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Pratica de Ensino em Pedagogia V

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PEDAGOGIA
PRÁTICA DE ENSINO EM 
PEDAGOGIA
Maria de Lourdes C. S. Santos
 Silvino Marques 
http://unar.info/ead2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria de Lourdes C. S. Santos 
Silvino Marques 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICAS DE ENSINO V 
Material didático – seleção de conteúdo e tecnologias 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Prezado aluno, 
Nesta disciplina trataremos de temas importantes para a organização do 
trabalho docente, no que diz respeito a material didático – seleção de conteúdo e 
tecnologias. 
É fundamental que no seu processo de formação inicial você perceba a 
diversidade de possibilidades para significar o ensino e a aprendizagem. 
Cabe ao professor reconhecer e analisar a variedade de estímulos e 
recursos didáticos que podem contribuir para a melhoria do trabalho em sala de 
aula. 
Para tal, abordaremos questões como brincadeiras, jogos, música, poemas, 
poesias, museus, documentos, livros didáticos, fotografia, filmes, teatro, imprensa, 
quadrinho, pintura, escultura, softwares dentre a variedade de possibilidades que 
podem fazer parte do universo instrucional do professor. 
 
 
 
Bons estudos!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
UNIDADE 01 – DIVERSIDADE DE RECURSOS PARA O ENSINO ...................................... 5 
UNIDADE 02 – BRINCADEIRAS E ENSINO ............................................................................. 9 
UNIDADE 03 – CONHECENDO OS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS ...........................13 
UNIDADE 04 – JOGOS E ENSINO DE MATEMÁTICA ......................................................... 17 
UNIDADE 05 – MÚSICA E ENSINO PARA CRIANÇAS ....................................................... 25 
UNIDADE 06 – MÚSICA E AS BRINCADEIRAS CANTADAS ............................................. 30 
UNIDADE 07 – CANÇÕES, POEMAS E POESIAS ................................................................ 37 
UNIDADE 08 – EDUCAÇÃO FORMAL X EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E 
POTENCIALIDADES PARA O ENSINO ...................................................... 41 
UNIDADE 09 – MUSEUS E ENSINO ........................................................................................ 48 
UNIDADE 10 – DOCUMENTOS NO ENSINO ....................................................................... 53 
UNIDADE 11 – LIVROS DIDÁTICOS E ENSINO ................................................................... 59 
UNIDADE 12 – FOTOGRAFIA E ENSINO................................................................................ 65 
UNIDADE 13 – FILMES E ENSINO ............................................................................................ 73 
UNIDADE 14 – IMPRENSA E ENSINO ..................................................................................... 78 
UNIDADE 15 – QUADRINHOS E ENSINO ............................................................................. 83 
UNIDADE 16 – JORNAL E ENSINO .......................................................................................... 87 
UNIDADE 17 – CULINÁRIA E ENSINO .................................................................................... 92 
UNIDADE 18 – REDES SOCIAIS E ENSINO: COMO MEDIAR ESSA RELAÇÃO? ......... 97 
UNIDADE 19 – TURISMO PEDAGÓGICO E ENSINO ........................................................ 102 
UNIDADE 20 – TEATRO E ENSINO ........................................................................................ 110 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
UNIDADE 01 – DIVERSIDADE DE RECURSOS PARA O ENSINO 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Nesta unidade discutiremos sobre o uso de novas linguagens na sala 
de aula e a reformulação de algumas visões, métodos e atitudes que já não 
cabem mais no mundo atual. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Minha Dinda tem cascatas 
Onde canta o curió 
Não permita Deus que eu tenha 
De voltar a Maceió 
(...) 
E depois de ser tratado 
Pelo PC, com xodó, 
Não permita Deus que eu tenha 
De acabar no xilindró. 
 
(“Canção do Exílio as Avessas”- Jô Soares) 
 
Os trechos acima fazem parte da “Canção do Exílio as Avessas” feita por 
Jô Soares na época do impeachment do ex-presidente da República, Fernando 
Collor de Mello. Soares fez na verdade uma paródia da original “Canção do Exílio” 
de Gonçalves Dias, que exulta o espírito nacionalista brasileiro. Na paródia, Jô 
utilizou o contexto do histórico impeachment de Collor e escreveu os versos 
como se o político não amasse sua terra e não quisesse voltar. Esses textos não 
foram produzidos para a escola e não serão facilmente encontrados em livros 
didáticos. No entanto, a paródia de Jô Soares oferece ricos elementos para que o 
professor trabalhe cultura popular e política. Nesse caso, ele terá que recorrer a 
outras fontes de estudo, a internet, por exemplo, onde encontrará o texto. A partir 
dessa situação, iniciamos nossos estudos sobre a diversidade de fontes que 
podem ser utilizadas pelos professores. 
Para Bittencourt (2002), muitos professores utilizam vários documentos 
para o preparo de suas aulas, pois os consideram, 
6 
 
Um instrumento pedagógico eficiente e insubstituível, por possibilitar o 
contato com o “real, com as situações concretas de um passado 
abstrato, ou por favorecer o desenvolvimento intelectual dos alunos, em 
substituição de uma forma pedagógica limitada à simples acumulação 
de fatos e de uma história linear e global elaborada pelos manuais 
didáticos (p. 327). 
 
O professor que se conscientiza de que as novas linguagens podem ser 
utilizadas como recurso para sua aula está, na verdade, reconhecendo as 
transformações sociais e tecnológicas recentes. 
O mundo globalizado provoca reações cada vez mais rápidas e imediatas 
nos seres humanos. Na verdade, estamos conectados seja por meio da internet ou 
das novas tecnologias que proporcionam a atualização simultânea ou a simples 
consulta de algum fato que nos intriga naquele momento. Entretanto esse mesmo 
professor deve estar munido de conhecimentos e argumentos que façam com 
que ele e seus alunos não sejam enganados pelas armadilhas das novas 
tecnologias. 
A quantidade de informações é cada vez maior e o acesso a elas também. 
Nossos próprios alunos podem criar um blog e postar tudo que pensam e fazem 
nessa página. Resumindo, qualquer um que tenha acesso à internet pode escrever 
o que quiser, e todos podem ler essas considerações. Portanto, além de saber 
lidar com as novas fontes de conhecimento, o professor deve usá-las para orientar 
os alunos como selecioná-las. 
Os PCNs anunciam a possibilidade da utilização dos documentos como 
recursos didáticos, mas alertam que o: 
 
Documento não fala por si mesmo, isto é, ele precisa ser interrogado a 
partir do problema estudado, construído na relação presente-passado; 
 
O professor possui autonomia suficiente para utilizar as novas fontes de 
linguagem para o desenvolvimento do seu trabalho, desde que esteja consciente 
de que esse documento deve ser mais uma ferramenta utilizada para a produção 
7 
 
do conhecimento e que ele é o produto que deve ser estudado, analisado e 
lapidado por professores e alunos durante as aulas. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Em pleno século XXI, a realidade bate à porta das escolas: vivemos em um 
mundo globalizado, com uma quantidade imensa de informações e a tecnologia 
avança sem pedir licença. Diante desse panorama, cabe a nós, profissionais da 
educação, saber lidar com essa complexidade e orientar nossos alunos nas 
escolhas mais aceitáveis. 
Esse tema tem sido objeto de grande interesse por parte dos 
pesquisadores e está presente nas recentes discussões sobre a possibilidade e a 
importância de ampliação das possibilidades de recursos didáticos variados para a 
motivação dos alunos e, consequentemente, melhores resultados na 
aprendizagem. 
Leia o artigo a seguir: 
 
A leitura crítica de fontes históricas 
 
Navegar pela diversidade de fontes, confrontar opiniões divergentes e situar a época decada texto são estratégias certeiras para formar leitores questionadores e críticos. 
 
Daniela Talamoni Araujo Verotti 
Desde o primeiro rabisco feito por nossos antepassados nas paredes das cavernas até a 
mais recente crônica de jornal, ironizando a atitude pré-histórica de alguns políticos, não 
faltam registros escritos para contar um pouco da realidade vivida em cada época pela 
humanidade. A simples existência desses relatos indica a importância da leitura nas aulas 
da disciplina. Navegar pela maior diversidade de fontes possível é importante (leia o 
quadro abaixo), mas não é tudo. O essencial é colaborar para que a turma possa analisar, 
questionar, confrontar e contextualizá-las, entendendo que as relações entre presente, 
passado e futuro vão além de uma mera sequência de fatos em ordem cronológica. Em 
poucas palavras, é preciso levar a moçada a pensar historicamente. 
Em História, o leitor competente encontra no texto as principais informações sobre seu 
tema de pesquisa, identifica trechos que necessitam de investigação extra para serem 
8 
 
entendidos e é capaz de confrontar a opinião de um autor com a de outros que já 
escreveram sobre o mesmo assunto (leia o infográfico). 
A intenção principal é fugir da chamada leitura dogmática, como se o texto de alguma 
fonte - o livro didático, por exemplo - fosse a verdade inquestionável. Em alguns casos, o 
responsável por esse pensamento é o próprio professor. Isso ocorre quando ele apresenta à 
classe um acontecimento histórico privilegiando apenas visões que se afinem com seus 
valores e suas convicções políticas. A chamada ideologização da Educação é arriscada. 
"Afinal, é muito comum que aquilo que os alunos adotem como verdade tenha sido 
apresentado em sala de aula", lembra o professor de História Pedro Henrique Albegaria 
Raveli, da Escola da Vila, em São Paulo. "O docente sempre irá se posicionar diante de um 
fato histórico, mas ele tem o dever de colaborar para uma formação mais autônoma dos 
alunos, oferecendo diferentes gêneros de textos e linguagens que mostrem os capítulos da 
História sob o máximo de perspectivas possível", defende Antônia Terra, coordenadora do 
grupo que desenvolveu o Referencial de Expectativas de História para o Desenvolvimento 
da Competência Leitora e Escritora do Ensino Fundamental, da prefeitura de São Paulo. 
"Precisamos ensinar que a História se contrói sob diferentes pontos de vista", afirma Daniel 
Vieira Helene, coordenador de Ciências Sociais da Escola da Vila, na capital paulista, e 
selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Para isso, você deve criar rotinas 
que ajudem o estudante a incorporar hábitos, como questionar as informações, saber quem 
é o autor ou buscar outras opiniões sobre o assunto. 
Disponível em: 
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/leitura-critica-fontes-
historicas-526597.shtml 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/leitura-critica-fontes-historicas-526597.shtml
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/leitura-critica-fontes-historicas-526597.shtml
9 
 
