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Saúde da criança - Prova 2 (Doenças exantemáticas/Parasitoses intestinais/Doenças das vias aéreas inferiores)

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SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 1 
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXANTEMA SÚBITO OU ROSÉOLA 
• Agente etiológico: família Herpes viridae (vírus DNA, variantes A e B) (nas crianças mais variante B). 
• Mais frequente na primavera e outono. 
• Faixa etária de 6-18 meses (lactentes, abaixo de 2 anos). 
• Disseminação assintomático do vírus persistente em secreções de um membro da família, babá ou contato 
próximo. 
• Cerca de 90% das crianças tem sorologia positiva aos 5 anos. 
• Período de incubação: 6-10 dias. 
Manifestações clínicas: febre alta com duração de 3 a 7 dias e 
manutenção do estado geral >queda abrupta da temperatura > 
aparecimento de rush maculopapular eritematoso não 
coalescente(inicia em tronco, estende- se para braços, 
pescoço, envolvendo levemente face e pernas) A duração é de 
horas a dias. Quadros assintomáticos podem ocorrer, bem 
como complicações neurológicas (convulsões e 
encefalopatia). Crianças bem dispostas mas com exantema. 
• Diagnóstico: é clínico. O diagnóstico de certeza requer 
técnicas de pesquisa por isolamento do HHV6 na amostra 
de sangue periférico. Isolamento do vírus não é feito de 
rotina (só em pesquisa, ou casos muito complicados). 
• Tratamento: medidas de suporte- sintomáticos. 
 
ERITEMA INFECCIOSO 
• Agente etiológico: parvovírus B19 (vírus DNA de cadeia simples). 
• Maior frequência no final do inverno e início da primavera. 
• Transmissão: Contato com secreção do trato respiratório, transmissão vertical, exposição percutânea a 
sangue ou produtos do sangue 
• Crianças de 2 a 14 anos de idade. Adultos e menores de 2 anos geralmente não são acometidos 
O diagnóstico na grande 
maioria dos casos é só clínico, 
normalmente reservamos 
laboratorias para casos 
complicados. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 2 
• Período de incubação: de 14 a 21 dias. 
• Manifestações clínicas: sintomas sistêmicos leves, febre em 15 a 30%, 
exantema característico acometendo face, com “bochechas avermelhadas” 
e palidez perioral; geralmente é simétrico, maculopapular, rendilhado, 
pruriginoso, acometendo tronco, braços, nádegas e coxas. Esvaece com 
resolução central, havendo duração média de 11 dias e possibilidade de 
recrudescimento periódico com exercícios físicos, banhos quentes ou 
transtornos emocionais. 
o O exantema é simétrico e atinge principalmente as bochechas. 
• Diagnóstico: clínico! Mas pode ser feito por meio de IGM específico para 
parvovírus e PCR (sobretudo em pacientes imunodeprimidos). 
• Tratamento: de suporte e sintomáticos. 
 
VARICELA 
• Comum em crianças em climas temperados. 
• Muito contagiosa (criança tem que ser afastada dos contatos). 
• Pico de incidência: Entre 5 e 9 anos Sazonalidade: primavera 
• Etiologia e Epidemiologia: Vírus Varicela zoster - Herpesvírus 
• Transmissão: Contato, Gotículas, Aérea. 
o Inicia-se 1 a 2 dias antes de surgir o rash, termina quando tudo estiver em crosta (7d). 
• Incubação: 10 a 21 dias 
• Manifestações Clínicas: Febre baixa; Anorexia; Bom estado geral; Exantema; Polimorfismo de lesões (lesões 
em diferentes etapas na mesma criança) (pápulas, vesículas, crostas); Distribuição céfalo-caudal (começa na 
cabeça e se espalha em direção aos pés). 
• Duração: 7 a 14 dias 
o Cuidar com cicatrizes pois é muito pruriginosa. 
• Tratamento: 
o Suporte: Higiene com água e sabão (as vezes podemos dar antissépticos e anti-histamínicos para 
reduzir coceira) e cortar as unhas para evitar leões. 
o Específico: Aciclovir - Não indicado na maioria dos casos, é reservado para poucos casos e mais 
graves, pacientes imunodeprimidos. 
• As crianças podem ter complicação de impetigo (infecção de pele bacteriana) por coceira, pneumonia 
bacteriana por via hematogênica ou viral por varicela, otite. 
• É uma doença que tem vacina, a tetraviral realizada com 1 ano e 3 meses. A sociedade brasileira de vacinas 
recomenda que seja feita uma segunda dose, então para quem tem condições de pagar orientamos essa 
segunda dose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCARLATINA 
• Doença exantemática febril de origem bacteriana, que surge principalmente de faringites e piodermites. 
• Associada a baixos indicadores sócio-econômicos 
• Etiologia e Epidemiologia: Streptoccocus do Grupo A (bactéria). 
• Transmissão: Gotícula e contato. 
• Pico de incidência: 5 a 15 anos. 
• Manifestações Clínicas: Início abrupto; febre alta; Cefaléia; Dor abdominal; Amídalas: hipertrofia, hiperemia, 
presença de exsudato; Petéquias no pálato. Linfadenomegalia cervical dolorosa. 
o Exantema: Inicia-se no pescoço e tronco; Mais intenso nas axilas e região inguinal; Micropapular difuso: 
Pele em lixa; Evanescente; Descamação laminar: Inicia pelo tronco e termina com mãos e pés; 
o Sinais de Filatov e Pastia 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 3 
o Língua em framboesa 
• Diagnóstico: Clínico. 
• Tratamento: Penicilina Benzatina IM em dose única (escolha); Amoxicilina ou Pen-V-oral por 10 dias. 
o Alérgicos: Eritromicina ou clindamicina 
• Atentar para complicações renais e artrite pós streptocócica. 
 
 
 
 
 
 
ENTEROVIROSES 
• Doença viral - Infecção primária no TGI; Tropismo pelo SNC e meninges (podem causar como complicações, 
apesar de não comuns, meningites e encefalites). 
• Manifestações clínicas: variadas. 
• Etiologia e Epidemiologia: Família picornavírus: (pelo menos 71 vírus conhecidos) >> Poliovírus, Echovírus, 
Coxsackie A e B, Hep A e Enterovírus 68 a 72 
• Transmissão: Fecal-oral 
• Manifestações Clínicas: Febre; Alterações Respiratórias, Neurológicas, Cardíacas, Gastrointestinais, 
enantemas. 
 
