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Teoria Geral do Processo 1)

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TEORIA GERAL 
DO PROCESSO
Renata Barros Prieto
 
Estrutura e organização do 
Poder Judiciário brasileiro
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar as competências constitucionais atribuídas aos órgãos do 
Poder Judiciário.
  Reconhecer os órgãos que formam a estrutura do Poder Judiciário 
Brasileiro.
  Listar as funções constitucionais essenciais à Justiça. 
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar como se compõe a estrutura e a or-
ganização do Poder Judiciário no Brasil. Por intermédio desses órgãos, 
é possível compor os conflitos de interesse, os quais são solucionados 
pelo Poder Judiciário.
Os órgãos formam certa hierarquia no Judiciário, no qual cada um 
tem uma competência específica de acordo com a matéria em questão. 
Além disso, existem órgãos que têm a função primordial de amparar a 
sociedade, auxiliando e protegendo seus direitos.
Competências constitucionais dos 
órgãos do Poder Judiciário
O Poder Judiciário exerce função típica: julgar aplicando a lei ao caso con-
creto, de modo a resolver os confl itos de interesse, tendo, portanto, função 
jurisdicional.
O art. 92 da Constituição Federal (CF) dispõe que são órgãos do Poder 
Judiciário: o Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de Justiça; o 
Superior Tribunal de Justiça; o Tribunal Superior do Trabalho; os Tribunais 
Regionais Federais (TRFs) e os juízes federais; os Tribunais e os juízes do 
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trabalho; os Tribunais e os juízes eleitorais; os Tribunais e os juízes militares; 
os Tribunais dos estados e do Distrito Federal e territórios e os juízes dos 
estados e do Distrito Federal e territórios.
Cada órgão tem competências específicas estabelecidas pela CF.
O art. 102 da CF enumera as matérias de competência do Supremo Tribunal 
Federal específicas em três grupos: no inciso I, traz as questões que lhe cabe 
processar e julgar originariamente, com juízo único e definitivo; as que lhe 
cabe julgar, em recurso ordinário, estão indicadas no inciso II; e, ao final, no 
inciso III, as questões que lhe cabe julgar em recurso extraordinário, que são 
as causas decididas em única ou última instância:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda 
da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou 
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo 
federal; 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, 
os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-
-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Minis-
tros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, 
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os 
do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter 
permanente; 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas 
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente 
da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio 
Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o 
Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito 
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da admi-
nistração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o co-
ator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos 
diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime 
sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; 
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autori-
dade de suas decisões;
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m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada 
a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indireta-
mente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal 
de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer 
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora 
for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legisla-
tivas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou 
do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional 
do Ministério Público; 
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado 
de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se 
denegatória a decisão;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única 
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Cons-
tituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal (BRASIL, 1988, 
documento on-line).
Quanto ao Conselho Nacional de Justiça, compete o controle da atuação 
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres 
fundamentais dos juízes, além de outras atribuições que lhe forem conferidas 
pelo Estatuto da Magistratura (art. 103-B, parágrafo 4º da CF):
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto 
da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua 
competência, ou recomendar providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante pro-
vocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou 
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo 
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, 
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; 
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Po-
der Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos 
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do 
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e 
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correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso 
e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios 
ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração 
pública ou de abuso de autoridade;
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de 
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e senten-
ças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder 
Judiciário; 
VII - elaborar relatório anual, propondo as providênciasque julgar necessárias, 
sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o 
qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal 
a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão 
legislativa (BRASIL, 1988, documento on-line).
Já o Superior Tribunal de Justiça tem sua competência distribuída em três 
áreas: competência originária para processar e julgar as questões relacionadas 
no inciso I do art. 105 da CF; competência para julgar, em recurso ordinário, as 
causas referidas no inciso II; e competência para julgar, em recurso especial, 
as causas indicadas no inciso III do mesmo artigo:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, 
nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Jus-
tiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas 
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos 
Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que 
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de 
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do 
próprio Tribunal; 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas 
mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua ju-
risdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da 
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto 
no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e 
entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autori-
dade de suas decisões;
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g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias 
da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de 
outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora 
for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração 
direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal 
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do 
Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às 
cartas rogatórias; 
II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo interna-
cional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada 
no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última 
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, 
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
tribunal (BRASIL, 1988, documento on-line).
