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Aula 1 Logística Global e Sua Importância Estratégica

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AULA 1 
LOGÍSTICA GLOBAL E A SUA 
IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA 
Prof. Marcio José das Flores 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, caros alunos! O mundo dos negócios mudou e os profissionais de 
logística precisam conhecer as diversas opções estratégicas de operação de suas 
empresas. Hoje é fundamental entender que as cadeias de abastecimento ou de 
distribuição física não são apenas mais uma função organizacional e sim uma 
decisão estratégica para tornar as empresas mais produtivas e competitivas. É 
preciso ter visão sistêmica e alterar as funções da empresa de forma criativa a fim 
de programar estratégias vencedoras. Atualmente, empresas de sucesso são 
aquelas que conseguem ser inovadoras e lançar produtos e serviços mais 
rapidamente, atender à demanda com tempos de espera menores e conquistar 
maior confiabilidade. A busca incessante por uma vantagem competitiva tem se 
tornado uma preocupação de todas as empresas atentas às realidades do 
mercado. 
Neste módulo vamos falar sobre a logística global e sua importância 
estratégica para nossas organizações. Nesta primeira aula, vamos trabalhar os 
seguintes temas: 
 Tema 1 – Forças motrizes da globalização 
 Tema 2 – Mercados globais 
 Tema 3 – Decisão entre comprar ou produzir 
 Tema 4 – Internacionalização de empresas 
 Tema 5 – Regimes aduaneiros no Brasil 
CONTEXTUALIZANDO 
No período pós-Segunda Guerra Mundial, em especial na década de 1970, 
com a ascensão industrial e tecnológica teve início nos Estados Unidos, França, 
Alemanha e Japão um embrião do processo de globalização como a conhecemos 
nos dias atuais. Nesse contexto, a indústria automobilística e de tecnologia da 
informação deram um salto exponencial, o qual propiciou o desenvolvimento de 
uma cadeia mundial de suprimentos e de distribuição física de bens e produtos 
por parte das grandes empresas multinacionais, em especial empresas dos 
países mencionados. 
Com o início dessa nova ordem econômica mundial, sob a égide da 
globalização, alguns países, em especial os chamados Tigres Asiáticos e mais 
recentemente países emergentes e BRICS (grupo formado por Brasil, Índia, 
 
 
3 
Rússia e China), ganharam novos investimentos e competitividade mundial. A 
China em especial surge nesse cenário mundial de forma extremamente 
competitiva frente aos países desenvolvidos. As trocas no comércio internacional 
se acentuam significativamente com a intensificação dos processos de exportação 
e importação entre esses novos atores. 
A logística global se ampara então na definição estratégica das empresas, 
na utilização dos modais de transportes internacionais, nos documentos de 
aplicabilidade mundial do comércio internacional e na legislação aduaneira de 
cada país. Para a execução das estratégias empresariais, é fundamental a 
escolha adequada dos modais de transporte para cada tipo de produto e 
consequentemente a seleção de um provedor de logística global que traga 
soluções inteligentes em uma parceria de sucesso no comércio internacional. 
Aspectos da logística, como o atendimento do prazo de entrega, boas 
condições na entrega dos produtos, atendimento nos serviços relacionados ao 
andamento da carga, tornam-se primordiais na manutenção dos clientes e 
alavancagem de novos negócios, pois criam confiabilidade e assertividade entre 
exportador e importador. 
Leandro (2004), no artigo “A logística e o mundo globalizado”, comenta que 
o desafio para uma organização que pretende ser líder em serviço ao 
cliente é conhecer as exigências dos diferentes segmentos do mercado 
em que atua e direcionar os seus processos de logística aos 
cumprimentos dessas exigências. A disponibilidade do produto de 
acordo com a conveniência está superando a fidelidade à marca ou a 
um determinado fornecedor. 
TEMA 1 – FORÇAS MOTRIZES DA GLOBALIZAÇÃO 
O processo de globalização, desde sua origem, é impulsionado por quatro 
grandes forças motrizes: mercado, tecnologia, políticas e custos comparativos de 
produção. 
As forças de mercado globais se caracterizam pela competição estrangeira 
intensa, em que produtos, diferentemente de serviços, são comercializados de 
forma rápida entre países. Dessa forma, empresas locais não mais competem 
apenas com empresas locais, e a competitividade configura-se como instrumento 
fundamental das empresas, pois quanto mais competitiva a empresa for, maior a 
quantidade de mercados que ela poderá atender. 
O comércio eletrônico, por sua vez, tem contribuído para tornar o 
consumidor cada vez mais exigente em termos de prazos e de qualidade, tanto 
 