UNIDADE 02 – BRINCADEIRAS E ENSINO 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Nesta unidade, abordamos dois temas fundamentais do currículo para 
a Educação Infantil: o lúdico; o brincar, uma vez estarem esses temas associados à 
ideia de diversão e prazer. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 
Projeto desenvolvido pelas alunas do curso de Pedagogia do UNAR -2012 
 
Dois são os temas importantes na composição de um currículo para a 
Educação Física Infantil: o lúdico e o brincar. 
Primeiramente, vamos conceituar em que consiste o brincar. Segundo o 
dicionário Michaelis, brincar é “divertir-se infantilmente; entreter-se; folgar, 
foliar...”. Entende-se, então, pelas definições de brincar que em todas elas está 
implícito o fato de o praticante da brincadeira estar fazendo-a de forma 
espontânea e com prazer. 
10 
 
Ouvimos falar no ambiente escolar e lemos em muitos livros que toda a 
atividade infantil deva ser oferecida aos alunos de forma lúdica. Mas o que 
entendemos por lúdico? Segundo definição do dicionário “on line” Priberam, 
“Lúdico, do latim “ludus”, é relativo a jogo ou divertimento, recreativo; que serve 
para divertir ou dar prazer”. Portanto, levar para nossos alunos atividades que lhes 
tragam prazer e diversão será uma grande ferramenta para fazê-los aprender os 
conteúdos desejados com interesse e comprometimento. 
Mas, então, por que e qual a importância do brincar para nossas crianças? 
A resposta a esse questionamento pode estar nas palavras de Siaulys: 
 
A brincadeira permite à criança vivenciar o lúdico e descobrir-se a si 
mesma, apreender a realidade, tornando-se capaz de desenvolver seu 
potencial criativo. SIAULYS, 2005, p. 58. 
 
Segundo Kishimoto, “A brincadeira é uma atividade que a criança começa 
desde seu nascimento no âmbito familiar” (2002, p. 139) e continua com seus 
pares. Inicialmente, ela não tem objetivo educativo ou de aprendizagem pré-
definido. 
Como observado, a maioria dos autores afirmam que brincadeira é 
desenvolvida pela criança para seu prazer e recreação, mas também lhe permite 
interagir com pais e adultos bem como explorar o meio ambiente. 
Como seres humanos, a criança, em especial está sempre em 
desenvolvimento, e através das brincadeiras é que ela vai se estruturando de 
acordo com suas capacidades de momento. Em síntese, conforme vai se 
desenvolvendo a criança vai adquirindo e construindo diferentes competências 
que permitam sua inserção na sociedade, para atuar de forma participativa no 
mundo em que vive. 
Do nascimento até os seis anos de vida, as mudanças físicas, psicológicas e 
sociais nas crianças são muito profundas. Para que elas possam passar por essa 
fase com os menores traumas e sofrimentos possíveis é que a Educação busca, 
11 
 
hoje, a aplicação dos conteúdos através de brincadeiras e jogos que levem a 
criança a sentir interesse e prazer ao executá-las. Para elaborarmos, então, tais 
atividades devemos nos preocupar em conhecer a clientela com a qual estamos 
trabalhando e adequar as atividades ao nível de nossos alunos, partindo sempre 
de atividades simples e fáceis para as atividades mais complexas. 
Quando falamos em brincar, associamos a palavra ao movimento e à 
atividade física, porém, na sociedade atual, muitas de nossas crianças são tolhidas 
das práticas dessas atividades em suas casas. Enquanto uma criança, nascida nos 
anos 1960 e 1970, brincava, tranquilamente, na rua de bola, pega-pega, mãe da 
rua e outras atividades que desenvolviam nelas capacidades físicas como o 
equilíbrio, agilidade, coordenação a força, etc., na atualidade, a insegurança, falta 
de espaço e de tempo dos pais levam nossas crianças a ficar o dia todo presos a 
computadores, vídeo games e televisão, ou brincarem em espaços restritos. 
Todos esses fatores contribuem para que as crianças que chegam às pré-
escolas e escolas sintam grande dificuldade em atividades que, se desenvolvidas 
no ambiente familiar, dariam maior facilidade e segurança a elas. 
Podemos citar como exemplo, as brincadeiras de coordenação, 
lateralidade, conhecimento sobre o próprio corpo, imitação de animais e outras 
que poderiam facilmente ser trabalhadas em casa, mas em decorrência da 
atualidade, caracterizada pela necessidade de todos os membros familiares 
trabalharem fora de casa, tais atividades são de incumbência da escola. No 
entanto, há que se destacar o fato de tal incumbência poder ser encarada de 
forma positiva, pois a escola abarcou essas atividades e associou a elas novas 
possibilidades de abstração de conteúdos. 
Não podemos nos esquecer, também, que falta a alguns profissionais da 
educação um embasamento teórico, para que, ao prepararem atividades lúdicas 
para as crianças o façam com segurança. O brincar é fundamental para as crianças 
e cabe a nós, professores,desenvolvermos atividades que levem as crianças a 
12 
 
sentirem-se motivadas, interessadas e que obtenham acima de tudo prazer ao 
brincar. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
 Vamos estender mais nossos conhecimentos sobre as brincadeiras. Para 
tanto, partimos da Grécia, em especial, às ideias de Platão, para quem, estudo e 
prazer são coisas indissociáveis. 
 Vale dizer que, na antiguidade, usavam-se dadinhos, doces e guloseimas 
em formas de letras e números para ensino. Trata-se de uma educação sensorial, 
que foi adotada, como “jogo didático”, por docentes das diferentes áreas. 
 Ressalte-se, no entanto, o risco de se transformar a brincadeira em um 
jogo didatizado, infantilizando os alunos. Na verdade, pode-se aventar a 
possibilidade de o lúdico e o brinquedo, por si só, tornarem-se, simplesmente, 
elementos de sedução. É importante deixar as crianças tomar iniciativa sobre os 
papéis que querem desempenhar nas brincadeiras, sobre a temática que desejam 
explorar nesta ou naquela brincadeira. 
Através do brincar, a criança pode desenvolver sua coordenação motora, 
suas habilidades visuais e auditivas e seu raciocínio criativo. Está comprovado que 
a criança que não tem grandes oportunidades de brincar e com quem os pais, 
raramente, brincam, sofre bloqueios e rupturas em seus processos mentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
UNIDADE 03 – CONHECENDO OS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Explicitar os tipos mais comuns de brinquedos e brincadeiras; 
Propiciar conhecimentos sobre o valor simbólico do “faz de conta”. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 Iniciamos nossa abordagem, a partir do brinquedo educativo. Você já sabe 
o que é, não sabe? Esse tipo de brinquedo ganha forma no quebra-cabeça, 
usado, principalmente, para o ensino de formas e cores; o tabuleiro, objetivando 
com suas atividades o ensino de números; os brinquedos de encaixe, visando à 
apreensão de sequências, tamanho e forma; móbiles, destinados ao 
desenvolvimento da acuidade visual, sonora ou motora, danças, músicas, dentre 
tantos outros. 
 Segundo Kishimoto, 
 
Ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece 
algumas considerações: 
1- Função lúdica: o brinquedo propicia diversão, prazer e até 
desprazer, quando escolhido voluntariamente, e; 
2- Função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete 
o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do 
mundo. 
KISHIMOTO, 2000, P. 37. 
 
Já abordamos que o uso do lúdico didatizado pode tolher a liberdade da 
criança. Isso é fato. No entanto, é possível brincar-se com liberdade e aprender-
se. Por exemplo, caso a criança, livremente, tenha escolhido o quebra-cabeça, as 
duas funções: lúdica e educativa estão presentes. Se contrariamente, a criança 
resolve empilhá-lo, como se construísse um castelo, o lúdico, materializado na 
condição imaginária aí se faz presente, garante a criatividade, mas não o 
aprendizado de cores, conforme kishimoto, 2000. 
14 
 
Muito se tem dito sobre o estímulo à oralidade das crianças. Aqui, merece 
destaque que a função da escola não é só transmitir o aprendizado da escrita, 
mas, também, estimular as atividades orais da criança. Neste caso, há brincadeiras 
que podem ser utilizadas. Estamos falando das brincadeiras tradicionais infantis, 
frutos do folclore. Vale dizer que esse tipo de brincadeira, além de propiciar um 
resgate da identidade de nosso povo, traz consigo uma cultura oral. Essas 
brincadeiras são de origem anônima e são abandonadas pelos adultos, mas 
perpetuam a cultura infantil. Quem, quando criança, nunca brincou de balança 
caixão, de passar anel, de amarelinha, de roda pião? Acredito que, infelizmente, 
apenas as crianças da era tecnológica. 
 Estimular o desenvolvimento do imaginário, propiciar o desempenho de 
diferentes papéis sociais, são algumas características das brincadeiras de faz-de-
conta, também denominadas simbólicas. 
 Nas brincadeiras de faz-de-conta, a realidade é assumida e, muitas vezes, 
ocorre a expressão de regras implícitas. Por exemplo, ao brincar de casinha, a 
criança pode materializar o papel de mãe como reguladora, como dona de casa. 
 Vale dizer que não apenas as situações da vida familiar são transportadas 
para o imaginário das crianças, pois a televisão também serve de tema para essa 
atividade. Por exemplo, Eglê Franchi, em sua obra “E as crianças eram difíceis”, 
relata uma situação em que duas crianças queriam brincar de mocinho e bandido. 
Ora, aqui, observamos, claramente, o real no imaginário. 
 Finalmente, cabe-nos citar o jogo de construção que, de certa maneira, 
liga-se ao de faz-de-conta. Como? É simples, pois, à medida que a criança vai 
construindo, montando os tijolinhos, vai materializando o simbólico. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
A Importância do Jogo e da Brincadeira na 
Educação Infantil 
Artigo por Antonia Maria Borges dos Santos 
Ferreira 
15 
 
