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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL I

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Avaliação nutricional I
1. Triagem nutricional e aplicabilidade
2. Avaliação e diagnóstico nutricional: o que é e como fazer?
3. Avaliação Antropométrica em Adultos
4. Avaliação da composição corporal: porcentagem de gordura corporal e BIA
1. Triagem nutricional e aplicabilidade
Conceito
Associação Dietética Americana (ADA), o Comitê das Organizações de Saúde
(JCHO) e a Iniciativa de Triagem Nutricional (NSI): Processo de identificação das
características melhor associadas a problemas dietéticos ou nutricionais.
Importância
● 1º passo no cuidado nutricional
● Identifica fatores de risco para desnutrição
● Intervenção nutricional precoce
● Melhor alocação de recursos
Processo
Realizada a partir de inquéritos simples dirigidos a pacientes ou seus familiares.
Propósito = indicar o risco nutricional (risco elevado de morbidade e mortalidade)
Triagem Nutricional em 72h da admissão detecta Risco Nutricional para impedir
Desnutrição —> Cuidados nutricionais adequados e acompanhamento nutricional
pelo nutricionista.
Objetivos
- Reconhecer o risco nutricional, para serem instituídas medidas de
intervenção nutricional mais precocemente;
- Detectar o desenvolvimento e/ou prever o agravamento do risco nutricional
nas condições atuais e futuras do paciente;
- Identificar a probabilidade de um bom ou mau resultado relacionado aos
fatores nutricionais;
- Determinar a necessidade ou não, de uma avaliação nutricional detalhada.
Como fazer?
Estado nutricional atual (IMC + porcentagem de perda de peso nos últimos 3-6
meses + ingestão alimentar na semana anterior à admissão) + gravidade da doença
= Risco Nutricional.
IMC = não prediz isoladamente risco nutricional nem detecta o percentual de perda
de peso corporal.
% Perda de Peso Corporal = peso usual – peso atual x 100 / peso usual
Pode ser considerado grave, mesmo com IMC normal ou na presença de sobrepeso
ou obesidade.
Instrumentos
NRS-2002 (Nutritional Risk Screening - Triagem de Risco Nutricional 2002)
- Questões referentes ao IMC, perda de peso não intencional em 3 meses,
apetite, habilidade de ingestão e absorção de alimentos e fator de estresse
da doença.
- Idade acima de 70 anos é considerada fator de risco adicional para ajustar a
classificação do estado de risco nutricional
- Todos os pacientes hospitalizados, independentemente da doença e da
idade, pode ser efetuada por nutricionistas, enfermeiros e médicos.
NRS 2002 – Pontuação Total
Idade: se ≥ 70 ANOS: adicione 1 a pontuação total.
Escore total com Ajuste para Idade:
Escore ≥ 3: o paciente está em risco nutricional e um plano de cuidado nutricional é
iniciado.
Escore < 3: reavaliação semanal do paciente. Se por exemplo, o paciente está
programado para uma grande operação, um plano de cuidados nutricionais
preventivos é considerado para evitar a situação de riscos associados.
Exercícios
1. Paciente do sexo masculino, 55 anos, interna com sintomas de IC
descompensada (dispneia, edema de MMII e cansaço aos mínimos esforços).
Refere perda de apetite e de peso nas últimas semanas. Tem 1,75m e, atualmente,
pesa 56 kg. Este paciente apresenta risco nutricional? Justifique de acordo com a
NRS 2002.
2. Paciente do sexo feminino, 65 anos, internada há 5 dias na unidade pós cirúrgica.
Fez cirurgia de resseção de parte do cólon, porém evolui sem evacuar. Apresenta
boa aceitação da dieta oral. Calcule o risco nutricional de acordo com a NRS 2002.
3. A outra paciente que está no leito ao lado, 75 anos, passou pela mesma cirurgia
há 5 dias e está com alta prevista para o dia seguinte. Calcule o risco nutricional de
acordo com a NRS 2002.
