. Lohman et al., 1988 TÉCNICA Lohman et al., 1988 TÉCNICA ✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; ✓ É medida segurando-se a dobra na vertical, na face anterior do braço, sobre o ventre do bíceps (o ponto a ser marcado coincide com o mesmo nível da marcação para a aferição da circunferência do braço / dobra cutânea tricipital); ✓ Lembrar que a palma da mão deve estar voltada para cima. A dobra é levantada verticalmente 1 cm superior à linha marcada (que junta a face anterior do acrômio e o centro da fossa antecubital). ✓ As extremidades do adipômetro são posicionadas na linha marcada. O antropometrista deve posicionar-se de frente ao avaliado; ambos em pé DOBRA CUTÂNEA BICIPTAL Lohman et al., 1988 TÉCNICA Lohman et al., 1988 TÉCNICA ✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; ✓ É medida na linha axilar média imediatamente superior à crista ilíaca. O indivíduo posiciona-se em posição ereta e com as pernas fechadas. Os braços podem estar estendidos ao longo do corpo ou podem estar abduzidos levemente para melhorar o acesso ao local. ✓ Em indivíduos impossibilitados a ficarem em pé, a medida pode ser feita com o indivíduo em posição supina. Alinha-se inferomedialmente num ângulo de 45º com o plano horizontal. O compasso é aplicado a 1 cm dos dedos que seguram a dobra; DOBRA CUTÂNEA SUPRA- ÍLIACA Lohman et al., 1988 TÉCNICA Dobra Cutânea Supra-Ilíaca (DCSI) Lohman et al., 1988 TÉCNICA ✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total; ✓ O local a ser medido é justamente no ângulo inferior da escápula. Para localizar o ponto, o examinador deve apalpar a escápula, percorrendo seus dedos inferior e lateralmente, ao longo da borda vertebral até o ângulo inferior ser identificado. Em alguns avaliados, especialmente em obesos, peça gentilmente que este coloque os braços para trás, a fim de que seja identificado mais facilmente o ponto; ✓ O sujeito deve permanecer confortavelmente ereto, com as extremidades superiores relaxadas ao longo do corpo. A dobra cutânea é destacada na diagonal, inclinada ínfero-lateralmente aproximadamente num ângulo de 45º com o plano horizontal. O compasso é aplicado ínfero-lateralmente em relação ao indicador e o polegar que está tracionando a prega. DOBRA CUTÂNEA SUBESCAPULAR Dobra Cutânea Subescapular (DCSE) Lohman et al., 1988 TÉCNICA CIRCUNFERÊNCIAS E PERÍMETROS DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL (CA) ✓ A medida deverá ser feita na ausência de roupas na região de interesse. O indivíduo deve estar ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo e pernas fechadas. A medida deverá ser feita no plano horizontal; ✓ Posicione-se de frente para a pessoa. Posicione a fita métrica inelástica na maior extensão do abdome num plano horizontal (altura da cicatriz umbilical). Aperte o botão central da fita e passe a fita na parte posterior do avaliado, seguindo a extensão a ser medida, sem comprimir a pele, com a extremidade zero abaixo do valor a ser registrado. A medida é feita ao final da expiração normal. TÉCNICA Lohman et al., 1988 CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC) TÉCNICA Lohman et al., 1988 ✓ O indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado(ao final da expiração), os braços estendidos ao longo do corpo e as pernas fechadas. A medida deverá ser feita no plano horizontal; ✓ Posicione-se de frente para a pessoa e localize o ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. A fita deverá ser passada por trás do participante ao redor deste ponto; ✓ Pedir a pessoa que inspire e, em seguida, que expire totalmente. A medida deve ser feita neste momento, antes que a pessoa inspire novamente. CIRCUNFERÊNCIA DE CINTURA ✓ É um bom indicador de risco cardiovascular; ✓ Atenção: Interferências em sua medida ocasionadas por visceromegalias ou ascite/edema; ✓ Classificação de risco: WHO, 1998 CIRCUNFERÊNCIA DE CINTURA CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (CC) Aumento da CC em 10cm e a RCQ em 0,1 elevou o risco de câncer de endométrio em 27% e 21%, respectivamente. Quase inexistentes estudos que associem essas medidas com desfechos como mortalidade, ou com a QV, e os dados são conflitantes TÉCNICA Lohman et al., 1988 ✓ O indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado, os braços estendidos ao longo do corpo e as pernas fechadas; ✓ O examinador posiciona-se lateralmente ao avaliado de forma que a máxima extensão glútea possa ser vista. Uma fita inelástica deve ser passada neste nível, ao redor do quadril, no plano horizontal, sem fazer compressão. CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL RAZÃO CINTURA- QUADRIL (RCQ) Lohman et al., 1988 ✓ Associada à gordura visceral; ✓ CC é melhor marcador que RCQ (relação cintura-quadril). RAZÃO CINTURA- QUADRIL (RCQ) Zhang et al .