O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem. 
Quando abordamos assuntos relacionados à Educação Infantil, sabemos que se 
trata da faixa etária de zero a cinco anos de idade, conforme recente definição da Lei 
n.11.114, de 16 de maio de 2005, e que essa faixa etária compreende a primeira etapa da 
educação básica. 
A inserção da criança na instituição da Educação Infantil representa uma das 
oportunidades dela ampliar os seus conhecimentos na sua nova fase de vida, ela vivência 
aprendizagens inéditas que passam a compor seu universo, que envolve uma diversidade 
de relações e de atitudes; maneiras alternativas de comunicação entre as pessoas; o 
estabelecimento de regras e de limites e um conjunto de valores culturais e morais que 
são transmitidos a elas. 
A aceitação e a utilização de jogos e brincadeiras como uma estratégia no 
processo de ensinar e do aprender têm ganhado força entre os educadores e 
pesquisadores nesses últimos anos, por considerarem, em sua grande maioria uma forma 
de trabalho pedagógico que estimula o raciocínio e favorece a vivência de conteúdos e a 
relação com situações do cotidiano. 
O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula deve 
favorecer a criança a construção do conhecimento científico, proporcionando a vivência 
de situações reais ou imaginárias, propondo à criança desafios e instigando-a a buscar 
soluções para as situações que se apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, 
trocar ideias e tomar decisões. 
O brincar é, portanto, uma atividade natural, espontânea e necessária para 
criança, constituindo-se em uma peça importantíssima a sua formação seu papel 
transcende o mero controle de habilidades. É muito mais abrangente. Sua importância é 
notável, já que, por meio dessas atividades, a criança constrói o seu próprio mundo. 
(SANTOS, 1995, p.4). 
Em sua visão é pela brincadeira que a criança aprende sobre a natureza, os 
eventos sociais, a dinâmica interna e a estrutura de seu corpo. A criança que brinca 
livremente, no seu nível, à sua maneira, não está apenas explorando o mundo ao seu 
redor, mas também comunicando sentimentos, ideias, fantasias, intercambiando o real e 
o imaginário. 
O brincar está relacionado ao prazer. Uma brincadeira criativa ou não deve 
sempre proporcionar prazer à criança. 
Além disso, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também 
ensina, sem que ela perceba, os hábitos mais necessários ao seu crescimento, como 
persistência, perseverança, raciocínio, companheirismo, entre outros. 
Dessa forma, o brincar e o jogar, na Educação Infantil, devem ser visto como uma 
estratégia utilizada pelo educador e deve privilegiar o ensino dos conteúdos da realidade, 
tendo o brincar um lugar de destaque no planejamento pedagógico. 
 
O PAPEL DO PROFESSOR COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO 
Uma vez que o professor é responsável pela orientação, seja teórica, 
metodológica e técnica, pode-se considerar que, nesse sentido, ele é um agente 
transformador, tendo em vista que contribuipara a transformação dos seus alunos. 
Tal realidade exige, portanto consciência crítica de todos os que trabalham com a 
educação. O importante é saber que ainda hoje não se pode esquecer essa consciência 
16 
 
crítica, de questionar diante das políticas educacionais existentes. Para Ruiz (2003, s/p), o 
profissional da educação precisa ter uma posição muito clara, isto é, primar pela 
mudança. Para autora: 
Os papéis dos profissionais de educação necessitam ser repensado. Esses não 
podem mais agir de forma neutra nessa sociedade de conflito, não pode ser ausente 
apoiando-se apenas nos conteúdos, métodos e técnicas, não pode mais ser omisso, pois 
os alunos pedem uma posição desses profissionais sobre os problemas sociais, mas como 
alguém que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes e que está disposto 
ao diálogo, ao conflito, à problematização do seu saber. (RUIZ, 2003, s/p). 
O professor pode ser sim um agente de transformação, principalmente em 
situações que exigem um posicionamento firme de sua parte. Não apenas na sala de aula, 
mas na sociedade, no ambiente escolar ou universitário e estar atento ás discussões no 
que se refere ao mundo à sua volta. É importante, participar de grupos de estudos, 
envolverem-se em pesquisas, incentivar seus alunos a buscarem sempre a conhecer mais. 
O professor, em vez de ser um agente de transformação nos processos de ensino 
e aprendizagem, é utilizado como instrumento a serviço de interesses que regem os 
modelos educacionais instituídos nas escolas e nas universidades. Com isso, aqueles 
profissionais preocupados com a melhoria do ensino e com a educação, são tidos como 
problema, tendo em vista à concepção conservadora predominante ainda na sociedade. 
O professor tem que partir de experiências e conhecimentos dos alunos e 
oferecer atividades significativas, favorecendo-as compreensão do que está sendo feito 
por intermédio do estabelecimento de relações entre escola e o meio social. 
 
 
Disponível em: 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/53362/a-importancia-do-jogo-e-
da-brincadeira-na-educacao-infantil 
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/53362/a-importancia-do-jogo-e-da-brincadeira-na-educacao-infantil
http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/53362/a-importancia-do-jogo-e-da-brincadeira-na-educacao-infantil
17 
 
UNIDADE 04 – JOGOS E ENSINO DE MATEMÁTICA 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Evidenciar a importância do jogo no ensino de matemática. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A criança tem a capacidade e a possibilidade de absorver conhecimentos 
que serão levados e lapidados ao longo da vida. 
A escola utiliza as vivências das crianças como ponto de partida e dá 
continuidade, ampliando seu conhecimento. É nesse período que se forma a base 
de sua educação e o aprendizado da Matemática torna-se essencial. 
Quando falamos em Matemática pensamos logo em quantidades e 
cálculos, mas ela abrange muito mais que isso. É o que veremos nessa Unidade. 
Desde pequenos estamos inseridos em um mundo onde utilizamos a 
Matemática de forma informal e natural, seja para contarmos os integrantes da 
família ou brincarmos com jogos que exijam raciocínio lógico e estratégias. 
A Matemática ajuda no desenvolvimento de pessoas independentes, 
capazes de argumentar e solucionar problemas. 
Desta forma, quanto mais cedo forem trabalhados os conceitos 
matemáticos melhor será o resultado no futuro, quando os alunos terão que 
enfrentar a Matemática de forma mais complexa, no Ensino Fundamental e Médio. 
Em relação à aquisição de conhecimentos matemáticos na Educação 
Infantil, o RCNEI argumenta que: 
 
(...) a instituição de Educação Infantil pode ajudar as crianças a 
organizarem melhor as suas informações e estratégias, bem como 
proporcionar condições para a aquisição de novos conhecimentos 
matemáticos. O trabalho com noções matemáticas na educação infantil 
atende, por um lado, às necessidades das próprias crianças de 
construírem conhecimentos que incidam nos mais variados domínios 
do pensamento; por outro, corresponde a uma necessidade social de 
instrumentalizá-las melhor para viver, participar e compreender um 
mundo que exige diferentes conhecimentos e habilidades. (RCNEI, 
1998, p.209) 
18 
 
Justamente por todos esses benefícios que o aprendizado da Matemática 
nos proporciona, é que o método utilizado pelos professores vem sendo tão 
discutido. 
Para alguns alunos que não tiveram a oportunidade de um conhecimento 
espontâneo e gradual, a Matemática torna-se um trauma em toda sua formação 
acadêmica. 
De acordo com o RCNEI (1998), há um grande equívoco em ensinar 
Matemática por meio da memorização e repetição, onde a criança apenas decora 
e não entende realmente a lógica. 
Já o trabalho com classificação e seriação é fundamental, para termos 
capacidade de ordenar, classificar e comparar, desenvolvendo o raciocínio lógico. 
 
A classificação e a seriação têm papel fundamental na construção de 
conhecimento em qualquer área, não só em Matemática. Quando o 
sujeito constrói conhecimento sobre conteúdos matemáticos, como 
sobre tantos outros, as operações de classificação e seriação 
necessariamente são exercidas e se desenvolvem, sem que haja um 
esforço didático especial para isso. (RCNEI, 1998, p. 210) 
 
Atualmente, o ensino através do lúdico vem ganhando cada vez mais 
espaço. O que antes era ensinado de forma repetitiva e sem muita criatividade, 
hoje já está sendo substituído por jogos e brincadeiras divertidas e educativas. 
Nada mais propício e eficaz em se falando de Educação Infantil, pois a 
criança em contato com jogos e brinquedos sente-se em seu mundo, estimulando 
seu interesse e atenção de forma prazerosa. 
 
Utilizar o jogo na Educação Infantil significa transportar para o campo 
do ensino-aprendizagem condições para maximizar a construção do 
conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da 
capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora. (RCNEI, 1998, p.37) 
 
A utilização do lúdico no ensino da Matemática, na educação infantil, 
aplicada de forma correta, pode favorecer muito a aprendizagem do aluno. 
19 
 
Entretanto, o professor não deve supor que apenas com jogos a criança irá 
aprender Matemática; as brincadeiras e atividades lúdicas devem ser muito bem 
dirigidas e terem alguma finalidade. 
Deste modo, as crianças serão incentivadas a acharem soluções, usarem a 
lógica, a capacidade de estratégia e a tomada de atitudes. 
 
