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JUSTIÇA PARA TODOS

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Resumo e Análise Crítica do Filme "Justiça para Todos".
Justiça para todos é uma produção norte-americana, datada de 1979 e dirigida por Norman Jewison. É um drama que retrata as mazelas do judiciário, que ainda hoje são atuais.
O filme não macula o que de fato é muito relevante, diria até didática, sobre o que acontece debaixo dos olhos vendados do poder judiciário.
Outro destaque de "Justiça Para Todos" é a mensagem que ele transmite. Em um deles Al Pacino diz a seu velho avô que está sofrendo os problemas da velhice: "Ser honesto e ao mesmo tempo ser advogado é algo bem complicado". Realmente, poucas profissões do mundo transitam tanto entre a moralidade e a imoralidade, a legalidade e a ilegalidade. O profissional do direito vive realmente em um fio da navalha e o filme toca muito bem nisso ao colocar o sócio de Al Pacino no filme em crise existencial (ele consegue liberar um cliente da cadeia que acaba matando duas crianças poucos dias depois de solto). Quais são os limites, a linha que separa a ética da necessidade de se defender o cliente? Como se sente um advogado ao defender um criminoso capaz de atos bárbaros contra o próximo? É isso, "Justiça Para Todos" é um filme para se pensar sobre o poder judiciário, seus anacronismos e contradições. Uma lição que não se aprende nas faculdades de direito.
Arthur Kirkland (Al Pacino) é um advogado idealista que preza além de uma defesa técnica e de forte intensidade, prima acima disto, a ética e os bons costumes. Fato este que o coloca sobre situações perante o judiciário sem escrúpulos causando entre ambos, atritos constantes e ferrenhos.
É muito bacana a forma que o filme nos apresenta o personagem interpretado por Al Pacino, da maneira que a personalidade se moldou de acordo com sua história de vida. Destaco sua terna relação com o seu avô Sam Kirkland (Lee Strasberg), que o criou em decorrência do abandono dos pais do protagonista e que mais do que isso, influenciou Arthur a seguir a carreira de advogado, mas não para ser um mero advogado comum, mas sim um advogado munido de valores e que transpira justiça. Apesar da aparente fragilidade do avô Sam (sua memória é falha e seu físico também é debilitado) ele é o conselheiro e a inspiração do nosso advogado, vale se atentar aos diálogos passados no asilo, em que reside o sábio ancião.
Vale destacar a figura do juiz Francis Rayford (Jack Warden), este personagem nada mais é que uma caricatura crítica do filme em relação ao judiciário estadunidense. Amigo de Arthur, este juiz possui tendências suicidas que chega ao ridículo-cômico, seus lanches são feitos nas soleiras de altas janelas de prédios, é negligente ao pilotar/manobrar um helicóptero com diversas acrobacias arriscadas, foi flagrado, por diversas vezes, com armas no banheiro já em posição de se matar e por fim, chega a efetuar disparos ao alto com revólver em pleno júri. Deboches estes que o filme demonstra a fragilidade de um judiciário, que brinca com diversas vidas de maneira negligente e grotesca.
Outra personagem interessante de ser notada é a envolvente Gail Packer (Christine Lahti), um advogado em crise psicótica que é par romântico de Arthur e também membro do conselho de ética dos advogados. A importância deste personagem além de deixar Kirkland a par de tudo que se passa, nos obscuros bastidores da justiça, é nos mostrar a crise da ética judiciária, que colaborou com a libertação de um culpado por simplesmente uma brecha legal, que este, por fim, acabou cometendo outro homicídio e somado a tudo isto ainda temos juízes sem escrúpulos algum (pervertidos e suicidas, por exemplo).
