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Gabriela Batista ATM 2021/2 PEDIATRIA Infecções de vias aéreas superiores As síndromes respiratórias na infância são o principal motivo de atendimento em emergências e postos de saude, a grande maioria dos óbitos por infeções respiratórias são de vias inferiores como pneumonia, importante causa de mortalidade principalmente em menores de 5 anos Fatores relacionados a maior gravidade: Baixa cobertura vacinal, baixo nível socioeconômico, baixo peso ao nascer, desmame precoce, dificuldade de acesso a assistência de saude IVAS: fossas nasais, faringe, seios paranasais, laringe e traqueia Fatores de risco: baixa idade ( 6-24 meses), sexo masculino, atopias, deficiência imunologia, creches, fumo passivo, uso de chupeta, aleitamento artificial Etiologia: Rinovirus ( + comum), adenovirus, vírus sincisial respiratorio, influenza ( inverno), coronavirus ( + grave) Bacterias: Streptococcus ( faringite), Haemophilus B ( epiglotite), S.pneumoniae ( sinusite) Resfriado Comum É uma das mais comuns na infância, autolimitada e benigna, é uma infecção viral que leva a inflamação da mucosa do nariz, faringe e seios paranasais, como complicação pode predispor otite media aguda e sinusite, resfriado é diferente de gripe que e uma doença sistêmica com febre alta e mialgia. Epidemiologia: As crianças pequenas possuem cerca de 6-8 episódios de resfriados comum por ano, crianças que frequentam creche podem ter de 9-10 episódios por ano, esse numero declina conforme a criança vai crescendo. Os períodos do ano de maior incidência é outono, inverno e primavera, variando o agente também, rinovírus e do inicio do outono e final da primavera, influenza e VSR no inverno e cocksackie no verão Etiologia: O agente etiológico mais comum é o rinovírus que responde pela metade dos casos, outros associados a resfriado comum são coronavirus, VSR, influenza, adenovirus. O período de incubação varia dois a cinco dias, geralmente transmitem a infecção em creches e escolas através da tosse, coriza e contato com objetos com secreção infectada, por isso a principal via de transmissão e o contato direto Manifestações Clinicas: Inicia-se com uma sensação de garganta arranhando, de duração máxima de 3 dias, evolui com espirros, obstrução nasal e rinorreia, a coriza pode se tornar purulenta nos últimos dias não significando infecção bacteriana, a obstrução nasal piora a noite e com a posição deitada dificultando a alimentação de lactentes, tosse pode piorar durante o sono devido ao gotejamento pós-nasal, pode ter febre, a duração media e de 7 dias. Em lactentes pode ter um período podrômico com anorexia, vômitos e diarreia. Pode-se ter discreta hiperemia e edema dos cornetos e orofaringe. �1 Gabriela Batista ATM 2021/2 Complicações: Otite media aguda ( principal), sinusite. Diagnóstico: Clinico, descartar rinite alérgica ( espirro e prurido nasal), corpo estranho no nariz ( secreção fétida) Tratamento: Sintomático, antitérmicos, soluções salinas isotônicas nas narinas, hidratação. Não se recomenda a utilização de descongestionantes nasais em menores de 2 anos, e nos maiores o uso e de no máximo 3 dias. O principal e a umidificação nasal e lavagem do nariz. Uso de acido ascórbico não tem beneficio FARINGOAMIGDALITES VIRAIS E BACTERIANAS Os agentes virais são os mais comumente encontrados e respondem pela maioria dos casos, a presença ou ausência de amígdalas não influencia em infeções de faringe, sendo que a diferenciação entre bacteriana e viral e muito importante para o tto. Etiologia: Os principais vírus causadores são adenovirus, coronavirus, enterovirus, rinovirus, as bacterianas, streptococcus pyogenes principalmente ( cuidar risco de febre reumática). O contato próximo e o principal fator de risco para a transmissão explicando o predomínio da doença no inicio do período escolar, sem tratamento o contagio perdura semanas após a fase sintomática Manifestações clinicas: Eritematosa: hiperemia e congestão da superfície tonsilas, a principal etiologia e viral/ eritematopultaceas: hiperemia e exsudato amarelado nas tonsilas associado a doença bacteriana e ebstein Baar/ pseudomembranas: placas esbranquiçadas aderentes nas amígdalas que pode invadir úvula e palato, exsudato e branco / ulcerosas: superficiais como na herpangina ou profundas Infecções Virais Associada a resfriado comum: A faringite não costuma ser associado a dor intensa e odinofagia, geralmente a criança tem uma dor moderada e queixa-se da garganta arranhando, pode ter corrimento nasal, febre, tosse e no exame fisico faringe eritematosa, pode ter adenopatias Adenovirus- Sintomas como mialgia, cefaleia, febre, dor de garganta e exsudato amigdalianos, pode ter conjuntivite Coxsackie- Tem quadro de herpangina com vesículas pequenas localizadas no palato mole, úvula e amígdalas, as lesões podem se romper e formar ulceras, pode ter febre alta, dor de garganta e disfagia �2 Gabriela Batista ATM 2021/2 Faringite estreptococica: Pode ter quadro inicial de cefaleia, dor abdominal, mal estar, náuseas e vômitos, exsudato pode ser amarelo, vermelhidão das amígdalas e pilares amigdalianos Diagnostico Laboratorial Diferenciar infecção viral de bacteriana, pode ser feito clinicamente ou com swab de orofaringe com cultura Diagnostico Diferencial A presença de membrana tem que fazer diagnostico diferencial com difteria Tratamento Virais- tto sintomatico Antibioticoterapia- Previne febre reumatica e complicacoes supurativas, em geral se inicia atb na presença de exsudato purulento, com febre alta, petequias em palato em geral se escolhe penicilina benzatina ou amoxicilina Crianças com faringotonsilites de repetição ( + 7 episodios no ultimo ano e mais de 5 episódios/ano nos últimos 2 anos) pode ser indicado tonsilectomia RINOSSINUSITE Ocorre com freqüência na infância mas seu reconhecimento e difícil afeta a mucosa nasal e seios paranasais, geralmente processos virais são autolimitados. Classificação: Viral, bacteriana aguda ( duração inferior a 4 semanas e resolução completa), subaguda ( mais de 4 semanas mas menos de 12), crônica ( mais de 12 semanas) Etiologia: A causa mais comum de rinossinusite bacteriana é uma IVAS que gera edema e inflamação da mucosa fazendo um muco espesso que obstrui os seios paranasais propiciando o crescimento de bactérias, até 2% dos resfriados comuns podem complicar com sinusite, assim como rinite alérgica. Fatores de risco: Resfriado comum ( principal), rinite, fumo passivo, desvio de septo, hipertrofia de adenoide, DRGE, imunossupressão Os agentes mais comuns são: Streptococcus pneumoniae, Haemophylus influenzae, moraxella Manifestações Clinicas: Na criança pequena os sintomas mais comus são tosse, secreçao nasal, tosse que dura mais de 10-14dias e descarga nasal purulenta como se fosse um “resfriado que demora a passar”, a secreção nasal pode ser clara ou purulenta, nos mais velhos e comum ocorrer febre, respiração com odor dessagradavel, sensação de pressão em região frontal Pensar em comprometimento bacteriano de seios paranasais se IVAS com quadro