Para José Afonso da Silva (2013), o Superior Tribunal de Justiça tem ca-
racterística própria, em virtude das suas atribuições de:
[...] controle de inteireza positiva, da autoridade e da uniformidade de interpre-
tação da lei federal, consubstanciando-se aí jurisdição de tutela do princípio 
da incolumidade do Direito objetivo que constitui um valor jurídico – que 
resume certeza, garantia e ordem –, valor esse que impõe a necessidade de 
um órgão de cume e um instituto processual para a sua real efetivação no 
plano processual (SILVA, 2013, p. 575).
A Justiça Federal é dividida pelos seguintes órgãos: TRFs e juízes federais. 
O art. 108 da CF traz as competências dos TRFs, aos quais compete processar e 
julgar originariamente: os magistrados federais da área de sua jurisdição, inclu-
ídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, e os membros do Ministério 
Público, ressalvada, quanto a estes, a competência da Justiça Eleitoral quanto 
aos crimes comuns e de responsabilidade; as revisões criminais e as ações 
rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais; os mandados de segurança e 
5Estrutura e organização do Poder Judiciário brasileiro
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os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; os conflitos de 
competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal. Compete ainda, aos 
TRFs, julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos 
juízes estaduais no exercício da competência federal na área de sua jurisdição.
Quanto aos juízes federais, cabe-lhes processar e julgar: as causas em que 
a União, a entidade autárquica ou a empresa pública federal forem interessadas 
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as 
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e município 
ou pessoa domiciliada ou residente no País; as causas fundadas em tratado 
ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça 
Militar e da Justiça Eleitoral; os crimes previstos em tratado ou convenção 
internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse 
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; as causas relativas a direitos 
humanos a que se refere o § 5º do art. 109; os crimes contra a organização 
do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a 
ordem econômico-financeira; os habeas corpus, em matéria criminal de sua 
competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos 
não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; os mandados de segurança 
e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; os crimes de ingresso 
ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o 
exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação; as causas referentes 
à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; e a disputa 
sobre direitos indígenas (BRASIL, 1988, art. 109).
Para a Justiça do Trabalho, a organização compreende: o Tribunal Superior 
do Trabalho, que é o órgão de cúpula dessa justiça especializada, os Tribunais 
Regionais do Trabalho (TRTs) e os juízes do trabalho. O art. 114 da CF abrange 
a competência para os três órgãos que dispõem competência para processar e 
julgar: as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de Direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos municípios; as ações que envolvem exercício 
do Direito de greve; as ações sobre representação sindical entre sindicatos, entre 
sindicatose trabalhadores e entre sindicatos e empregadores; os mandados 
de segurança, os habeas corpus e os habeas data, quando o ato questionado 
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envolver matéria sujeita à sua jurisdição; os conflitos de competência entre 
órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; as 
ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação 
de trabalho; as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; a execu-
ção, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus 
acréscimos legais decorrentes das sentenças que proferir; e outras controvérsias 
decorrentes da relação de trabalho na forma da lei.
No que se refere à Justiça Eleitoral, a CF nos fala apenas que sua compe-
tência, bem como a sua organização, serão dispostas por lei complementar.
Por último, a Justiça Militar conta com lei que determina a sua organização 
e sua a competência, mas a CF determina que a ela compete julgar e processar 
os crimes militares definidos em lei, portanto, cabe a lei da Justiça Militar 
apenas repetir e desdobrar esse núcleo de competência estabelecido pela CF.
Estrutura do Poder Judiciário
O STF e os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM) são órgãos de conver-
gência, cujas sedes estão localizadas em Brasília, capital do Brasil, e exercem 
jurisdição por todo o território nacional, conforme estabelece o art. 92, pará-
grafo 2º da CF. Na Figura 1, é possível ver a hierarquia dos órgãos do governo.
Figura 1. Fluxograma dos órgãos do governo. 