 
4 
de produtos como de serviços. Essas mudanças estão transformando a visão 
empresarial sobre a logística, que passou a ser vista não mais como uma atividade 
operacional, um centro de custos, mas sim como uma atividade estratégica fonte 
potencial de vantagem competitiva. É importante entender que, devido ao avanço 
tecnológico na área de produção, os produtos em si tornaram-se muito parecidos 
em sua composição, independentemente do local em que forem produzidos. 
Dessa forma, o diferencial da logística ganha um destaque maior. Se a qualidade 
era o fator principal no campo dos negócios na década de 1980, a logística se 
tornou, nos últimos anos, a chave da concorrência entre as empresas que atuam 
em um mercado globalizado (Leandro, 2004). 
As forças tecnológicas dão suporte à logística global que move todo esse 
processo de globalização, em especial quanto à disponibilidade de informações 
na internet e na implantação de ferramentas de rastreabilidade das cargas 
exportadas ou importadas. Além da tecnologia que podemos ver enquanto 
consumidores, avanços tecnológicos importantes ocorrem nos processos de 
manufatura e transporte das empresas, bem como a difusão de conhecimento 
técnico para especialistas e leigos por meio da internet, permitindo a comparação 
entre os produtos na tomada de decisão de compra. Importante lembrar também 
do compartilhamento cada vez mais intenso de tecnologias por meio de parcerias 
entre empresas e do uso generalizado de componentes especializados. Hoje 
muitas empresas deixam de “fabricar” integralmente seus produtos, passando a 
serem “montadoras” de seus produtos; outras nem isso mais fazem, pois 
passaram a gerenciar suas marcas terceirizando ou licenciando a totalidade de 
sua produção. 
Forças de custos globais são importantes de serem destacados, pois foram 
as primeiras impulsionadoras para a instalação de fábricas nos países da nova 
ordem mundial. Atualmente, devido ao aumento de capital investido nas 
instalações de produção e a automatização generalizada na maioria das indústrias 
do mundo, o custo da mão de obra direta vem perdendo importância para outros 
fatores estratégicos das empresas, como disponibilidade de recursos e matérias-
primas, facilidades logísticas para a distribuição física internacional e a própria 
gestão da marca, que cria desejo nos consumidores (por exemplo, Ferrari, Harley 
Davidson etc.). Em muitos casos, a localização das fábricas independe do custo 
e disponibilidade de mão de obra, pois pouco impacta a comunidade ao seu redor, 
 
