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Aula 3 Avaliaoantropometricaecomposiocorporalnoadultoeidoso_20220828234518

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AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E COMPOSIÇÃO 
CORPORAL NO ADULTO E NO IDOSO
Prof. Alex Camara
Disciplina: Nutrição do Adulto e Idoso 
O QUE É ESTADO NUTRICIONAL?
QUAIS FATORES PODEM INFLUÊNCIÁ-LO?
QUAIS PARÂMETROS PODEMOS UTILIZAR PARA 
MENSURAR E CLASSIFICAR O ESTADO 
NUTRICIONAL DE ADULTOS E IDOSO?
Estado Nutricional (EN)
“Condição de saúde de um indivíduo, influenciada pelo 
consumo e utilização de nutrientes, identificada pela 
correlação de informações obtidas através de estudos 
físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”
Martins, 2009
Estado Nutricional (EN)
AVALIAÇÃO DO 
ESTADO 
NUTRICIONAL
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO ESTADO 
NUTRICIONAL EM ADULTOS
✓Identificar situações de risco ou de distúrbios nutricionais já estabelecidos
(obesidade ou desnutrição);
✓Estabelecer as necessidades nutricionais individualizadas;
✓Estabelecer a via mais adequada para a terapia nutricional;
✓Monitorar a terapêutica proposta.
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DO ESTADO 
NUTRICIONAL EM IDOSOS
✓ Deve detectar precocemente a desnutrição, que possui relação estreita com a
morbimortalidade;
✓ Deve considerar as particularidades da população idosa;
✓Estabelecer as necessidades nutricionais individualizadas;
✓Estabelecer a via mais adequada para a terapia nutricional;
✓Monitorar a terapêutica proposta.
MÉTODOS SUBJETIVOS
✓ Combinado com outras componentes da avaliação nutricional, pode fornecer evidências
de deficiências nutricionais ou piora da capacidade funcional (SBNPE; ASBRAN, 2011);
✓ Deve ser realizado DIARIAMENTE na rotina hospitalar (INCA, 2016);
✓ Podem auxiliar na definição da terapêutica nutricional mais adequada para cada indivíduo
(avaliação da cavidade oral, do trato digestório, dos compartimentos musculares) →
SEMPRE EM CONJUNTO COM OUTROS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO...
EXAME FÍSICO
MÉTODOS OBJETIVOS
COMPOSIÇÃO 
CORPORAL
AVALIAÇÃO
BIOQUÍMICA
ANTROPOMETRIA
WANG, 1992
Antropometria
ANTROPOMETRIA
TÉCNICAS PARA MEDIR O TAMANHO CORPORAL E SUAS 
PROPORÇÕES
Balança antropométrica
Balança digital
Fita métrica
Harpenden
Cescorf
Lange
Sanny
Fillizola
Welmy
Adipometros
Antropometria
VANTAGENS DESVANTAGENS
Antropometria
VANTAGENS DESVANTAGENS
✓ Simples;
✓ Seguro;
✓ Boa acurácia;
✓ Não invasivo;
✓ Baixo custo.
✓ Não detecta alterações
nutricionais agudas;
✓ Não detecta deficiências
específicas.
Considerar fatores como idade, 
gênero, área demográfica, 
estado patológico
Método duplamente indireto: Medidas Antropométricas
✓
são as mais utilizadas na determinação dos componentes da composição
corporal;
✓
são um conjunto de medidas que fornecem, de forma rápida e objetiva,
informações a respeito dos compartimentos corporais - particularmente
gordura e músculo.
Kamimura et al, 2005
Antropometria
PESO CORPORAL ESTATURA
ÍNDICE DE 
MASSA 
CORPORAL (IMC)
DOBRAS 
CUTÂNEAS
Peso Corporal
✓ Soma de todos os compartimentos corporais, que reflete
equilíbrio protéico-energético do indivíduo;
✓ Deve ser aferido com o indivíduo ereto, pés paralelos e
descalços, no centro da balança, de costas para o mostrador,
com as mãos posicionadas ao longo do corpo e palmas
voltadas para direção do corpo (WHO, 1995);
✓ Limitações: pacientes acamados; grau de hidratação; edema;
ascite; diálise;
✓ Perdas ponderais graves→Maior taxa de morbimortalidade;
PESO 
CORPORAL
1º Passo
O paciente deve estar descalço e vestindo roupas leves. 