O jogo pode tornar-se uma estratégia didática quando as situações são 
planejadas e orientadas pelo adulto visando a uma finalidade de 
aprendizagem, isto é, proporcionar à criança algum tipo de 
conhecimento, alguma relação ou atitude. Para que isso ocorra, é 
necessário haver uma intencionalidade educativa, o que implica 
planejamento e previsão de etapas pelo professor, para alcançar 
objetivos predeterminados e extrair do jogo atividades que lhe são 
decorrentes. (RCNEI, 1998, p.212) 
 
De acordo com este documento, o ensino de Matemática na Educação 
Infantil tem como objetivo: 
• o desenvolvimento de situações envolvendo matemática no nosso dia-a-dia, 
• o conhecimento dos números, 
• o saber contar, 
• a aquisição de noções de espaço físico, medidas e formas, 
• a estimulação da autoconfiança da criança ao se deparar com problemas e 
desafios. 
Segundo o RCNEI (1998), os conteúdos de Matemática devem ser 
selecionados, levando em conta os conhecimentos que as crianças possuem, 
ampliando-os cada vez mais. 
Na fase de 0 a 3 anos, a criança está naturalmente inserida no mundo da 
Matemática, é nessa idade que a criança desenvolve a noção espacial, a 
capacidade de estratégia e raciocínio lógico, ao engatinharem e andarem pelos 
lugares. 
Os jogos de encaixe, brincadeiras de faz-de-conta, painéis com datas de 
aniversários e medidas (peso, tamanho, etc.) também são excelentes opções de 
atividades para o professor estartrabalhando com as crianças. A música é 
20 
 
essencial nessa fase, pois desenvolve o ritmo, memorização e sequência através 
das letras, além de trabalhar a expressão corporal. 
Na fase dos 4 aos 6 anos, o RCNEI (1998) divide os conteúdos em três 
blocos: “Números e Sistema de Numeração”, “Grandezas e Medidas” e “ Espaço e 
Formas.” 
Esses três blocos devem ser trabalhados de forma integrada. Vejamos cada 
um deles. 
 
Números e Sistemas de Numeração 
Este bloco de conteúdos envolve contagem, notação e escrita numéricas e 
as operações matemáticas (RCNEI, 1998). 
Considera-se que a criança deve saber lidar com os números, contagem e 
terem a capacidade de resolverem problemas utilizando as operações 
matemáticas. 
De acordo com o RCNEI (1998), isso pode ser trabalhado através de 
contagem oral nas brincadeiras, jogos de esconder ou de pega-pega, brincadeiras 
e músicas que explorem os números e diferentes formas de contar. 
 
Grandezas e Medidas 
A compreensão dos números, bem como de muitas das noções relativas ao 
espaço e às formas, é possível graças às medidas. 
É através das grandezas e medidas que a criança compreenderá muitos 
conceitos matemáticos. Elas estão presentes o tempo todo no dia-a-dia das 
crianças, pois aprendem qual brinquedo é mais leve e qual é mais pesado, qual 
objeto está perto e qual está longe, sabem quando um copo está cheio ou não, 
entre outras coisas. 
O professor pode propor atividades criativas para trabalhar com esses dois 
conceitos, explorando e ampliando o conhecimento dos alunos. 
21 
 
Podem ser trabalhados alimentos quentes e frios, desenvolvendo a noção 
de temperatura; trabalhar medindo a sala e os amigos, proporcionando o 
desenvolvimento da capacidade de observação, comparação sensorial e 
comparação entre dois objetos ou pessoas; trabalhar com calendários e datas 
comemorativas como: aniversários, natal, dia das mães/pais, etc. 
 
Espaço e Forma 
De acordo com o RCNEI (1998) trabalhar com espaço e forma possibilita 
que os alunos explorem e identifiquem objetos e figuras, tipos de contornos, 
identificação de ponto de referência, etc. 
O desenho é uma atividade rica nesses dois conceitos, pois as crianças 
podem representar a realidade no papel utilizando diferentes materiais (massa de 
modelar, areia, argila, etc). 
Outra atividade importante para esse desenvolvimento é a construção de 
maquetes. 
 
As crianças exploram o espaço ao seu redor e, progressivamente, por 
meio da percepção e da maior coordenação de movimentos, 
descobrem profundidades, analisam objetos, formas, dimensões, 
organizam mentalmente seus deslocamentos. Aos poucos, também 
antecipam seus deslocamentos, podendo representá-los por meio de 
desenhos, estabelecendo relações de contorno e vizinhança. Uma rica 
experiência nesse campo possibilita a construção de sistemas de 
referências mentais mais amplos que permitem às crianças estreitarem 
a relação entre o observado e o representado. (RCNEI, 1998, p.230) 
 
É através da curiosidade que as crianças vão explorando o mundo e 
descobrindo cada vez mais sobre ele, criando conceitos através de jogos e 
atividades e relacionando-os com a realidade. 
O professor deve estar ciente que considerar o que o aluno já sabe, e 
aprofundar seus conhecimentos é a maneira mais adequada de desenvolver e 
estimular o aluno a sempre querer saber mais. 
 
22 
 
Ao optar por utilizar o lúdico no trabalho com a Matemática, o 
professor da Educação Infantil precisa levar em conta a importância de 
definir os conteúdos, as habilidades presentes nas atividades e planejar 
suas ações. (Soares, 2009). 
 
 O lúdico proporciona sensação de prazer e bem estar. Segundo Kishimoto, 
(2000, p.130), o jogo, na educação da matemática, passa a ter o caráter de 
material de ensino quando considerado promotor de aprendizagem. A criança 
colocada diante de situações lúdicas aprende também a estrutura matemática ali 
presente. 
 O aprendizado lúdico desenvolve a confiança, fazendo com que a criança 
participe ativamente de cada atividade sem ter medo de errar. 
 Desta forma cria-se um ambiente para o trabalho em grupo, em que as 
crianças aprendem a compartilhar dividir a ajudar o próximo em qualquer 
situação. 
 Educar ludicamente tem significado muito profundo e está presente em 
todos os segmentos da vida. 
 O ensino lúdico de matemática deve partir de situações significativas de 
aprendizagem para que as crianças avancem em seus conhecimentos. Assim, o 
ensino com jogos deve acontecer de modo a auxiliar o ensino do conteúdo. É 
imprescindível que a criança aja junto ao professor seguindo as orientações de 
cada atividade. 
 Assim como a poesia, os jogos infantis despertam o imaginário, a memória 
dos tempos passados. 
 O jogo pode ser trabalhado individualmente, em duplas ou grupos, mas 
deve ser algo em que crie um espaço de confiança e criatividade para se 
desenvolvido de maneira agradável e espontânea. Os jogos trazem situações de 
problemas onde cada indivíduo deve encontrar um caminho correto para chegar 
ao final, com isso, a criança aprende a desenvolver diferentes estratégias a partir 
de cada desafio criado nos jogos. 
23 
 
 Kishimoto (2000) aponta o surgimento de novas concepções de 
aprendizagem e o papel do jogo como outras formas de ensino. 
 Estas concepções consideram o jogo carregado de conteúdos culturais, e 
que os conhecimentos são adquiridos socialmente. Sendo assim, os sujeitos 
aprendem os conteúdos a partir das práticas sociais. 
 Neste sentido, o jogo promove o desenvolvimento, porque está 
impregnado de aprendizagem. 
BUSCANDO CONHECIMENTOS 
 
O jogo e a Matemática 
Desde tempos atrás nota-se os problemas do ensino da matemática, onde 
muitos alunos não se interessam por ela, tomando assim o ensino da matemática 
cada vez mais monótono e maçante. 
É através de jogar, brincar, cantar ouvir histórias que a criança estabelece 
conexões entre seu cotidiano e a Matemática, e entre a Matemática e as demais 
áreas do conhecimento. Diversas ações intervêm na construção dos 
conhecimentos matemáticos, como recitar a seu modo a sequência numérica, 
fazer comparações entre quantidades e entre notações numéricas e localizar-se 
espacialmente. Essas ações ocorrem fundamentalmente no convívio social e no 
contato das crianças com historias, contos, músicas, jogos e brincadeiras etc. 
As noções matemáticas abordadas na Educação Infantil correspondem uma 
variedade de brincadeiras e jogos que possam interessar á criança pequena 
constituem-se rico contexto em ideias matemáticas podem ser evidenciadas pelo 
adulto, por meio de perguntas, observações e formulação de propostas. 
Desta forma os jogos foram trazidos para a sala de aula, tornando o 
aprendizado mais lúdico. 
 
Muitos professores seguindo a teoria construtivista levaram para a sala 
de aula uma grande quantidade de jogos acreditando que os alunos em 
24 
 
contato com este recurso poderiam descobrir os conceitos matemáticos. 
(Kishimoto, 2000, capitulo 4, p.130) 
 
Os jogos, no ensino da matemática, proporcionam a sensação de prazer e 
bem estar, desenvolvem o gosto pelos números, deixando a criança livre para se 
expressar, não tendo medo de errar e expor as suas opiniões. 
O jogo na educação matemática passa a ter o caráter de material de 
ensino quando é considerado promotor de aprendizagem. A criança se coloca 
diante de situações lúdicas, aprende a estrutura lógica da brincadeira e, deste 
modo, aprende também a estrutura matemática presente. 
Os professores não devem esquecer-se de passar aos alunos a importância 
das regras e, com isso, o jogo só deve começar a partir do momento em que 
todos os jogadores conseguirem compreender os significados das regras e da 
cooperação. 
Trabalhando o significado das regras pelo jogo, desde a infância, a criança 
cresce aprendendo o sentido das coisas, compreendendo o que pode e não pode, 
diferenciando o certo do errado.Além, disso, os conceitos matemáticos podem ser trabalhados e 
construídos de forma prazerosa. 
Entretanto, é fundamental que o professor tenha a sensibilidade de 
enxergar seu aluno como realmente ele é: uma criança. Portanto, é preciso se 
envolver no seu mundo, abusar da imaginação e fantasias e desenvolver 
atividades lúdicas tornando o aprendizado natural como o brincar. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
UNIDADE 05 – MÚSICA E ENSINO PARA CRIANÇAS 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Desenvolver conhecimentos a respeito da importância da música na 
vida das pessoas e na educação. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Quem nunca ouviu dizer que “quem canta seus males espanta”? Trata-se 
de um ditado popular, mas que deixa implícita a ideia da importância da música 
em nossa vida, que pode ser estendida ao processo educativo. 
Nesta unidade, vamos abordar a importância da música na vida das 
pessoas, em especial dentro da educação como ferramenta auxiliadora do 
processo educativo. 
A música acompanha a vida das pessoas, desde antes do seu nascimento. 
Quantas mães têm o hábito de cantar para seus bebês ainda dentro de suas 
barrigas. Segundo Alan Kardec, 
 
De acordo com escrituras e mitologias de todos os povos, a música, 
assim como as demais expressões da arte, foram trazidas aos homens 
pelos deuses. Na remota antiguidade, a música era empregada com a 
sagrada finalidade de reverenciar o Ser Supremo. Sua finalidade era [...] 
elevar a alma humana às alturas das esferas espirituais. Todas as 
expressões artísticas desenvolveram-se á luz dos ritos iniciáticos, com a 
finalidade de expandir a consciência dos Iniciados durante as cerimônias 
sagradas, abrindo-lhes a captação psíquica para experiências 
transcendentes. Com o tempo essa arte saiu do âmbito dos templos e 
do sagrado, vulgarizou-se, caiu na banalização das massas, passando a 
refletir seus instintos inferiorizados, anseios embrutecidos e a 
desmesurada ambição pelo lucro e a fama. CEEPA, 2005, p. 67. 
 