Síndrome Mão-pé-boca: 
• Uma enterovirose causada pelo Coxsackie A16, A10 e Enterovírus 71, altamente 
contagiosa, incubação de 4-6 dias. Pródromo frustro, com febre e mal-estar, 
seguido de enantema oral e a seguir exantema, caracterizado por vesículas em 
forma de losango - achatadas, em regiões palmo-plantares com halo eritematoso. 
Lesões em área de fraldas são comuns. Pré-escolares e escolares são os mais 
acometidos. 
 
Herpangina 
• Coxsakie A e outros enterovírus: Início súbito com febre, 
dor de garganta, cefaleia, anorexia e, geralmente, dor no 
pescoço. Crianças podem apresentar vômitos. Dentro de 2 dias após o início, pápulas 
cinzentas de 1 a 2 mm de diâmetro se desenvolvem e se tornam vesículas com aréola 
eritematosa - mais frequentemente nos pilares das tonsilas, mas também no palato 
mole, nas tonsilas, na úvula, ou na língua. Durante as 24 h seguintes, as lesões se 
transformam em úlceras rasas, raramente com > 5 mm de diâmetro, que se curam em 1 
a 7 dias 
 
• Diagnóstico: Clínico ou Cultura de Vírus; Sorologia; PCR (pcte imunodeprimido com complicações). 
• Tratamento: Sintomáticos. 
 
SARAMPO 
• Em 1992, foi implantado no Brasil o Plano de Erradicação do sarampo, onde aproximadamente 48 milhões de 
crianças de 9 a 14 meses foram vacinadas, resultando numa queda expressiva do número de casos. É uma 
doença de notificação compulsória desde 1968, sendo potencialmente erradicável por suas características 
epidemiológicas. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita ValenteATM 2023/A 
 
 4 
• Agente etiológico: vírus do sarampo, classificado como membro do gênero Morbilivírus da família dos 
Paramixovírus. É um vírus RNA. 
• Final do inverno e primavera. 
• Transmissão: Os pacientes são contagiosos desde 1 a 2 dias após o início dos sintomas até 4 dias após o 
surgimento do exantema. Imunodeprimidos podem ser contagiosos durante todo o curso da doença. 
• Manifestações clínicas: Gera bastante alteração no estado geral da criança. Febre baixa a moderada de 3 a 5 
dias, tosse seca, coriza e conjuntivite (bem característico); por volta do 4o dia aparecimento de manchas de 
Koplik (pontos branco-acinzentados, com aréolas avermelhadas na altura dos molares inferiores), que 
desaparecem em torno de 12 a 18 horas. Ainda nas primeiras 24 horas, surge exantema maculopapular de face, 
pescoço, braços e parte superior de tórax; após, dorso, abdome, membros superiores e coxas. Atinge os pés 
em torno do 2o a 3o dia. Exantema por todo corpo. 
• Diagnóstico: clínico e detecção de IGM ou aumento de IGG em amostras de soro na fase aguda e de 
convalescença. Por ser doença de notificação compulsória devemos fazer diagnóstico sorológico. 
• Tratamento: suporte. 
• Precauções: isolamento respiratório durante os primeiros 
4 dias após início do exantema e durante toda a doença 
em imunodeprimidos. 
• Medidas de controle: no plano coletivo, uma alta 
cobertura vacinal, acima de 95%: 
o vacinação de rotina; 
o vacinação de bloqueio (dentro de 72 horas após 
exposição); 
o vacinação em campanhas. 
 
 
RUBÉOLA 
• Agente etiológico: vírus da rubéola, classificado como um Rubivírus da família Togaviridae (vírus RNA). 
• Final de inverno e início de primavera. 
• O problema principal da rubéola é a criança infectada ter contato com gestante. 
o A importância epidemiológica está representada pela possibilidade de ocorrência de rubéola durante a 
gravidez, resultando em abortos, morte do feto ou síndrome da rubéola congênita. 
• Transmissão: A rubéola pós-natal é transmitida pelo contato direto com o doente ou com gotículas de 
secreção nasofaríngea; ocorre poucos dias antes a 7 dias após o início do exantema. Com o uso rotineiro da 
vacina, houve diminuição em 99% dos casos entre crianças e adolescentes. 
• Manifestações clínicas: caracteriza-se por exantema maculopapular eritematoso generalizado, 
linfadenopatia (sobretudo suboccipital, cervical e pós-auricular) e febre baixa. Em crianças, raramente ocorre 
poliartralgia ou poliartrite. 
• A síndrome da rubéola congênita caracteriza-se por alterações oftalmológicas (catarata, retinopatia e 
glaucoma congênito), alterações cardíacas (estenose de artéria pulmonar e persistência do canal arterial), 
alterações auditivas (surdez neurossensorial) e alterações neurológicas (meningoencefalites, alterações 
cognitivas); podem ocorrer ainda hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, lesões purpúricas e retardo de 
crescimento. Se a infecção ocorrer durante as primeiras 4 semanas, a incidência de defeitos congênitos é de 
85%. 
• Diagnóstico: detecção de IgM ou IgG; isolamento do vírus (sangue, 
urina, LCR e orofaringe) particularmente em lactentes infectados por 
via congênita. (É interessante fazer diagnóstico laboratorial pelo 
contágio). 
• Tratamento: de suporte. 
• Precauções: precauções respiratórias por 7 dias do início do 
exantema; crianças com rubéola congênita devem ser consideradas 
potencialmente infectantes desde o nascimento até 1 ano. 
 
 
 
MONUCLEOSE INFECCIOSA 
• Agente etiológico: vírus Epstein-Barr (vírus DNA); é um herpesvírus B-linfotrópico. 
• Transmissão: contato direto com secreções salivares do indivíduo portador; ocasionalmente há transmissão 
via transfusão sanguínea; é relativamente comum entre adolescentes. 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 5 
o A excreção viral pelo trato respiratório pode continuar por muitos meses após a infecção e portadores 
assintomáticos são comuns. 
• Manifestações clínicas: a infecção primária ocorre numa fase precoce da infância, podendo ser desde 
assintomática a quadros de intensidade variável (mais leves em crianças pequenas). Há muitos tipos diferentes 
de manifestações clínicas, as clássicas são: 
o 80 a 85% referem dor de garganta com linfadenopatia, febre e hiperplasia linfática de faringe; observa-
se exsudato branco-acinzentado em tonsila palatina em 50% dos casos. Em 30 a 50%, há 
hepatoesplenomegalia; 1/3 pode apresentar edema periorbitário (sinal de Hoagland) e 5%, icterícia 
o O rush cutâneo ocorre em cerca de 3 a 8%, em geral é maculopapular, eritematoso, com textura de 
lixa fina, podendo ainda ser urticariforme, escarlatiniforme, morbiliforme, hemorrágico ou petequial. 
o O uso de ampicilina/amoxi leva a exantema em 70 a 100% dos casos. (reação cruzada do vírus com 
antibiótico) 
• Diagnóstico: 
o Testes laboratoriais inespecíficos: hemograma com leucocitose, linfocitose e 10 a 20% de atipia; 
aumento de transaminases e bilirrubina; 
o Testes laboratoriais específicos (não para todos os pacientes): monoteste (anticorpos heterófilos -
baixa sensibilidade e especificidade) e IGM e IGG para EBV. 
• Tratamento: terapia de suporte, exceto imunodeprimidos em que se recomenda aciclovir em altas doses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DENGUE 
• Também pode ter exantema pruriginoso sem 
apresentação específica. 
• É importante atentar para hemorragias na pele. 
• Prova do laço - Indica fragilidade capilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 6 
PARASITOSES INTESTINAIS 
 