(2017) encontraram um maior risco de mortalidade por qualquer causa entre mulheres com câncer de mama com RCQ no intervalo entre 0,81 e 0,86. TÉCNICA Lohman et al., 1988 ✓ Posicione-se atrás do avaliado. Solicite ao indivíduo que flexione o cotovelo a 90º, com a palma da mão voltada para cima. Por meio de apalpação, localize e marque o ponto mais distal do processo acromial da escápula e a parte mais distal do olécrano; ✓ Faz-se, então, uma pequena marcação do ponto médio entre estas duas extremidades. Peça ao indivíduo, que em posição ereta, relaxe o braço, deixando-o livremente estendido ao longo do corpo; ✓ O avaliado deve estar com roupas leves ou com a toda a área do braço exposta, de modo a permitir uma total exposição da área dos ombros. Com a fita métrica inelástica, fazer a medida da circunferência do braço em cima do ponto marcado, sem fazer compressão. CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) Frisancho, 1981 ✓ Bom indicador de reserva muscular; % DE ADEQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) Blackburn, 1979 ✓ Compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade. CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB) ✓ Avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea; ✓ Obtida através de valores da CB e da DCT. Frisancho, 1981 % DE ADEQUAÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) Blackburn; Thornton, 1979 (Adaptado) ✓ Compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade. TÉCNICA Lohman et al., 1988 ✓ O antropometrista posiciona-se lateralmente ao avaliado. O avaliado coloca- se em pé, com os pés afastados 20 cm um do outro, de forma que o peso fique distribuído igualmente em ambos os pés; ✓ Uma fita inelástica é colocada ao redor da panturrilha (circunferência máxima no plano perpendicular à linha longitudinal da panturrilha) e deve-se mover a fita para cima e para baixo a fim de localizar esta máxima circunferência. A fita métrica deve passar em toda a extensão da panturrilha, sem fazer compressão. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO ✓ Paciente R.L.S, 62 anos, foi matriculada recentemente em hospital oncológico de referência na cidade do Rio de Janeiro. Foi encaminhada com provável diagnóstico de câncer de endométrio, sendo iniciado o fluxo pré-operatório após exames iniciais. Após diversas consultas com a equipe multiprofissional, ela chega em seu ambulatório, para uma primeira avaliação. Na anamnese, você detecta um alto consumo de alimentos ultraprocessados, baixo consumo de frutas, legumes e verduras e poucas refeições com horários irregulares. A paciente é hipertensa, e ao verificar os exames bioquímicos mais recentes, você percebe alterações no perfil glicêmico e lipídico. a) Quais ferramentas antropométricas você utilizaria na avaliação nutricional dessa paciente? b) b) Após minuciosa avaliação, você está diante dos seguintes parâmetros: PU = 90 kg; PA = 93 kg; Estatura = 1,65m; CC = 102 cm; CQ = 115 cm. Qual é o diagnóstico nutricional dessa paciente? Composição Corporal A determinação dos componentes da composição corporal possui diversas aplicações em programas direcionados à promoção da saúde: a) identificação do risco de saúde associado com níveis excessivamente altos ou baixos da gordura corporal total; b) identificação do risco de saúde associado com o acúmulo excessivo de gordura intra- abdominal; c) monitorização de possíveis alterações da composição corporal, associadas a doenças; d) acompanhamento do crescimento, desenvolvimento, maturação e alterações da composição corporal relacionadas à idade; e) formulação de recomendações dietéticas, assim como a avaliação da efetividade das mesmas. Avaliar a composição corporal é importante na determinação da condição física, em programa de emagrecimento ou na prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas sendo importante pela sua relação com o estado de saúde, dado ser indiscutível que tanto o excesso de gordura corporal, como o déficit de massa magra apresentam relação direta com risco para o aparecimento ou o agravamento de condições desfavoráveis para a saúde. Composição Corporal O organismo passa por um processo de perda involuntária de massa muscular e força que se inicia aos 30 anos e se acentua a partir dos 60 anos. Entre 20 e 80 anos de idade, o declínio cumulativo na massa muscular do esqueleto equivale a 35% a 40%. Aos 80 anos, essa redução pode chegar a 50% O desenvolvimento da sarcopenia é um processo multifatorial que inclui inatividade física, unidade motora remodelada, nivelação de hormônio diminuído e diminuição da síntese de proteína. Em média, após os 30 anos de idade, acontece uma redução de cerca de 5% do gasto calórico por década, devido a uma perda da massa muscular, em consequência do processo de envelhecimento. Classificação internacional da obesidade segundo o índice de massa corporal (IMC) e risco de doença (Organização Mundial da Saúde) que divide a adiposidade em graus ou classes. IMC (kG/M2) CLASSIFICAÇÃO OBESIDADE GRAU/CLASSE RISCO DE DOENÇA <18,5 Magro ou baixo peso 0 Normal ou elevado 18,5-24,9 Normal ou eutrófico 0 Normal 25-29,9 Sobrepeso ou pré-obeso 