MUST (Malnutrition Universal Screening Tool)
- Desenvolvida pela Associação Britânica de Nutrição Enteral e Parenteral para
ser utilizada por equipe multidisciplinar em adultos de todos os setores de
cuidados de saúde.
- É recomendada para área clínica e de saúde pública.
- É composta por dados sobre IMC, %PP não intencional em 3-6 meses e
interrupção da ingestão alimentar presente ou prévia.
Superestima o papel do IMC como fator de risco nutricional
- Pode detectar baixo risco em situações de alteração de peso como edema;
- Não leva em conta o estresse metabólico da doença.
Perda de peso:
- < 5%: dentro da variação intra-individual normal;
- 5 a 10%: maior do que a variação normal, indicador precoce de risco de
desnutrição;
- > 10%: clinicamente significante.
Mini Avaliação Nutricional Reduzida – MNA-SF ou MAN reduzida
- Mini Nutritional Assessment Short Form;
- Derivada da MAN, realizada em uma parceria entre Toulouse University
Hospital (França), University of New Mexico (EUA) e Nestle Research Center
(Suíça);
- Direcionada apenas ao público idoso;
- Pode ser realizada por qualquer profissional da saúde;
- Quanto menor o escore, maior o risco.
12 pontos ou mais: normal, não está em risco. Não precisa de avaliação
complementar.
11 pontos ou menos: possível desnutrição (risco nutricional) – prosseguir para a
avaliação completa.
MAN reduzida e MUST
- Não aprofundam no motivo da internação (não foram criadas especificamente
para aplicação em hospitais);
- Consideram o IMC isoladamente como fator de risco nutricional → contribui
para a pontuação (MAN red) ou (MUST).
NUTRIC - Nutrition Risk in the Critically ill
- Indicado para pacientes críticos em UTI (Heyland, 2011);
- 1º sistema de escore validado para a identificação de pacientes críticos em
risco nutricional e com tendência de se beneficiar de uma terapia nutricional
agressiva;
- Preditor de mortalidade em pacientes clínicos e cirúrgicos.
Critérios:
- Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE II);
- Sequential Organ Failure Assessment (SOFA);
- Idade;
- Número de comorbidades;
- Total de dias de internação antes da UTI;
- Níveis séricos de interleucina-6 (IL-6). (as vezes não disponível)
Triagem Nutricional - Recomendações
- Obrigatório para pacientes internados pelo SUS para remuneração de terapia
nutricional e parenteral.
- Realizar em pacientes hospitalizados em até 72 horas da admissão para
detecção do risco nutricional.
- Na ausência de risco nutricional, o procedimento deve ser repetido a cada
sete dias.
- Doentes identificados como em risco pela triagem nutricional devem ser
submetidos à avaliação nutricional para classificar seu estado nutricional e,
posteriormente, planejar a terapia nutricional.
2. Avaliação e diagnóstico nutricional: o que é e como fazer?
Etapas da sistematização do cuidado em nutrição:
1. Triagem nutricional
2. Níveis de assistência
3. Avaliação nutricional
4. Diagnóstico nutricional
5. Intervenção nutricional
6. Acompanhamento
7. Gestão pela qualidade
8. Comunicação
Sistematização do cuidado nutricional
Avaliação
- Quem se pretende atender?
- Qual a razão para esse atendimento?
- Quais são os aspectos de alimentação, nutrição, saúde e vida?
Diagnóstico
- Qual é o perfil?
- Quais são as causas e condições?
- Quais são as demandas e necessidades?
Intervenção
- Planejamento dietético, aconselhamento nutricional, educação alimentar e
nutricional.
Estado nutricional
Todos os reflexos que a alimentação, em alguma instância, pode exercer na saúde.
Avaliação do estado nutricional
Interpretação de informações obtidas por investigações dietéticas, antropométricas,
bioquímicas e clínicas.
Avaliação dietética
Marcadores do consumo alimentar
Saudável: Frutas, Verduras e Feijão
Não saudável: Embutido, Bebidas adoçadas, Macarrão instantâneo, Biscoitos
salgados, Doces, guloseimas e biscoitos recheados.