• As parasitoses intestinais constituem um 
importante problema de saúde pública, 
principalmente nos países subdesenvolvidos. 
• A prevenção deve ser feita através de 
saneamento básico, acesso à alimentação 
saudável e educação continuada da população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASCARIDÍASE 
 
AGENTE: Ascaris lumbricoides 
Morfologia: 
• Ovo: os ovos férteis têm forma oval. 
• Verme adulto: 
o Longo, cilíndrico e com as extremidades afiladas. 
o Habitam o lúmen do intestino delgado. 
o Fêmea: mede em torno de 25-40 cm; põe em média 200 mil ovos/dia. 
o Macho: mede cerca de 15-20 cm; apresenta um enrolamento ventral da cauda. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• A OMS estima que existam cerca de 1 bilhão de indivíduos infectados no mundo. 
• A alta prevalência da infecção resulta pela grande produção de ovos pelas fêmeas fecundas e pela resistência 
dos ovos em condições ambientais extremas. 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• Ingesta dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes 
humanas. 
CICLO BIOLÓGICO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helmintos
Ascaridíase 
Ancilostomose
Tricuríase
Enterobiose
Estrongiloidíase
Esquistossomose
Protozoários
Giardíase
Amebíase
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 7 
QUADRO CLÍNICO: 
• Depende da intensidade da infecção e dos órgãos comprometidos. 
• Assintomática: Carga parasitária leve ou moderada. 
• Manifestações pulmonares: 
o Ciclo da larva. 
o Síndrome de Loeffler: febre, tosse, dispneia e eosinofilia. 
• Intestino delgado: Dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. 
• Complicações: 
o Obstrução intestinal: Grande número de parasitas que acabam se enovelando na luz do intestino e 
formando um “bolo de áscaris”. 
§ Sintomas da obstrução/semiobstrução: vômitos, cólicas intensas, distensãoabdominal, 
eliminação dos parasitos nas fezes ou pelo vômito. 
§ Volvo, perfuração intestinal, colecistite e pancreatite. 
• Ação espoliativa: O verme adulto pode consumir proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C do 
hospedeiro. Isso pode resultar em subnutrição e baixo desenvolvimento físico e mental. 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico: 
• Laboratorial: 
o Exame parasitológico de fezes: Presença de ovos do parasita. 
o Hemograma: Eosinofilia na fase se invasão larvária. 
TRATAMENTO: 
• Albendazol 400mg, 10mg/kg, VO, dose única. 
• Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias. 
• Levamizol: 
o < 8 anos: 40 mg, VO, dose única 
o > 8 anos: 80 mg, VO, dose única 
• Obstrução intestinal: Piperazina 100 mg/kg/dia + Óleo mineral (40-60 ml/dia) + Antiespasmódicos + 
Hidratação 
o Nesses casos está indicado sonda nasogástrica e jejum + mebendazol 200mg/dia de 12/12h por 3 dias. 
PROFILAXIA: 
• Higiene pessoal 
• Educação sanitária 
• Saneamento básico 
• Tratamento dos doentes 
 
ANCILOSTOMÍASE (Amarelão) 
 
AGENTES: Ancylostoma duodenale e Necator americanus 
Morfologia: 
• Ovo: São ovóides, medem 40-60 μm. 
• Verme adulto: 
o Cilíndrico, medindo cerca de 5-13 mm. 
o A. duodenale - Cápsula bucal possui dentes. 
o N. americanus - Cápsula bucal com placas cortantes. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• São parasitas de região quente e úmida, portanto, 
predominam-se em áreas rurais, estando muito associado 
a áreas sem saneamento e cujas populações têm hábito 
de andar descalças. 
• A. duodenale mais prevalente na Europa e na Ásia e o N. 
americanus, na África e nas Américas. 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• A infecção pelo N. americanus só ocorre por via 
percutânea. 
• Já a transmissão pelo A. duodenale se dá, além da 
percutânea, pela via oral, por água e por alimentos 
contaminados com ovos ou larvas. 
CICLO BIOLÓGICO: (imagem ao lado) 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 8 
QUADRO CLÍNICO: 
• Os sintomas dependem da carga parasitária, do estado nutricional e da etapa de migração do parasita. 
• Infecções leves podem apresentar-se assintomáticas 
• Dermatite pruriginosa – “Coceira do solo” quando invadem a pele 
• Fase pulmonar: tosse, laringotraqueobronquite, faringite. 
• Infecção intesinal: 
o Sintomas inespecíficos: dor, anorexia, diarreia. 
o As principais manifestações clínicas estão relacionadas à perda intestinal de sangue. 
o Alta carga intestinal: anemia ferropriva, desnutrição proteica. Déficit pôndero-estatural, baixo 
rendimento escolar e atraso no desenvolvimento. 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico: Prurido característico. 
• Laboratorial: EPF 
TRATAMENTO: 
• Albendazol 400mg, VO, em dose única. 
• Mebendazol 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias. 
• Pamoato de pirantel 20-30mg/kg/dia durante 3 dias. 
PREVENÇÃO: 
• Educação sanitária. 
• Uso de calçados. 
• Saneamento básico. 
• Tratamento de pessoas infectadas. 
 