2º Passo
Posicionar o paciente no centro da balança. 
3º Passo
Verificar se o paciente está em posição ereta, com o peso distribuído 
em ambos os pés. 
4º Passo
Realizar a leitura do peso (esperar estabilizar). 
5º Passo
Registrar o peso corporal em kg, com três dígitos (00,0), 
imediatamente após leitura. 
6º Passo
Repetir os procedimentos
7º Passo
Registrar o segundo valor obtido. 
8º Passo
Calcular a média dos resultados obtidos e registra 
Peso Corporal
AFERIÇÕES
✓ PESO ATUAL (PA);
✓ PESO USUAL (PU): impossibilidade de aferição do peso atual;
✓ PESO IDEAL OU TEÓRICO: é utilizado para calcular as necessidades calórico proteicas quando o
paciente está restrito ao leito e não se dispõe de cama balança no setor para a obtenção da altura e
do peso atual, e o paciente ou familiar não informam a altura e o peso usual.
PT = IMC MÉDIO X (ESTATURA)2
Augusto ALP, 2009
Peso Corporal
AFERIÇÕES
✓ PESO AJUSTADO (PAjust): Peso ideal corrigido para determinação das necessidades
nutricionais quando a adequação do peso atual é < 95% ou > 115%:
→ Peso ajustado para obesidade (Shills, 1998; Cuppari, 2002)
Pajust = (peso ideal-peso atual) x 0,25 + peso atual
→ Peso ajustado para desnutrição (Frankenfield et al., 2003)
Pajust = (peso atual - peso ideal) x 0,25 + peso atual
Peso Corporal
ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL
✓ PESO CORRIGIDO (PCor): utilizado para pacientes amputados:
PCor = PESO IDEAL – PESO ESTIMADO DA PARTE AMPUTADA
Peso Corporal
ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL
✓ PESO ESTIMADO
Peso Corporal
ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL
✓ PESO ESTIMADO
Peso Corporal
ESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL
✓ PESO SECO: utilizado quando há presença de edema.
Peso Corporal
cESTIMATIVAS DE PESO CORPORAL
✓ % DE PERDA DE PESO CORPORAL: correlaciona-se com mortalidade. É uma ferramenta de
intervenção diagnóstica. É utilizado como referência nas mudanças recentes de peso ou quando
não há possibilidade de se medir o peso atual.
ASPEN, 1993
Classificação da perda de peso com relação ao tempo
Tempo Perda significativa de peso 
(%)
Perda grave de peso 
(%)
1 semana 1 a 2 > 2
1 mês 5 > 5
3 meses 7,5 > 7,5
6 meses 10 > 10
Blackburn e Bistrian (1977)
Calcule a perda de peso (PP%) nos últimos 6 meses
• PP% = (PU – PA) : PU x 100
• Caso Clínico: O peso atual de XX é 53kg e seu peso usual é 61kg. XX relatou que começou a
perder peso aproximadamente há 3 meses. Calcule o %PP e classifique se houve perda
significativa ou grave em 6 meses.
Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%)
1 semana 1 a 2 > 2
1 mês 5 > 5
3 meses 7,5 > 7,5
6 meses 10 > 10
Resposta:
• PP% = (PU – PA) : PU x 100
• Exemplo: O peso atual de XX é 53kg e seu peso usual é 61kg. XX relatou que
começou a perder peso aproximadamente 3 meses. Calcule o %PP
% PP = (PU – PA) ÷ PU x 100
% PP = (61 - 53) ÷ 61 x 100
% PP = (8 ÷ 61) x 100
% PP = 0,13 x 100
% PP = 13 % - A perda de peso de XX foi 13% - PERDA GRAVE DE PESO. 