mais de 10 dias Diagnóstico: Raio X tem pouca especificidade e sensibilidade principalmente nos menores de 5 anos, na prática o diagnóstico é clínico �3 Gabriela Batista ATM 2021/2 TRATAMENTO Recomenda-se o tto com ATB para evitar complicações supurativas, a escolha inicial é amoxicilina, ou cefuroxima, azitromicina, associacao com clavulanato é indicada nos menores de 2 anos, que frequentam creche ou que ja usaram atb nos últimos 3 meses Lavagem nasal com soro fisiologico ou solução salina hipertônica Antitermicos e analgésicos Vasoconstritor tópico Laringotraqueobronquite ( Crupe) O virus Parainfluenza são responsáveis pela maioria dos casos, em geral a doença bacteriana é uma complicação de um quadro viral prévio sendo causado por Stapylococcus Auerus, a maioria dos pacientes com quadro viraltem entre 3 meses e 5 anos Manifestações Clinicas: Forma mais comum de obstrução aguda de vias aéreas superiores, em geral tem período podromico com tosse evoluindo para uma tosse ladrante com estridor inspiratorio ( tosse de cachorro), rouquidão, tiragem, dor a deglutição, os sintomas são piores a noite e o quadro em geral dura até 7 dias Lembrar: criança com histórico recente de resfriado evoluindo com rouquidão + tosse ladrante + estridor Raio-X: Sinal da Ponta de lápis ou sinal da torre ( estreitamento da via aérea infraglótica pelo edema) Diagnóstico Diferencial: Traqueite bacteriana Tratamento: Sem estridor- lavagem nasal, com estridor nebulização com adrenalina e soro fisiológico, corticoide VO ( dexametasona) �4 Gabriela Batista ATM 2021/2 Epiglotite Principalmente relacionada ao Haemophilus Influenzae B, a incidencia tem diminuído devido a vacinação de crianças, forma grave de obstrução inflamatória das vias aéreas, tem instalação aguda de insuficiência respiratória, quadro de febre alta, dor de garganta, sialorreia, dispnéia O padrão ouro para diagnostico é a visualização da epiglote vermelho-cereja, grande edematosa por meio de laringoscopia, a utilização de abaixador de língua pode levar a laringoespasmo seguido de parada respiratória, por isso deve ser evitada, se o diagnostico for considerado provável pela clinica deve ser feito manejo rápido com proteção da via aérea, se for considerado possível deve ser feito Raio-X Tratamento: É uma emergencia medica, deve-se fazer a intubação traqueal, iniciar ATB Síndrome Gripal Causada por Influenza ou coronavirus principalmente É epidêmica e sazonal, período de incubação varia de 1-4 dias e a transmissibilidade ocorre cerca de 24 horas antes do inicio dos sintomas A duração é em média 6-10dias Manifestações Clinicas: Inicio súbito, febre , dor no corpo, cefaleia, artralgia ( pensar em gripe A) Maiores de 5 anos: Mal estar, calafrios, coriza, tosse, febre alta Menores de 5 anos: hiperemia conjuntiva, adenopatia, vomitos e diarreia Lactente: Pode simular bronquiolite Tratamento: Suporte, não usar AAS ( risco de síndrome de Reye), Oseltamivir usar até 48 horas após os sintomas Prevenção: Vacina ( 6meses aos 5 anos), Flumist Intranasal ( a partir de 2 anos) �5 Gabriela Batista ATM 2021/2 Antibióticos nas infecções comunitárias em Pediatria Quinolonas- Gram positivas e negativas, inclusive os resistentes, podem ser ativos contra germes atípicos, uso oftálmico e otológico em maiores de 1 ano; Cuidado! Não usar em crianças pois tem risco de lesão na cartilagem e morte mitocondrial ( só usa em ultimo caso) Cefalosporina de 1 geração ( cefalexina, cefadroxila)- Ação contra E.coli, Preoteus e Klebsiella sp. Staphylococcus- uso em infeções cutâneas, utilizado nos casos de alergia a penicilina, muito efeito colateral gastrointestinal SMZ-TMT ( Sulfas)- 1 escolha para ITU, tem ação sobre E.coli, pode ser usado em infecções gastrointestinais como a Shigelose ( é 1 escolha), S.pyogenes ( amigodalite) é naturalmente resistentes então nunca usar, pode ser usado em infecções respiratórias mais raramente como na pneumonia do imunodeficiente ( pneumocystis). Atenção! Nao usar em gestantes pois interfere no metabolismo do acido fólico, altera metabolismo das bulirrubinas, risco de kernicterus no RN Nitrofurantoína- Ação especifica no trato urinário, pode ser usado para profilaxia ( uso 1x/dia), uso cronico ( mais de 6 meses) pode causar fibrose pulmonar e pneumonia intersticial, pode causar hemólise nos RN, substituir por SMZ-TMT �6 Gabriela Batista ATM 2021/2 Tetraciclina- Ativos contra germes atípicos, inclusive Bordetella; Menores que 9 anos não usar porque altera esmalte dentário Macrolídeos- Tem ação bacteriostática; ativo contra germes atípicos, alternativa quando há alergia a penicilina, boa cobertura contra Staphylococcus ( uso em infecções de pele como empertigo), tem interação com alimentos por isso a tomada deve ser longe das refeições e se usado junto com anti histamínicos pode alargar intervalo QT Atenção! Nao utilizar em menores de 2 meses por risco de estenose hipertrófica do piloro Penicilina- Infecções estreptocócica, profilaxia de febre reumática, usado no tto de sifilis e gonorréia; Injetável e VO, risco de anafilaxia , + utilizado nas infecções comuns; S.aureus é resistente Inibidores de B-lactamase- Sulbactan e clavulanato, usado para Moraxella e Haemophilus, se o paciente usou ATB nos últimos 3 meses ou frequenta creches; efeito colateral é diarreia S.pyogenes ( petéquias no palato) nao é resistente a amoxi, se não resolveu a amigdalite com a amoxi, pensar em mycoplasma ( usar macrolídeos) Cefalosporina de 2 geração ( cefuroxima)- pode ser usado em alergia a penicilina, se não for anafilática pois pode ter reação cruzada com as cefalosporinas, não usar em germes anaerobios, eficaz contra moraxella e Haemophyllus Clindamicina- Ativo contra Staphylococus Aureus, S.pyogenes para erradicação do estado de portador Metronidazol- Ativo contra anaeróbios, e alguns protozoários como giardia, tem apresentação liquida Rifampicina- Usado no esquema da tuberculose, profilaxia de meningite meningocócica, pode deixar urina de cor avermelhada, altera eliminação dos ACO Cloranfenicol- Pouco utilizado pelo risco de aplasia de medula, cobertura boa contra Haemophilus, febre tifóide ATENÇÃO! Pode causar a síndrome do bebê cinzento PRINCIPAIS INFECÇÕES AMIGDALITE Agente: Streptococcus pyogenes TTO: Penicilina Benzatina 50000 UI/Kg IM – Benzentacil®. Problema: Im cristaliza a medicação, podendo levar trombose venosa. Amoxicilina: 50mg/Kg/dia durante 10 dias. Prática clínica: 2 vezes ao dia – 12/12horas.Apresentação: 250mg/5mlSUS, 400ml/5ml. ITU Agente: Escherichia Coli (principal) TTO: é chato porque cefalexina de 1º geração OU Ácido Nalidílico (98% sensibilidade) OU Nitrofurantoína (99% sensibilidade). Duração 7 a 10 dias. Outra opção é Cefalosporina de 2º geração: Cefuroxima – p �7 Gabriela Batista ATM 2021/2 SMT+TMP ( 50% resistência), só em criança filha de mãe com HIV, porque tem risco de Pneumocystis carinii. Q PIODERMITES Agente: gram (+) S. pyogenes, S. aureus DIARRÉIA Mesmo sendo bacteriana dificilmente vai ter indicação de antibiótico , exceto nos casos de : Imunodeprimidos, menores de 3 meses (CEFTRIAXONA OU GENTAMICINA) e cólera (SMT+TMP ). Shigellose- SMT + TMP MANEJO DO LACTENTE FEBRIL A febre serve como um sinal de alerta, estima-se que 20% a 30% das consultas pediátricas tenham febre como o único sintoma. O importante é selecionar as que requerem maior investigação, detectar os casos graves que exigem medida imediata. Febre é a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais do individuo. O lactente apresenta uma temperatura normal maior do que a do adulto, a partir de um ano de idade a temperatura tende a diminuir para níveis do adulto. É considerado febre a temperatura axilar > 37,9C, a temperatura oral e retal são mais confiáveis, porém pouco práticas. Mecanismo da Febre- A temperatura é regulada no hipotálamo que funciona como um termostato mantendo o equilíbrio entre produção e perda de calor, mantendo a temperatura interna entre 37C. Quando há infecção os agentes infecciosos ou não infecciosos (toxinas, drogas) agem como pirógenos exógenos que induzem a formação de interleucinas que funcionam como pirógenos endógenos que estimulam a produção de prostaglandinas que atuam no centro termorregulador, elevando esse ponto para um mais elevado. Efeitos da Febre- Aumenta o consumo de oxigênio e prejudica o rendimento cardíaco, pode causar convulsões, febre> 41,5C pode causar lesão cerebral, pode estar associada a sintomas como dor muscular, anorexia, irritabilidade Febre sem sinais localizatórios-Não se identificam sinais/sintomas localizatórios e a duração é menor que 7 dias, EQU e urocultura são normais. Febre de origem obscura- Não se identificam sua etiologia ou localização após 3 semanas de investigação complementar no ambulatório e 1 semana em hospitalizados. Bacteremia Oculta- Presença de patógeno bacteriano na hemocultura da criança sem história, exame físico e laboratorial sugestivo de doença bacteriana. Embora a maioria dessas crianças tenha apenas uma doença infecciosa aguda autolimitada ou esteja em fase prodrômica de uma doença infecciosa benigna, uma pequena proporção, que não apresenta comprometimento clínico, pode desenvolver uma infecção bacteriana grave (IBG). As IBG são todas as infecções que, caso ocorra atraso no diagnóstico, acarretam risco de morbidade ou mortalidade. São consideradas IBG: infecção do trato urinário, bacteremia oculta, pneumonia e meningite.Habitualmente, as crianças são classificadas em três grupos etários distintos para efeitos de avaliação de FSSL: recém-nascidos (RN) (< 30 dias), lactentes jovens (de �8 Gabriela Batista ATM 2021/2 30 a 90 dias de vida) e crianças de 3 a 36 meses de idade. O risco de IBG é maior nos menores de 3 meses de vida, principalmente nos RN, e decresce progressivamente com a idade. O critério de Rochester procura separar os lactentes menores de 3 meses de vida em dois grupos: alto risco e baixo risco para presença de doença bacteriana grave na vigência de FSSL. O lactente jovem deve preencher todos o s c r i t é r i o s p a r a s e r considerada de baixo risco. Anamnese: Idade da criança, intensidade da febre, associação da febre com tremores de frio, apetite, irritabilidade, apatia, choro, sintomas localizatórios como coriza, secreção nasal, tosse, falta de ar, vômitos e diarreia, cefaleia, duração do episódio de febre, se é intermitente ou contínua. ç Indicações de investigação: faixa etária- RN sempre investigar, 1-3 meses se baixo risco reavaliar, se alto risco investigação, 3-36 meses reavaliar se não toxêmicos, febre >39C avaliar sugere bacteremia ou infecção bacterina, estado toxêmico ( má impressão geral, inapetência, irritabilidade, sonolência, letargia), febre maior que 72 horas. Infecções Virais- Normalmente causam febre por até 3 dias, se ultrapassar os 3 dias pensar em ITU, se for uma IVAS pensar em contaminação bacteriana, pode causar febre alta. Investigação: Faixa etária dos 3 primeiros meses de vida é uma fase de alerta, devido a alta prevalência de infecções bacterianas e a dificuldade de diferenciar de doenças virais Exames Complementares: Hemograma ( leucocitose > 15.000, desvio a esquerda), VHS, PCR, EQU, exame de liquor ( leucócitos >8 células/mm, RN, lactente de alto risco para DBG, criança toxêmica ou quando há suspeita de infecção no SNC) ,hemocultura. Conduta: Lactente < 3 meses: Nessa idade a maioria dos episódios infecciosos são virais, destes 40-60% conseguem ser identificados e apenas 10-15% são decorrentes de infecções bacterianas graves ( sepse, meningite, ITU, osteomielite). Os principais agentes são Streptococcus B, Salmonella, E.coli, S.aureus. A pielonefrite é a infecção bacteriana grave mais frequente. Lactentes febris neonatos (ALTO RISCO) devem ser internados e realizar exames complementares ( EQU, Raio-X, líquor) + atb empírico Lactente 1-3 meses: Lactentes sem sinais de toxemia de baixo risco dar antitérmico e reavaliar, e alto risco pelos critérios de Rochester solicitar exames complementares como hemograma, EQU + urocultura, iniciar atb empírico Toxêmicos de qualquer idade- hospitalização, exames como hemograma, hemocultura, EQU, urocultura, Rx tórax, LCR, atb empírico ( cefalosporina- ceftriaxona) �9 Gabriela Batista ATM 2021/2 Lactente 3- 36 meses: Temperatura < 39C- Reavaliar Temperatura > 39C- EQU + urocultura, se normal pede hemograma, se >20.000 leucócitos pede Raio-X, hemocultura vacinação OK, reavaliar, se não fazer ceftriaxona se Raio-X normal bacteremia oculta? ITU- Principal causa de febre sem sinais localizatórios, pode ser o único sintoma, se PCR>80- bacteremia, pode pedir procalcitonina ( caro), pesquisa de vírus ( difícil de fazer). �10 Gabriela Batista ATM 2021/2 ANEMIAS NA INFÂNCIA Redução de glóbulos vermelhos ou concentração de hemoglobina no sangue abaixo de 2 padrões para idade e sexo. Hematócrito- Volume parcial de amostra do sangue ocupado por glóbulos vermelhos Hemoglobina- Metaproteína que contém ferro presente nos glóbulos vermelhos e que permite o transporte de oxigênio. Variação Racial: Negros apresentam valores +- 0,5 abaixo do que os brancos. ERITROPOIESE - Eritropoiese embrionária : 14o dia de gestação nos tecidos mesenquimais - Eritropoiese fetal: 6a a 8a semanas de gestação no fígado e baço, no 2o trimestre começa a produção na Medula óssea ERITROPOIETINA - Hormônio que controla a eritropoiese - Estímulo para produção é a hipóxia tecidual - Aumento crescente durante a gestação ( justifica porque bebe prematura tem Hb menor que bebe a termo) - No útero- Bebê nasce policetêmico, porque tem menos oxigênio ANEMIA FISOLÓGICA DO RN: - Aumento da oferta de O2 ( respiração pulmonar), diminui a produção de eritropoietina, o que diminui a produção de eritrócito - Maior taxa de destruição de hemácias ( dura 90 dias) - 8a semana é comum a anemia fisiológica do recém nascido ( normo, normo) CLASSIFICAÇÃO - Quanto a fisiologia: * Diminuição da produção de eritrócitos: incapacidade de produzir adequadamente células vermelhas - Infiltração da MO por células malignas: leucemia, eritropoietina - Falta de fatores estimulantes da eritropoiese como a eritropoietina - Deficiencia da fatores