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Segundo Dinamarco, órgãos de convergência significa que:
[...] cada uma das Justiças especiais da União, tem por cúpula seu próprio 
Tribunal Superior, que é o responsável pela última decisão nas causas de 
competência dessa Justiça. Quanto às causas processadas na Justiça Federal ou 
nas locais, em matéria infraconstitucional a convergência conduz ao Superior 
Tribunal de Justiça, que é um dos Tribunais Superiores da União embora não 
integre Justiça alguma. Todos os Tribunais Superiores convergem unicamente 
com o Superior Tribunal Federal, como órgão máximo da Justiça brasileira e 
responsável final pelo controle de constitucionalidade de leis, atos normativos 
e decisões judiciárias (DINAMARCO, 2008, p. 368).
Abaixo dos Tribunais Superiores, temos diversas justiças, as quais são 
divididas em justiça comum e justiça especial.
Na justiça comum está a Justiça Federal, com os TRFs e os juízes federais 
regulamentados nos arts. 106 a 110 da CF. A justiça do Distrito Federal e dos 
territórios com os Tribunais e juízes do Distrito Federal e territórios são or-
ganizados e mantidos pela União, com previsão nos arts. 21, inciso XIII, e 22, 
inciso XVII da CF. A justiça estadual comum é, por outro lado, fundamentada 
no art. 125 da CF para os juízos de primeiro grau de jurisdição, incluindo os 
juizados especiais. No art. 98, inciso I, a Justiça de Paz e no art. 98, inciso II, 
o segundo grau de jurisdição formado pelos Tribunais de Justiça.
Na Justiça Especial, temos a seguinte divisão: Justiça do Trabalho, composta 
pelo Tribunal Superior do Trabalho, pelos TRTs e pelos juízes do trabalho (varas 
do trabalho) previstos nos arts. 111 a 116 da CF; Justiça Eleitoral, a qual é formada 
pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) 
aparados pelos arts. 118 a 121 da CF; Justiça Militar da União, composta pelo 
Superior Tribunal Militar e pelo Conselho de Justiça especial e permanente nas 
sedes das Auditorias Militares, como previsto nos arts. 122 a 124 da CF; por fim, 
a Justiça Militar dos estados, do Distrito Federal e dos territórios formados pelo 
Tribunal de Justiça, ou Tribunal de Justiça Militar nos estados em que o efetivo 
de militares for superior a 20 mil integrantes, pelos juízes de Direito togados em 
primeiro grau e pelos Conselhos de Justiça com sede nas auditorias militares, 
conforme previsão do art. 125, parágrafos 3º, 4º e 5º da CF.
De todas as justiças que estudamos nesse organograma, apenas a Justiça 
do Trabalho não tem competência penal, haja vista que ela está destinada a 
julgar apenas dissídios individuais e coletivos oriundos da relação de trabalho.
A Justiça Militar Estadual, o DF e os territórios, por intermédio de seus juízes 
de Direito togados, têm competência para julgar as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares de natureza civil e penal. As demais justiças – Federal, 
Eleitoral e Estaduais e a do Distrito Federal – têm competência para penal e civil.
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Veja bem, o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais de Justiça, os TRFs e os TRTs 
se submetem ao quinto constitucional, ao passo que o Superior Tribunal de Justiça se 
submete ao terço constitucional.
O quinto constitucional é uma regra de procedimento para a composição do tribunal, 
prevista no art. 94 da CF, a qual estabelece que 1/5 ou 20% dos lugares dos referidos 
tribunais serão ocupados por membros do Ministério Público, com mais de 10 anos 
de carreira, e por advogados de notório saber jurídico e reputação ilibada, com mais 
de 10 anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos 
de representação das respectivas classes. No Superior Tribunal de Justiça, porém, esse 
número é de 1/3 e não 1/5, por isso a expressão terço constitucional.
Os demais órgãos não mencionados têm procedimento próprio de composição.
Funções Constitucionais essenciais à Justiça
Segundo José Afonso da Silva (2013), as funções essenciais da justiça são “[...] 
todas aquelas atividades profi ssionais públicas ou privadas, sem as quais o Poder 
Judiciário não pode funcionar ou funcionará muito mal” (SILVA, 2013, p. 596).
A Advocacia, o Ministério Público, a Advocacia-Geral da União (AGU) e 
a Defensoria Pública, s funções essenciais à justiça, estão previstas nos arts. 