TRICURÍASE 
 
AGENTE: Trichuris trichiura 
Morfologia: 
• Ovos: ovos embrionados em forma de barril. 
• Verme adulto: 
o Filiforme, cilíndrico. 
o Habita o ceco e o cólon ascendente. 
o A parte anterior do parasita é afilada e ocupa ¾ de seu corpo (porção semelhante a um chicote). 
o ¼ posterior é curto e alargado. 
o O macho é menor que a fêmea e possui uma curvatura ventral acentuada, enquanto a fêmea 
termina de forma reta. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Acomete comunidades rurais com instalações sanitárias inadequadas e solo contaminado com fezes humanas 
ou animais. 
• 5-15 anos de idade. 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• Ingestão de ovos embrionados: 
o Contaminação direta das mãos, alimentos ou bebidas. 
o Pode ocorrer também a transmissão indireta através de moscas ou outros insetos. 
CICLO BIOLÓGICO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
ATM 2023/A 
 
 9 
QUADRO CLÍNICO: 
• Assintomáticos: baixa carga parasitária. 
• Alguns indivíduos podem apresentar um histórico de dor no quadrante inferior direito ou na região 
periumbilical. 
• Infecção maciça: disenteria crônica, prolapso retal, anemia, retardo no crescimento, déficits cognitivos e do 
desenvolvimento. 
DIAGNÓSTICO: 
• EPF - Ovo característico em forma de barril. 
TRATAMENTO: 
• Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias 
o Reduz a produção de ovos em 90-99% 
o Taxa de cura de 70-90% 
o É eficaz em parte por ser pouco absorvido no TGI 
• Mebendazol 500mg, VO, em dose única 
• Albendazol 400mg, VO, em dose única 
• Atualmente, os esquemas recomendados com dose única de mebendazol e albendazol NÃO tem eficácia na 
cura de infecções por Trichuris. 
• Nitazoxanida 
o 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – crianças entre 1 a 3 anos 
o 200mg, 2x/dia, VO, por 3 dias - crianças entre 4 a 11 anos 
o 500mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – adolescentes e adultos 
o Resultam em taxa de cura superior ao albendazol em dose única 
PREVENÇÃO: 
• Higiene pessoal 
• Melhora das condições sanitárias 
 
ENTEROBÍASE 
 
• Infecção por oxíuros (oxiuríase). 
AGENTE: Enterobius vermicularis 
Morfologia: 
• Ovos: são convexos em um lado e achatados no outro. 
• Verme adulto: Nematódeo pequeno (1cm de comprimento), branco, semelhante a uma fio ou com a 
forma cilíndrica, que habita o ceco, o apêndice e áreas adjacentes ao íleo e cólon ascendente. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Acomete indivíduos de todas as idades e de todas as classes sociais. Não está relacionado com o nível 
socioeconômico da população. 
• Mais frequente na idade escolar. 
• Afeta mais de um membro da família, implicando no seu 
controle, que deve ser dirigido a todas pessoas que vivem no 
mesmo domicílio. 
MODO DE TRANSMISSÃO: Feca-oral. 
• Autoinfecção externa ou direta: Do ânus para a cavidade oral 
por meio das unhas. 
• Autoinfecção indireta: Ovos presentes na poeira, roupa, 
roupa de cama ou alimentos atingem o mesmo indivíduo que 
o eliminou. 
• Heteroinfecção: Ovos presentes na poeira ou alimentos 
atingem um novo hospedeiro. 
• Retroinfecção: Migração das larvas da região anal para as 
regiões superiores do intestino grosso, chegando até o ceco, 
onde se tornam adultas. 
• Autoinfecção interna: Processo raro na qual as larvas 
eclodem ainda dentro do reto e depois migram até o ceco, 
transformando-se em vermes adultos. 
CICLO BIOLÓGICO: (imagem ao lado) 
 
 
 
SAÚDE DA CRIANÇA I Talita Valente 
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 10 
QUADRO CLÍNICO: 
• Assintomático 
• Principal sintoma: prurido perianal. 
o Mais exacerbado à noite. 
o Acompanhado de irritabilidade e sono intranquilo. 
o As escoriações decorrentes ao ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno do 
ânus. 
• Sintomas inespecíficos: vômitos, dores abdominais, tenesmo, puxo e raramente fezes sanguinolentas. 
• Complicações: salpingites, vulvovaginites, granulomas pelvianos. 
o Acontecem esporadicamente e são infecções sencundárias às escoriações. 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico: Prurido característico. 
• Laboratorial: Identificação de ovos ou vermes adultos. 
o SWAB anal 
o Método da fita - leitura em microscópio. 
TRATAMENTO: 
• Deve-se tratar os pacientes infectados e todosos membros de sua família 
• Pamoato de Pirvínio 10mg/kg, VO, dose única 
• Pamoato de Pirantel 10mg/kg, VO, dose única 
• Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, durante 3 dias 
• Albendazol 10mg/kg, VO, dose única, até o máximo de 400mg 
PROFILAXIA: 
• Orientar a população sobre os hábitos de higiene pessoal - Boa higiene dasmãos. 
• Tratar todos os membros da família. 
• Trocar roupas de cama e toalhas de banho diariamente. 
 
ESTRONGILOIDÍASE 
 
AGENTE: Strongyloides stercoralis 
Morfologia: 
• Verme adulto: cilíndrico. 
o Fêmea: habita o intestino delgado e por partogênese libera ovos na luz intestinal. 
o Macho: habita o solo (forma livre). 
• Larva rabiditiforme: não infecciosa. 
• Larva filaróide: forma infectante. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• A transmissão requer solo quente e úmido. 
• Fatores de risco: condições ambientais precárias e aglomerações humanas. 
• Cães e gatos podem ser reservatório. 
• Hiperinfecção acomete indivíduos 
imunodeprimidos. 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• Viapercutânea: As larvas infectantes 
(filarióides) penetram a pele do 
indivíduo. 
• Auto-endoinfecção: Quando as 
larvas passam a ser filarióides no 
interior do próprio hospedeiro, sem 
passar pela fase evolutiva no meio 
externo. 
• Auto-exoinfecção: Quando as larvas 
filarióides se localizam na região anal 
ou perianal, onde novamente 
penetram no organismo do 
hospedeiro 
CICLO BIOLÓGICO: (imagem ao lado) 
 
 
 
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ATM 2023/A 
 
 11 
QUADRO CLÍNICO: 
• Assintomático. 
• Sintomas relacionados aos três estágios de infecção: 
o Invasão da pele: Lesões urticariformes ou maculopapulares ou por lesãos erpiginosa ou linear 
pruriginosa migratória (larva currens). 
o Migração das larvas através dos pulmões: Tosse seca, dispnéia, broncoespasmo ou edema pulmonar 
(síndrome de Löffler). 
o Parasitismo do intestino delgado pelos vermes adultos: Diarréia, dor abdominal e flatulência, 
acompanhadas ou não de anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica que pode simular quadro de 
úlcera péptica. 
• Hiperinfecção: 
o Indivíduos imunocomprometidos 
o Febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias profusas, manifestações pulmonares 
(tosse, dispneia e broncoespasmos, e raramente, hemoptise e angústia respiratória). 
DIAGNÓSTICO: 
• Parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico. 
TRATAMENTO: 
• Cambendazol 5mg/kg, dose única, VO 
• Tiobendazol, VO, em vários esquemas terapêuticos: 
o 25mg/kg/dia durante 5 a 7 dias – esquema muito utilizado 
o 50mg/kg/dia dose única, à noite (A dose máxima recomendada é de 0,3g) 10mg/dia por 30 dias - 
Recomendado para situações de auto-endoinfecção e deficiência da imunidade celular 
• Albendazol 40mg/dia durante 3 dias 
• Ivermectina, dose única, VO, obedecendo a escala de peso: 
o 15 a 24kg: ½ comprimido 
o 25 a 35kg: 1 comprimido 
o 36 a 50kg: 1 ½ comprimidos 
PROFILAXIA: 
• Saneamento básico. 
• Uso de calçados. 
• Tratar os animais domésticos infectados. 
 