essenciais para formação do eritrócito como ferro, folato… - Baixa resposta de reticulócitos �11 Gabriela Batista ATM 2021/2 * Aumento da destruição de eritrócitos: hemólise - Agressão as eritrócito: toxinas, parasitas, mecanismos imunológicos - Defeito no eritrócito: arquitetura da membrana ( esferocitose), formação de hemoglobina anormal * Perdas hemorrágicas agudas ou crônicas - Alta resposta de reticulócitos - Quanto a morfologia: - VCM: média do volume das hemácias • Microcitose ( VCM abaixo de 2 DP da média): deficiência de ferro, anemia de doença crônica • Macrocitose ( VCM acima de 2 DP da média): uso de medicações (anticonvulsivantes, imunossupressores), deficiência de vitamina B12 ou folato, anemia aplásica • Normocitose: hemólise, hemorragia, leucemia, aplasia medular - CHCM: avalia a concentração de hemoglobina corpuscular média • Hipocromia: deficiência de ferro • Normocromia: doença crônica • Hipercromia: Anemias hemoliticas, esferocitose - RDW: Avalia a variabilidade de tamanho das hemácias • Aumentado: deficiência de ferro • Normal: talassemia ou anemia de doença crônica Obs: RDW é usado para diferenciar anemia ferropriva de talassemia • Anamnese: Idade, sexo, raça, etnia, história do nascimento e evolução neonatal, histórico familiar, inicio dos sintomas e gravidade, questões relativas a episódios hemolíticos ( mudança na cor da urina, icterícia escleral, historia familiar), tratamentos anteriores, possível perda sangüínea ( TGI, histórico menstrual, parasitose, uso de leite de vaca), condições médicas ( infecção recente, internações), uso de medicações, dieta e se fez reposição de ferro até 2 anos. • Exame Físico: Palidez ( observar conjuntiva, unhas), icterícia escleral, hepatOesplenomegalia • LABS: Hemograma, bilirrubinas, reticulócitos, esfregaço sanguíneo. �12 Gabriela Batista ATM 2021/2 ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO Em lactentes e crianças, 30% das necessidades diárias de ferro vem da dieta ( crescimento acelerado), deficiência nutricional mais comum em crianças. A absorção intestinal de ferro depende de estoques de ferro ( ferritina), taxa eritropoiética, biodisponibilidade. Baixas reservas de ferro aumentam receptoresna mucosa intestinal para facilitar a absorção. Peixes, aves, carne vermelha ( forma heme) tem maior biodisponibilidade de ferro do que vegetais ( forma não heme), o ácido ascórbico aumenta a absorção de ferro de fontes não animais como cereais, frutas e legumes. Chás, cafés inibem a absorção de ferro Leite é o principal quelante de ferro! • Fatores de risco: Prematuridade ( bebês que nascem a termo tem Hb no nascimento de 15-17), deficiência de ferro materno, síndrome de transfusão ferro-fetal, eventos hemorrágicos perinatais • Fatores dietéticos: Ingesta insuficiente de ferro, diminuição da absorção de ferro devido a fontes pobres em ferro, introdução de leite de vaca antes de 1 ano, perda de sangue oculto secundário a colite induzida pelo leite de vaca, consumo excessivo de leite de vaca em pré escolares ( >720 ml/dia) • Doença GI: Doença celíaca, doença de Chron, giardíase, uso crônico de AINE Estágios da depleção de ferro: Depleção dos estoques de ferro: Balanço negativo no ferro, mobilização dos estoques no sistema reticuloendotelial, nesse estágio o ferro sérico e a saturação de transferrina ainda conseguem se manter normais Eritropoiese deficiente de ferro: ausencia de ferro corável na MO, e com valor mínimo de ferritina, a partir dai o ferro sérico começa a diminuir Anemia Ferropriva: Ferritina baixa, ferro sérico baixo, alteração morfológica das hemácias com microcitose, o esfregaço do sangue periférico demonstra anisocitose ( RDW alto) Manifestações Clínicas Pode ser assintomática, desenvolvimento mental/psicomotor prejudicado, comprometimento cognitivo em adolescentes, diminuição da função imunológica, suscetibilidade a infecções, diminuição da capacidade de exercício, picafagia ( ingerir produtos estranhos como terra),apatia, cansaço, sopro cardíaco, queilite, irritabilidade LABORATÓRIO: AAP ( triagem laboratorial universal com 1 ano de idade) Hemograma: HT, Hb, VCM, RDW Ferritina: reflete estoques de ferro, tto abaixo de 15, é o primeiro parâmetro a alterar na anemia ferropriva Lembrar: Ferritina aumenta em condições inflamatórias Saturação de transferrina: Pode ajudar no diagnóstico de anemia ferropriva, além da capacidade de ligação de ferro, TIBC alto e sat de transferrina baixa ( inversamente proporcionais) Pode ter leucopenia, plaquetose, reticulocitose. Hemograma: geralmente é microcítica e hipocrômica, RDW aumentado e trombocitose Diagnóstico: Lembrar anemia ferropriva nunca pode ser o diagnóstico final, deve-se sempre buscar a causa base! Tratamento: Tem reversão parcial do déficit cognitivo Programação adequada da terapia oral de ferro, modificações dietéticas, avaliação da resposta e acompanhamento Tratamento empírico com sulfato ferroso �13 Gabriela Batista ATM 2021/2 Dose: 3-6 mg/dia de ferro elementar, oferecer longe das refeições. No SUS, tem disponível sulfato ferroso ( 25mg ferro/ml), lembrar 1ml é 20 gotas Reticulocitose pode ser vista em 72 horas, pode ser expressiva após o inicio do tratamento ( parâmetro para ver se realmente estava faltando ferro) Terapia parenteral: Anemia grave e persistente acompanhada de intolerância a reposição oral, má absorção, má adesão terapêutica oral Seguimento: Respondedores: aumento da Hb > 1g/dl em 1 mês, objetivo é não apenas tratar a anemia, mas atingir reservas de ferro Tratamento mantido por 3 meses ou até que a Hb atinja intervalo normal Não respondedores: Questionar dieta, modificações dietéticas, questionar infecção recente, questionar diagnóstico, fazer testes adicionais como ferritina, vitamina B12, eletroforese de Hb Possíveis causas de falha: intolerância a medicação, má absorção, má adesão ao tratamento. Prevenção: Clampeamento tardio do cordão, aleitamento materno, não usar leite de vaca antes de 1 ano e após 1 ano restringir a 500ml/dia Profilaxia: TALASSEMIAS É uma doença hereditária com deficiência na síntese das cadeias de globina podem ser alfatalassemias ou batatalassemias • Betatalassemias: Forma mais comum no Brasil, mais elevado em áreas de colonização Italiana ( Sul) • Pode ser Major: homozigoto, ausência completa de cadeia beta, até os 3-6 meses há predomínio de Hb fetal, a partir daí surgem os sintomas com anemia grave e icterícia, deformidades clássicas da talassemia ( proeminência maxilar) devido a expansão da medula óssea, hepatoesplenomegalia por hemólise crônica e eritropoiese extramedular • Labs: Anemia microcítica e hipocrômica, aumento de LDH, reticulocitose, hemácias em alvo • Minor: Heterozigotos, traço talassemico, o paciente é assintomático, alguns possuem anemia discreta �14 Gabriela Batista ATM 2021/2 • Diagnóstico: O padrão ouro para diagnóstico de betatalassemias é eletroforese de hemoglobina, o diagnostico de talassemia beta menor não é possível de ser feito pela triagem neonatal “exame do pezinho”, enquanto na talassemia alfa encontra-se a hemoglobina Bart’s (só é