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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Logística Empresarial e Cadeia de Suprimentos Tema Cadeia de Suprimentos Professor Edelvino Razzolini Filho Coordenadora Luizete Fabris Introdução Neste tema, você vai conhecer o conceito de cadeia de suprimentos e/ou abastecimento, entendendo todas as atividades ligadas a ela e sua importância dentro de qualquer processo produtivo. Você vai ver também como é essencial a escolha do modal correto de transporte, respeitando algumas premissas básicas que garantem que o produto ou serviço chegue a tempo e com qualidade às mãos do consumidor. Bons Estudos! Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e veja os conteúdos que serão trabalhados durante esse tema. Contemporaneamente, não se percebe mais a competição entre empresas (ou unidades de negócios) de forma isolada. Hoje, a competição ocorre entre cadeias. E o que é uma cadeia de suprimento? Podemos afirmar que a tradução do termo está incorreta, uma vez que, em inglês, chain significa corrente, não cadeia! O mais correto seria falarmos de “Rede de Suprimentos ou de Abastecimento ou, ainda, SCM” (Supply Chain Management) que é a integração de diversas atividades, as quais possibilitam a obtenção de insumos, desde a matéria-prima nas fontes básicas até o produto chegar ao consumidor e, em alguns casos, após o consumo do produto. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 A cadeia de suprimentos representa o conjunto de atividades que envolvem compra, armazenamento, transformação, embalagem, transporte, movimentação interna, distribuição e todo o suporte necessário para que tudo possa acontecer. Ou seja, a cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor dentro da concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos onde e quando os clientes e consumidores os desejarem. Abrangência da Cadeia de Abastecimento Para se compreender a amplitude (ou abrangência) de uma cadeia de abastecimento, é importante destacar as principais atividades desenvolvidas, que são: Compras/obtenção; Programação da produção; Processamento de pedidos; Gerenciamento de estoque; Transporte; Armazenagem; Serviço ao cliente. Essas atividades devem estar integradas em processos de negócios dos diferentes “atores” dentro das cadeias de abastecimento, ou seja, os processos devem estar integrados em cada um dos “elos” que compõem a rede de suprimentos, uma vez que isso afeta a estratégia competitiva dessas empresas. As estratégias de competição, desenvolvidas pelas organizações, devem considerar alguns aspectos relevantes, como integração, velocidade, flexibilidade, qualidade de serviço e custo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Vantagem Competitiva As estratégias competitivas visam gerar vantagens competitivas. Assim, a cadeia de abastecimento deve ser vista pelas organizações como um processo integrado que permite obter vantagem competitiva no fornecimento de serviços ou produtos para clientes e consumidores, independente do lugar onde eles estejam. Uma das formas de se obter vantagem competitiva é a partir da inovação, que pode ser por meio da tecnologia de produto; tecnologia de processos ou da tecnologia da informação. Permanentemente, as empresas reformulam seus objetivos estratégicos para ser mais competitivas, buscando estabelecer alianças estratégicas; agilidade; lançamento de produtos de forma mais rápida; redução de custos e redução do tempo de entrega. Porém, é necessário considerar as diversas forças que atuam no mercado, de forma a afetar a competitividade organizacional, tais como abertura de mercado, estagnação, países desenvolvidos e países emergentes, tratados de livre comércio, quebra de barreiras, aquisições e fusões. Portanto, o grande desafio da logística é tornar produtos disponíveis e íntegros, sem gerar excesso ou falta de materiais, atendendo às necessidades dos clientes, ao menor custo possível. Isso significa que as mudanças devem começar a partir das estruturas organizacionais para fazer frente aos novos desafios que as organizações irão encontrar. Segundo Bertaglia (2003, p. 4), a cadeia de abastecimento integrada apresenta uma visão que vai além do que conhecemos como cadeia logística, está mais limitada à obtenção e movimentação de materiais e à distribuição física dos produtos. Com base no moderno conceito da logística integrada, está o entendimento que a logística deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados (FLEURY et al., 2000, p. 31). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e entenda um pouco mais a respeito da competitividade e o papel da cadeia de suprimento neste processo. Gerenciamento Competitivo da Cadeia de Suprimentos Para se obter competitividade nas cadeias de suprimentos, é necessário minimizar custos, erradicar as perdas e verificar a quantidade de fornecedores, as distâncias a serem cobertas, a qualidade e quantidade de produtos e os tipos de transporte disponíveis. As estratégias logísticas essenciais neste processo são: Definição de uma política adequada no atendimento às necessidades dos clientes; Cumprimento de prazos de fornecimento; Qualidade compatível com sua utilização; Inovação tecnológica; Apuração real dos custos logísticos (com matérias-primas, transporte e armazenamento). Quando se constitui uma cadeia logística, busca-se principalmente o ganho de melhorias proporcionadas pela participação dos membros da cadeia. Essas melhorias podem ocorrer na estrutura organizacional (tornando-a mais efetiva) e no desenvolvimento de sistemas de apoio a decisão (visando otimizar processos), por exemplo. Os métodos e procedimentos que possibilitam melhorias de desempenho e/ou vantagem de custo são o aumento da produtividade, a diluição dos custos fixos e a administração da logística com profissionalismo. Além disso, são vários os aspectos que podem gerar uma relação custo- benefício favorável às organizações, sob a perspectiva da logística, aumentando a satisfação do cliente. Entre eles estão a qualidade a disponibilidade, os benefícios intrínsecos, as características físicas e o desempenho. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 A Tecnologia da Informação nas Operações Logísticas Como é possível perceber, pelo que discorremos até aqui, a logística, para tornar-se ágil e eficiente, necessita utilizar todas as estruturas possíveis para poder monitorar e controlar os processos produtivos, a interligação das empresas e conseguir operar com o mínimo de estoque, oferecendo aos clientes a resposta mais rápida possível às suas solicitações. As Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) são, atualmente, a base que suporta qualquer sistema logístico, iniciando pela comunicação entre as empresas, onde os pedidos são solicitados e confirmados, seguindo depois através do WMS (Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de Armazém). Há, ainda, o endereçamento e localização das mercadorias, o aumento da acuracidade do estoque e a otimização do espaço físico do armazém. É importante notar que se passou a organizar de forma inteligente as mercadorias dentro da estrutura, garantindo que aquelas que giram mais fiquem mais próximas do local de picking (separação), para que os operadores percam menos tempo na movimentação. Assim, quando o pedido chega do cliente, é automaticamente traduzido para o WMS, que indica o melhor local para buscar a mercadoria, seguindo regras deFIFO (first in first out ou primeiro que entra, primeiro que sai). Para uma localização correta do produto, os operadores trabalham com coletores de dados, com tecnologia de radiofrequência. A movimentação interna dos materiais é identificada por radiofrequência, com dados gravados em cartões magnéticos, chips ou sistemas de codificação padrão EAN, HHP ou outro com impressão plana. O gerenciamento dos materiais pode ser realizado através de sistemas de montagem de pallets ou cargas (carrocerias de caminhões ou vagões) através de sistemas que otimizem os espaços, considerando a saída das mercadorias, o empilhamento suportado pelas diversas embalagens e o equilíbrio do peso entre os eixos, a fim de possibilitar o aumento da velocidade CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 média e a redução da possibilidade de acidentes por tombamento (excesso de peso num lado do veículo). O sistema Milk Run é utilizado para captação de matéria-prima e produtos acabados junto a um grande número de fornecedores. As coletas são realizadas em função de programação enviada diariamente pelas indústrias. São desenvolvidas atividades com brockers para melhor atender os clientes em regiões mais distantes, tornando rápida a captação de pedidos e diminuindo o lead time. Para fechar essa estrutura, o WMS garante total controle sobre os estoques e proporciona alto nível de segurança nos fluxos das atividades. Sistemas de rastreamento de veículos utilizando GPS (sistemas georreferenciados), combinados com a sintonia dos telefones celulares, possibilitam o gerenciamento deste processo. Estes sistemas permitem que se gerenciem, inclusive, resíduos dos produtos após consumo (logística reversa). Desta forma, a logística está totalmente integrada por meio de sistemas de informação, pois se exige exatidão e precisão de todos os processos, para atender às exigências dos clientes, oferecendo melhores serviços que os concorrentes, a fim de obter resultados econômico-financeiros positivos. Para conhecer um pouco mais sobre sistemas de etiquetamento, leitura de códigos de barras etc., clique no link a seguir! Você vai ter acesso ao site da Associação Brasileira de Automação. http://www.gs1br.org/ Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e entenda como a Tecnologia da Informação auxilia nos processos logísticos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Sistema de Transporte No processo de transferência de produtos ao longo da cadeia de suprimentos, é fundamental o gerenciamento do sistema de transporte. Para tanto, a escolha modal ideal em um determinado percurso em estudo deve levar em consideração alguns aspectos acerca do perfil da demanda, além das características do produto e dos modais. As características dos modais a serem consideradas são: acessibilidade, disponibilidade de produtos, velocidade efetiva (tempo de viagem), confiabilidade (cumprimento da frequência e tempo de viagem) e preço justo. As influências das características dos modais são determinantes na otimização