ESQUISTOSSOMOSE 
 
AGENTE: Schistosoma mansoni 
Morfologia: 
• Cercárias: Forma infectante de vida livre. 
• Caramujo; São hospedeiras intermediárias específicas que vivem em água doce, e se dividem 
assexuadamente. 
• Miracídios: Móveis, emergem, infecta as lesmas dos caramujos. 
• Verme adulto: Ao atingirem a maturidade, migram para locais anatômicos específicos (Veias 
mesentéricas inferiores). Os esquistossomas adultos (1 a 2 cm de comprimento) são adaptados para 
uma existência intravascular. A fêmea 
acompanha o macho dentro de um sulco 
formado pelas bordas laterais do corpo dele. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• No Brasil é considerada uma endemia que atinge 19 
unidades federadas - É endêmico do Maranhão até 
Minas Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio de Janeiro, 
São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito 
federal e Rio Grande do Sul 
• Possui baixa letalidade e as principais causas de óbitos 
estão relacionadas às formas clínicas graves. 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• A transmissão depende do destino dado aos 
excrementos, da presença dos caramujos hospedeiros 
intermediários específicos e dos padrões de contato 
com a água e dos hábitos sociais da população. 
CICLO BIOLÓGICO: (imagem ao lado) 
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ATM 2023/A 
 
 12 
QUADRO CLÍNICO: 
• Depende do seu estado de evolução no homem. 
• Fase aguda: 
o Assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de erupção papular, 
eritema, edema e prurido até 5 dias após a infecção. 
o Febre de Katayama - Após 3 a 7 semanas de exposição pode evoluir para a esquistossomose aguda 
caracterizada por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados 
de diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. 
• Fase crônica: 
o Após 6 meses pode evoluir para a fase crônica. 
o Hepatointestinal: Caracteriza-se pela presença de diarréias e epigastralgia. Ao exame, o paciente 
apresenta fígado palpável, com nodulações que, nas fases avançadas dessa forma clínica, 
correspondem a áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers. 
o Hepática: Pode ser assintomatica ou com sintomas hepatointestinal. Ao exame, o fígado é palpável e 
endurecido, à semelhança do que ocorre na forma hepatoesplênica. 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico 
• EPF 
• A USG pode ajudar a identificar hepatoesplenomegalia. 
TRATAMENTO: 
• Praziquantel 26 mg/kg, VO, dose única. 
• Oxamniquina, cápsula com 250mg e a solução de 50mg/ml para uso pediátrico. 
PROFILAXIA: 
• Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento domiciliar e ambiental nos focos de 
esquistossomose. 
 
TENÍASE 
 
AGENTE: 
• Taenia solium ou Cysticercus cullulosae. 
O porco é o hospedeiro intermediário. 
• Taenia saginata ou Cysticercus bovis. 
O boi é o hospedeiro intermediário. 
• Cisticerco: É constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro, contendo invaginado no seu interior 
um escoléx com 4 ventosas e colo. 
• A T. solium apresenta ainda o rostelo que é ausente na T. saginata. 
• Habitat: 
o Verme adulto: intestino delgado humano. 
o Cisticerco: C. cellulosae habita o 
tecido subcutâneo, muscular, 
cardíaco, cerebral e olhos de 
suínos/bovinos, acidentalmente 
em humanos. C. bovis habita 
tecidos bovinos. 
• Longevidade: 
o A T. solium vive cerca de 3 anos, 
mas pode alcançar 20/25 anos. 
o A T. saginata vive cerca de dez 
anos, podendo chegar a até 30 
anos. 
o Os ovos em temperatura ambiente 
(20 a 30 °C), umidade relativa (50 a 
80%) e sombra sobrevivem em 
torno de 4 a 6 meses. 
TRANSMISSÃO: 
• Teníase: Ingestão de carne bovina ou 
suína crua ou malcozida contendo 
cisticercos. 
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 13 
• Cisticercose: Ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium por: 
o Auto-infecção externa: ocorre quando o próprio portador da T. solium elimina as proglotes e ovos de 
sua própria tênia levando-os à boca pelas mãos contaminadas ou coprofagia. 
o Auto-infecção interna: pode ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, 
possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago. Estes, depois de 
ação do suco gástrico e posterior ativação das oncosferas voltariam ao intestino delgado, 
desenvolvendo o ciclo auto-infectante. 
o Heteroinfecção: quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. 
solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente. 
o Obs: Os ovos de T. saginata não são infectantes para o homem. 
TRATAMENTO: 
Teníase: 
• Niclosamida: 4 comprimidos (2 em 2), com intervalo de 1 hora pela manhã + 2 col. de leite de magnésio durante 
3 dias 
• Praziquantel:4 comprimidos em dose única. 
o Não deve ser usado em pacientes com teníase e cisticercose 
o Só a eliminação ou destruição do escólex assegura a cura. Portanto, se ele não for encontrado nas 
evacuações, aguardar cerca de quatro meses para ver se as proglotes não reaparecem, exigindo 
novo tratamento. 
Cisticercose: 
• O objetivo do tratamento é a redução da resposta inflamatória. 
• Apenas observação, uso de drogas antiparasitárias e anti-inflamatórias hormonais e eventualmente a cirurgia. 
Neurocisticercose: 
• Praziquantel - 50% de eficácia, rompe a membrana do cisticerco – deve ser associado a corticóides -> 
Esquema de 21 dias 
• Albendazol – 88% de eficácia, recomenda-se o uso mútuo com dexametasona -> Esquema de 8 dias 
 