0 Pouco elevado 30-34,9 Obesidade I Elevado 35-39,9 Obesidade II Muito elevado ≥40,0 Obesidade grave III Muitíssimo elevado Fonte: World Health Organization. O Ministério da Saúde aceita que no idoso (definido no Brasil como com 60 anos ou mais), o IMC normal varia de >22 a <27 kg/m2 pela diminuição de massa magra e maior risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular e de incapacidade física). Medida da Composição Corporal •Com o avanço da tecnologia, observa-se tendência para o desenvolvimento de técnicas de estimativa da composição corporal mais sofisticadas, como a técnica da bioimpedância (método duplamente indireto para avaliar composição corporal). Rodrigues et al., 2001 Bioimpedância • Método com razoável precisão e fidedignidade; • A principal limitação deste método é quando surge alterações no estado de hidratação; • Atenção: não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias anteriores, manter-se em jejum por 4 horas antes do exame, não ingerir bebidas alcóolicas nas 48h anteriores. A análise da composição corporal através da impedância bioelétrica tem como base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma correnteelétrica O aparelho identifica os níveis de resistência do organismo à corrente elétrica, avaliando a quantidade total de água no organismo e predizendo, através desta quantidade de água, a quantidade de gordura corporal do indivíduo. A velocidade e a relativa simplicidade de execução do método da impedância bioelétrica representam uma grande vantagem de sua utilização na academia, no clube ou na clínica. Vantagem A principal limitação deste método surge quando o avaliado apresenta alterações em seu estado de hidratação; assim, a quantidade de alimentos e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem como a atividade física realizada no dia do teste, entre outros fatores como nefropatias, hepatopatias e diabetes podem influenciar o resultado obtido por este método. Desvantagem Recomendações Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste; Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o teste; Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste; Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal, em total repouso antes da execução do teste. EXAME DE BIOIMPEDÂNCIA – In Body Absorciometria de Raio-x de dupla energia Avaliar o conteúdo mineral ósseo na investigação de doenças como a osteoporose Rápida execução, não invasiva e não necessita de nenhum preparo ou requisito especial para a execução do exame o método requer um local adequado, equipamento sofisticado, um avaliador treinado e os custos são elevados VANTAGENS DESVANTAGENS ✓ Padrão-ouro; ✓ Excelente reprodutibilidade; ✓ Permite analisar composição corporal por segmentos; ✓ Distribuição anatômica da gordura; ✓ Alto custo; ✓ Uso limitado na prática clínica; ✓ Necessidade de profissional treinado; ✓ Exposição à radiação. Thibault et.al., 2011 ✓ Mede três componentes (massas gorda, magra e mineral óssea); ✓ Amplamente usado para diagnosticar osteopenia e osteosporose; ✓ Princípio: o conteúdo mineral ósseo é diretamente proporcional à quantidade de fótons (energia) absorvida pelo osso; ✓ No método, os fótons são emitidos em dois níveis de energia. Esses eliminam a necessidade de assumir que a espessura do tecido mole seja constante, ou seja, permitem a medição do conteúdo mineral ósseo total. Martins, 2009 Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA) ✓ DEXA também mensura a gordura e o tecido magro sem osso, do corpo inteiro ou de regiões → avaliações de corpo inteiro são mais acuradas; ✓ Não necessita de jejum; ✓ Limitações: pessoas com estatuta elevada ou com obesidade grau III; não distingue os compartimentos de água intra e extracelular; alterações de hidratação no tecido magro (bebês, pessoas com alterações agudas e crônicas na água corporal); espessura de partes do corpo, presença de osso e calcificação de tecidos moles (idosos). Martins, 2009 Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA) ✓ DEXA forneceu significativamente estimativas mais altas do percentual de gordura corporal e massa gorda, bem como uma estimativa mais baixa da massa corporal magra em comparação com a BIA (p <0,01); ✓ IMC normal: DEXA forneceu significativamente estimativas mais altas do %GC e massa gorda; e menor massa corporal magra (p <0,001); ✓ IMC (obesos graves): DEXA forneceu significativamente estimativas mais altas do %GC; e menor massa corporal magra (p <0,001); DEXA X BIA Dieli-Conwright et al., 2018 Dieli-Conwright et al., 2018 DEXA em Oncologia DEXA X BIA (CONCLUSÕES) ✓ A massa corporal da sobreviventes de câncer de mama diferiu quando medida pela BIA e DEXA; ✓ Comparada com o DEXA, a BIA subestimou a massa gorda e superestimou a massa magra; ✓ Massa gorda semelhante entre BIA e DEXA em obesos graves → BIA deve ser usada com cautela nessa população. DEXA em Oncologia MUITO OBRIGADO
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