Nos dias atuais, a música é uma importante fonte de informação para a 
sociedade e, por meio refletem-se os problemas sociais, as críticas e os anseios de 
toda uma geração. 
26 
 
A música é um texto, materializado por uma linguagem constituída de 
ritmos e sons. Ao ouvirmos uma música, sem dúvida, ela nos desperta 
sentimentos. 
A combinação dos elementos básicos que a constituem, tais como, som, 
ritmo, melodia e harmonia, possibilita sua expressão. Num mundo marcado pela 
violência e pela velocidade, a música pode criar situações em que os alunos 
tornam-se sensíveis e felizes. 
Vejamos as palavras de Saviani: 
 
A educação musical deverá ter um lugar próprio no currículo escolar. 
Além disso, porém, penso ser necessário considerar uma outra 
alternativa organizacional que envolve a escola como um todo e que, 
no texto preliminar que redigi para encaminhar para a discussão do 
projeto da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, traduzi 
através do enunciado do artigo 18 do anteprojeto, nos seguintes termos: 
os poderes públicos providenciarão para que as escolas 
progressivamente sejam convertidas em centros educacionais dotados 
de toda a infra-estrutura física, técnica e de serviços necessária ao 
desenvolvimento de todas as etapas da educação básica. SAVIANI, 
2004, P.17. 
 
 Nas palavras de Saviani, a música não deve ser dissociada das demais 
disicplinas do currículo, e das práticas cotidianas de nossas crianças, além de 
muitas cantigas de roda propiciarem o movimento da dança e o resgate da 
identidade cultural do povo. 
É imprescindível considerar que as brincadeiras musicais na escola devem 
constituir experiências vivas, agradáveis e enriquecedoras, pois, por seu poder 
criador e libertador, a música torna-se um poderoso recurso educativo. 
É preciso que a criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde 
os primeiros anos de sua vida, para que a música venha a se constituir numa 
faculdade permanente de seu ser. 
Cabe ao professor encontrar o meio de, através do ritmo, do timbre 
musical e da melodia, fazer com que as crianças saiam de si mesmas, provocando 
o contato e o intercâmbio delas com os outros. 
27 
 
O que entendemos por ritmo então? O ritmo está em todos os seres vivos 
e nos humanos, em particular. Basta lembrarmos da atividade respiratória, 
circulatória, glandular; por exemplo. 
Normalmente, as crianças preferem canções, cujos ritmos são simples, mas 
que os destacam-se aquelas que têm ritmo simples e insistente, convidando-as a 
movimentos corporais; é por meio do corpo e dos movimentos que se desenvolve 
o senso rítmico da criança. 
Cantar uma canção, palmeando-a, dizer uma quadrinha popular, de forma 
ritmada, jogar bola, desenhar, pintar, modelar, construir, acompanhando o ritmo 
de canções ou de instrumentos de percussão, são atividades que desenvolvem o 
sentido rítmico da criança. Outro componente da música é o som que, na criança 
se desenvolve em ambientes ricos em estímulos sonoros; não obstante, é 
necessário que ela seja sensibilizada para ouvi-los. O professor sensibiliza a 
criança para ouvir não apenas ao criar situações propícias, mas também quando 
aproveita todas as oportunidades sonoras que surgem, no dia-a-dia, para 
desenvolver a percepção auditiva de seus alunos. 
 Conforme Snyders (1992) a música pode ser uma aliada para tornar o 
ambiente mais alegre e propício para a aprendizagem, além de reduzir a tensão 
em momentos de avaliação. No entanto é preciso que se estude a música como 
linguagem artística e forma de expressão cultural. Nessa direção, a escola deve 
trabalhar os diferentes gêneros musicais, apresentando, inclusive os novos estilos, 
como o Rap, por exemplo. 
 Aliada à atividade de musicalização, o canto propicia condições favoráveis 
à aprendizagem, principalmente, no que diz respeito à expressão de emoções e 
alívio para a agressividade. Conforme Barreto e Silva (2004), a música ajuda a 
equilibrar as energias, desenvolve a criatividade, a memória, a concentração, 
autodisciplina, e a socialização. 
 
 
28 
 
BUSCANDO SABERES 
Música para aprender e se divertir 
A iniciação musical na Educação Infantil e nas séries iniciais do Fundamental estimula 
áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. 
Além, é claro, de ser um grande barato! 
Giovana Girardi 
 
A professora Katia Cassia dos Santos, de Diadema, busca a afinação com sua turma de 1ª 
série: flauta doce na iniciação musical. 
"Quem já viu um prato?" 
- Eeeeeeeeuuuuuu!!! 
- Mas não é o de comer. 
- Aahhh... 
- É aquele que quando bate faz... Querem ver? - (Toca no aparelho de CD o som do prato 
de bateria) 
- Eu já ouvi, eu já ouvi! 
- Eu também! 
 
O diálogo acima, comandado pelo professor de Educação Infantil Fausto José de Gouveia, 
deu início a uma das atividades de música da Escola Municipal Serraria, em Diadema (SP). 
Fausto conduzia a turminha de 5 anos com a leitura do livro Conheça a Orquestra (Ann 
Hayes, Ed. Ática, 18,50 reais). O objetivo era apresentar, além dos instrumentos musicais, 
noções de agudo e grave por meio da comparação com o som dos bichos. A criançada se 
divertia enquanto imaginava o rugido do leão e o "pom, pom, pom" do baixo. Com isso 
aprendia: "Cada animal, um som diferente, assim como os instrumentos". Na seqüência, as 
crianças ouviram mais histórias, sapatearam, cantaram e brincaram de Escravos de Jó, 
reunindo canto, ritmo e coordenação motora. Entre versos e rimas, noções de intensidade e 
pulsação. 
Em uma classe perto dali, um pouco mais velhos, os alunos da 1ª série da professora Katia 
Cassia Santos, da Escola Municipal Anita Malfati, começavam uma nova etapa do 
aprendizado musical: tocar flauta doce. Dedinho indicador e polegar fechando os primeiros 
buraquinhos do instrumento, um em cima, outro na parte inferior, todos faziam, de início, a 
maior algazarra. Aos poucos afinavam a nota. 
 
Músicapara quê? 
Realizar esse tipo de trabalho ajuda a melhorar a sensibilidade das crianças, a capacidade 
de concentração e a memória, trazendo benefícios ao processo de alfabetização e ao 
raciocínio matemático. "A música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras 
linguagens, como a escrita e a oral. É como se tornássemos o nosso 'hardware' mais 
poderoso", explica a pedagoga Maria Lúcia Cruz Suzigan, especialista no ensino de música 
para crianças. Essas áreas se interligam e se influenciam. Sem música, a chance é 
desperdiçada. Segundo Maria Lúcia, quanto mais cedo a escola começar o trabalho, 
melhor. "Essa linguagem, embora antes fosse mais comum, faz parte de cultura das 
crianças por causa das canções de ninar e das brincadeiras. O pouco que ainda resta abre 
um oportuno espaço para o trabalho na escola." Se você já sabe que a linguagem musical é 
importante para as crianças, mas tem medo, se acha desafinado, não toca um instrumento 
29 
 
e não sabe por onde começar, os pesquisadores da área procuram desfazer o mito de que é 
difícil ensinar música para crianças sem ser músico. "Não é complicado, só trabalhoso. Não 
se espera que o professor de música seja um músico, assim como não se imagina que o 
alfabetizador é um grande escritor", enfatiza Maria Lúcia. Ela criou nas prefeituras de 
Diadema e Itu, em São Paulo, um programa de capacitação dos professores da rede que 
inclui formação e planejamento de atividades. 
Para aprender coisas novas é necessário enfrentar a barreira do medo e quebrar o 
paradigma do dom. "Se você não é muito afinado, não faz mal, pode usar uma gravação e 
cantar com a criançada. Quando na escola há alguém que toca violão, essa pessoa pode 
fazer um acompanhamento", afirma Rozelis Aronchi Cruz, que coordena o projeto em 
Diadema. 
Se não há o amparo da rede de ensino, não desanime. "Aventure-se um pouco", defende 
José Henrique Nogueira, que há 18 anos dá atividades de música na Educação Infantil e 
recentemente começou ensinar como se faz isso no curso de pedagogia da Universidade 
Católica de Petrópolis, no Rio de Janeiro. De início ele sugere a leitura do Referencial 
Curricular Nacional para a Educação Infantil. O volume 3 traz orientações para crianças de 
0 a 6 anos e uma discografia. 
"Ajuda muito um planejamento das atividades que inclua a preocupação constante com a 
linguagem musical. A música não pode ficar restrita a eventos como festas e datas 
marcantes, mas deve ser uma prática diária", completa Elvira de Souza Lima, pesquisadora 
em desenvolvimento humano e orientadora dos programas de ensino musical das 
prefeituras de Blumenau (SC), Coronel Fabriciano (MG) e Guarulhos (SP). 
 