GIARDÍASE 
 
AGENTE: Giardia Lamblia (Giardia intestinalis ou Giardia duodenalis) 
Protozoário flagelado que infecta o duodeno e o intestino delgado. 
Morfologia: 
• Trofozoítos: 
o Apresenta simetria bilateral e um achatamento dorso-ventral que lhe confere um aspecto 
piriforme. 
o Contém dois núcleos ovais anteriormente, um disco ventral grande, um corpo mediano 
curvado posteriormente e quatro pares de flagelos. 
• Cistos: 
o Apresenta um formato oval que contém quatro núcleos. 
o Cada cisto ingerido produz dois trofozoítos no duodeno. 
o Forma infectante encontrada no ambiente. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Doença de distribuição mundial, mais prevalentes em países 
subdesenvolvidos (áreas com saneamento básico pobre). 
• Podem ocorrer epidemias em instituições fechadas (creches, 
pré-escola) 
• Grupo etário mais acometido: entre 8 meses e 10 a 12 anos. 
• “Diarréia dos viajantes em zonas endêmicas” 
• Ingestão de água contaminada 
• Atividade sexual resultante do contato oro-anal 
• É significativo em pessoas com desnutrição, certas 
imunodeficiências e fibrose cística 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• Feca-oral: 
o Direta: contaminação das mãos e consequente 
ingestão de cistos existentes em dejetos de pessoa 
infectada. 
o Indireta: ingestão de água e alimentos contaminados. 
CICLO BIOLÓGICO: (imagem ao lado) 
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QUADRO CLÍNICO: 
• Assintomática (maioria). 
• Diarreia aguda - fezes líquidas, explosivas e fétidas, com curso auto-limitado. 
• Diarreia crônica 
o A diarreia se torna persistente ou intermitente. 
o Diarreia, cólica, distensão abdominal, sensação de plenitude gástrica, mal-estar, flatulência, náuseas, 
anorexia e perda de peso. As fezes ficam gordurosas, com odor fétido e podem flutuar na água 
(esteatorréia). 
• Síndrome da má absorção: pode ser uma complicação, má absorção de açúcares, gorduras e vitaminas 
lipossolúveis, deficiência de ferro, perda de peso e anemia. 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico 
• Laboratorial 
o Presença de trofozoítos ou cistos nas amostrar de fezes (3 amostras) -> Método tradicional. 
o Métodos imunológicos - Detecção de antígenos pelo ELISA. 
o Em raros casos pode ser feito biópsia duodenal com a identificação de trofozoítos. 
TRATAMENTO: 
• Tinidazol - 30mg/kg/dia, dose única 
• Secnidazol - 30mg/kg ou 1ml/kg, dose única, tomar após uma refeição 
• Metronidazol - 15mg/kg/dia (máximo 250mg), VO, dividida em 2 tomadas por 5 dias 
PREVENÇÃO: 
• Filtrar água potável. 
• Saneamento básico. 
• Creches ou orfanatos com adequadas instalações sanitárias, enfatizar a necessidade de higiene pessoal. 
 
AMEBÍASE 
 
AGENTE: Entamoeba histolytica 
Morfologia: 
• Cisto: 
o É a forma infectante. 
o Esférico ou oval, contém quatro núcleos. 
o São resistentes a condições ambientais hostis, incluindo o cloro utilizado para a purificação da 
água, acidez gástrica, enzimas digestivas. 
o Podem ser mortos por aquecimento a 55ºC. 
• Trofozoíto: 
o Uninucleado e móveis (se locomovem pela emissão de pseudópodes). 
o Colonizam o lúmen do intestino grosso. 
o Podem invadir o revestimento mucoso e acometer fígado, pulmão, pele e até cérebro. 
EPIDEMIOLOGIA: 
• 10% da população mundial 
• 50 milhões de casos invasivos/ano 
• Frequente em áreas com baixos padrões 
socioeconômicos e sanitários 
• 3o maior causa de óbito por infecção 
parasitária no mundo. (Nelson) 
MODO DE TRANSMISSÃO: 
• Fecal-oral: Ingestão de alimentos ou água 
contaminados por fezes contendo cistos 
amebianos maduros 
• Transmissão sexual (contato oral-anal) – 
Mais raramente 
• Este parasito pode atuar como comensal 
ou provocar invasão de tecidos, originando 
as formas intestinal e extra-intestinal da 
doença. 
CICLO BIOLÓGICO: (imagem ao lado) 
 
 
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 15 
QUADRO CLÍNICO: 
• Assintomática 
• Colite amebiana: É a forma clássica com invasão parasitária da mucosa intestinal e caracteriza-se por dor 
abdominal em cólica, diarréia com fezes mucosanguinolentas, tenesmo. Apresenta febre em apenas um terço 
dos pacientes. 
• Abcesso hepático: É a segunda forma mais comum da doença. Ocorre com a disseminação dos parasitas para 
o fígado. É incomum em crianças. Nas crianças manifesta-se com febre, dor abdominal, distensão abdominal 
e hepatomegalia dolorosa. 
DIAGNÓSTICO: 
• Presença de trofozoítos e cistos presentes nas fezes; em aspirados ou raspados, obtidos através de 
endoscopia ou proctoscopia; ou em aspirados de abcesso ou biópsia de tecidos. 
• Os anticorpos séricos podem ser dosados e são de grande auxílio no diagnóstico do abcesso hepático 
amebiano. 
• A USG e TC são úteis no diagnóstico de abcesso hepático amebiano. 
TRATAMENTO: 
• 1ª opção 
o Formas intestinais: Secnidazol 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de 2g/dia 
• 2ª opção 
o Metronidazol 35mg/kg/dia, 3 tomadas, durante 5 dias 
o Formas graves: amebíase intestinal sintomática ou extra-intestinal. �-> Metronidazol 50mg/kg/dia 
durante 10 dias 
• 3ª opção 
o Formas extra-intestinais: Tinidazol 50mg/kg/dia durante 2 a 3 dias a depender da forma clínica 
• 4ª opção 
o Somente para formas leves ou assintomáticas: Teclozam 15mg/kg/dia durante 5 dias. Em alguns 
casos podem ser necessários a aspiração do abcesso. 
PROFILAXIA: Medidas de saneamento e educação em saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOENÇAS DAS VIAS AÉREAS INFERIORES 
 
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE 
 
• Doença do trato respiratório inferior, geralmente provocada por um agente infeccioso resultando na 
inflamação de ambos pulmões. 
• Inflamação das vias aéreas distais do pulmão determinada por agente infeccioso. 
• Acúmulo de neutrófilos e exsudato inflamatório nos bronquíolos distais, alvéolos e interstício. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Principal causa de mortalidade em crianças < 5 anos. 
• Cerca de 1000 óbitos pediátricos/ano no Brasil. 
• 2-3% das infecções respiratórias altas evoluem para infecção respiratórias das vias aéreas inferiores. 
• 10-20% dos óbitos. 
• Lembrete: 4 a 6 (ou 8 a 10) IRA-A cada criança, por ano. 
 