 
5 
devido a diferentes vetores estratégicos de custos, como acesso a facilidades 
logísticas ou benefícios fiscais concedidos pelo governo local. 
A economia mundial durante a década de 1980 – a chamada década 
perdida devido à estagnação econômica vivida pela América Latina, incluindo o 
Brasil, com uma forte retração da produção industrial e baixo crescimento da 
economia – foi fortemente impactada devido a dois grandes eventos ocorridos em 
meados da década de 1970: a quebra do acordo de Bretton Woods e a crise 
internacional do petróleo. A partir da estabilização econômica que se perpetuou 
ao redor do mundo no final da década de 1980 e que chegou ao Brasil em meados 
da década de 1990, as forças políticas e macroeconômicas passam a dar 
importante suporte ao processo de globalização devido aentão possível 
estabilidade das taxas de câmbio num novo mundo de taxas flutuantes. Nessa 
época também países nas diferentes regiões do globo passaram a se organizar 
em blocos econômicos, e acordos de comércio regionais foram negociados sob a 
égide da organização mundial do comércio. Nesse ambiente, novas formas de 
proteção comercial dos países se desenvolveram, como as barreiras não 
tarifárias, cláusulas de comércio e limites de comércio para determinados 
produtos ou países. 
Essas forças motrizes que levaram o mundo em direção à globalização 
fizeram surgir para as empresas do mundo todos os chamados mercados globais. 
TEMA 2 – MERCADOS GLOBAIS 
Segundo Coelho (2010), no mercado competitivo e globalizado em que 
muitas empresas competem, deve-se considerar a dimensão internacional dos 
negócios e estratégias. Essas empresas, chamadas de multinacionais (em 
contraste com as empresas locais ou domésticas), têm seu mercado e seu 
fornecimento em escala global: compram matérias-primas, fabricam e vendem 
produtos e serviços em diversos países. 
A maneira como os gestores das multinacionais abordam as oportunidades 
globais define a estratégia que as empresas utilizarão para comprar, produzir e 
vender. Enquanto algumas zelam por sua exclusividade e o apelo que a marca 
produz, outras visam alcançar o maior número possível de consumidores com 
custos cada vez mais baixos. 
 
 
6 
Essas estratégias podem ser classificadas em quatro grupos: internacional, 
multidoméstica, global e transnacional (Coelho, 2010). Vejamos algumas 
características de cada uma destas alternativas. 
A estratégia internacional caracteriza-se por atuar normalmente via 
importação/exportação do produto final, e em algumas ocasiões usa-se o 
licenciamento de um produto existente. A redução de custo do produto não é uma 
das principais preocupações da empresa que utiliza esta estratégia. Servem como 
exemplos produtos com alto apelo emocional devido à marca, como as motos 
Harley Davidson. 
A estratégia multidoméstica é definida por sua ágil resposta às 
necessidades dos clientes com alguma diferenciação. Utiliza o seu modelo de 
sucesso em escala global, por meio de franquias, subsidiárias ou joint ventures. 
Coelho (2010) comenta que a estratégia global tem seus produtos 
altamente padronizados e utiliza um sistema produtivo que explora economias de 
escala. Normalmente são empresas que aprenderam a aproveitar os 
conhecimentos de diferentes culturas e métodos. 
Na estratégia transnacional as empresas atuam localmente, com rápidas 
respostas para os problemas que enfrentam nos diferentes mercados. Elas 
movem materiais, pessoas e ideias entre diferentes países e mesmo entre 
continentes. Exemplos de empresas que atuam com esta estratégia são a Coca-
Cola e a Nestlé. 
Para o desenvolvimento dessas diferentes estratégias as empresas 
precisam entender o processo de compra de seus consumidores, chamado de 
comportamento do consumidor. Este pode ser definido como o processo em que 
indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, 
serviços, ideias ou experiências para satisfazer às suas necessidades ou desejos. 
Podemos adicionar ainda a essa visão o fator “processo decisório”, que tem 
extrema importância no entendimento desse comportamento. 
Na medida em que o mundo globalizado se desenvolve, podemos observar 
que com ele cresce também uma cultura global, em que pessoas do mundo inteiro 
encontram-se unidas por sua devoção comum a produtos de uma marca e, ao 
mesmo tempo, as culturas locais também diferenciam a cada dia mais suas 
características, passando a exigir foco dos profissionais de marketing. Nesse 
ambiente competitivo, o papel da logística mais uma vez ganha destaque pelo 
 