Pontos chaves:
- Não focar exclusivamente no aspecto quantitativo da alimentação
- Identificar qualidade e comportamento de risco
- Atentar-se à quantidade de refeições e se alimenta assistindo TV
Protocolos de uso do Guia Alimentar para a População Brasileira
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index (aba “livros”)
- Ficha de marcadores do consumo alimentar
- Fluxograma para orientação alimentar de adultos
- Recomendações
Diagnóstico nutricional
Sobre a qualidade da alimentação. Ex.: Deficiente em leguminosas e lácteos, Alto
consumode bebidas adoçadas, Consumo insuficiente de frutas e hortaliças
Completar o diagnóstico: Medidas antropométricas, Exames bioquímicos
disponíveis, Exame físico.
Ex.: Obesidade com alto risco cardiovascular, alterações no perfil lipídico e glicídico
e uma alimentação de baixa qualidade nutricional.
Ex.:Desnutrição moderada, alimentação de baixa qualidade nutricional, sem
repercussão nos exames bioquímicos.
Diagnóstico nutricional:
- sobrepeso/obesidade;
- ingestão excessiva de carboidratos;
- ingestão de tipos de carboidratos em desacordo com as necessidades
(especificar);
- ingestão irregular de carboidratos;
- ingestão inadequada de fibras.
Identificação do problema nutricional.
Problema existente, não ao risco de ocorrer.
Responsabilidade do nutricionista.
Deve haver possibilidade de ser resolvido.
NÃO é diagnóstico médico.
Domínios
- Ingestão: Ex: ingestão excessiva de sódio.
- Nutrição clínica: Ex: dificuldade de deglutição; baixo peso
- Comportamento/ambiente nutricional: Ex: escolhas alimentares indesejáveis;
acesso limitado a alimentos e água.
https://aps.saude.gov.br/biblioteca/index
3. Avaliação Antropométrica em Adultos
Conceito
Obtenção de medidas físicas de um indivíduo para relacioná-las com um padrão
que reflita o seu crescimento e desenvolvimento.
Conjunto de técnicas objetivas que estimam os componentes de gordura e de
massa magra da composição corporal.
- Peso corporal
- Dobras cutâneas
- Estatura
- Circunferências
Avaliação antropométrica
Vantagens: Simples, Inocuidade, Não invasivo, Relativa facilidade de interpretação.
Desvantagens: Custo dos equipamentos, Sofisticação metodológica.
Peso
Medida de todos os compartimentos corporais de uma só vez, sem especificá-los.
- balança mecânica
- balança digital
Protocolo de medida
1. Verificar se a balança a ser utilizada está calibrada;
2. Realizar a mensuração de manhã e após a micção (preferência);
3. Solicitar ao indivíduo que fique com o mínimo de roupas, sem joias e outros
adereços e sem sapatos.
- Peso atual: aferido no momento da avaliação
- Peso usual: peso habitual do indivíduo
- Peso ideal: usar IMC médio (22 kg/m2 ) para eutróficos, limite inferior do IMC
(baixo peso) ou limite superior (sobrepeso/ obesidade); p50 (tabelas);
compleição
- Peso desejável: utilizar limites viáveis de IMC ou peso que se sente bem.
Peso ideal segundo a compleição física
Estatura
Expressa a dimensão longitudinal ou linear do corpo humano.
Estatura envolve tanto o comprimento quanto a altura:
● Comprimento: posição deitada
● Altura: indivíduo em pé
Altura - Protocolo de medida
- Posicionar o indivíduo em pé, ereto, descalço e com a cabeça livre de
adereços no centro do equipamento;
- Manter as pernas paralelas, preferencialmente com os pés unidos, os braços
estendidos ao lado do corpo, com a cabeça erguida, olhando para um ponto
fixo na altura dos olhos;
- Encostar os calcanhares, as panturrilhas, os glúteos, as escápulas e parte
posterior da cabeça no estadiômetro ou parede (ou no mínimo três deles);
- Abaixar a parte horizontal até o topo da cabeça e fazer uma ligeira
compressão no cabelo;
- Retirar o paciente;
- Realizar a leitura.