detectada no recém-nascido) na triagem neonatal. Apesar de não ser doente, a pessoa com talassemia menor ou traço alfa-talassemia deve ser identificada, para fins de orientação familiar e para estabelecer o diagnóstico diferencial entre anemia ferropriva. • Tratamento: A talassemia beta abrange três apresentações clínicas, conforme a alteração genética ocorrida no cromossomo 11: talassemia beta menor/traço talassêmico beta (anemia leve), talassemia beta intermediária (anemia leve a grave, podendo necessitar transfusões de sangue esporadicamente) e talassemia beta maior (anemia grave, necessitando transfusões de sangue a cada 2–4 semanas desde os primeiros meses de vida). O tratamento das talassemias dependentes de transfusão baseia-se em três “pilares”: transfusão de hemácias fenotipadas e filtradas, quelação eficaz de ferro e adesão do paciente ao tratamento. Mutações genéticas para talassemia beta são oriundas dos países do Mediterrâneo, Oriente Médio, Índia, Ásia central, sul da China, Extremo Oriente, norte da África, e chegaram ao Brasil por meio dos movimentos imigratórios, principalmente com os italianos e gregos. Alfatalassemias: talassemia alfa abrange quatro apresentações clínicas, conforme a alteração genética apresentada no cromossomo 16: portador silencioso (sem manifestações), traço talassêmico alfa (anemia leve), doença da hemoglobina H (anemia moderada a grave) e síndrome da hidropsia fetal da hemoglobina Bart’s (anemia muito grave e incompatível com a vida). Mutações genéticas para talassemia alfa podem ser encontradas nos países do mar Mediterrâneo, sudeste da Ásia, África e Índia, chegando ao Brasil por meio da imigração dos povos oriundos destes países. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Anemias megaloblásticas resultam, na maioria das vezes, de deficiências de vitamina B12 e folato. A hematopoese ineficaz afeta todas as linhagens de células, mas, em particular, os eritrócitos. O diagnóstico é normalmente fundamentado em hemograma e esfregaço periférico, que podem mostrar anemia macrocítica com anisocitose e poiqui locitose, grandes er i trócitos ovais (macro-ovalócitos), neutrófilos hipersegmentados e reticulocitopenia. O paciente pode sentir fraqueza e parestesias. Causas: Dieta inadequada :Vegetarianos Má Absorção: Anemia Perniciosa, gastrectomia total ou parcial ,Doença de Crohn, Infestações parasitárias ,Síndrome de Zollinger Elisson LABS: VCM alto, macrocitose, neutrófilos hiperssegmentados, corpusculo de Howell Jolly, plaquetopenia, reticulócitos diminuídos, Vit B12 baixa Profilaxia: Suplementação de ácido fólico de 3 a 6 meses �15 Gabriela Batista ATM 2021/2 PARASITOSES INTESTINAIS As parasitoses intestinais são muito frequentes na infância principalmente em pré escolares e escolares. São consideradas problemas de saúde pública, principalmente em países periféricos. Sua transmissão depende das condições sanitárias e de higiene da comunidade, muitas dessas parasitoses relacionam-se com déficit cognitivo e de desenvolvimento físico, hipovitaminoseA, além da desnutrição. Apesar destes fatores estarem presentes em crianças com nível sócio econômico baixo não foi possível isolar uma associação entre parasitoses e anemia. Porem as crianças com parasitoses intestinais apresentam pior estado nutricional comparadas aquelas sem parasita. A desnutrição energético proteica está mais relacionada a casos de giárdiase.Grande parte das enteroparasitoses muitas vezes não são diagnosticadas por serem assintomáticas em muitos casos, por isso a importância da desvermificação periódicas em grupos de risco. A prevalência é muita variada no país, pois o principal determinante são as condições de higiene e saneamento, bem como níveis socioeconômicos e escolaridade, as maiores ocorrências são em lugares com condições m a i s p r e c á r i a s , p o d e n d o o c o r r e r poliparasitismo. Em relação a faixa etária é muito prevalente d o s 2 - 6 a n o s , p r i n c i p a l m e n t e n o s frequentadores de creche, crianças são mais suscetíveis pelo comportamento oral e pela incompetência imunológica S i n t o m a s G e r a i s d a s p a r a s i t o s e s : Assintomática, astenia, cansaço, irritabilidade, dor abdominal, vômitos, diarréia, perversão do apetite. Pode ter períodos de remissão e exacerbação Laboratório: Anemia (Ascaris, Giardia, Ancylostoma), eosinofilia (Ancylostoma, Strongyloides, ascaris…) ASCARÍDIASE O agente etiológico é o Ascarys lumbricoides, conhecido popularmente como lombriga, infestam intestino, geralmente jejuno e íleo, mais prevalente do mundo, estima-se que cerca de 1,5 milhões de pessoas são infestados pelo verme Ciclo Evolutivo: Os ovos são ingeridos através de água e alimentos contaminados, ou pelo contato das mãos no solo contaminado, as larvas eclodem no intestino penetrando na mucosa e seguindo pela corrente sangüínea ( veia porta) ou linfática chegando aos pulmões, após sua maturação ascendem pela via traqueobronquica atingindo a glote e sendo novamente deglutidas alcançando o intestino delgado onde completam seu ciclo ate a fase adulta. Quadro Clínico: geralmente são assintomáticos, mas pode ter dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal ( bolo de áscaris), pode atingir orifícios migrando para árvore biliar ou pancreática podendo ocorrer a cólica biliar, no estágio larval pode ocorrer broncoespasmo, na fase adulta pode ser eliminado por orifícios como nariz, boca e ânus. �16 Gabriela Batista ATM 2021/2 Síndrome de Loeffler: Devido ao ciclo pulmonar alguns paciente podem ter broncoespasmo e imagens radiológicas com infiltrados intersticiais múltiplos, o laboratório geralmente tem grande eosinofilia Diagnóstico: EPF em 3 amostras, raio X de abdomen ( falha de enchimento) Tratamento: 1a opção é albendazol ( 10mg/Kg em dose única) seu uso é para maiores de 2 anos, Mebendazol, Ivermectina, Levamizol ANCILOSTOMÍASE Os agentes etiológicos são o Necatur americanos e Ancylostoma duodenalis Ciclo Evolutivo: A contaminação se da pela penetração das larvas pela pele do ser humano, as fêmeas põem seus ovos no lúmen intestinal , atingem circulação e chegam ao pulmão onde realizam ciclo pulmonar, sendo deglutidas novamente, habitando o jejuno e íleo. Epidemiologia: Também conhecida como amarelão, é uma verminose muito prevalente perdendo só para ascaridíase, a frequencia predomina nas regiões mais carentes, sendo mais comum nas áreas rurais. Quadro clínico: Esses vermes possuem dentes cortantes para fixação ancorando o verme na mucosa duodenal fazendo lesões inflamatórias, tem ação espoliadora, provocando anemia ferropriva, pode ser assintomática, ou podem levar a uma gastroenterite com náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, podem levar a uma síndrome desabsortiva. Podem causar síndrome de Loeffler. Diagnóstico: EPF em 3 amostras Tratamento: É indicado para todas as pessoas infectadas da família, pode ser feito com albendazol ou mebendazol. ESTRONGILOIDÍASE O agente etiológico é o Strongyloides stercoralis. Cães e gatos podem ser reservatório. Ciclo Evolutivo: A infestação