127 a 135 da CF. Tais funções são imprescindíveis para que a pacificação 
social seja alcançada.
Advocacia
A advocacia tem previsão no art. 133 da CF, o qual dispõe que o advogado é 
indispensável à administração da justiça. “O advogado, servidor ou auxiliar 
da Justiça, é um dos elementos da administração democrática da Justiça” 
(SILVA, 2013, p. 598).
Ele é inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, 
portanto, essa inviolabilidade não é absoluta. Conforme lembra José Afonso 
da Silva (2013), essa inviolabilidade não é um privilégio, mas uma proteção 
ao cliente que confia no advogado, entregando-lhe documentos e lhe fazendo 
confissões que muitas vezes envolvem o conflito em questão. 
Para ser advogado, é preciso estar inscrito no quadro de advogados da 
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Os requisitos para isso são: capa-
cidade civil, diploma ou certidão de graduação em Direito, título de eleitor 
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e quitação do serviço militar, se brasileiro, aprovação em Exame da ordem, 
não exercer atividade incompatível com a advocacia, idoneidade moral e 
prestar compromisso perante o Conselho (BRASIL, 1994, art. 8º).
Ministério Público
O Ministério Público é uma instituição permanente e essencial à função ju-
risdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime 
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme 
preconiza o art. 127 da CF.
O Ministério Público tem autonomia funcional e administrativa (art. 127, 
parágrafo 2º da CF) e as suas funções institucionais são:
a) Promover, privativamente, a ação penal públicana forma da lei;
b) Zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos servidores de 
relevância pública aos direitos assegurados na Constituição, promovendo 
as medidas necessárias à sua garantia;
c) Promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos;
d) Promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de 
intervenção da União e dos estados, nos casos previstos na Constituição;
e) Defender judicialmente os direitos e os interesses das populações 
indígenas;
f) Expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los na 
forma da lei complementar;
g) Exercer controle externo da atividade policial na forma da lei 
complementar;
h) Requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações 
processuais;
i) Exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis 
com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a 
consultoria jurídica de entidades públicas (BRASIL, 1988, documento 
on-line).
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O Ministério Público da União tem como chefia o Procurador-Geral da 
República, que é nomeado pelo Presidente da República, entre os integrantes 
da carreira, maiores de 35 anos, após a aprovação de seu nome pela maioria 
absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 2 anos, permitida 
a recondução (art. 128, parágrafos 1º e 2º da CF). O mesmo acontece com 
os Ministérios Públicos dos estados e do Distrito Federal e territórios, os 
quais são nomeados a partir de uma lista tríplice formada por integrantes 
da carreira.
Advocacia-Geral da União
A AGU é a instituição que, diretamente ou por meio de órgão vinculado, 
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da 
lei complementar que dispuser sobre sua organização e seu funcionamento, 
as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo 
nos termos do art. 131 da CF.
A CF composta pela AGU, pelas procuradorias dos estados e pelas procu-
radorias dos municípios. As procuradorias dos estados e do Distrito Federal 
têm procuradores organizados em carreira, cujo ingresso depende de concurso 
público de provas e títulos (art. 132 da CF), enquanto a AGU tem por chefe o 
advogado-geral da União, cargo que é nomeado pelo Presidente da República.
Defensoria Pública
A Defensoria Pública é uma instituição essencial à função jurisdicional do 
Estado, haja vista que está encarregada da orientação jurídica e da defesa, em 
todos os graus, dos necessitados, realizando a missão do Estado de prestar 
assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insufi ciência 
de recursos.
A organização desse órgão é regulamentada por lei complementar e o 
ingresso na carreira é feito por concurso público de provas e títulos, assegu-
rando a garantia da inamovibilidade, da autonomia funcional e administrativa 
e também da iniciativa de suas propostas orçamentárias em conformidade 
com o previsto no art. 134, parágrafos 1º e 2º da CF. 
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 05 jun. 2018.
BRASIL. Lei nº. 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF, 1994. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm>. Acesso em: 05 jun. 2018.
DINAMARCO, C. R. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, 2008. v.1.
SILVA, J. A. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 2013.
Leitura recomendada
LENZA, P. Direito constitucional esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2013.
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