Peso Corporal
% DE PERDA DE PESO E PERDAS PROTEICAS
Thibault, 2012
Peso Corporal
% DE PERDA DE PESO E MORTALIDADE
Perda de peso associada com maior mortalidade por 
qualquer causa quando comparada ao peso estável.
Dados conflitantes em relação a mortalidade câncer-
específica.
Sobrepeso e obesidade
Peso Corporal
% DE PERDA DE PESO E MORTALIDADE
Peso adequado
Perda moderada de peso (5 a 10%) foi associada a um 
aumento da mortalidade por todas as causas em 
sobreviventes de câncer sem excesso de peso
Estatura
✓ É mensurada através de estadiômetro acoplado à balança, com marcador considerando o ponto
mais alto da cabeça, ao final de uma inspiração profunda, com a participante em pé, com os pés
paralelos e posição da cabeça em formação de ângulo reto em relação ao pescoço e olhar
voltado para um ponto fixo (WHO, 1995);
✓ Limitações: pacientes acamados; idosos.
ESTATURA
Estatura
OUTRAS FORMAS DE AFERIÇÃO DA ESTATURA
✓ ESTATURA RECUMBENTE: para a tomada da estatura recumbente
coloca-se o paciente em posição supina (deitado de costas), com o
leito em posição horizontal completa. Em seguida, faça marcas no
lençol na altura do topo da cabeça e da base do pé (lado direito);
finalize medindo as marcas com uma fita métrica (Martins, 2010);
✓ EXTENSÃO DO BRAÇO (envergadura do braço) – essa medida
pode ser tomada com o indivíduo na horizontal, aferindo a distância
entre os dáctilos maiores. No caso de utilizar a semienvergadura do
braço (medir da incisura jugular do esterno ao dáctilo maior de
qualquer um dos braços), multiplicar o valor por dois.Estatura
ESTIMATIVAS DA ESTATURA
✓ EQUAÇÕES PARA ESTIMATIVA DA ESTATURA
Estatura
ESTIMATIVAS DA ESTATURA
→ COMO MENSURAR A ALTURA DO JOELHO (AJ)?
✓ Técnica: o indivíduo deve estar sentado. Dobra-se a perna esquerda de modo a formar um ângulo de
90º com o joelho. Posicionar a base do antropômetro no calcanhar do pé esquerdo. Estender o cursor
do antropômetro paralelamente à tíbia até a borda superior da patela (rótula do joelho). Obter pelo
menos duas medidas sucessivas, as quais deverão ter variação máxima de 5 mm. Se o valor obtido for
superior a isto, realizar a terceira medida.
Lohman et al., 1988
VANTAGENS DESVANTAGENS
Índice de Massa Corporal
VANTAGENS DESVANTAGENS
✓ Simples;
✓ Baixo custo;
✓ Estima tecido adiposo;
✓ Importante indicador de EN
em populações;
✓ Boa relação com processo
saúde-doença.
✓ Não distingue perdas de massa
gorda x massa magra;
✓ Mascarado por estado de hidratação
e grandes massas tumorais;
✓ Sofre variação de acordo com idade
e gênero;
✓ Não se associam à prognóstico.
ÍNDICE DE MASSA 
CORPORAL (IMC)
WHO, 1998
CLASSIFICAÇÃO
ADULTOS
ÍNDICE DE MASSA 
CORPORAL (IMC) -
IDOSOS
OPAS, 2002
CLASSIFICAÇÃO
IDOSOS
ÍNDICE DE MASSA 
CORPORAL (IMC)
IMC E COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS E 
INFECCIOSAS
Mahdi et al. (2015) demonstraram que pacientes com 
obesidade grau III apresentaram maiores taxas de 
complicações cirúrgicas e infecciosas em 30 dias em 
comparação com as não-obesas. Além disso, o tempo de 
cirurgia também foi maior entre as obesas grau III.