 
7 
suporte fornecido às estratégias de internacionalização das empresas, 
importação, exportação e outros arranjos. 
TEMA 3 – DECISÃO COMPRAR X PRODUZIR 
Conforme vimos anteriormente, cada vez mais as empresas deixam de 
fabricar seus produtos, passando muitas vezes a montá-los a partir de diferentes 
componentes. Este fato nos traz a importante decisão sobre em quais itens a 
empresa deve concentrar seus esforços de diferenciação e de tecnologia em seu 
desenvolvimento e quais componentes ela deve comprar. Numa referência ao 
mercado automobilístico, as chamadas montadoras têm terceirizado a maior parte 
da fabricação de seus componentes, mas em geral não abrem mão do 
desenvolvimento de seus motores. 
Neste contexto, tem evoluído também o conceito de terceirização, 
mudando de uma visão tradicional, em que a terceirização era focada na redução 
de custos a partir de contratos de curto prazo com muitos fornecedores, para uma 
visão de parceria duradoura com poucos fornecedores, selecionados a partir de 
critérios múltiplos como qualidade, confiabilidade e opções estratégicas. 
Dessa forma, a terceirização se torna uma decisão estratégica para as 
organizações, pois por meio dela as empresas podem melhorar o foco em seu 
negócio (core business) sem desperdiçar esforços e energia em obter acesso a 
capacidades de nível mundial em todos os componentes de seus produtos. Essa 
abordagem favorece a reestruturação das organizações atuais por semelhança 
na sua forma de atuação (isomorfismo mimético) e acelera os benefícios da 
reengenharia de seus processos, compartilhando os riscos do desenvolvimento 
das novas tecnologias e inovações. 
Em um nível tático de atuação das organizações atuais, a terceirização 
ainda suporta a redução ou a melhor gestão de custos operacionais em funções 
básicas ou de difícil controle, liberando fundos de capital para a empresa investir 
em outras oportunidades de negócio ou mesmo compensar a falta de recurso para 
investimento. 
Dentre todas essas decisões estratégicas a que as empresas atuais 
precisam se dedicar, a atuação no mercado internacional merece grande 
destaque, como veremos a seguir. 
 
 
8 
TEMA 4 – INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS 
O processo de internacionalização das empresas se dá num primeiro 
momento com o acesso e a disponibilização de seus produtos em novos mercados 
além das fronteiras do seu país de origem. Esse acesso a novos mercados se dá 
por meio dos canais de distribuição internacional, que podem ser diretos ou 
indiretos. 
Nos canais de distribuição internacional diretos temos: 
 Vendas pelo correio: muitas exportações de pouco volume são realizadas 
por correios ou por serviço de courrier, isto é, remessa de encomendas 
expressas para o exterior. 
 Consórcio de exportação: é uma das formas mais práticas e baratas para 
atuar no mercado internacional, juntando sinergias com outros produtores. 
 Agente no exterior: é uma das formas mais utilizadas para entrar no 
mercado externo. Uma pessoa física ou jurídica que, por um acordo, vende 
e representa seu contratante e é paga com uma comissão. 
 Distribuidor ou vendedor direto: a empresa possui um funcionário que 
reside no país do importador, promovendo e realizando as vendas. 
 Distribuidor: é uma empresa que compra o produto em seu próprio nome, 
estoca a mercadoria e a vende a um terceiro aplicando uma margem. 
 Rick jobbing: o exportador administra por sua própria conta um espaço de 
uma loja ou armazém de um comerciante local, contatando consumidores 
locais e vendendo diretamente a eles. 
 Filial de vendas: trata-se de uma loja de vendas que é gerenciada por 
funcionários da empresa exportadora. O produto é enviado pelo exportador 
diretamente para sua filial, que o entregará ao cliente final. 
 Joint venture: de acordo com Minervini (2001), “é conceituado como um 
contrato entre duas partes para criar uma associação entre empresas com 
objetivo comum, para a realização um ou mais negócios”. 
Normalmente, em uma joint venture a firma estrangeira fornece a 
tecnologia e a supervisão técnica, e a firma local fornece os meios materiais 
para a execução da produção e colocaçãodo produto no mercado. Muitas 
vezes a joint venture pode ser a única forma de entrar em um país ou região 
onde as práticas governamentais de concessão de contratos são restritas. 
 
