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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras – UFF / CEDERJ Disciplina: Linguística I Coordenadora: Profª Silvia Maria de Sousa AD1 – 2019.1 Leia o trecho a seguir, do livro “Preconceito Linguístico – o que é, como se faz”, do professor e linguista Marcos Bagno, e elabore um texto dissertativo sobre o tema DIFERENÇAS ENTRE LINGUÍSTICA E GRAMÁTICA. Em seu texto, você deve a) diferenciar Gramática e Linguística, b) relacionando o conceito de gramaticalidade à Linguística e c) apresentar a diferença entre linguagem, língua e fala, d) relacionando o conceito de língua ao de gramaticalidade. OBSERVAÇÕES: Seu texto deve ter o mínimo de 1 página inteira de Word, com espaçamento 1,5 e fonte arial 12, e o máximo de 2 páginas inteiras, com espaçamento 1,5 e fonte arial 12. Desenvolva uma argumentação consistente dentro dos padrões da norma culta da língua. Não escreva em tópicos; elabore um texto dissertativo coerente e coeso. Não basta apresentar os conceitos estudados no Caderno Didático de maneira solta. Eles precisam estar 1) articulados ao texto de Marcos Bagno, retomando o que foi discutido, citando exemplos, trechos, etc. e 2) relacionados, também, uns aos outros, isto é, a diferença entre Linguística e Gramática deve ser apresentada, mas levando em consideração o conceito de gramaticalidade e a diferença entre linguagem, língua e fala. Não copie trechos do texto de Bagno sem fazer as devidas referências. Você pode enviar o arquivo em Word ou Pdf. Não é preciso copiar a proposta da dissertação para seu arquivo. Basta um cabeçalho com seu nome completo, matrícula e polo a que pertence, para fins de identificação. TRECHO DE “PRECONCEITO LINGUÍSTICO – O QUE É, COMO SE FAZ” “Português é muito difícil”. Essa afirmação preconceituosa é prima-irmã da ideia que acabamos de derrubar, a de que “brasileiro não sabe português”. Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical de Portugal, as regras que aprendemos na escola em boa parte não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. Por isso achamos que “português é uma língua difícil”: porque temos de decorar conceitos e fixar regras que não significam nada para nós. No dia em que nosso ensino de português se concentrar no uso real, vivo e verdadeiro da língua portuguesa do Brasil é bem provável que ninguém mais continue a repetir essa bobagem. Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, no sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela. Está provado e comprovado que uma criança entre os 3 e 4 anos de idade já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua! O que ela não conhece são sutilezas, sofisticações e irregularidades no uso dessas regras, coisas que só a leitura e o estudo podem lhe dar. Mas nenhuma criança brasileira dessa idade vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. Um estrangeiro, porém, que esteja começando a aprender português, poderá se confundir e falar assim. Por isso aquela piadinha que muita gente solta quando vê uma criancinha estrangeira falando — “Tão pequeno e já fala tão bem inglês [ou outra língua]” — tem seu fundo de verdade: muito pouca gente conseguirá falar uma língua estrangeira com tanta desenvoltura quanto uma criança de cinco anos que tem nela sua língua materna! Por quê? Porque toda e qualquer língua é “fácil” para quem nasceu e cresceu rodeado por ela! Se existisse língua “difícil”, ninguém no mundo falaria húngaro, chinês ou guarani, e no entanto essas línguas são faladas por milhões de pessoas, inclusive criancinhas analfabetas! Se tanta gente continua a repetir que “português é difícil” é porque o ensino tradicional da língua no Brasil não leva em conta o uso brasileiro do português. Um caso típico é o da regência verbal. O professor pode mandar o aluno copiar quinhentas mil vezes a frase: “Assisti ao filme”. Quando esse mesmo aluno puser o pé fora da sala de aula, ele vai dizer ao colega: “Ainda não assisti o filme do Zorro!” Porque a gramática brasileira não sente a necessidade daquela preposição a, que era exigida na norma clássica literária, cem anos atrás, e que ainda está em vigor no português falado em Portugal, a dez mil quilômetros daqui! É um esforço árduo e inútil, um verdadeiro trabalho de Sísifo, tentar impor uma regra que não encontra justificativa na gramática intuitiva do falante. Diretrizes para correção Tendo em vista que o enunciado solicita a diferença entre Gramática e Linguística levando em consideração o conceito de gramaticalidade e a diferença entre linguagem, língua e fala, o aluno deve ser capaz de articular os três pontos centrais. Além da diferenciação clássica entre Gramática e Linguística, ele deve atentar para o fato de que a gramaticalidade é esse conhecimento implícito da língua que todo falante possui desde criança. Desse modo, sentenças como a citada por Bagno, como “Uma meninos chegou aqui amanhã” são agramaticais e não serão pronunciadas pelo falante. Há outras variações que o falante pode fazer e ele pode cometer desvios do padrão gramatical, como “Uns menino chegou ontem”, mas não produzirá uma sentença agramatical porque sabe, de fato, sua língua materna. Ou seja, o aluno deve reconhecer que a gramaticalidade é matéria linguística, pois o linguista se interessa por variações que dizem respeito à gramaticalidade e não à normatividade. O aluno deverá, ainda, explicar a diferença clássica de linguagem, língua e fala, relacionando a língua a esse sistema gramatical (no sentido de gramaticalidade) que está na base do processo comunicativo e que permite-nos dizer que um falante sabe sua língua. Observações O aluno que articular a diferença entre Linguística e Gramática, abordando a questão da gramaticalidade como matéria da Linguística e a língua como esse sistema que permite a gramaticalidade, deverá obter nota máxima. No entanto, aqueles que abordarem todos os tópicos mas sem articulá-los devidamente não devem obter a nota máxima. Apenas ao abordar de forma satisfatória todos os tópicos já terão 6 pontos. GRADE DE CORREÇÃO Pontuação MÁXIMA por cada item bem desenvolvido Diferenciação entre gramática e linguística 2,0 1,0 gramática / 1,0 linguística Definição do conceito de gramaticalidade 1,0 1,0 gramaticalidade Diferenciação entre linguagem, língua e fala 3,0 1,0 linguagem/ 1,0 língua/ 1,0 fala Apresentação da gramaticalidade como matéria linguística 1,5 Caracterização da língua como estrutura de base que permite a gramaticalidade 1,5 Adequação ao registro formal da língua, redação coesa e coerente, créditos ou citações devidamente informados no texto 1