Circunferências - Perímetros
BRAÇO:
● Medir com fita inelástica
● Ponto médio entre o acrômio e o olécrano.
CINTURA:
Medida no ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela recomendação da
OMS.
Posicionamento da fita:
- Sobre o ponto médio;
- Paralela ao solo;
- Evitar abraçar o indivíduo durante o posicionamento da fita;
- A fita deve estar ajustada ao redor da cintura, sem enrugar a pele ou
comprimir os tecidos subcutâneos;
- Realizar a leitura ao final da expiração.
Circunferência da cintura x abdominal
- Ausência de consenso;
- A rigor não são sinônimos;
- A abdominal pode ser medida na altura da cicatriz umbilical.
Associada ao risco de doenças cardiovasculares e síndrome metabólica;
QUADRIL:
Perímetro no nível de maior protuberância posterior dos glúteos. NÃO HÁ
IMPORTÂNCIA ISOLADO, SERVE APENAS PARA A RAZÃO CINTURA
QUADRIL.
Razão cintura quadril
● Menos utilizada na prática clínica
● Mais apropriado para estimar gordura visceral em mulheres
PESCOÇO:
● Avalia o acúmulo de gordura na parte interna da carótida;
● Único escore de depósito de gordura na parte superior do corpo;
● Medida realizada no ponto médio do pescoço.
DOBRAS CUTÂNEAS
- A espessura das dobras cutâneas em diferentes regiões anatômicas fornece
informações das estimativas da quantidade de gordura corporal;
- Comparação de medidas diretas por incisão do tecido adiposo subcutâneo
em cadáveres mostrou estreita relação com a espessura de dobras utilizando
se compassos;
- Compassos específicos para medida da espessura de dobras cutâneas ou
adipômetro ou plicômetro.
- Diferenças entre avaliadores e intra avaliadores;
- Variações aumentam proporcionalmente conforme as dimensões medidas,
quanto maior a espessura, maior a chance de variação;
- Cada profissional deve determinar seu próprio índice de reprodutibilidade
para obter informações confiáveis;
- Discrepâncias acima de 5% refazer.
Protocolo
- Realizar as medidas sempre no hemicorpo direito
- Identificar e marcar o ponto anatômico correspondente
- Definir o tecido celular subcutâneo das estruturas mais profundas, utilizando
o polegar e o indicador da mão esquerda
- Destacar a dobra cutânea e colocar o polegar e o dedo indicador separados
por cerca de 8 cm entre si, quanto mais espesso o tecido subcutâneo, maior
essa distância
- Elevar a dobra cutânea por volta de 1 cm acima do ponto de medida
- Manter a dobra elevada enquanto realiza a medida
- Aplicar a borda do compasso perpendicular à dobra cutânea e 1 cm abaixo
do ponto de reparo
- Soltar a pressão das hastes do compasso lentamente
- Aguardar 2 a 3 segundos para realizar a leitura
Cuidados
- 3 medidas repetidas usar a média ou o valor da medida que se repetiu;
- Evitar medidas logo após esforço físico intenso: deslocamento de fluidos em
direção à pele;
- Medida direta na pele seca, sem creme;
- Evitar o compasso plástico;
- Limite para medidas de boa qualidade: até 40 mm.
Espessura do músculo adutor do polegar (mm) na mão dominante de acordo com
gênero e idade numa população saudável.
Valores abaixo do p5 são considerados abaixo do normal.
MEDIDAS ESTIMADAS
Cálculos a partir de medidas aferidas:
- Área muscular do braço;
- Circunferência muscular do braço;
- Área gordurosa do braço.
Circunferência Muscular do Braço (CMB)
- Avalia a reserva de tecido muscular sem correção da massa óssea .