PLANO DE AÇÃO GLOBAL CONTRA NEUMONIA E DIARREIA (GAPPD): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 17SINAIS CLÍNICOS: 
• São dependentes da idade da criança, extensão do acometimento e gravidade do quadro. 
• Tosse, febre, taquipneia, tiragens subcostais, estertores finos, dor torácica, hipoxemia e sintomas sistêmicos 
associados. 
• Taquipneia (respiração acelerada) é o sinal diagnóstico mais sensível. 
o Frequência respiratória: Estando afebril, contada em 60 segundos. 
o 
o A criança está com tosse ou dificuldade para respirar? 
• Verificar se há sinais de perigo: 
o Perguntar: 
§ A criança consegue beber ou mamar no peito? 
§ A criança vomita tudo o que ingere? 
§ A criança apresentou convulsões ou movimentos anormais há menos de 72 horas? 
o Observar: 
§ Se a criança está letárgica ou inconsciente. 
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 18 
§ Se a criança apresenta tempo de enchimento capilar > 2 segundos. 
§ Se a criança apresenta batimentos de asa de nariz e/ou gemência. 
o Uma criança que apresentar qualquer sinal de perigo necessita ser urgentemente assistida: completar 
imediatamente a avaliação, administrar o tratamento indicado prévio à referência e referir 
urgentemente ao hospital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Critérios OMS: 
• Pneumonia não severa: tosse, problemas na respiração, taquipneia. 
• Pneumonia severa: parede inferior do tórax, grunhido expiratório, nariz inflamado 
• Pneumonia muito severa: incapacidade de alimentar, cianose, dificuldade respiratória grave, consciência 
prejudicada ou convulsão. 
 
Diagnósticos diferenciais de quadros que cursam com sibilância (SBP): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGENTES QUE CAUSAM PNEUMONIA 
ADQUIRIDA NA COMUNIDADE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 19 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico. 
• Laboratoriais: servem apenas como apoio em circunstâncias particulares. 
o HMG: Leucocitose. Na bacteriana, neutrofilia e formas jovens. 
o Proteína C reativa elevada. 
• Rx tórax em casos pontuais e em crianças que internam. 
o Desafios do Rx na PAC em crianças: 
§ Falta sensibilidade para diferenciar a etiologia bacteriana ou não bacteriana. 
§ Falsamente negativo no início da doença. 
§ Importante inconsistência na interpretação de radiologistas. 
§ Influência do conhecimento clínico prévio do radiologista para interpretação. 
 
DERRAME PLEURAL/EMPIEMA: 
• Contínuo da pneumonia. 
• Infecção adjacente à pleura -> Aumento da permeabilidade. 
o Aumento da produção 
o Bactérias aproveitam. 
• Linfáticos parietais: podem compensar drenagem até 20x. 
 
BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA 
 
• Mais comum infecção respiratória inferior em lactentes. 
• Possui gravidade variável. 
• Causa mais comum de hospitalização nessas idades. 
• Tipicamente, corresponde ao primeiro episódio de sibilância em crianças. 
 
DEFINIÇÃO: 
• Inflamação infecciosa aguda dos bronquíolos que leva a obstrução da via aérea, manifestado por sibilância e 
crepitantes, em crianças menores de 2 anos. 
• Na maioria das vezes ocorre por vírus. 
• Acomete lactentes uma ou mais vezes. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Tipicamente ocorre em crianças < 2 anos, com pico de incidência entre os 2 aos 6 meses. 
• OMS: 64 milhões de casos/anos, 160 mil morrem. 
• 10% dos casos internam. 
• 10% dos internados necessitam ir para a UTIP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MICROBIOLOGIA: 
• Tipicamente causada por vírus: Vírus Sincicial Respiratória (vírus de humanos). 
o Surtos sazonais: 
§ Hemisfério sul: maio a setembro, pico em maio/junho/julho. 
§ Climas tropicais: estação chuvosa. 
• Ocasionalmente causada por Mycoplama pneumonia. 
 
PATOGÊNESE: 
• Vírus penetra nas células do bronquíolo terminal – lesão direta e inflamação. 
• Alterações locais iniciam 18 a 24 horas após infecção. 
• Necrose da célula bronquiolar, disrupção ciliar, infiltração linfocítica peribronquiolar. 
• Edema, excesso de muco, epitélio esfacelado leva a obstrução aérea e atelectasias, 
FATORES DE RISCO PARA GRAVIDADE: 
• Prematuridade. 
• Baixo peso ao nascer. 
• Idade <6-12 meses. 
• Doença pulmonar crônica. 
• Doença cardíaca hemodinamicamente importante. 
• Imunodeficiência. 
• Defeitos anatômicos das vias aéreas. 
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 20 
 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO: 
• Taquipneia: 
o 80-100 em lactentes. 
o 30-60 em crianças mais velhas. 
• Tempo expiratório prolongado, roncos, sibilâncias, estertores finos e crepitações. 
• Possível desidratação. 
• Possível conjuntivite ou otite média. 
• Possível cianose ou apneia. 
 
DIAGNÓSTICO: 
• É clínico. 
• Baseado na história e exame físico. 
• Clássico “apoio” do Rx: hiperinsuflação, espessamento peribrônquico e infiltrado intersticial. 
 
Diagnóstico diferencial: 
• Sibilância induzida por vírus. 
• Bronquite ou pneumonia. 
• Doença pulmonar crônica. 
• Aspiração de corpo estranho. 
• Doença do refluxo gastro-esofágico ou disfagia que leva a aspiração. 
• Doença cardíaca congênita ou insuficiência cardíaca. 
• Anéis vasculares, broncomalácia, ou outras anormalidades anatômicas. 
 
Provas diagnósticas: 
• Tem maior utilidade em crianças com sintomas complicados como febre, sinais de doença infecciosa de via 
aérea inferior, doença grave. 
• RxT 
• Hemograma 
• Gasometria 
 
Hospitalização se: 
• Doença grave. 
• Aspecto tóxico, com pouca ingesta, letargia ou desidratação. 
• Dificuldade respiratória moderada a grave (FR > 70, dispneia, cianose). 
• Apneia. 
• Hipoxemia. 
 
