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GÊNERO LEISHMANIA E AS LEISHMANIOSES OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM I. Descrever as formas da Leishmania. II. Identificar o inseto vetor da Leishmania. III. Descrever a biologia da Leishmania e o seu ciclo biológico. INTRODUÇÃO As Leishmania pertencem à mesma família do T. cruzi (Trypanosomatidae), porém de gênero diferente. Este parasita causa duas patologias, e, apesar de ser o mesmo protozoário que causa as Leishmanioses, são patologias distintas causadas por tipo de espécie diferente. LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA (LVA) Também conhecida como Calazar. É uma doença infecciosa não transmissível, onde as Leishmanias se multiplicam em macrófagos de órgãos específicos. Órgãos viscerais ou linfoides secundários: medula óssea, fígado, linfonodos, baço, Placa Peyer. A LVA é caraterizada por febre irregular de longa duração, emagrecimento e palidez cutaneomuosa, que confere um aspecto escurecido à pele dos indivíduos caucasianos. No Brasil, a doença tem sido verificada como infecção oportunista em pacientes com aids. Outro fator, intimamente relacionado com o aparecimento da LVA, é a susceptibilidade do hospedeiro. Desnutrição, imunossupressão relacionada ao uso de drogas imunossupressoras e transplante de órgãos são condições que facilitam o desenvolvimento da doença. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) Ou também conhecida como Úlcera de Bauru. É uma doença infeciosa não transmissível, as Leishmanias multiplicam-se nos macrófagos, porém da pele, assim, podendo se estender para as mucosas. MORFOLOGIA A Leishmania possui formas morfológicas diferentes e variam de hospedeiro, assim, sendo considerado pleomórfico e heteroxênico. Este último por causa do seu ciclo evolutivo que envolve dois hospedeiros diferente, no caso da Leishmania, envolve insetos vetores e animais vertebrados (incluindo espécie humana). AMASTIGOTA Forma encontrada em células fagocitárias nos órgãos viscerais, como baço, linfonodo e medula óssea. E também pele, mucosas orais e nasal. Em ambos os órgãos, a Leishmania na forma amastigota, vai está no interior dos macrófagos, portanto é intracelular obrigatória quando está no hospedeiro vertebrado. PROMASTIGOTA Encontrada no trato digestivo e faringe do inseto vetor. Quando encontrada no trato digestivo é apenas promastigota e na faringe é a promastigotas metacíclicas, está é a forma infectante para o hospedeiro vertebrado. genero leishmania e as leishmanioses PARAMASTIGOTA Encontrada no trato digestivo do inseto vetor, é uma forma intermediária. MORFOLOGIA HOSPEDEIROS VERTEBRADOS Os animais que servem de reservatório ou de hospedeiro para a Leishmania são vários, podendo ser domésticos e silvestres. Entre os domésticos, podemos destacar o cão como principal reservatório urbano das Leishmanias que provocam Calazar. O gato também participar, mas em menor proporção para a Leishmania que provoca Calazar. No entanto, o gato apresenta maior frequência para a Leishmania Tegumentar. Os animais silvestres atuam na mesma proporção, sem destacar algum. VETORES DA LEISHMANIA Os insetos vetores da Leishmania visceral são insetos denominados de flebotomíneos, estes são pequenos mosquitos com pernas longas e delgadas e o corpo densamente piloso. Têm como característica o voo saltitante e a manutenção das asas eretas. No Brasil, duas espécies estão relacionadas com a transmissão da doença: Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi. Outra característica importante sobre os insetos vetores são as mudanças de nomes de acordo com a região geográfica. Então sendo comum a denominação: mosquito palha, tatuquiras, brigui, cangalinha. O inseto vetor adquiri e transmite a Leishmania através da picada. Apenas a fêmea faz a transmissão da doença Leishmaniose, possuindo aparelho bucal adaptado para picar a pele de vertebrados e sugar sangue. Ela é hematófaga, necessitando do sangue para a maturação dos seus ovos. Os machos se alimentam de seivas de plantas, assim, não necessitando da hematofagia. Os criadores, onde a fêmeas põem os ovos, são matéria orgânica em decomposição ou matéria orgânica sem decomposição. Logo, observamos o problema do Calazar nas grandes cidades, as pessoas acumulam grandes quantidades de lixos. Estes vão para terrenos baldios, assim, formando criadores para essa espécie de mosquito. Costumam atacar no período vespertino, final da tarde. CICLO NO VETOR De início, o mosquito precisa se alimentar de um hospedeiro vertebrado infectado para que possa adquirir a Leishmania. Durante o repasto sanguíneo, o inseto vetor alimenta-se desse hospedeiro infectado ingerindo sangue junto com macrófagos, obtendo de amastigotas livre ou intramacrofágicos. As formas intracelulares são liberadas no trato digestivo do inseto, que se diferenciam para formas promastigota, multiplicando-se por divisão binária, transformando-se em Paramastigota. Estas diferenciam-se novamente para formas promastigota metacíclicas, essa forma sendo infectante par ao animal vertebrado. Este ciclo pode durar 21 dias, podendo ser abreviado esse tempo em função das condições climáticas. CICLO NO ANIMAL VERTEBRADO A forma infectante para os hospedeiros vertebrados são as promastigotas metacíclicas, que se alojam no intestino anterior e faringe do inseto vetor fêmea. As promastigotas metacíclicas são transmitidas aos hospedeiros, durante o repasto sanguíneo (a picada do inseto na pele do vertebrado) e se dirigem para os órgãos linfoides secundários, onde são fagocitadas por macrófagos locais (células do SFM, como monócitos e histiócitos) e posteriormente transformam-se em amastigota. As formas amastigotas deslocam o núcleo, formando um vacúolo, sofrendo várias divisões celulares (fissão binária) até rompem a células hospedeira (macrófago). Ao romper a célula hospedeira, vamos citar o macrófago como exemplo, as amastigotas são liberadas e infectam outros macrófagos. Assim, disseminando-se pelas vias hematogênica e linfática, iniciando uma reação inflamatória e proporcionando a atração de outros macrófagos, sendo esse ciclo contínuo. Se a espécie da Leishmania for a Leishmania chagasi, ao serem novamente fagocitadas, iram cair na corrente sanguínea e chegam até os órgãos viscerais, causando a Leishmaniose visceral. Se for a Leishmania brasilienses, vão continuar nos macrófagos locais da pele causando a Leishmaniose Tegumentar.
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