- Obtida a partir dos valores da CB e da PCT
Área Muscular do Braço (AMB)
- Descontar a área do osso ( subtrai 10 ou 6,5 cm 2 , para homens e mulheres
respectivamente
Área Gordurosa do Braço (AGB)
- Indica a reserva de tecido adiposo
Classificação para o estado de gordura corporal e o estado muscular
Interpretação clínica do estado nutricional
Classificação do estado nutricional segundo adequação ao p50
Classificação do estado nutricional segundo adequação ao p50 ou ao peso
ideal
Avaliação antropométrica Índices
Relação entre 2 medidas
- Medida de peso corporal dividido pela potência da medida de estatura →
fornecer correlações entre a quantidade de gordura corporal e o excesso de
peso corporal
Índice de Massa Corporal ou Índice de Quetelet (IMC)
- Maior acúmulo de gordura → maior peso corporal → maior IMC
- O inverso não necessariamente é verdadeiro, pois um elevado IMC decorre
de um elevado peso corporal que pode ser devido a um aumento de gordura
OU de massa magra
Vantagens:
- Peso e estatura são medidas simples, boa reprodutibilidade e apropriada
para o ambiente clínico;
- Rastreamento de excesso de peso corporal e obesidade.
Desvantagens:
- Não define perda de peso recente
- Não distingue massa magra e massa gordurosa
- Não reflete a distribuição de gordura
- Precária associação entre IMC e gordura corporal em não obesos.
Para saber se o excesso de peso é acompanhado de maior acúmulo de gordura ou
maior desenvolvimento de massa magra é preciso recorrer a outrosprocedimentos
antropométricos
Distribuição de gordura corporal
É importante, pois a gordura visceral (intra abdominal) é um fator de risco potencial
para doenças, independentemente da gordura corporal total.
Medidas de distribuição da gordura corporal
Medidas que refletem a gordura visceral (além da circunferência da cintura) e
também se associam à gordura corporal total:
Índice de Conicidade (IC)
Baseia-se no pressuposto de que as pessoas com sobrepeso ou obesidade
acumulam gordura em volta da região central do corpo.
Diagnostica o perfil da distribuição da gordura corporal e o risco para o
desenvolvimento de disfunções cardíacas e metabólicas.
Pontos de corte para alto risco coronariano conforme o Índice de Conicidade
Índice de obesidade central
Index of Central Obesity
Descrito por Parikh el al (2007) na Escócia
Índice de adiposidade corporal (IAC)
Estimativa direta da porcentagem de gordura corporal.
Sem referencial para classificação.
Exercício
JFC, 52 anos, sexo masculino, casado, motorista, natural de Pernambuco e
residente em São Paulo há 15 anos. Encaminhado para tratamento de dislipidemia.
Medidas antropométricas:
Peso atual = 73,6 kg
Altura = 163 cm
CB = 30 cm
DCT = 12 mm
1. Analise o IMC, a adequação da CB e da DCT.
2. Calcule a CMB, a AMBc e a AGB.
3. Qual o diagnóstico nutricional?
4. Avaliação da composição corporal: porcentagem de gordura corporal e BIA
Avaliação da composição corporal
- Direta: dissecção de cadáver.
- Indireta: modelos matemáticos a partir de princípios químicos e físicos para
predizer as quantidades de gordura e massa magra, validadas a partir de um
método direto.
- Análises elementares (análise de ativação de nêutrons e contagem de K
corporal total); diluição de isótopos (água marcada); pesagem hidrostática;
métodos de imagem (DEXA, USG, tomografia...)
- Duplamente indireta: modelos matemáticos para predizer os componentes
corporais, validado a partir de um método indireto.
- Antropometria, BIA, Interactância por infravermelho.
Níveis de composição corporal
Pressupostos da composição corporal
2 componentes:
- Massa de gordura
- Massa livre de gordura
Multicomponentes; a partir de 3 componentes
- Massa de gordura
- Massa magra
- Massa mineral óssea
- Água corporal
Porcentagem de gordura corporal
Obtido a partir de diferentes protocolos: modelo de dois componentes
- Durnin e Womersley (1974): soma de 4 dobras (homens e mulheres ingleses,
com idade entre 16 e 72 anos, sedentários)
- Jackson e Pollck (1978; 1980): soma de 3 ou 7 dobras (mulheres de 18 a 55
anos e homens de 18 a 61 anos)
Baseado no modelo multicomponentes
- Peterson (2003): equações preditivas de % gordura corporal a partir de 4
dobras. Maior proximidade com medidas a partir da DEXA.