Disponível em: 
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/musica-aprender-se-divertir-
422851.shtml 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/musica-aprender-se-divertir-422851.shtml
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/musica-aprender-se-divertir-422851.shtml
30 
 
UNIDADE 06 – MÚSICA E AS BRINCADEIRAS CANTADAS 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Nesta unidade, o objetivo é estabelecer a relação entre a música e as 
etapas do desenvolvimento da criança. 
O brinquedo cantado: importância e melhor maneira de desenvolvê-lo. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Dando continuidade a importância da música na vida das pessoas, em 
especial dentro da educação como ferramenta auxiliadora do processo educativo. 
Trataremos agora da música e as etapas do desenvolvimento da criança: 
 
Aos 2 anos a criança consegue reproduzir canções com versos 
incompletos, geralmente fora de tom. A reação rítmica é bem 
acentuada. Mais ou menos aos 3 e 4 anos a criança reproduz várias 
melodias pequenas e simples, reconhecendo algumas delas. Os 
instrumentos rítmicos a interessam [tanto pelo estímulo sonoro quanto 
pelo tátil e vai adquirindo um maior controle de sua linguagem e voz]. 
Nessa idade a criança aprecia dramatizar as canções. Participa com 
agrado dos jogos cantados e memoriza numerosos cânticos.1 
 
Ainda segundo o mesmo autor, “ao longo dos 5 e 6 anos, a coordenação 
dos movimentos de mãos e pés com a música costuma ser feita de forma 
sincrônica. Na dança, a criança passa a revelar equilíbrio rítmico, o que influi na 
precisão dos movimentos” Como toda criança, possui grande curiosidade 
tentando experimentar tudo que a cerca. Nesse período “as vivências rítmicas e 
musicais, que possibilitam uma participação ativa quanto a ver, ouvir e tocar, 
também favorece o desenvolvimento dos sentidos da criança” (ibid) .Nota-se 
então que a música e o trabalho da criança com e através dela, auxilia bastante no 
seu desenvolvimento e organização do pensamento. 
Outro fator importante relativo ao uso da música dentro do processo 
educativo é que a criança não apenas repete a letra, mas ela poderá ler a letra, 
 
1 A importância da música na escola: por danielbmjr. 
31 
 
encená-la e senti-la através dos sons que ela própria e seu grupo estarão 
produzindo. Tais ações são muito valiosas em sala de aula e muito mais para 
casos de crianças com algum tipo de dificuldade de aprendizagem, pois para 
essas crianças o ensino formal, baseado em leitura e cópias não funcionam, daí a 
importância do uso de técnicas alternativas de ensino, na qual a musica 
desempenha um papel fundamental pois além de nos faz viajar para um mundo 
de sonhos e fantasias, aguçam a curiosidade e o interesse dos alunos criando a 
sensação do “quero mais” na criança e ao mesmo tempo desenvolvendo 
princípios de lateralidade, coordenação, equilíbrio, força e raciocínio. 
Tomando como base o descrito no texto “A importância da música na 
escola”, vamos abordar alguns tópicos sobre os cuidados para se planejar as aulas 
com a utilização da música. Segundo o texto 
 
“Ao preparar o plano de aula deve o professor, [...] ter em mente o 
seguinte: 
• que os brinquedos cantados precisam estar de acordo com o 
desenvolvimento físico e mental das crianças; 
• que é preciso partir do mais simples para o mais complexo; 
• que o interesse deve ser mantido, utilizando brinquedos 
reconhecidamente atraentes;” 
 
Ainda segundo o autor, 
 
“A melhor maneira de se ensinar um brinquedo cantado consiste em 
decompô-lo em seus elementos constitutivos, ensinando cada parte 
antes de executá-lo como um todo. Três são os elementos constitutivos: 
a) letra b) melodia c) movimentação Ensino da letra Deve-se ensinar a 
letra com clareza, comentando o seu conteúdo. Se houver alguma 
palavra de difícil compreensão para a classe, é preciso explicá-la 
primeiro. Ensino da melodia fazer a classe ouvir, alguma vezes, a nova 
melodia, cantada pelo professor ou por outro meio. Em seguida, pedir a 
classe que murmure a meia voz, quando isso for conseguido, juntar-lhe 
a letra. Iniciar o canto com suavidade, sem gritar, de maneira expressiva, 
com entusiasmo e alegria. Ensino da movimentação Depois de 
aprendidas a letra e a melodia, há aspectos da movimentação, quanto a 
formação e formas de locomoção. Globalização Conhecidas a letra, a 
melodia e a movimentação, necessário se torna unificá-las, para uma 
realização total, globalizada.” 
 
32 
 
BUSCANDO SABERES 
Brinquedos Cantados na Educação Infantil 
(http://educacaofisicaescolar.chakalat.net/2009/11/brinquedos-cantados-na-educacao.html) 
Uma das atividades físicas mais aplicáveis à recreação das crianças é, sem 
dúvida, o brinquedo cantado. 
Em todas as partes do mundo, ao passarmos por uma rua, onde crianças 
brincam despreocupadamente, é comum ver-se, de maneira natural e 
espontânea, a utilização do brinquedo cantado, em qualquer das suas formas. 
Impossível determinar-se o seu aparecimento através dos povos e do tempo. 
Sempre existiram, entre todos os povos, através do cancioneiro folclórico infantil, 
para alegria das crianças e de todos,quer através das cantigas de ninar, das 
toadas ou das cantigas avulsas. 
Sua origem pode ser rebuscada nos restos de velhas cerimônias dos povos 
do passado, em caráter de jogos e folguedos, que, posteriormente, em formas de 
entretenimento das crianças. 
No Brasil, esses brinquedos cantados sofreram a influência das músicas do 
elemento português e do africano, ameríndios e, em menor proporção, de outros 
povos. 
Considerando-se, entretanto, o fato inegável de que cada povo tem a sua 
índole própria, os brinquedos cantados, de origem tão diversificada, vêm sofrendo 
variações, deformações e transformações lentas, mas seguras, apresentando-se, 
em nossos dias, com um cunho eminentemente nacional. 
 
Exemplos: 
Procedência portuguesa: “Ciranda, cirandinha”, “A 
moda das tais anquinhas”, etc. 
 
Procedência francesa: “Eu sou pobre, pobre, 
http://educacaofisicaescolar.chakalat.net/2009/11/brinquedos-cantados-na-educacao.html
http://educacaofisicaescolar.chakalat.net/2009/11/brinquedos-cantados-na-educacao.html
33 
 
pobre”, A mão direita tem uma roseira”, etc. 
 
Procedência espanhola: 
“Senhora Dona Sancha”, “Maria Cachucha”, etc. 
Procedência alemã e inglesa: “Já viram uma menina?” (melodia alemã e letra do 
inglês). 
Convém ainda ressaltar o fato de termos o nosso cancioneiro enriquecido 
pelo aproveitamento, transfigurado, de coisas que as crianças ouvem e assimilam. 
Exemplos: “Escravos de Jô” (proveniente de um jogo de mesa de bar) – assim, 
também, do romance “D. Jorge e D. Julinha”, resultou a roda cantada “Por que 
choras, Julieta?”. 
Chamamos de “Cancioneiro Folclórico Infantil”, ao conjunto das cantigas 
próprias da criança e por ela entoadas em seus brinquedos ou ouvidas dos 
adultos, quando pretendem adormecê-la, entretê-la ou instruí-la; são cantigas 
que vêm de geração a geração e que se perpetuam e se transmitem pela tradição 
oral. 
 
O Cancioneiro Folclórico Infantil abrange: 
Acalantos ou cantigas de ninar: “Tutu Marambá”, “Dorme Nenê”, etc. 
Cantigas avulsas (que as crianças entoam em qualquer de suas atividades, sem 
que com elas tenham uma correlação direta): “Mestre Domingos”, “Menina 
bonita”, etc. 
Estribilhos musicais (que integram as histórias contadas e cantadas): “Minha 
mãezinha”, Carpinteiro de meu pai”, etc. 
Toadas (ou melodias para ensino da soletração e da tabuada já em desuso, mas 
ainda de valor, sob alguns aspectos): “B-a-bá, B-í-bí”, “Um e um, dois, um e dois, 
três”, etc. 
Brinquedos cantados (de vários tipos, conforme classificação e divisão a seguir): 
34 
 
Divisão dos brinquedos cantados: 
1) Brinquedos de roda: “Ciranda, cirandinha”, etc. 
2) Brinquedos de grupos opostos: “O pobre e o rico”, etc. 
3) Brinquedos de fileira: “Passarás, não passarás”, etc. 
4) Brinquedos de marcha: “Marcha, soldado”, etc. 
5) Brinquedos de palmas: “Pirolito que bate, bate”, etc. 
6) Brinquedos de pegar: “Vamos passear no bosque”, etc. 
7) Brinquedos de esconder: “Senhora D. Sancha”, etc. 
8) Brinquedos de cabra-cega: “A gatinha parda”, etc. 
9) Chamadas para brinquedo: “Ajunta povo, para brincar”, etc. 
10) Cantigas de escolha de jogadores: “Um no ni é de pó politana”, etc. 
 
De todos, entretanto, a roda é o tipo que oferece mais atração para a recreação 
infantil; assim sendo, daremos, agora, a sua classificação: 
1) Quanto ao conteúdo da letra: 
a) Temas de vida social: “Ciranda, cirandinha”, etc. 
b) Temas da natureza: “A pombinha voou”, “Cachorrinha está latindo”, etc. 
c) Temas instrutivos: “As estações do ano”, “O bá-bé-bí-bó-bu”, etc. 
d) Temas do romanceiro: “Terezinha de Jesus”, “O cravo brigou com a rosa”, 
“Esta rua tem um bosque”, etc. 
 
2) Quanto ao andamento: 
a) Rodas lentas: “Terezinha de Jesus”, etc. 
b) Rodas moderadas: “Escravos de Jô”, “Sambalelê”, etc. 
c) Rodas vivas: “Pirolito que bate, bate”, etc. 
d) Rodas alternantes: “O cravo brigou com a rosa”, etc. 
 
3) Quanto à execução musical: 
35 
 
a) Côro: “A canoa virou”, “Escravos de Jô”, etc. 
b) Solo e côro: “Senhora viúva”, “Esta rua tem um bosque”, etc. 
c) Forma mista (côro e parte falada ou declamada): “Ciranda, cirandinha”, etc. 
 