 
9 
Na mesma linha, fusões e aquisições (M&A – Merges and Acquisitions) 
remetem às operações empresariais de compra de empresas. Essas 
operações permitem que as empresas sejam vendidas, compradas e 
agrupadas. A fusão é uma forma de reorganização empresarial, 
caracterizada pela união de duas ou mais empresas. Nas aquisições, 
ocorre a compra de uma empresa por outra. Nesse caso, isso significa 
necessariamente que uma das empresas permanece. 
 Licenciamento: Keegan e Green (1999) conceituam licenciamento como 
um acordo contratual pelo qual o licenciador permite que o licenciado use 
patentes, marcas, tecnologia ou outros bens intangíveis mediante o 
pagamento de royalties ou outra forma de pagamento. 
De acordo com Hitt, Ireland e Roskisson (2003, p. 339), “um acordo de 
licenciamento permite que uma firma estrangeira compre o direito de 
manufaturar e vender os produtos da firma dentro de um país anfitrião ou 
conjunto de países”. 
O licenciamento é uma das formas de redes que está se tornando comum, 
pois tem provado ser um meio rentável de penetração em mercados 
estrangeiros por não usar muitos recursos da empresa licenciadora, 
favorecendo assim as firmas menores que não possuem os recursos e as 
possibilidades de instalação no exterior (Keegan e Green, 1999). 
Nos canais de distribuição internacional indiretos temos: 
 Buyer agent: atua no país do exportador, em nome e por conta do 
importador, levando oportunidades de negócios e mantendo-o bem 
informado a respeito do mercado exportador. 
 Broker: é um intermediário que atua em setores muito específicos, como os 
de matérias-primas, e tem uma relevante especialização no setor de 
mercado. 
 Piggy back: são empresas conhecidas no mercado de destino da 
mercadoria e que atuam no mesmo segmento do exportador. 
 Jobber: é um atacadista que compra, estoca e revende para outros 
atacadistas ou para o grande distribuidor. Sua comissão é paga em parte 
pelo comprador e em parte pelo vendedor. 
 
 
10 
 Agente de vendas: é um executivo que desenvolve contatos de venda, 
tendo como sede principal o país do próprio exportador. Sua remuneração 
é baseada em comissão sobre o volume de negócios realizados. 
 Trading company: é uma sociedade mercantil, cujas atividades são de 
compra e venda, intermediação, financiamento, comercialização e, 
inclusive, industrialização. 
As modalidades de atuação no mercado internacional podem fazer 
referência ao grau de maturidade das empresas quanto à sua internacionalização. 
De qualquer forma, o melhor indicador refere-se à estratégia competitiva da 
empresa e seu real interesse no mercado externo. 
TEMA 5 – REGIMES ADUANEIROS NO BRASIL 
Conforme a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), chama-se 
regime aduaneiro o tratamento tributário e administrativo aplicável às mercadorias 
submetidas a controle aduaneiro conforme a natureza e objetivos da operação, e 
de acordo com as leis e regulamentos aduaneiros. 
O regime aduaneiro geral ou comum, como o nome já indica, caracteriza-
se pela generalidade das importações, com pagamento de direitos aduaneiros 
devidos. Consiste na importação de bens a título definitivo, permitindo o seu 
consumo no país após a sua nacionalização. 
A SRFB comenta que os regimes especiais são as exceções ao regime 
geral, visam atender a situações de temporariedade dos bens no território 
aduaneiro ou à concessão de benefícios fiscais. Devido à importância econômica 
significativa para o país, são denominados também de Regimes Econômicos ou 
Regimes Suspensivos, porque suspendem o pagamento dos direitos aduaneiros 
durante sua vigência. 
A importância econômica dos regimes aduaneiros especiais não se 
restringe à desoneração de impostos, mas também age sobre a importação de 
bens e componentes estrangeiros destinados à industrialização no país do 
produto final com objetivo de ser exportado, trazendo efeitos positivos sobre a 
balança comercial decorrentes de maior competitividade do produto nacional no 
mercado internacional. 
 