Porcentagem estimada de gordura corporal obtida pela soma de quatro
dobras (Durnin)
Bíceps + Tríceps + Subescapular + Suprailíaca
Verificar a % gordura corporal na tabela de acordo com o valor da somatória, sexo e
idade.
1. Verificar na 1ª coluna o valor que mais se aproxima da soma das 4 dobras
obtida
2. Verificar o valor da % gordura corporal na linha correspondente de acordo
com a idade e sexo do avaliado
3. Exemplo: Homem 35 anos DCT = 25 mm; DCB = 15 mm; DCSE = 31 mm;
DCSI = 28 mm Soma = 99 mm (na 1ª coluna, ir até 100 mm, que é o valor
arredondado mais próximo e seguir na linha até a coluna que contém a idade
e sexo desejado. R: 29% de gordura corporal
Jackson e Pollock (1978; 1980): equação para estimar a densidade corporal a
partir de 3 dobras
Jackson e Pollock (1978; 1980): equação para estimar a densidade corporal a
partir de 7 dobras
Torácica + Axilar média + Tríceps + Subescapular + Abdominal + Suprailíaca+Coxa
Classificação da % gordura corporal
Classificação do estado nutricional a partir da % gordura corporal (Gallagher)
Classificação da % gordura corporal (Lohman)
Classificação da porcentagem de gordura corporal (Pollock)
Homens
Mulheres
Classificação da porcentagem de gordura corporal – Adultos (Nieman)
Bioimpedância ou impedância elétrica (BIA)
Método de avaliação da composição corporal baseado na condução de uma
corrente elétrica indolor, de baixa intensidade, aplicada por meio de cabos
conectados a eletrodos ou superfícies condutoras, em contato com a pele, e que
permitem a quantificação de compartimentos corporais em massa livre de gordura
(MLG), massa gorda (MG), massa celular corporal (MCC) e água corporal total
(ACT).
Analisa a composição corporal –
- Água corporal –
- Massa livre de gordura
- Músculo esquelético (ou massa magra seca) + massa óssea + água
intra e extracelular –
- Gordura corporal (GC): subcutânea e visceral
- GC = Massa corporal total – Massa livre de gordura
Obs: dobras → gordura subcutânea
Diagrama de composição corporal
Princípios da BIA
Princípio do método: passagem de uma corrente fraca (500 - 800A) em uma
(monofrequencial) ou mais frequências (multifrequencial) através do corpo do
indivíduo e a oposição à essa corrente (impedância) é medida com um analisador
computadorizado.
A água é o único elemento em nosso corpo que conduz eletricidade, sendo assim,
quando a corrente passa pelo corpo, pode-se medir a impedância da água.
Cálculo da impedância
Z = √ (R² + Xc²)
Z = impedância
R = resistência (tecidos; -R = +H2O; +R = -H2O)
Xc = reactância (membrana celular)
A impedância sofre influência de dois componentes:
- Resistência: oposição à corrente oferecida pelos próprios tecidos;
- Reactância: oposição adicional causada pela capacidade de isolamento à
passagem da corrente elétrica apresentada pelas membranas celulares;
Princípios da BIA
- Compartimentos com maior teor de água promovem menos resistência à
passagem da corrente elétrica;
- Compartimentos com maior teor de gordura oferecem mais resistência à
corrente elétrica;
- As equações de BIA são específicas de acordo com a idade, sexo, etnia e
nível de atividade física.