é pela larvas filarioides capazes de penetrar a pele sã possuem dois ciclos o direto e o indireto, tem a capacidade de autoinfestação no ser humano Epidemiologia: Muito prevalente especialmente nas regiões mais carentes, tendo relação com higiene precária e habito de andar descalço, a prevalência média é 20%. Quadro Clínico: Na maioria das vezes é assintomática, nos casos sintomáticos os sintomas digestivos altos predominam o quadro sendo causados pela invasão da mucosa do jejuno e duodeno, pode ter uma dor epigástrica que piora com a ingestão de alimentos, diarreia, pode ter eosinofilia, na EDA o duodeno encontra-se edemaciado. Pode causar Síndrome de Loeffler com quadro brando de tosse seca e sibilância, lesão pruriginosa na região onde penetra a larva é muito comum. Estrongiloidíase disseminada: Acentuação do ciclo de autoinfestação, o uso de altas doses de corticoide é o maior fator de risco, o paciente pode evoluir com piora da febre, leucocitose, sinais de peritonite e sintomas respiratórios. Pode causar graves infecções secundarias como meningite, pneumonia e sepse. Diagnóstico: EPF, EDA e raio X podem auxiliar no diagnóstico Tratamento: Ivermectina, albendazol, tratar familiares infectados e pessoas da comunidade também para interromper o ciclo de transmissão. �17 Gabriela Batista ATM 2021/2 ENTEROBÍASE ( OXIURÍASE) O agente etiológico é o Enterobius vermicularis também conhecido como oxiúro. Ciclo Evolutivo: Não apresentam ciclo pulmonar, os oxiúros vivem no intestino grosso aderidos a mucosa, as fêmeas liberam seus ovos na região anal, a transmissão é fecal- oral, é comum a autoinfestação ao coçar a região anal. Epidemiologia: É mais comum na infância, em crianças que frequentam creches. Quadro Clínico: Prurido anal principalmente a noite causando irritabilidade e atrapalhando o sono da criança, pode ter infecções secundárias na região anal pela coceira excessiva. Pode ter sintomas inespecíficos como dores abdominais e tenesmo, pode causar prurido e corrimento vaginal nas meninas Diagnóstico: EPG geralmente é negativo, pode ser feito swab anal ou uso da fita gomada Tratamento: Albendazol, Anitta. TRICURÍASE O agente etiológico é o Trichuris trichiura esse verme parasita o intestino grosso, especialmente o ceco. Ciclo Evolutivo: A fêmea ancorada no intestino grosso elimina seus ovos junto com as fezes, o ser humano é contaminado por meio de água e alimentos mal lavados, mãos não lavadas ou unhas mal cortadas podem participar da contaminação. Estima-se cerca de 500-800 milhões de pessoas infestadas em todo o mundo especialmente nos países subdesenvolvidos. Quadro Clínico: A maioria é assintomática, pode causar lesões intestinais pela ancoração do verme no intestino, pode haver continua perda de sangue oculto nas fezes e anemia ferropriva, diarreia crônica com tenesmo, prolapso retal ( manifestação clássica). Diagnóstico: EPF em 3 amostras Tratamento: Albendazol AMEBÍASE O agente etiológico é o Entamoeba histolytica Ciclo evolutivo: Dois estágios cisto e trofozoíta, cistos são a forma infectante sendo ingerido por água e alimentos contaminados, liberando trofozoitas que amadurecerão no cólon, podem viver como comensais ou podem invadir a parede intestinal ( colite amebíana). Epidemiologia: As reais taxas de prevalência são desconhecidas, estima-se que cerca de 10% da população mundial estaria parasitada, as formas invasivas extraintestinais são muito mais comum em homens, doença típica de países subdesenvolvidos. Quadro Clínico: Forma intestinal: costuma ter colite com dor abdominal, diarreia que pode ter muco e sangue, náuseas, vômitos, cólicas abdominais intensas, pode ter casos graves de colite amebiana com febre alta e leucocitose. Lembrar da tríade: diarreia mucossanguinolenta + dor abdominal em cólica+ tenesmo! Forma extraintestinal:Pode acessar a corrente sangüínea e se disseminar, especialmente para o fígado causando abscessos hepáticos, pulmonares ou cerebrais. Diagnóstico: EPF, pesquisa de antígenos fecais de ameba ( ELISA) Tratamento: Metronidazol, Tinidazol, secnidazol por 10 dias. GIARDÍASE O agente etiológico é a Giardia lamblia é um protozoário que parasita o intestino delgado ( duodeno e jejuno) �18 Gabriela Batista ATM 2021/2 Ciclo Evolutivo: O cisto é eliminado nas fezes, o homem é infectado ao ingerir água não filtrada ou alimentos não cozidos contaminados, vivendo na forma de trofozoita no intestino Epidemiologia: A prevalência é alta nos países em desenvolvimento devido as más condições sanitárias e de higiene Quadro Clínico: A maioria dos indivíduos é assintomática, o quadro clássico é diarreia e dor abdominal do tipo cólica, pode ser crônico com fezes amolecidas acompanhado de fadiga, dor abdominal. Anorexia associada a má absorção pode levar a perda de peso e anemia. Diagnóstico: EPF, sorologia anti-giardia IgM, biópsia duodenojejunal que raramente é utilizada, mas é descrita como padrão ouro para diagnóstico. Tratamento: Tinidazol, Metronidazol Tratamento geral das Parasitoses: Se forte suspeita clínica pode-se fazer teste terapêutico, maioria são assintomáticos por isso uso periódico de antiparasitários, a cada 4 meses a 1 ano, geralmente feito com albendazol . Dosagem: Albendazol 400mg/ml, administrar 10ml VO em dose única, em 7 dias repetir a dose. Controle da cura pode ser feito com EPF negativo. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL A constipação é relativa e envolve aspectos como consistência, freqüência e dificuldade de evacuação. Toda evacuação dolorosa ou associada a dificuldade por um intervalo de tempo igual ou maior que 3 dias é considerado constipação. É queixa em 20 a 30% das consultas em pediatria. Pode ser: Aguda ou crônica ( + de 30 dias), nesses casos 95% é funcional. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: critérios de Roma Crianças menores que 4 anos: 2 ou + dos sintomas por pelo menos 1 mês <= 2 evacuações/semana, 1 ou + episódios de incontinência fecal/semana ( para crianças que já tenham controle esfincteriano), comportamento voluntário de retenção, �19 Gabriela Batista ATM 2021/2 evacuações dolorosas ou fezes endurecidas, grande quantidade de fezes no reto, fezes volumosas que obstruam o vaso sanitário Crianças maior que 4 anos: 2 ou + dos sintomas por pelo menos 2 meses <= 2 evacuações/semana, 1 ou+ episódio de incontinência fecal, comportamento voluntário de retenção, evacuações dolorosas, grande quantidade de fezes no reto, fezes volumosas que obstruem o vaso sanitário. A constipação é um processo que tende a autoperpetuação quando não interrompida, a evacuação dolorosa inibe a criança de esvaziar o reto, levando a maior retenção e gerando um ciclo vicioso, a distensão do reto cronicamente leva a redução da sensibilidade do reflexo de defecação. As fezes mais liquefeitas presentes no reto proximal podem escoar através da parede intestinal, ao redor do bolo fecal impactado vindo para o exterior de maneira imperceptível pela criança, os pais geralmente interpretam esse sinal como diarréia, mas na verdade é o escoamento de fezes líquidas através