ÍNDICE DE MASSA 
CORPORAL (IMC)
IMC E MORTALIDADE
Em relação à mortalidade por qualquer causa, foi 
demonstrada uma elevação do risco em 9,2% quando 
ocorreu o aumento do IMC em 10%. Já a mortalidade 
específica por câncer e sobrevida livre de doença, 
entretanto, permaneceram conflitantes.
ÍNDICE DE MASSA 
CORPORAL (IMC)
IMC E MORTALIDADE
Smits et al. (2015), em revisão sistemática com 
metanálise → mulheres com IMC ≥ 40 kg/m2 
apresentaram pior função física em comparação com 
aquelas com IMC inferior. 
Shisler et al.(2018), em outra revisão sistemática, 
reportaram que a obesidade esteve associada à pior QV 
e função física.
DOBRAS 
CUTÂNEAS
VANTAGENS DESVANTAGENS
DOBRAS CUTÂNEAS
VANTAGENS DESVANTAGENS
✓ RELATIVAMENTE (?) simples;
✓ Menos invasivo;
✓ Estima gordura corporal por
tecido adiposo subcutâneo.
✓ Variabilidade das medidas:
espessura da pele e
compressibilidade do tecido
adiposo (idade), manuseio
(avaliador), grau de hidratação
(edema);
✓ Habilidade do avaliador requer
muito tempo de prática;
✓ Dificuldade de comparação inter-
avaliador.
✓ A dobra sempre é levantada perpendicularmente ao local de superfície a ser medido;
✓ Todas as medidas são baseadas supondo-se que os antropometristas são destros. O
adipômetro deve ser segurado com a mão direita enquanto a dobra cutânea é levantada com a
mão esquerda;
✓ Caso o antropometrista seja não destro e não tenha habilidade de segurar o adipômetro com a
mão direita, segure o adipômetro com a mão esquerda (mão dominante) e tracione a dobra com
a mão direita. Isto não alterará os resultados das medida;
Lohman et al., 1988
DOBRAS
Dobras cutâneas
✓ Deve-se cuidar para que apenas a pele e o tecido adiposo sejam separados;
✓ Erros de medidas são maiores em dobras cutâneas mais largas/espessas;
✓ A prega é mantida tracionada até que a medida seja completada;
✓ A medida é feita, no máximo, até 4 segundos após feito o tracionamento da dobra cutânea. Se o
adipômetro exerce uma força por mais que 4 segundos em que o tracionamento é realizado, uma
medida menor será obtida em função do fato de que os fluidos teciduais são extravasados por tal
compressão;
✓ Realizar no mínimo duas medidas: se os valores diferirem em mais de 10%, realizar a terceira
medida.
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
Dobra Cutânea
Triciptal (DCT)
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
✓ Medida mais utilizada para monitoramento do EN;
✓ É medida no mesmo ponto médio localizado para a medida da
circunferência braquial. O indivíduo deve estar em pé, com os braços
estendidos confortavelmente ao longo do corpo. O adipômetro deve ser
segurado com a mão direita;
✓ O examinador posiciona-se atrás do indivíduo. A dobra cutânea tricipital
é tracionada com o dedo polegar e indicador, aproximadamente 1 cm do
nível marcado e as extremidades do adipômetro são fixadas no nível
marcado
DOBRA 
CUTÂNEA 
TRICIPTAL
Dobra Cutânea
Triciptal (DCT)
✓ Avaliam a reserva de gordura corporal;
Frisancho, 1990
% DE ADEQUAÇÃO 
DA DOBRA 
CUTÂNEA 
TRICIPTAL (DCT)
Blackburn; Thornton, 1979 (Adaptado)
✓ Compara a DCT atual à recomendada (percentil 50) para a idade.
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total;
✓ É medida segurando-se a dobra na vertical, na face anterior do braço, sobre
o ventre do bíceps (o ponto a ser marcado coincide com o mesmo nível da
marcação para a aferição da circunferência do braço / dobra cutânea
tricipital);
✓ Lembrar que a palma da mão deve estar voltada para cima. A dobra é
levantada verticalmente 1 cm superior à linha marcada (que junta a face
anterior do acrômio e o centro da fossa antecubital).