Parâmetros de referência para % gordura e hidratação na BIA
Água corporal total: ideal 50 a 60% do peso corporal
Ângulo de fase
- Corresponde ao desvio da corrente quando parte dela é armazenada pelas
membranas celulares
- Sensível às alterações da membrana celular
- Indicador de integridade de membrana celular – prognóstico
- Valores baixos – morte ou diminuição da atividade celular
- Valores altos – membranas intactas e boa saúde
Indivíduos saudáveis: média 7º
Enfermos: Câncer de pâncreas (AF <5º sobrevida 6 meses; AF >5º sobrevida 10
meses); Cardíacos cirúrgicos (AF <5,38º > complicações)
Recomendações antes do exame
- Não fazer uso de medicamento diurético nos últimos 7 dias;
- Manter-se em jejum por pelo menos 4 horas;
- Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 48 horas;
- Não ter praticado atividade física nas últimas 24 horas;
- Urinar pelo menos 30 minutos antes da medida;
- Manter-se em repouso por 5 a 10 minutos em decúbito dorsal antes da
realização do teste;
- Mulheres: não estar em fase pré- menstrual que perceba alteração de peso;
- Evitar o consumo de alimentos ricos em cafeína (chá, café, derivados de
cacau) no dia anterior.
Contra-indicações para BIA
- Hidratação alterada
- Portadores de marca-passo ou quaisquer aparelhos eletrônicos semelhantes.
- Pessoas com pinos ou placas metálicas
- Deficientes físicos
- Gestantes e crianças (< 3 anos)
Tipos de BIA
Frequência única ou monofrequencial:
- ~50 kHz
- Tetrapolar (4 eletrodos)
- Assume uma hidratação constante a 73,2%
- Corrente passa pela água extracelular e infere a água intracelular
Múltiplas frequências ou multifrequencial:
- 1 a 1000 kHz (0, 1,5, 50, 100, 200, 500, 1000 kHz)
- Possibilita avaliar água intra e extracelular
- água intracelular: frequência > 50 kHz
- 4 ou 8 eletrodos
- 8 eletrodos: segmentar
- distribuição de fluidos em algumas doenças (ascite, DRC, IC, pós
cirúrgicos)
Outros métodos
Exames de imagem
- Possibilitam visualizar a distribuição dos tecidos
- Absorciometria por raios x de feixe duplo (DEXA)
- Ultrassonografia
- Tomografia computadorizada
- Ressonância magnética
Absormetriacom raios X de dupla energia (DEXA)
- Consiste na emissão de raios X para o corpo e concomitante medida da
densidade das imagens obtidas
- Fornece o conteúdo mineral ósseo, massa magra e de gordura
- Baixa dose de radiação (indicado para todas as idades, exceto gestante)
- Padrão ouro para análise da composição corporal
Ressonância magnética
- Método de indução magnética
- Sem radiação
- Gordura total e visceral
Tomografia e Ultrassonografia
- Tomografia: refração da radiação
- Ultrassonografia: sem radiação; treinamento
Pesagem hidrostática e pletismografia
Determinam o volume corporal para posteriormente se calcular a densidade e, a
partir da densidade, obter a % gordura corporal.
- Pesagem hidrostática: deslocamento de água
- Pletismografia: deslocamento de ar
Interactância de infravermelho
- Interactância de infravermelho próximo
- Inicialmente usado para avaliar composição química de alimentos
- Baseada em diferentes densidades ópticas obtidas por meio da absorção e
reflexão de comprimentos de onda dos raios infravermelhos emitidos pelo
aparelho no tecido subcutâneo de um determinado local anatômico,
normalmente o bíceps
- Não invasivo
Exercício
1. Paciente NDP, sexo masculino, 56 anos, casado, aposentado, analfabeto funcional,
natural de Eldorado/ SP. Apresenta histórico de tabagismo e alcoolismo crônico há mais de
40 anos e foi diagnosticado com carcinoma espinocelular no esôfago. Na avaliação
antropométrica obteve-se os seguintes dados:
Peso atual = 52 kg Altura = 168 cm Peso Habitual = 62 kg há 3 meses
CB = 25 cm DCT = 9 mm DCB = 6 mm DCSE = 9 mm DCSI = 12 mm
1.1 Qual a % perda de peso do paciente e como ela se classifica?
1.2 Qual a circunferência muscular do braço? Classifique.
1.3 Qual a área muscular do braço? Classifique.
1.4 Qual o percentil da DCT e da AGB? Classifique.
1.5 Qual o diagnóstico nutricional desse paciente?
2. MTS, sexo feminino, 45 anos, 162 cm, faz acompanhamento para perda de peso. Iniciou
o tratamento com 85 kg e, em 6 meses, atingiu 81 kg. O adipômetro da clínica está em
manutenção, por isso foram tomadas apenas as medidas de circunferência da cintura e
circunferência do braço. CC = 92 cm CB = 38 cm C. Quadril = 88cm C. Punho = 18 cm
2.1 Qual o IMC atual da paciente? Classifique.
2.2 Qual o seu peso ideal com base no IMC?
2.3 Que indicadores podem ser usados para verificar a distribuição de gordura corporal?
2.4 Qual o risco metabólico com base nas medidas de distribuição de gordura?
3. Qual a classificação da % gordura corporal para um indivíduo do sexo masculino, um
com 25 e outro com 35 anos, com as mesmas medidas de dobras triciptal 27 mm, biciptal
12 mm, subescapular 18 mm e suprailíaca = 20 mm. Utilize as diferentes classificações.
Considere os dados antropométricos do paciente R.L.M, sexo masculino, 21 anos:
3. a) Segundo as medidas acima, calcule e classifique os parâmetros antropométricos:
IMC: _____________kg/m2 Classificação:________
Valor da Compleição: ________________ Tamanho:________
Peso ideal de acordo com: IMC médio: _______________ Compleição:
Soma das 4 dobras: ________ mm % Gordura corporal total (Durnin) =________
Classificação da %CG segundo:
Heyward (2004) _____________________________________________________
Lohman (1991) _____________________________________________________
Gallagher (2000) _____________________________________________________
Pollock (1993) _______________________________________________________
Nieman (1995) _____________________________________________________
AMB (cm2) = ____________ Percentil: _______________ Classificação:________________
AGB (cm2) = ____________ Percentil: _______________ Classificação:________________
DCT + DCSE (mm)= ________ Percentil: _______________ Classificação:_____________
Classifique o estado nutricional segundo adequação:
Valor no p 50 (ou
peso ideal) Adequação Classificação
Peso (kg)
CB (cm)
DCT (mm)
CMB (cm)
Classifique e justifique o risco cardiovascular segundo a distribuição da gordura corporal:
Circunferência da cintura: ____________________________________________________
Relação Cintura-Quadril = __________ Classificação ______________________________
Circunferência do Pescoço: ___________________________________________________
Índice de Conicidade = _______ Classificação ____________________________________
3. b) De acordo com os dados avaliados, qual o diagnóstico nutricional final? Explique.
4. Paciente de 40 anos, sexo masculino, cor branca, com diagnóstico de leucemia. Peso
habitual = 101 kg, peso atual = 84,6 kg, altura = 170 cm. Foi submetido à quimioterapia (QT)
curativa, sendo acompanhado por BIA durante todos os cinco ciclos do tratamento, com os
resultados abaixo:
QT Peso (kg) R Xc MM kg % MM GC kg %GC AF
1 84,6 538 61 61,950 73,2 23,650 26,8 6,50
2 92,6 484 54 66,870 72,2 25,730 27,8 6,39
3 100,1 458 50 70,870 70,8 29,230 29,2 6,26
4 103,0 443 47 72,620 70,5 30,380 29,5 6,08
5 105,5 430 45 74,150 70,3 31,350 29,7 6,00
R: Resistência; Xc: Reactância; MM: Massa magra; GC: gordura corporal; AF: Ângulo de fase
Observa-se que a BIA, por meio da composição corporal e do AF, fornece dados adicionais
à variação do peso corporal. O paciente aumentou o peso durante todo o tratamento. No
entanto, mesmo havendo aumento da massa magra, o AF não melhorou. Como podemos
interpretar os resultados?

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