do bolo Fecal impactado: chamado de Soiling ou encoprese ( pode ser considerado também evacuação completa em locais inapropriados) . Frequência normal dos movimentos intestinas: �20 Gabriela Batista ATM 2021/2 Epidemiologia: é um dos sintomas mais frequentes na faixa etária pediátrica, responde a 30% das consultas pediatras, na grande maioria das vezes é uma alteração funcional, apenas a minoria é secundária a doença orgânica. Etiologia: Genéticas, suspensão do LM precocemente, cólon mais absortivo, trânsito intestinal lento, dieta pobre em fibras, treinamento esfincteriano inadequado Orgânicas: Alergia a LV, fissura anal, Hirsprung, doença celíaca ( diarreia e constipação), hipotireoidismo, distúrbio psicológico, sal de ferro, abuso sexual Diagnóstico: Anamnese + exame físico Perguntar se tem dor e sangramento, qual a freqüência das evacuações, presença de encoprese, idade que começou os sintomas, se teve perda de peso, distúrbio urinário ( enurese), alimentação familiar, como é o local onde a criança evacua Exame físico: curvas de crescimento, distensão abdominal, massa abdominal Pseudoevacuação: Lactente em aleitamento materno exclusivo, se fezes amolecidas é normal até 1 semana. Diagnóstico Diferencial: Constipação Funcional: atraso ou dificuldade de defecação por mais de 2 semanas, se inicia logo após o período neonatal e desenvolve-se após a passagem dolorosa de bolo fecal pelo reto, desencadeando o ciclo vicioso dor- retenção fecal- constipação- dor. A dor pode ser identificada pelas atitudes da criança como contração da musculatura glútea, extensão rígida das pernas enquanto a criança esta deitada, algumas crianças agacham-se ou se escondem para evacuar. Quando o paciente consegue evacuar elimina fezes volumosas, encoprese também pode estar presente. Sinais de alerta: Perda de peso, dor abdominal grave, vomitos persistentes, fissura anal. �21 Gabriela Batista ATM 2021/2 Tratamento: é geralmente prolongado, deve-se educar o paciente e a família a respeito da fisiopatologia da doença e da necessidade do tratamento para alivio dos sintomas. Uso de laxativos: Uso de oleo mineral, PEG 3350, lactulose Fazer diário das evacuações Remoção de fecaloma por via retal ou fleet-enema Medicações: Leite de magnésia, óleo mineral ( acima de 2 anos pelo risco de aspiração), lactulose e PEG ( acima de 2 anos) Menores de 1 ano: dieta e lactulona 1-2 anos: lactulose Acima de 2 anos: PEG Treino do toalete: treinar a criança a sentar no vaso cerca de 5-10 minutos após as refeições na tentativa de aproveitar o reflexo gastrocólico e criar uma rotina, evitar livros, celular, usar adaptadores no vaso, apoio para os pés. Doença de Hirschsprung ou megacólon agangliônico congênito: é uma doença autossômica recessiva ou dominante, caracterizada pelo não desenvolvimento dos plexos nervosos de Meissner e Auerbach na parede intestinal, a inervação anormal começa no esfíncter anal e se extende proximalmente, 75% dos casos o segmento aganglionico é restrito ao retossigmoide. Pode ter associação com síndromes como down e waardenburg Os sintomas podem iniciar ainda no período neonatal como falha ou atraso na eliminação do mecônio que normalmente ocorre ate 48 horas de vida, pode ocorrer enterocolite necrotizante pela falta de transito intestinal, pode ocorrer constipação crônica, déficit de crescimento e dificuldade de ganho ponderal, ao exame fisico pode- se palpar massa fecal no quadrante inferior esquerdo mas ao toque retal a ampola está vazia. Diagnóstico é por bx retal. ENURESE Enurese noturna é a perda urinária involuntária a noite em crianças acima de 5 anos. Aos 5 anos 85% das crianças já tem controle esfincteriano. Enurese é micção completa em local inapropriado. Pode ser primária (90%) quando a criança nunca adquiriu continência noturna ou secundária quando já adquiriu por pelo menos 6 meses e então o perdeu. A grande maioria das crianças possui somente enurese noturna e uma minoria possui associado incontinência diurna ( pesquisar causas orgânicas ). ENPM ( monossintomática), só molha a cama noite, sem doença urinária ou neurológica Criança urina durante a noite e não acorda Causas: Genéticas, baixa autoestima e insegurança ( causa ou consequência ?), aspectos psicológicos, alteração de sono ( entram rapidamente em sono profundo) O ADH normalmente aumenta a noite, no enurético não aumenta, histórico familiar positivo. Causas secundárias: ITU, DM, doença renal crônica, diabetes insipitus Enurese + constipação está associado em 20% dos casos, primeiro tratar a constipação Diagnóstico: Exame fisico completo, glicemia, EQU, us do aparelho urinário com capacidade vesical Tratamento: Principal é não punir a criançae orientar os pais quanto a doença, o estresse e o medo podem piorar os sintomas, motivar o paciente ( quadro das estrelas), controlar a ingestão de líquidos a noite, micção de 2/2 horas, micção dupla a noite, levantar a noite para micção noturna, uso de a larme e DDAVP ( desmopressina), otibutinina ( aumenta constipação), imipramina. �22 Gabriela Batista ATM 2021/2 DOR ABDOMINAL RECORRENTE Queixa comum em crianças e adolescentes difícil compreensão e determinação da causa. Alta freqüência de queixas em consultório total de 24 % dos casos Etiologia: A dor abdominal recorrente crônica ( > 3 meses de duração) na infância pode ser de origem orgânica ou por causa funcional. As causas funcionais de dor abdominal ( síndrome da dor abdominal recorrente, dispepsia ou síndrome do intestino irritável) são provocadas por hipersensibilidade visceral e dismotilidade intestinal devido a alterações no sistema nervoso autônomo. Conceito: Pelo menos 3 episódios de dor abdominal , dor suficientemente grave para afetar as atividade ,ocorrência dos episódios há pelo menos 3 meses.” Doenças orgânicas são identificadas em 10% das crianças com DAR. Epidemiologia: Incidência em 10 a 19% das crianças, inicio geralmente aos 4 anos, maior prevalência na idade de 4-6 anos e adolescência, meninas são mais acometidas. Causas: Clínica: Suspeita-se de causas orgânicas para a síndrome de dor abdominal sempre que houver os sinais de alerta: dor que acorda o paciente, perda de peso, vomitos, sangue nas fezes, febre, idade inferior a 6 anos, artralgia, dor localizada nos flancos. A o exame fisico pode ter sensibilidade dolorosa a palapação, fissura retal e visceromegalias. Síndromes funcionais: idade de inicio após os 6 anos, localização periumbilical e na linha médica, intensa a ponto de interromper as atividades da criança, duração maior que 3 meses. Cerca de 35% dos escolares com dor abdominal recorrente irão desenvolver intestino irritável futuramente. Patogênese: �23 Gabriela Batista ATM 2021/2 Interação entre fatores regulatórios no intestino e SNC. •Hiperalgesia visceral e/ou mudanças na motilidade intestinal. •Limiar reduzido para dor em todos os segmentos do tubo digestivo. •Relaxamento gástrico prejudicado após refeições. Características da dor funcional: • Mal definida e mal localizada. • Geralmente periumbilical. • Duração < 1 hora. • Pode ser acompanhada de