✓ As extremidades do adipômetro são posicionadas na linha marcada. O
antropometrista deve posicionar-se de frente ao avaliado; ambos em pé
DOBRA 
CUTÂNEA 
BICIPTAL
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total;
✓ É medida na linha axilar média imediatamente superior à crista ilíaca. O
indivíduo posiciona-se em posição ereta e com as pernas fechadas. Os
braços podem estar estendidos ao longo do corpo ou podem estar abduzidos
levemente para melhorar o acesso ao local.
✓ Em indivíduos impossibilitados a ficarem em pé, a medida pode ser feita com
o indivíduo em posição supina. Alinha-se inferomedialmente num ângulo de
45º com o plano horizontal. O compasso é aplicado a 1 cm dos dedos que
seguram a dobra;
DOBRA 
CUTÂNEA 
SUPRA-
ÍLIACA
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
Dobra Cutânea
Supra-Ilíaca 
(DCSI)
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
✓ Utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total;
✓ O local a ser medido é justamente no ângulo inferior da escápula. Para localizar
o ponto, o examinador deve apalpar a escápula, percorrendo seus dedos inferior
e lateralmente, ao longo da borda vertebral até o ângulo inferior ser identificado.
Em alguns avaliados, especialmente em obesos, peça gentilmente que este
coloque os braços para trás, a fim de que seja identificado mais facilmente o
ponto;
✓ O sujeito deve permanecer confortavelmente ereto, com as extremidades
superiores relaxadas ao longo do corpo. A dobra cutânea é destacada na
diagonal, inclinada ínfero-lateralmente aproximadamente num ângulo de 45º
com o plano horizontal. O compasso é aplicado ínfero-lateralmente em relação
ao indicador e o polegar que está tracionando a prega.
DOBRA CUTÂNEA 
SUBESCAPULAR
Dobra Cutânea
Subescapular 
(DCSE)
Lohman et al., 1988
TÉCNICA
CIRCUNFERÊNCIAS E PERÍMETROS
DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL
CIRCUNFERÊNCIA 
ABDOMINAL (CA)
✓ A medida deverá ser feita na ausência de roupas na região de interesse. O
indivíduo deve estar ereto, com os braços estendidos ao longo do corpo e
pernas fechadas. A medida deverá ser feita no plano horizontal;
✓ Posicione-se de frente para a pessoa. Posicione a fita métrica inelástica na
maior extensão do abdome num plano horizontal (altura da cicatriz
umbilical). Aperte o botão central da fita e passe a fita na parte posterior do
avaliado, seguindo a extensão a ser medida, sem comprimir a pele, com a
extremidade zero abaixo do valor a ser registrado. A medida é feita ao final
da expiração normal.
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
CIRCUNFERÊNCIA 
ABDOMINAL
CIRCUNFERÊNCIA 
DA CINTURA (CC)
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
✓ O indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado(ao final da expiração),
os braços estendidos ao longo do corpo e as pernas fechadas. A medida
deverá ser feita no plano horizontal;
✓ Posicione-se de frente para a pessoa e localize o ponto médio entre a última
costela e a crista ilíaca. A fita deverá ser passada por trás do participante ao
redor deste ponto;
✓ Pedir a pessoa que inspire e, em seguida, que expire totalmente. A medida
deve ser feita neste momento, antes que a pessoa inspire novamente.
CIRCUNFERÊNCIA 
DE CINTURA
✓ É um bom indicador de risco cardiovascular;
✓ Atenção: Interferências em sua medida ocasionadas por visceromegalias ou
ascite/edema;
✓ Classificação de risco:
WHO, 1998
CIRCUNFERÊNCIA 
DE CINTURA
CIRCUNFERÊNCIA 
DA CINTURA (CC) Aumento da CC em 10cm e a RCQ em 0,1 elevou o risco 
de câncer de endométrio em 27% e 21%, 
respectivamente.