 
11 
A utilização de regimes aduaneiros especiais, tendo em vista a natureza de 
cada uma de suas espécies e respectivas aplicações, também traz outros efeitos 
importantes na atividade econômica, tais como: 
 armazenamento, no país, de mercadorias estrangeiras por prazo 
determinado, permitindo ao importador manutenção de estoques 
estratégicos com pagamento de tributos no momento do consumo; 
 transporte de mercadorias estrangeiras com suspensão de impostos entre 
locais sob controle aduaneiro; e 
 realização de feiras e exposições comerciais. Ao permitir a realização de 
eventos de natureza cultural, esportiva e científica, com a utilização de bens 
estrangeiros, os regimes aduaneiros especiais possibilitam maior 
integração do país com o exterior. 
5.1 Modalidades de regimes aduaneiros especiais 
Segundo a SRFB, regimes aduaneiros especiais são regras ou 
procedimentos que visam regular situação especiais no comércio de importação 
e exportação de um país. Visam auferir vantagens financeiras ou operacionais às 
empresas, principalmente vantagens fiscais ao suspender ou impedir a cobrança 
de tributos. 
De acordo com o Regulamento Aduaneiro (Decreto n. 4.543/2002), são 
determinadas pelas características de suspensão de créditos tributários; 
permanência das mercadorias por prazo determinado em território nacional e a 
exigência de garantia (real ou pessoal) dos tributos em termo de responsabilidade: 
os bens ingressam no país, mas não se integram à riqueza nacional, podendo ser 
ou não desembaraçados para consumo. As modalidades de regimes aduaneiros 
especiais são as seguintes: 
 Trânsito Aduaneiro (arts. 267 a 305): permite o transporte de mercadorias 
de um ponto a outro do território aduaneiro com suspensão de tributos. 
 Admissão Temporária (arts. 306 a 323): permite a entrada de produtos 
estrangeiros com suspensão de tributos no prazo de um (1) ano, 
prorrogável por mais um (1) ano para feiras, congressos, exposições etc. 
conforme Instrução Normativa n. 285/2003 da SRFB. 
 Admissão Temporária para Utilização Econômica (arts. 324 a 331). 
 Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo (arts. 332 a 334). 
 
 
12 
 Exportação Temporária (arts. 385 a 401): permite a saída e o futuro 
regresso de produtos nacionais ou nacionalizados, não havendo incidência 
de impostos no prazo um (1) ano, prorrogável por mais um (1) ano para 
feiras, congressos, exposições etc. conforme Instrução Normativa 
n. 319/2003 da SRFB. 
 Exportação Temporária para Aperfeiçoamento Passivo (arts. 402 a 410). 
 Drawback: suspensão, isenção e restituição (arts. 335 a 355): permite a 
importação de insumos para industrialização de bens destinados à 
exportação, sem incidência de tributos. Com a edição da Lei n. 10.833, de 
29 de dezembro de 2003, consolidou-se uma prática que já era comum. 
 Entreposto Aduaneiro de Importação e de Exportação (arts. 356 a 371): 
permite o depósito de mercadorias em local determinado do território 
aduaneiro, com suspensão de tributos, pelo prazo de um (1) ano, 
prorrogável até três (3) anos. 
 Recof – Entreposto Industrial sob Controle Informatizado (arts. 372 a 380). 
 Recom – Regime Aduaneiro Especial de Importação de Insumos (arts. 381 
a 384). 
 Repetro – Regime Aduaneiro Especial de exportação e importação de bens 
destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e 
gás natural (arts. 411 a 415). 
 Repex – Regime Aduaneiro Especial de importação de petróleo bruto e 
seus derivados (arts. 416 a 423). 
 Reporto – Regime Tributário para incentivo à Modernização e à Ampliação 
da Estrutura Portuária (novo regime criado pela Medida Provisória 
n. 206/2004, art. 12). Loja franca ou free shop (arts. 424 a 427). 
 Depósito Especial (arts. 428 a 435) (antigo DEA e DAD). 
 DAF – Depósito Afiançado (arts. 436 a 440). 
 DAC – Depósito Alfandegado Certificado (arts. 441 a 446). 
 Depósito Franco (arts. 447 a 451). 
 Zona Franca – áreas de livre comércio de importação e exportação e com 
isenção de tributos, visam promover o desenvolvimento econômico e social 
de certas regiões. 
 