sudorese, palidez, náuseas e cefaléia. • Pode ser desencadeada ou agravada em períodos de stress: transição escolar, divórcio dos pais, trauma emocional. • Criança bem nos intervalos. • Sinais de alarme escassos. Diagnóstico: O diagnóstico das causas funciónais geralmente é por exclusão das causas orgânicas, exceto quando historia e exame fisico forem completamente compatíveis com dor abdominal recorrente, sem necessitar de outros exames. A presença de algum sinal o u sintoma de alarme pede mais investigação geralmente começando por hemograma, VHS, coprocultura e de imagem. Critérios Diagnósticos pelo ROMA IV: �24 Gabriela Batista ATM 2021/2 �25 Gabriela Batista ATM 2021/2 Plenitude, saciedade precoce, distensão abdominal, náuseas e vômitos podem estar presentes. • Piora da dor após alimentação. • FISIOPATOLOGIA: esvaziamento gástrico retardado, sensibilidade visceral, fatores psico- sociais. Sindrome do Intestino irritável: Alteração de trânsito intestinal (diarréia ou constipação). • Associação com doença celíaca em 4% dos casos. - História familiar de enxaqueca é comum Lembrar dos Sinais vermelhos na história! Tratamento: As síndromes funcionarias nao possuem tratamento específico, o mais importante é tranquilizar a família quanto a benignidade do distúrbio, muitas vezes exacerbada com o estresse e ansiedade. Os sintomas dispépticos podem ser aliviados com antiácidos e bloqueadores H2 (ranitidina), IBP, as crianças com síndrome do intestino irritável se beneficiam do aumento de fibras na dieta, casos mais graves que envolvam ansiedade e depressão podem ser tratados com antidepressivos, muitas síndromes estão associadas a intolerância a lactose, por isso é importante fazer essa pesquisa. Pizotifeno, antagonista seratoninérgico na Migrânea abdominal. Prognóstico: 50% das crianças com DAR funcional apresentarão dor na fase adulta. .25-29% apresentarão SII, Síndrome do Intestino Irritável �26 Gabriela Batista ATM 2021/2 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DA INFÂNCIA São doenças infecciosas nas quais o exantema é o sintoma predominante. Podem ser máculas, pápulas, vesícula, pústula ou petéquias Fases: Incubação, pródromos, exantemático e convalescência. Sarampo: É uma das doenças que maior morimortalidade, especialmente em crianças com menos de 1ano, alta cobertura vacinal, é uma doença de notificação compulsória. Teve surto em 2015 e 2017. Etiologia: RNA vírus, Morbillivírus, o homem é o único hospedeiro conhecido da doença. Transmissão se dá por secreção ocular e gotículas de secreção respiratória, a transmissibilidade vai desde 2 dias antes dos pródromos até 4 dias após o exantema. Clínica: Fase prodrômica: febre bifásica, tosse, coriza, conjuntivite e fotofobia, após o exantema morbiliforme que progride crânio caudalmente, enantema manchas esbranquiçadas nas mucosas da bochecha ( manchas de Koplik) Fascies saranpenta: hiperemia conjuntiva, lacrimejamento, coriza e rash facial. A partir do momento que indica o exantema a febre tende a piorar. Diagnóstico: clinico, contato com pessoas que viajaram ao exterior, leucopenia com linfocitose, anticorpos ( 3 semanas depois) , IgM a partir do 6 dia de exantema Complicações: Pneumonia ( principal causa de morte), otite média (+ frequente), crise convulsiva, encefalite, na gestante parto prematuro e bebe de baixo peso Tratamento: Sintomático para febre e dor, limpeza ocular com soro, repouso, ingestão de líquidos, isolamento respiratório por 4 dias após o inicio do exantema, vitamina A, corticóides para complicações neurológicas. Vacinação de bloqueio em 72 horas Triplice viral aos 12 e 14 meses, se não vacinados 2 doses em 30 dias, abaixo de 1 ano se teve contato recebe 1 dose e depois segue esquema usual. �27 Fascies sarampenta Manchas de Koplik Gabriela Batista ATM 2021/2 ESCARLATINA Causada por estreptococo beta hemolítico do grupo A, é mais encontrada na fase de 3 a 15 anos, ocorre frequentemente associada a faringite Clínica: Inicio agudo com febre alta, vômitos, cafeleis, amigdalite e dor abdominal, o exantema surge após 24 horas com aspecto puntiforme e áspero, o rash se inicia no tórax e se dissemina poupando palmas e plantas, sinal de filatov ( região perioral mais pálida), sinal de pastia ( nas regiões de flexura forma linhas transversais com exantema mais intenso), descamação da pele, amígdalas edemaciadas com exsudato e petéquias, língua saburrosa que evolui para língua em framboesa Diagnóstico: clinico, padrão ouro é a cultura da orofaringe, aumento do ASLO Tratamento: Penicilina Benzatina é 1a escolha, amoxicilina por 10 dias, azitromicina Complicações: GNDA e febre reumática �28 Gabriela Batista ATM 2021/2 RUBÉOLA Etiologia: Togavírus, transmissibilidade 5 dias antes até 5-7dias depois do rash Epidemiologia: é uma doença exantemática benigna e autolimitada, a grande preocupação se deve a gravidade da rubéola congênita SRC: os defeitos mais graves ocorrem nas primeiras oito semanas de gestação, com catarata, persistência de canal artérias, surdez, microcefalia e retardo mental Clinica: febre baixa, anorexia, mialgia, hiperemia conjuntiva, rash maculo papular puntiforme que começa na face e pescoço e evolui para os membros, róseo que coincide com o pico de febre e desaparece no terceiro dia, petéquias em palato mole, pode ocorrer poliartrite transitória, linfadenopatia retro-auricular. Complicações: encefalite, púrpura, artrite Vacina aos 12 e 15 meses Tratamento: sintomáticos ERITEMA INFECCIOSO É umadoença exantemática benigna, causada pelo parvovírus, 70% dos casos ocorre entre 5 e 15 anos Transmissão se da por gotículas de secreção respiratória Fases: 1 estagio: asa de borboleta ou face esbofeteada + palidez perioral 2 estagio: eritema rendilhado em membros e tronco, pode durar dias ou semanas, as palmas e plantas são poupadas, as lesões começam a descamar 3 estagio: ressurgimento das lesões cutaneas �29 Gabriela Batista ATM 2021/2 Complicações: Artralgias e artrites em adolescentes e adultos, em pessoas com hemoglobinopatias –anemia severa, em grávidas: aborto prematuro e hidropsia fetal Exantema súbito Causado por herpes vírus 6 e 7 , chamado de reséola infantil , transmissão é pela via aérea Periodo podromico: febre alta (3-5 dias), cessa febre e começa o exantema, pode ter anorexia Exantema: eritematoso papular, inicia apos a febre Vai do tronco para os membros, em geral em crianças dos 6 meses aos 2 anos, não ha toxemia e pode ter convulsão febril Tratamento: sintomáticos Varicela Transmissão: aerossol, contagio direto ou vertical Transmissão: 1-2 dias antes do exantema até a formação das crostas Pleomorfismo das lesões : mácula, pápula, vesícula e crosta Centripeta no tronco Complicacoes: infecção Bacteriana secundaria, erisipela e celulite, pneumonia intersticial Sindrome de reye: encefalite + insuficiencia hepática Varicela congenita: catarata, corioretinite, microcefalia Varicela neonatal: 5-10 dias de vida, por disseminação hematogenica Tto: aciclovir em casos graves, evitar passar cremes nas lesões �30
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