Quase inexistentes estudos que associem essas medidas 
com desfechos como mortalidade, ou com a QV, e os 
dados são conflitantes
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
✓ O indivíduo deve estar ereto, com o abdome relaxado, os braços estendidos
ao longo do corpo e as pernas fechadas;
✓ O examinador posiciona-se lateralmente ao avaliado de forma que a máxima
extensão glútea possa ser vista. Uma fita inelástica deve ser passada neste
nível, ao redor do quadril, no plano horizontal, sem fazer compressão.
CIRCUNFERÊNCIA 
DO QUADRIL
RAZÃO CINTURA-
QUADRIL (RCQ)
Lohman et al., 1988
✓ Associada à gordura visceral;
✓ CC é melhor marcador que RCQ (relação cintura-quadril).
RAZÃO CINTURA-
QUADRIL (RCQ)
Zhang et al .(2017) encontraram um maior risco de 
mortalidade por qualquer causa entre mulheres com 
câncer de mama com RCQ no intervalo entre 0,81 e 0,86. 
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
✓ Posicione-se atrás do avaliado. Solicite ao indivíduo que flexione o cotovelo a
90º, com a palma da mão voltada para cima. Por meio de apalpação, localize
e marque o ponto mais distal do processo acromial da escápula e a parte
mais distal do olécrano;
✓ Faz-se, então, uma pequena marcação do ponto médio entre estas duas
extremidades. Peça ao indivíduo, que em posição ereta, relaxe o braço,
deixando-o livremente estendido ao longo do corpo;
✓ O avaliado deve estar com roupas leves ou com a toda a área do braço
exposta, de modo a permitir uma total exposição da área dos ombros. Com a
fita métrica inelástica, fazer a medida da circunferência do braço em cima do
ponto marcado, sem fazer compressão.
CIRCUNFERÊNCIA 
DO BRAÇO
CIRCUNFERÊNCIA 
DO BRAÇO (CB)
Frisancho, 1981
✓ Bom indicador de reserva muscular;
% DE ADEQUAÇÃO 
DA 
CIRCUNFERÊNCIA 
DO BRAÇO (CB)
Blackburn, 1979
✓ Compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade.
CIRCUNFERÊNCIA 
MUSCULAR DO 
BRAÇO (CMB)
✓ Avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea;
✓ Obtida através de valores da CB e da DCT.
Frisancho, 1981
% DE ADEQUAÇÃO 
DA 
CIRCUNFERÊNCIA 
DO BRAÇO (CB)
Blackburn; Thornton, 1979 (Adaptado)
✓ Compara a CB atual à recomendada (percentil 50) para a idade.
TÉCNICA
Lohman et al., 1988
✓ O antropometrista posiciona-se lateralmente ao avaliado. O avaliado coloca-
se em pé, com os pés afastados 20 cm um do outro, de forma que o peso
fique distribuído igualmente em ambos os pés;
✓ Uma fita inelástica é colocada ao redor da panturrilha (circunferência máxima
no plano perpendicular à linha longitudinal da panturrilha) e deve-se mover a
fita para cima e para baixo a fim de localizar esta máxima circunferência. A
fita métrica deve passar em toda a extensão da panturrilha, sem fazer
compressão.
CIRCUNFERÊNCIA 
DA PANTURRILHA
CASO CLÍNICO
CASO CLÍNICO
✓ Paciente R.L.S, 62 anos, foi matriculada recentemente em hospital oncológico de referência na cidade do
Rio de Janeiro. Foi encaminhada com provável diagnóstico de câncer de endométrio, sendo iniciado o
fluxo pré-operatório após exames iniciais. Após diversas consultas com a equipe multiprofissional, ela
chega em seu ambulatório, para uma primeira avaliação. Na anamnese, você detecta um alto consumo de
alimentos ultraprocessados, baixo consumo de frutas, legumes e verduras e poucas refeições com
horários irregulares. A paciente é hipertensa, e ao verificar os exames bioquímicos mais recentes, você
percebe alterações no perfil glicêmico e lipídico.
a) Quais ferramentas antropométricas você utilizaria na avaliação nutricional dessa paciente?
b) b) Após minuciosa avaliação, você está diante dos seguintes parâmetros: PU = 90 kg; PA = 93 kg;
Estatura = 1,65m; CC = 102 cm; CQ = 115 cm. Qual é o diagnóstico nutricional dessa paciente?