Passadas às apresentações, a história central fica em torno de outro juiz, Henry Fleming (John Forsythe), um severo e de moral contestável juiz, que em embates com Arthur Kirkland o prendeu por desacato, prisão esta fruto da tenacidade do advogado e da inflexibilidade do magistrado, em relação a um julgado, em que o juiz se negou a abrir vistas ao processo, em que, Kirkland convicto da inocência de seu cliente e tendo provas concretas sobre isso, que culminaram com a prisão deste por 18 meses por meros três dias de atraso na apresentação destas novas provas.
Mas a história vira com o surgimento de uma denúncia, em que, o juiz Fleming é acusado de um estupro. O denunciado então decide ter sua defesa realizada por Arthur, não devido a sua competência em defender, mas sim por um plano maquiavélico em convencer o juiz, que se Kirkland o defendesse e sendo ele um desafeto do juiz, o argumento de inocência do juiz seria fortalecido, já que a verdade está para vir à tona...
Reflexão do Filme quanto as Prerrogativas e Deveres dos Advogados
Atualmente, a sociedade necessita encontrar algo no qual acreditar como símbolo de ordem, igualdade e justiça, o papel do advogado e todo o sistema judiciário adquirem um novo significado.
Analisando o filme “justiça para todos” que procura retratar o judiciário americano compreende-se não apenas a dimensão que todo o conceito de justiça representa, mas também o quão frágil se torna o advogado diante de desafios que vão além da compreensão das leis e do conteúdo jurídico aprendido nos cursos de Direito. O filme mostra as diversas faces da justiça, mas também da fragilidade humana diante de suas limitações e falhas; e tendo a coragem interpretada como ousadia.
Para um observador mais ingênuo, a podridão apresentada pelo autor poderia apontar apenas as falhas humanas, evidenciadas na acusação feita ao juiz Fleming acusado de estupro. O cenário do filme deixa de ser o território americano e passa a ser o cenário humano, pois toda a trajetória dos autos, perfazem um processo articulado na defesa das concepções próprias da lei. Os valores humanistas defendidos pelo advogado Arthur Kirkiland entram em choque com a interpretação pessoal do juiz Fleming chegando até mesmo ao desacato e posteriormente á sua prisão.
A maneira como o advogado representado por Al Pacino trata seus clientes reconhecendo neles o cidadão a quem jurou defender, causa simpatia e estranheza ao mesmo tempo, o mesmo demonstra na interpretação do papel do advogado não somente a figura de um defensor de leis descritas na Constituição, mas, também, a idealização de uma justiça inalcançável. O advogado Arthur não deve ser visto apenas como um idealista que busca exercer sua função com dignidade e respeito; é ele na verdade o representante do que há de mais verdadeiro em todo o sistema judiciário na organização das leis.
Foge à compreensão, principalmente dos que assistem a todas as etapas de um processo judicial quanto ao cumprimento das leis de forma efetiva e fundamentada na justiça, com fulcro nisto digo que o advogado acima citado, não viola os segredos de seus réus por foro intimo, mas por motivo de justa causa (Réu que fala de seus foguetes) e honra (Juiz Fleming), mas é verdade que o advogado foi relapso quanto aos seus clientes “mais simples” como no caso de Maculun perdendo uma audiência importante, resultando na sensação de injustiça, onde o Réu se suicida e o segundo perde a noção do que é direito e justiça por falta de preparo de seu cliente, onde o mesmo não suporta esperar uma solução e seqüestra os policiais, dentro do presídio e acaba assassinado por policiais, o doutor ainda age de forma incontinente quanto a conduto de um advogado dentro do tribunal.
Em continua análise jurídica, o doutor, Kirkiland estava sendo avaliado pelo Conselho de Ética dos advogados, fato usado pelo Juiz Fleming para coagi-lo, obrigando-o a defendê-lo da acusação escandalosa de estupro e espancamento, segue abaixo minhas citações da CF., e o Código de Ética da OAB, que irá dispor sobre REGRAS DEONTOLÓGICAS FUNDAMENTAIS, inclusive com sansões para o caso de descumprimento.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”
ESTATUTO DA OAB (LEI 8.906 DE 1994):
Art. 33.O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.