TRATAMENTO: 
• Ambulatorial: 
o Medidas gerais: higiene nasal, conforto, cuidados na alimentação, antitérmicos 
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 21 
• Internados: 
o Oxigênio e suporte 
• Suporte: 
o Apoio respiratório e ingesta adequada de líquidos 
o Líquidos EV se necessário 
o Higiene nasal superficial 
o Antitérmicos 
o Descanso 
Desafio da doença: 
• A bronquiolite viral 
aguda envergonha a 
ciência médica 
• Com todos os 
avanços em microbiologia, 
imunologia e genética não 
aconteceram mudanças 
substanciais nos últimos 50 
anos quanto ao tratamento 
dos lactentes internados 
com a doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVENÇÃO: 
• Lavagem de mãos. 
• Evitas exposição ao fumo. 
• Evitar contato com pessoas que tenham doença viral. 
• Vacina da gripe em crianças > 6 meses. 
• Palivizumav em grupos de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
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 22 
ASMA 
 
• Doença heterogênea, caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas, condicionada por fatores 
genéticos e ambientais, que cursa com hiperresponsividade brônquica e obstrução variável ao fluxo aéreo, 
total ou parcialmente reversível de maneira espontânea ou por ação medicamentosa, e se manifesta por 
sintomas respiratórios como sibilância, falta de ar e tosse, de maneira intermitente, persistente e inclusive 
contínua. 
• Pode ser controlada, mas não curada. Nas crianças, ela pode “descrescer” – criança nasce com asma mas ao 
longodos anos pode desaparecer. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Doença respiratória crônica mais comum no mundo: 300 milhões. 
• Prevalência: leve aumento em crianças. 
• Maior causa de faltas à escola/trabalho por saúde. 
• Custo da asma: muito elevado. Porém investimentos em medicação preventiva poupa custos (internações, 
tempo de escola, dinheiro das famílias e vidas). 
 
FISIOPATOLOGIA: 
• Característica central da asma: inflamação 
crônica da via aérea inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
• É clínico. 
• Não há sinal/sintoma patognomônico. 
• Devem se associar sintomas, sintomas, fatores desencadeantes e antecedentes pessoais/familiares. 
• Em pediatria, o exame espirométrico é complementar (80% das crianças tem espirometria normal). 
 
SINAIS E SINTOMAS: 
• Maior probabilidade de asma se: 
o Mais de um tipo de sintomas: sibilos, falta de ar, tosse, aperto no peito. 
o Sintomas em geral pioram à noite ou ao despertar. 
o Sintomas variam em intensidade e ao longo do tempo. 
o Sintomas desencadeados por infecções virais, exercício, exposição a alérgenos, mudanças 
climáticas, riso, gases irritantes, fumaça ou odores fortes. 
• Menor probabilidade de asma: 
o Tosse isolada sem outros sintomas respiratórios. 
o Produção crônica de escarro. 
o Falta de ar associada a tontura, sensação de desmaio ou formigamento periférico. 
o Dispneia induzida por exercício com inspiração ruidosa (estridor). 
O que se sabe sobre a asma? 
• Sintomas associados à hiper-reatividade brônquica: 
o Broncoconstrição. 
o Espessamento da parede das vias aéreas. 
o Aumento da produção de muco. 
• Sintomas desencadeantes/agravados por: 
o Infecções virais. 
o Exposição a alérgenos como a fumaça de cigarro. 
o Exercícios. 
o Estresse. 
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ATM 2023/A 
 
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Índice de predição da Asma (API): 
• Criança de alto risco (>= 2 anos): 
o >= 4 episódios de sibilância no último ano (1>= diagnóstico por médico). 
o + : Um critério maior ou dois critérios menores. 
§ Um critério maior: um dos pais asmático; dermatite atópica; sensibilidade a aeroalergeno. 
§ 2 critérios menores: sensibilidade ao alimento; eosinofilia periférica (>= 4%); sibilos não pós 
infecciosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico diferencial no lactente sibilante: 
• Infecções virais recorrentes das vias aéreas: tosse, coriza e obstrução nasal por < 10 dias; sibilância 
normalmente leve; ausência de sintomas entre as infecções. 
• Doença do refluxo gastroesofágico: tosse com a alimentação; infecções recorrentes da via aérea inferior; 
vômito fácil, especialmente após refeições volumosas; pouca resposta a medicações para asma. 
• Aspiração de corpo estranho: episódio de tosse importante de início repentino e/ou estridor durante a 
alimentação ou brincadeiras; infecções recorrentes da via aérea inferior e tosse; sinais pulmonares focais 
• Traqueomalacia: respiração ruidosa durante o choro, alimentação ou infecções da via aérea superior (ruído 
inspiratório se extratorácica ou expiratório se intratorácico); sintomas normalmente presentes desde o 
nascimento; pouca resposta a medicações para asma. 
• Tuberculose: tosse e ruídos respiratórios persistentes; febre não responsiva a antibióticos usuais; 
adenomegalias; pouca resposta a medicações para asma; contato com alguém com tuberculose. 
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ATM 2023/A 
 
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• Doença cardíaca congênita: sopor cardíaco; cianose ao se alimentar, dificuldade de crescimento; taquicardia; 
taquipneia ou hepatomegalia; pouca resposta a medicações para asma. 
• Fibrose cística: tosse que começa logo após o nascimento; infecções recorrentes da via aérea inferior; 
dificuldade de crescimento (mal absorção); fezes amolecidas, volumosas e oleosas. 
• Discinesia ciliar primária: tosse e infecções recorrentes leves da via aérea inferior; infecções crônicas do ouvido; 
secreções nasais purulentas; pouca resposta a medicações para asma; situs inversus ocorrem em 50% das 
crianças com essa doença. 
• Anel vascular: respirações persistentemente ruidosas; pouca resposta a medicações para asma. 
• Displasia broncopulmonar: nascimento prematuro; peso do nascimento muito baixo; necessidade neonatal de 
ventilação mecânica prolongada ou de oxigênio suplementar; dificuldade respiratória presente ao nascimento. 
• Imunodeficiência: febre e infecções recorrentes (mesmo não respiratórias); dificuldade de crescimento 
• Malformação pulmonar: sintomas constantes desde o nascimento. 
• Tumores mediastínicos: linfadenopatias. 
• Bronquiolite obliterante: ruídos respiratórios persistentes após bronquiolite ou infecção respiratória; pouca 
resposta a medicações para asma. 
• Distúrbio da deglutição: regurgitações, vômitos, sintomas de aspiração. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE X NÍVEL DE CONTROLE DA ASMA: 
TESTE DE CONTROLE DA ASMA (pediátrico): 
 
 
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CICLO DO MANEJO BASEADO NO 
CONTROLE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: 
 
Abordagem passo a passo para crianças >= 6 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abordagem passo a passo para crianças <= 5 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MUDANÇAS NO TRATAMENTO 2020: 
• No tratamento da crise associar 
corticoide junto com o tratamento 
de resgate. 
 
• Uso do espaçador com spray: 
sempre e com o bico sempre para 
cima.

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