Composição Corporal
A determinação dos componentes da composição corporal possui diversas aplicações em
programas direcionados à promoção da saúde:
a) identificação do risco de saúde associado com níveis excessivamente altos ou baixos da gordura
corporal total;
b) identificação do risco de saúde associado com o acúmulo excessivo de gordura intra-
abdominal;
c) monitorização de possíveis alterações da composição corporal, associadas a doenças;
d) acompanhamento do crescimento, desenvolvimento, maturação e alterações da composição
corporal relacionadas à idade;
e) formulação de recomendações dietéticas, assim como a avaliação da efetividade das mesmas.
Avaliar a composição corporal é importante na determinação da 
condição física, em programa de emagrecimento ou na 
prevenção e tratamento de diversas doenças crônicas sendo 
importante pela sua relação com o estado de saúde, dado ser 
indiscutível que tanto o excesso de gordura corporal, como o 
déficit de massa magra apresentam relação direta com risco para 
o aparecimento ou o agravamento de condições desfavoráveis 
para a saúde. 
Composição Corporal
O organismo passa por um processo de perda 
involuntária de massa muscular e força que se inicia 
aos 30 anos e se acentua a partir dos 60 anos.
Entre 20 e 80 anos de idade, o declínio cumulativo na massa muscular do 
esqueleto equivale a 35% a 40%. Aos 80 anos, essa redução pode chegar a 50% 
O desenvolvimento da sarcopenia é um processo multifatorial que inclui inatividade 
física, unidade motora remodelada, nivelação de hormônio diminuído e diminuição 
da síntese de proteína.
Em média, após os 30 anos de idade, acontece uma redução de cerca de 5% 
do gasto calórico por década, devido a uma perda da massa muscular, em 
consequência do processo de envelhecimento.
Classificação internacional da obesidade segundo o índice de massa corporal (IMC) e risco de 
doença (Organização Mundial da Saúde) que divide a adiposidade em graus ou classes. 
IMC (kG/M2) CLASSIFICAÇÃO OBESIDADE GRAU/CLASSE RISCO DE DOENÇA
<18,5 Magro ou baixo peso 0 Normal ou elevado 
18,5-24,9 Normal ou eutrófico 0 Normal
25-29,9 Sobrepeso ou pré-obeso 0 Pouco elevado 
30-34,9 Obesidade I Elevado
35-39,9 Obesidade II Muito elevado 
≥40,0 Obesidade grave III Muitíssimo elevado 
Fonte: World Health Organization. 
O Ministério da Saúde aceita que no idoso (definido no Brasil como com 60 anos 
ou mais), o IMC normal varia de >22 a <27 kg/m2 pela diminuição de massa magra 
e maior risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular 
e de incapacidade física).
Medida da Composição Corporal
•Com o avanço da tecnologia, observa-se tendência para o desenvolvimento
de técnicas de estimativa da composição corporal mais sofisticadas, como a
técnica da bioimpedância (método duplamente indireto para avaliar
composição corporal).
Rodrigues et al., 2001
Bioimpedância
• Método com razoável precisão e fidedignidade;
• A principal limitação deste método é quando surge alterações no
estado de hidratação;
• Atenção: não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias anteriores,
manter-se em jejum por 4 horas antes do exame, não ingerir bebidas
alcóolicas nas 48h anteriores.
A análise da composição 
corporal através da impedância 
bioelétrica tem como base a 
medida da resistência total do 
corpo à passagem de uma 
correnteelétrica
O aparelho identifica os níveis de resistência do organismo à 
corrente elétrica, avaliando a quantidade total de água no 
organismo e predizendo, através desta quantidade de água, a 
quantidade de gordura corporal do indivíduo. 