Art. 34. Constitui infração disciplinar:
VII - Violar, sem justa causa, sigilo profissional;
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB:
Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte.
DOS CRIMES COMETIDO PELO ADVOGADO:
CP, Art.154. Violação de segredo profissional – Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de quem tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa.
Paragráfo único. Somente se procede mediante representação.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL:
CDC, Art. 14: O fornecedor de serviços, responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 4.º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Por fim, exponho que gostei muito do filme por que de fato me fez refletir sobre o resgate do que é justiça e o seu sentido verdadeiro, gostei muito também quando o Advogado diz que a justiça é a busca pela verdade, mas que a verdade não importa o que importa é quem vencerá, me demonstra em sua exposição quando se refere ao Promotor que de fato nem preparou sua defesa aos preceitos do Estado, e isto entendo que foge do sentido real da busca pela justiça como disse a advogada Ana Lúcia Assad no caso de Lindemberg quando menciona o principio da verdade real, sinto que a verdade real nos tribunais muitas vezes, se dão, pela manipulação de recursos ou defesas, mas a busca pelo justo, pelo direito deve ser cada vez mais próximo da real verdade.
Quanto ao julgamento do advogado não achei profissional, faze-lo no tribunal, até por que o advogado é indispensável à administração da Justiça, conforme reza o art. 133 da Constituição Federal de 1988. Se ele não aceitar, obrigatoriamente outro deverá aceitar, para que ocorra o devido processo legal.
De fato, estaria o advogado em uma posição privilegiada, mas em relação à ciência dos fatos, pois acreditaria seu cliente está protegido pelo segredo profissional. Ninguém revelaria informações importantes que levaria ao descobrimento da própria autoria do fato criminal. Quando se está sob acusação, com o risco de se perder um dos direitos primordiais para homem, a tendência natural, é da defesa. Mesmo que para isso seja necessária a violação das Máximas Morais deduzidas por Kant. Inconscientemente, o indivíduo considera-se a pessoa “mais importante do mundo”, o instinto animal de sobrevivência, entra em choque com a conduta moral.
Por outro lado, cabe apenas ao Estado-Juiz o poder de julgamento, que decorre do ius puniendi do Estado, não é papel do advogado julgar.
Nos termos dos art. 25 do Código de Ética e Disciplina da OAB, o sigilo profissional pode ser quebrado quando houver “grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha de revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa”. E ainda, nos termos do art. 27, “as confidências feitas ao advogado pelo cliente podem ser utilizadas nos limites da necessidade da defesa, desde que autorizado aquele pelo constituinte”.
O advogado não pode julgar o seu cliente, ante de aceitar ou não a defesa, de acordo com o código de Ética do Advogado, cita se o Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa. Não, o advogado não é obrigado a falar a verdade o que ouviu em seu escritório de acordo com o art. 26 do Código de Ética, O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte. Mesmo se o advogado for um padre, não se deve misturar religião com a justiça, porque a justiça de Deus é bem diferente que a justiça dos homens. Não, é correto o advogado entregar seu cliente, de acordo com o Art. 27. As confidências feitas ao advogado pelo cliente podem ser utilizadas nos limites da necessidade da defesa, desde que autorizado aquele pelo constituinte.
Visto no parágrafo único Presumem-se confidenciais as comunicações epistolares entre advogado e cliente, as quais não podem ser reveladas a terceiros.
Destarte, se for um ex-cliente, poderá atuar como testemunha, desde que a divulgação de segredo profissional é permitida por lei em hipóteses bastante restritas.
Dessa forma, a justiça deve ser buscada pelo advogado, a máximas morais de Kant devem ser um objetivo por ele almejado, a cabe ao advogado ser “juiz” de seus atos. O interesse social deve prevalecer sobre o particular, para que o advogado tome atitude morais, mas que não excedam, os limites da Ética Profissional.
"A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade." (Immanuel Kant).

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