dos custos. Veja a seguir: Acessibilidade: determinará os custos adicionais da tarifa de integração modal, do ponto de desembarque (porto, aeroporto ou estação de trem) até o ponto de demanda. Disponibilidade (frequência): exigirá custos adicionais de armazenagem do produto e de remuneração do capital de giro investido no produto durante o tempo médio de armazenagem. Velocidade efetiva: influenciará diretamente nos custos de remuneração do capital de giro investido no produto, durante o tempo de transporte, desde a origem até o destino. Confiabilidade (disponibilidade e velocidade efetiva): poderá proporcionar um aumento dos custos relacionados à disponibilidade e à velocidade efetiva (tempo de viagem). Caso o modal não proporcione certeza antecipada do cumprimento dessas características, os custos deverão incorporar a confiabilidade mínima nessas características. Tarifa: é o custo que todos os tomadores de decisão de logística de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 distribuição conseguem visualizar, pois é um dado fornecido diretamente em valor monetário. A complexidade dos processos de distribuição requer técnicas apuradas, análises detalhadas e uso de tecnologias disponíveis no mercado, sem os quais seria impossível otimizar a distribuição e aumentar, assim, a competitividade. Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e e tenha mais informações a respeito dos transportes e modais na cadeia de suprimentos. Síntese Neste encontro, entendemos o que é uma cadeia de suprimento, por meio do estudo de sua abrangência, da vantagem competitiva que ela proporciona, de seu gerenciamento e da importância da tecnologia da informação e do sistema de transporte para sua efetivação. Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e tenha acesso a uma síntese dos conteúdos trabalhados neste tema. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Referências BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. FLEURY, P. F.; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. (Org.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. RAZZOLINI FILHO, E. Transporte e modais com suporte de TI e SI. 3. ed. Curitiba: Intersaberes, 2011. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Atividades O que representa a cadeia de suprimentos? 1. a. A tradução do termo “suplly chain” para o português. b. As atividades estratégicas de gerenciamento dos sistemas logísticos, visando assegurar os objetivos de competitividade e assertividade dos mesmos. c. O conjunto de atividades que envolvem compras, armazenamento, transformação, embalagem, transporte, movimentação interna, distribuição e todo o suporte necessário para que tudo possa acontecer. d. Um conjunto de atividades do supply chain de forma contemporânea, visando atender aos efeitos globalizantes e globalizadores das organizações logísticas com assertividade e competitividade. Como a cadeia de abastecimento deve ser vista pelas organizações, sob 2. a perspectiva da competitividade? a. Como um processo integrado que permite obter vantagem competitiva no fornecimento de serviços ou produtos para clientes e consumidores, independente do lugar onde eles estejam. b. Como uma ferramenta dos processos logísticos e dos sistemas de transporte com o apoio dos recursos de Tecnologia da Informação para obter ganhos de custos que permitam sustentar estratégias de diferenciação. c. Como mais um dos aspectos a serem considerados no desenho do serviço ao cliente, que deve ser fornecido pelas organizações para suportar suas estratégias de diferenciação e de liderança em custos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 d. Como um dos elementos essenciais para suportar a necessária competitividade suportada por elevados níveis de serviços e sistemas de transportes eficientes e eficazes. O que podemos considerar como a base para qualquer sistema 3. logístico, nos dias atuais? a. Os sistemas de transporte. b. Os sistemas de gerenciamento de armazéns (WMS). c. Os sistemas integrados de gestão (ERP). d. As TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação). A escolha de um modal ideal de transporte para determinado percurso 4. deve levar em consideração aspectos acerca do quê? a. Do custo do frete e das distâncias a percorrer, além da efetividade do modal. b. Do perfil da demanda, das características do produto e das características dos modais. c. Do perfil dos clientes e do operador logístico, além dos custos operacionais internos. d. Do comportamento dos funcionários do operador, dos funcionários do cliente e dos funcionários daprópria empresa. No momento de contratar um modal de transporte, quais as principais 5. características a serem consideradas? a. Acessibilidade, disponibilidade de produtos, velocidade efetiva, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 confiabilidade e preço justo. b. Rapidez, trânsito entre depósitos, qualidade da mão de obra, preço baixo e disponibilidade de veículos. c. Velocidade, trânsito entre clientes, esforço da mão de obra, preço baixo e disponibilidade de veículos. d. Rapidez, trânsito entre depósitos, qualidade dos veículos, preço baixo e disponibilidade de produtos. Acesse o material on-line e tenha acesso ao gabarito das questões!