A velocidade e a relativa 
simplicidade de execução do 
método da impedância 
bioelétrica representam uma 
grande vantagem de sua 
utilização na academia, no clube 
ou na clínica. 
Vantagem
A principal limitação deste método surge quando o avaliado 
apresenta alterações em seu estado de hidratação; assim, a 
quantidade de alimentos e líquidos ingeridos pelo avaliado, bem 
como a atividade física realizada no dia do teste, entre outros 
fatores como nefropatias, hepatopatias e diabetes podem 
influenciar o resultado obtido por este método. 
Desvantagem
Recomendações
Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem 
o teste; 
Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas que antecedem o 
teste;
Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste; 
Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas 
anteriores ao teste; 
Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste
Permanecer, pelo menos, 5 a 10 minutos deitado em decúbito 
dorsal, em total repouso antes da execução do teste. 
EXAME DE BIOIMPEDÂNCIA – In Body
Absorciometria de Raio-x de dupla energia
Avaliar o conteúdo mineral ósseo na investigação de doenças como a osteoporose 
Rápida execução, não invasiva e 
não necessita de nenhum 
preparo ou requisito especial 
para a execução do exame o 
método requer um local 
adequado, equipamento 
sofisticado, um avaliador 
treinado e os custos são elevados 
VANTAGENS DESVANTAGENS
✓ Padrão-ouro;
✓ Excelente reprodutibilidade;
✓ Permite analisar composição
corporal por segmentos;
✓ Distribuição anatômica da
gordura;
✓ Alto custo;
✓ Uso limitado na prática
clínica;
✓ Necessidade de profissional
treinado;
✓ Exposição à radiação.
Thibault et.al., 2011
✓ Mede três componentes (massas gorda, magra e mineral óssea);
✓ Amplamente usado para diagnosticar osteopenia e osteosporose;
✓ Princípio: o conteúdo mineral ósseo é diretamente proporcional à
quantidade de fótons (energia) absorvida pelo osso;
✓ No método, os fótons são emitidos em dois níveis de energia. Esses
eliminam a necessidade de assumir que a espessura do tecido mole seja
constante, ou seja, permitem a medição do conteúdo mineral ósseo
total.
Martins, 2009
Absorciometria 
Radiológica de 
Dupla Energia 
(DEXA)
✓ DEXA também mensura a gordura e o tecido magro sem osso, do corpo
inteiro ou de regiões → avaliações de corpo inteiro são mais acuradas;
✓ Não necessita de jejum;
✓ Limitações: pessoas com estatuta elevada ou com obesidade grau III; não
distingue os compartimentos de água intra e extracelular; alterações de
hidratação no tecido magro (bebês, pessoas com alterações agudas e
crônicas na água corporal); espessura de partes do corpo, presença de
osso e calcificação de tecidos moles (idosos).
Martins, 2009
Absorciometria 
Radiológica de 
Dupla Energia 
(DEXA)
✓ DEXA forneceu significativamente estimativas mais altas do percentual de gordura corporal e massa
gorda, bem como uma estimativa mais baixa da massa corporal magra em comparação com a BIA (p
<0,01);
✓ IMC normal: DEXA forneceu significativamente estimativas mais altas do %GC e massa gorda; e menor
massa corporal magra (p <0,001);
✓ IMC (obesos graves): DEXA forneceu significativamente estimativas mais altas do %GC; e menor massa
corporal magra (p <0,001);
DEXA X BIA
Dieli-Conwright et al., 2018
Dieli-Conwright et al., 2018
DEXA em 
Oncologia
DEXA X BIA
(CONCLUSÕES)
✓ A massa corporal da sobreviventes de câncer de mama diferiu quando medida pela BIA e DEXA;
✓ Comparada com o DEXA, a BIA subestimou a massa gorda e superestimou a massa magra;
✓ Massa gorda semelhante entre BIA e DEXA em obesos graves → BIA deve ser usada com cautela nessa
população.
DEXA em 
Oncologia MUITO OBRIGADO

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