4) Quanto à estrutura: 
a) Tipo aaa (em que todas as quadras são cantadas com a mesma melodia): “A 
moda das tais anquinhas”, etc. 
b) Tipo ab (que reúne duas melodias diferentes): “O cravo brigou com a rosa”, 
etc. 
c) Tipo abc (em que se sucedem três ou mais diferentes melodias): “Eu fui ao 
Tororó”, etc. 
 
5) Quanto à formação: 
a) Roda simples: “Ainda não comprei”, etc. 
b) Roda com um figurante no centro: “Ciranda”, etc. 
c) Roda com dois ou mais figurantes no centro: “O cravo brigou com a rosa”, 
etc. 
d) Roda com um figurante fora: “A mão direita tem uma roseira”, etc. 
e) Roda com figurante fora e dentro: “A linda rosa juvenil”, etc. 
f) Roda assentada: “Escravos de Jô”, etc. 
g) Rodas concêntricas: “Onde está a margarida”, etc. 
 
6) Quanto à movimentação: 
a) Marcha simples: “Ai! – eu entrei na roda”, etc. 
b) Marcha na ponta dos pés: “Eu sou a borboleta”, etc. 
c) Saltitos: “Atirei um pau no gato”, etc. 
d) Roda em cadeia ou serpentina: “Havia um novo navio”, etc. 
e) Rodas que acentuam um determinado ritmo ou marcam os tempos fortes da 
36 
 
melodia: “Ciranda, cirandinha”, Pirulito que bate, bate”, “Palma, palma, palma...”, 
etc. 
f) Rodas imitativas: “Carneirinho, carneirão”, etc. 
g) Misto de roda e dança: “Os quindô-le-lê...”, etc. 
h) Rodas dramatizadas: “O cravo brigou com a rosa”, etc. 
Nota: Em qualquer das rodas sempre há exemplo de qualquer um dos grupos 
citados; de certa maneira, podemos afirmar que todas as rodas são mistas, 
quanto à sua movimentação, prevalecendo nesta ou naquela, uma ou outra 
característica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
UNIDADE 07 – CANÇÕES, POEMAS E POESIAS 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Identificar e analisar as canções, os poemas e poesias como recursos 
didáticos para o ensino. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Canções, Poemas e Poesias 
Abrimos esta unidade com citações da paródia de Jô Soares, que se 
inspirou na “Canção do Exílio” para produzir o seu texto e indicamos que a canção 
pode ser utilizada pelo professor. Esse é apenas um dos inúmeros exemplos sobre 
canções que podemos utilizar em sala de aula. 
Da mesma forma, as poesias podem ser fontes ricas e leves para a 
contextualização do estudo. Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, 
escreveu em se livro a Rosa do Povo (poemas escritos entre 1943 e 1945) o poema 
“Carta a Stalingrado” e ofereceu aos professores uma fonte de estudo para análise 
e reflexão sobre a Batalha de Stalingrado durante a Segunda Guerra Mundial. 
Fonseca (2009) destaca que 
 
a linguagem poética expressa outra forma de ver, escrever e expressar 
sentimentos sobre variados temas, questões, fatos, sujeitos e práticas 
sociais e culturais. Seduz, age sobre nós, intervém, nos provoca. Assim, 
pode fornecer pistas para alargar a compreensão dos temas históricos 
com beleza e sensibilidade. A incorporação de letras de canções e 
poesias desperta o interesse dos alunos, motiva-os para as atividades, 
sensibiliza-os em relação aos diversos temas e desenvolve a criatividade 
(p.183) 
 
 Gomes (2007) considera que sendo a música um produto cultural, traz em 
si grande carga de historicidade. Por essa razão, está investida de potencial 
didático, sobretudo por estimular as competências relacionadas à leitura e 
interpretação de diferentes estilos textuais. Os PCNs corroboram com esse 
princípio uma vez que, sobre essa questão, explicitam textualmente: 
 
38 
 
Abre-se aí um campo fértil às realizações interdisciplinares, articulando 
os conhecimentos de História com aqueles referentes à Língua 
Portuguesa, à Literatura, à Música e a todas as Artes, em geral. Na 
perspectiva da educação geral e básica, enquanto etapafinal da 
formação de cidadãos críticos e conscientes, preparados para a vida 
adulta e a inserção autônoma na sociedade, importa reconhecer o papel 
das competências de leitura e interpretação de textos como uma 
instrumentalização dos indivíduos, capacitando-os à compreensão do 
universo caótico de informações e deformações que se processam no 
cotidiano. 
 
Cabe aqui também ressalta que os meios de comunicação tornaram a 
música, especialmente àquelas de maior apelo popular, parte integrante do 
cotidiano das pessoas. 
Considerando esse fato Gomes salienta que 
 
[...] sobretudo a canção popular, faz parte do cotidiano da maioria das 
pessoas, desde aquelas com alto nível de instrução até as que não 
tiveram a oportunidade de estudar, fica mais fácil articular seu estudo 
com o ensino de história, sobretudo no nível fundamental e médio. 
Muitas vezes ela é a única forma de expressão artística com a qual os 
alunos têm ou tiveram contato ao longo da vida. Ainda que não 
dominem formalmente os conceitos e componentes da linguagem 
musical, eles são capazes certamente de identificar, por exemplo, que 
uma determinada canção foi feita para um determinado contexto 
observando o seu ritmo. O professor de história, obviamente, teria o 
papel de situar os alunos a respeito dos elementos pertinentes à análise 
histórica, ou seja, teria que ressaltar questões ligadas ao contexto 
histórico de produção da canção, os agentes históricos envolvidos no 
processo, bem como as motivações implícitas e explícitas presentes na 
composição. 
 
Diante do exposto é possível considerar que as canções e os poemas 
oferecem um bom material de estudo para as aulas. Cabe a professores e alunos 
analisarem suas letras, o contexto político, social, econômico e cultural da época 
em que foram escritos, os títulos, a história de quem as escreveu e as palavras que 
nem sempre tem apenas um sentido. Dessa forma, o trabalho nas aulas será 
significativo e dinâmico. 
 
 
 
39 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Para aprofundar o estudo sobre a temática apresentada nesta unidade 
recomendamos as seguintes leituras; 
AULA DE HISTÓRIA COM ZECA BALEIRO: uso da música-canção como recurso didático 
no Ensino Médio (Fabiane Tamara Rossi) 
 
RESUMO: O artigo propõe-se problematizar a música-canção como elemento utilitário ao 
Ensino e, mais especificamente, a obra musical de Zeca Baleiro enquanto provedora de 
temáticas para o ofício do professor de História do Ensino Médio. Para isso fez-se uso da 
obra do cantor (de 1997 a 2004), além de reportagens veiculadas na imprensa. Para 
correlacionar a música e o ensino embasou-se a pesquisa nos PCNs e Currículo Básico do 
Distrito Federal. Inicialmente discutir-se-á a utilização da música enquanto recurso 
didático em sala de aula. Em seguida, problematizar-se-á o universo de referências de 
Zeca Baleiro, trazendo sugestões para a utilização de suas canções no ensino de História 
do Ensino Médio. 
PALAVRAS-CHAVE: música, ensino de História, Zeca Baleiro. 
 
Para a leitura da íntegra desse artigo acesse:
 http://www.ufgd.edu.br/historiaemreflexao/julho_dez_2008/arquivos/aula-de-
historia-com-zeca-baleiro-uso-da-musica-cancao-como-recurso-didatico-no-ensino-
medio 
 
Música Popular Brasileira no ensino de história do Brasil 
“A história do Brasil é cheia de brechas e lacunas ainda não preenchidas” (Schimidt), mas 
que segundo Moraes, a musica popular brasileira pode desvendar; Em seu trabalho 
“História e música: canção popular e conhecimento histórico”, Moraes aborda e discuti 
algumas questões teóricas e metodológicas que surgem das relações entre historia, 
musica popular. As transformações teóricas, nas concepções de material documental e a 
renovação na prática do historiador, determinando a inclusão de novas linguagens pela 
história. Expressando assim, a importância que pode ter, a utilização da música popular 
brasileira como fonte documental para divulgar a história de setores da sociedade pouco 
lembrados pela historiografia. 
Também Abdu, professora de Metodologia de Ensino de História Na USP, afirma em seu 
texto “Registro e representação do cotidiano: A música popular na aula de História”, que a 
musica popular é uma linguagem alternativa que tem sido utilizada como um importante 
recurso didático para a aprendizagem de história e que tem ocupado espaço, como 
instrumento pela qual se revela o registro da vida cotidiana, na visa ode autores que 
observam o contexto social no qual vivem. Abdu ainda defende a música como evidência 
do passado que pode facilitar a compreensão histórica pelos alunos. 
Para ABDUD (2005): 
 
As letras das musicas se constituem em evidencias, registros de 
acontecimentos a serem compreendidos pelos alunos em sua abrangência 
mais ampla, ou seja, em sua compreensão cronológica, na elaboração e re-
significação de conceitos próprios da disciplina. Mais ainda, a utilização de 
http://www.ufgd.edu.br/historiaemreflexao/julho_dez_2008/arquivos/aula-de-historia-com-zeca-baleiro-uso-da-musica-cancao-como-recurso-didatico-no-ensino-medio
http://www.ufgd.edu.br/historiaemreflexao/julho_dez_2008/arquivos/aula-de-historia-com-zeca-baleiro-uso-da-musica-cancao-como-recurso-didatico-no-ensino-medio
http://www.ufgd.edu.br/historiaemreflexao/julho_dez_2008/arquivos/aula-de-historia-com-zeca-baleiro-uso-da-musica-cancao-como-recurso-didatico-no-ensino-medio
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tais registros colabora na formação dos conceitos espontâneos dos alunos 
e na aproximação entre eles e os conceitos científicos. 
 