 
13 
FINALIZANDO 
Vimos que estamos vivendo em uma época de constantes e imprevisíveis 
mudanças. A cada dia que passa, os avanços tecnológicos mudam as 
perspectivas e concepções de mundo existentes. Hoje, milhares de pessoas e 
produtos cruzam o Atlântico e chegam a seu destino no mesmo dia de partida, e 
uma comunicação em texto, voz ou imagem chega em um pressionar de teclas 
de um telefone móvel. 
Tendo em vista este cenário, em que as barreiras deixaram de existir ou ao 
menos tornaram-se muito mais permeáveis, notamos também uma mudança nas 
operações industriais e relações comerciais entre os mais diversos povos, línguas 
e nações. Fronteiras foram pulverizadas para constituírem grandes blocos. As 
organizações não competem mais somente num mercado local, não importando 
se o negócio da organização é grande ou pequeno. 
Nesta primeira aula, discutimos o ambiente no qual a internacionalização 
dos mercados se desenvolve, suas forças impulsionadoras e as formas das 
empresas se posicionarem neste ambiente de negócios. 
LEITURA OBRIGATÓRIA 
Texto de abordagem teórica 
NÓBREGA, D. G. A.; BARRETO, M. L. G.; SILVA, R. M. A globalização e a 
evolução do comportamento organizacional. IN: - XXII Encontro Nacional de 
Engenharia de Produção – ENEGEP, 22., 2002, Curitiba. Anais..., Curitiba: 
ABEPRO, 2002. 
Texto de abordagem prática 
BRAND, F. C.; KRONMEYER FILHO, O. R.; KLIEMANN NETO, F. J. O processo 
de terceirização no contexto de uma cadeia produtiva: o caso da cadeia 
eletroeletrônica . IN: XXV Encontro Nacional de Engenharia de Produção – 
ENEGEP, 25., 2005, Porto Alegre. Anais..., Porto Alegre: ABEPRO, 2005. 
 
 
 
14 
Saiba mais 
AMORIM, D. F. B. de. Gestão Estratégica da Cadeia Logística. Administradores, 
26 dez. 2014. Disponível em: 
<http://www.administradores.com.br/artigos/academico/gestao-estrategica-da-
cadeia-logistica/83612/>. Acesso em: 23 maio 2018. 
MANTOVANI, F. Logística estratégica em alta. Exame.com, 24 fev. 2017. 
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/blog/sua-carreira-sua-
gestao/logistica-estrategica-em-alta-2/>. Acesso em: 23 maio 2018. 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto n. 4.543, de 26 de dezembro de 2002. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 27 dez. 2002. 
_____. Medida Provisória n. 206, de 6 de agosto de 2004. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 09 ago. 2004. 
BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Instrução Normativa SRF n. 
285, de 14 de janeiro de 2003. Disponível em: 
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=15168&vis
ao=anotado>. Acesso em: 23 maio 2018. 
_____. Regimes aduaneiros especiais. Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/historico/srf/boaspraticas/aduana/Regimes.ht
m>. Acesso em: 23 maio 2018. 
CARNIER, L. R. Marketing internacional para brasileiros. 3. ed. São Paulo: 
Aduaneiras,1996. Hitt, Ireland e Roskisson (2003, p. 339). 
COELHO, L. C. Opções para estratégias de operações globais. Logística 
Descomplicada, 04 jan. 2010. Disponível em: 
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