Diante da real dificuldade que é romper com os ideais positivistas inda contidos no 
ensino brasileiro, e dos livros didáticos ainda possuir traços euro centristas, o musica 
popular brasileira no ensino de história se apresenta como uma rica fonte cultural, capaz 
de levar a compreender a realidade da cultura popular e desvendar detalhes ainda 
fragmentados. No entanto, raramente são feitas investigações, que busquem ratificar a 
musica como fonte histórica, existindo poucos trabalhos que evidenciam a relação entre 
história e musica. 
Para a leitura da íntegra desse artigo acesse:
 http://monografias.brasilescola.com/historia/musica-como-documentosala-
aulamusica-popular-brasileira.htm 
 
O uso da música como nova linguagem no processo de ensino-aprendizagem de história: 
uma análise critica sobre a projeção do sujeito na canção “construçao” 
Ramon de Alcântara Aleixo- Universidade Estadual da Paraíba-UEPB- PIVIC 
Wagner Tavares da Silva-Universidade Estadual da Paraíba-UEPB-PIVIC 
Orientadora: Professora Doutora Patrícia Cristina de Aragão Araújo 
Universidade Estadual da Paraíba-UEPB 
 
RESUMO 
Neste artigo procuramos discutir a inserção das novas linguagens no processo de ensino 
e escrita de história do ensino médio, como contribuição diante das atuais perspectivas 
disseminadas no âmbito da História da Educação, objetivando, assim, despertar o 
interesse de alunos e alunas para o ensino-aprendizagem da disciplina de história. Nosso 
objetivo é mostrar, referendados nos estudos de Bittencourt e Cainelli, como a relação 
entre ensino de História e música pode contribuir para uma maior sistematização e 
elaboração de conceitos difundidos por esta disciplina. Nosso estudo se centra em uma 
pesquisa de cunho bibliográfico e semiótico, onde através da análise da canção 
“Construção” de Chico Buarque, podemos observar as condições 
sócio-trabalhistas a que os sujeitos sociais estavam relegados na década de 1970. Os 
resultados nos permitem constatar que a música como linguagem educativa pode 
contribuir para despertar a criticidade dos alunos, permitindo dessa forma, no processo 
de construção da cidadania, fazendo-os reconhecerem-se como sujeitos históricos 
envolvidos na construção da identidade nacional. 
 
Para a leitura da íntegra desse artigo acesse:
 http://www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/uso_musica_linguagem.PDF 
 
 
 
 
http://monografias.brasilescola.com/historia/musica-como-documentosala-aulamusica-popular-brasileira.htm
http://monografias.brasilescola.com/historia/musica-como-documentosala-aulamusica-popular-brasileira.htmhttp://www.nre.seed.pr.gov.br/irati/arquivos/File/uso_musica_linguagem.PDF
41 
 
UNIDADE 08 – EDUCAÇÃO FORMAL X EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E 
POTENCIALIDADES PARA O ENSINO 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Nesta unidade buscaremos compreender a ação do trabalho formativo 
da escola, bem como do potencial formativo que há nas ações que outras 
instituições podem empreender. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Falamos aqui da aproximação e do movimento de ajuda mútua entre 
instituições que atuam nos âmbitos da educação formal (Escola) e da educação 
não formal (outras instituições), ambas com a finalidade de agregar valores na 
formação cidadã, contribuindo assim para construção de uma identidade social 
promotora de autonomia e autoestima coletiva. 
 
Definindo Educação formal: 
De uma maneira geral a educação é entendida como o processo de 
desenvolvimento da capacidade intelectual que, predominantemente, está 
associada à instituição escolar. Porém, é importante destacar que esse processo 
pode ter nuances variadas. 
A escola é uma instituição que tem sua origem histórica atrelada ao 
próprio desenvolvimento civilizatório e na disciplina Fundamentos Históricos e 
Sociológicos da Educação você encontrará muitas e importantes referências sobre 
isso. 
Com estruturas físicas singulares e organização de programas e currículos 
que expressam as condições de cada tempo histórico, é importante para nós, 
neste estudo, perceber que a tarefa de lidar com o conhecimento entendido 
como significativo de cada época e sociedade, coube a Escola. Ou seja, a 
42 
 
instituição responsável pelos processos formativos que até hoje denominamos de 
educação formal. 
Definindo a educação não formal 
Apesar de as diferentes sociedades terem construído ao longo dos séculos 
instituições nas quais se produzem a chamada educação formal, os processos 
civilizatórios abrangem dimensões muito mais extensas que a transmissão de 
conhecimento institucionalizado. 
A vida em sociedade vai muito além das estruturas curriculares produzidas 
pelas escolas. A formação no sentido mais amplo requer outras aprendizagens 
para a convivência social cotidiana nos seus diferentes setores: vida familiar, vida 
social, vida profissional. 
Para isso, o processo de formação vai muito além do que pode a escola 
oferecer. É importante ressaltar que a escola é muito importante, mas é “uma” das 
instituições sociais. Porém, não é a “única”. 
A educação não formal ocorre sem estruturas pré-determinadas, locais, 
horários, ou sequências progressivas. Sequer existem garantias de que as pessoas 
tenham consciência desse processo contínuo de formação e aprendizagens. 
 A capacidade de diferenciação entre essas duas formas de educação: 
formal e não formal, bem como o entendimento do valor e da importância de 
cada uma delas na tessitura social é que nos ajudará a compreender a 
importância e relação dos museus (depositários e potencializadores da educação 
não formal) com a escola, instituição consagradamente responsável pela 
educação formal. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Ensino Não-Formal no Campo das Ciências através dos Quadrinhos 
Francisco Caruso, Mirian de Carvalho e Maria Cristina de Oliveira Silveira 
 
As atividades do Projeto de Educação de Ciências Através de Histórias em Quadrinhos 
(EDUHQ) são desenvolvidas numa Oficina de Ensino localizada na sala 3017 do Bloco F, 
43 
 
3º- andar, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), contando com a 
participação de pesquisadores, professores, licenciandos e alunos do ensino médio, sob 
coordenação de Francisco Caruso (1). O projeto multidisciplinar tem como meta principal 
o ensino das ciências através de procedimentos didáticos não-formais, que articulam 
conteúdos cognitivos e produção artística, através de uma raiz comum: a ênfase na 
criatividade operando no campo pedagógico. O material didático produzido pode ser 
utilizado em sala de aula, em ensino à distância e, em particular, serve também como 
suporte para vencer os desafios da “alfabetização” científica (2). 
Esse projeto fundamenta-se no pensamento de Gaston Bachelard, filósofo que valorizou 
a razão e a imaginação como forças propulsoras de significados e sentidos do mundo, no 
campo das ciências e das artes, ao enfatizar o pensamento criativo como ponto 
fundamental nos processos inovadores, quer na ciência, quer na arte. Bachelard refletiu 
sobre a importância da liberdade do homem ao produzir ciência, tecnologia e arte, como 
bens a serem partilhados pela humanidade. 
Nessa confluência de produções diferenciadas, ele deu igual valor ao conhecimento e à 
poética relacionando-os aos planos da razão e da imaginação, como instâncias psíquicas 
capazes de produzir mudanças cognitivas, e transformações no mundo e no próprio 
homem (3). Embora as artes se cristalizem no plano sensível, e as ciências no plano do 
pensamento formal, é preciso não perder de vista que ambas advêm de um pensador 
criativo que desconstrói a natureza para construir e estudar, respectivamente, fenômenos 
formalizados na instância cognitiva ou expressos no mundo da experiência estética. 
Desse modo, valorizando a perspectiva pedagógica implícita ao pensamento de 
Bachelard, pôde-se atualizá-la para contemplar o espírito da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDB 9.394/96), no âmbito do ensino médio. E com fundamentação e 
objetivos articulados à LDB, tornou-se possível, através desse projeto, criar condições 
para refletir e enfrentar o desafio contido na afirmativa de H.G. Wells de que “entramos 
numa corrida entre a educação e a catástrofe” (4) – corrida cada vez mais real e 
imperativa, em larga escala, a partir da imposição de um projeto neo-liberal ao mundo 
globalizado, observamos. Nessas circunstâncias, como afirma, de modo crítico, Paulo 
Freire “atualmente, não se entende mais a educação como formação, mas apenas como 
treinamento”(5). Assim, através dos fundamentos e da prática, inserimos no projeto 
EDUHQ uma perspectiva crítica e transformadora com relação à mencionada catástrofe, 
atitude que assumimos como meta político-filosófica, voltada para a produção de 
conhecimento e para a invenção no campo da arte, atuando no espaço e no tempo de 
hoje, como ação questionadora do projeto neoliberal, no que se refere ao Brasil. 
De acordo com esse quadro da “catástrofe”, em uma sociedade onde a informação é 
veiculada com velocidades cada vez maiores, fazem-se relevantes, atuais e necessárias ao 
projeto EDUHQ as idéias de Paulo Freire sobre o ensinar, que podemos sintetizar na frase: 
“ensinar é substantivamente formar” (6). A esse mundo que se vislumbra nessa 
proposição, acrescentamos outras idéias desenvolvidas em texto de nossa autoria, no 
qual se argumenta que “educar é fazer sonhar” (7). 
Embora, “formar” e “informar” não sejam metas excludentes, entendemos que é possível 
informar sem formar, mas o ato de formar, por sua vez, pressupõe o ato de informar. 
Constatamos, assim, uma relação a ser estudada – uma articulação entre formar e 
informar – relação essa que é considerada no projeto EDUHQ, o qual, tendo como alvo o 
ensino da ciência através da descoberta, nos leva a definir metas voltadas para o 
44 
 
questionamento do diferencial entre “formar” e “informar”. Uma vez que ambos 
pressupõem comportamentos e valores da parte do educador e do educando, no 
referido projeto as linhas pedagógicas – através da valorização da educação não-formal – 
equacionam esse diferencial, com vistas à descoberta científica e não à mera repetição de 
conhecimentos consagrados institucionalmente. 
 
RESPALDO E O DESAFIO DA LDB O projeto EDUHQ traz uma proposta de ensino não-
formal. Segundo nossos propósitos, localizamos como fundamental sua relação comos 
princípios da LDB, quanto à viabilização do ensino quer formal quer não-formal, haja vista 
que o ensino não-formal em nossa sociedade se torna diverso do que se veicula nas 
sociedades tribais, além de apresentar uma enorme potencialidade

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