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Beatriz Barbosa Da Silva, 115477 Direito Constitucional turma: CD31A CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL BONAVIDES, Paulo 32 ed. São Paulo, malheiros, 2017 ASSUNTO: 07.A teoria da normas constitucionais 08.Dos princípios gerais de direito aos princípios constitucionais Plano: Direito constitucional Páginas 225 226 Detalhes importantes: Duas vertentes entre política e filosofia juntos as questões constitucionais uma constituição mais rígida dando ênfase á uma burguesia individual, sendo que vai por água abaixo o conceito de mudanças constitucionais para que não haja uma mudança nos direitos humanos e liberdade. Diante disso há uma corrente de interpretação específica acumulada a uma determinada classe. O que ocasionou uma organização política e social de acordo com a moral,religião e questão social. sendo assim, a constituição inspirava-se no tempo de poder. a rigidez oriunda do absolutismo e a partir daí a separação de conceito de constituição totalmente antagônica entre o estado e a sociedade e diante disso as questões políticas começam se sobrepor às questões filosóficas. Num segundo momento, era preciso uma junção da ideologia burguesa como questões filosóficas para dar origem à constituição, dando poder a legislação unificando o estado liberal e socialista. A declaração proclama e institucionaliza é um fator deste século até então a preocupação com os direitos e a dignidade das pessoas independentemente de fronteiras era presente somente na filosofia e na religião como um discurso novo, assentado no reconhecimento família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis e tendo esse reconhecimento como fundamento da liberdade da justiça e da paz do mundo, sua incorporação à práxis política e social apenas se inicia.As Declarações tem, inicialmente, a índole de um manifesto ou plataforma revolucionária do que de um documento verdadeiramente jurídico. Capítulos:07 1- conceito político filosófico ao conceito jurídico das constituições: dois séculos A. o caráter político das declarações de direitos e dos preâmbulos 228/230 231 232/235 a noção de direitos fundamentais que surgiu com o liberalismo do século XVIII expressa que os indivíduos devem ter direitos garantidos, contra o próprio estado. a doutrina costuma dividir constituição como promulgada, enquanto a carta constitucional seria outorgada. Em suma, no Estado liberal do século XIX a constituição disciplinava somente o poder estatal e os direitos individuais (direitos civis e direitos políticos) ao passo que hoje o Estado social do século XX regula uma esfera muito mais ampla: o poder estatal, a Sociedade e o indivíduo. estado social ainda não havia nascido as dores da crise se fizeram mais agudas na Alemanha, entre os seus juristas, cuja obra de compreensão das realidades emergentes se condensou num texto rude e imperfeito, embora assombrosamente precursor, de que resultam diretrizes básicas. O drama jurídico das Constituições contemporâneas assenta, na dificuldade e às vezes até na impossibilidade de passar da enunciação de princípios à disciplina.Quando as Constituições do liberalismo, ao construírem um Estado de Direito sobre bases normativas, pareciam haver resolvidos a contento, durante o século XIX, esse desafio, eis que as exigências sociais e os imperativos econômicos, configurativos de uma nova dimensão da Sociedade a inserir-se no corpo jurídico dos textos constitucionais, trouxe à luz a fragilidade de todos os resultados obtidos.Desaparelhado de ferramentas teóricas com que interpretar e caracterizar os novos institutos e princípios introduzidos nas Constituições por efeito de comoções ideológicas, cuja intensidade se B. segunda fase constitucional das cartas liberais C. a crise constitucional do estado liberal e a constituição de weimar A constituição de weimar foi fruto dessa agonia o estado liberal estava morto, mais o D. com a programaticidade entra porém em crise o conceito “jurídico”de constituição. 236/237 237/238 239/240 fez sentir acima de tudo durante o período subsequente à Primeira Guerra Mundial, o velho Direito Constitucional entrou em crise. normas programáticas e princípios que regem a atuação do estado, exigem uma mecanica jurídica distinta, pois seu objetivo não é exigir que o estado se abstenha, mas o contrário que se empenhe em alcançar determinados resultados. isso altera substancialmente a análise do processo judicial como instrumento de efetivação das normas constitucionais. Os constitucionalistas italianos, amparados na jurisprudência e na doutrina, costuma repartir as normas constitucionais em duas categorias básicas: normas programáticas ou diretivas e normas preceptivas. O contraste da classificação italiana de normas programáticas frente a normas preceptivas padece o grave defeito de demonstrar à primeira vista que só as segundas são dotadas de eficácia vinculante.Recorreram os juristas italianos a vários critérios com que fundamentar a distinção básica entre normas programáticas e normas não programáticas: o do destinatário, o do objeto e o da natureza da norma. Quanto ao destinatário, seriam programáticas as normas dirigidas ao legislador e preceptivas ou não programáticas aquelas endereçadas aos cidadãos e ao juiz. Kelsen assenta decisivamente na rejeição da doutrina que define a norma jurídica tão-somente pelo seu caráter imperativo, tomada essa imperatividade numa acepção bastante estrita e equívoca, pois, em verdade, segundo ele, a norma é primeiro um juízo hipotético, e consequentemente "não comanda, mas se limita a descrever certos E. A normatividade das constituições do estado social e o caráter jurídico das normas programáticas. 2. a classificação das normas constitucionais e os distintos critérios classificatórios 3. o problema do destinatário das normas constitucionais 241/242 243 244-249 efeitos jurídicos que se prendem a determinadas espécies, de sorte que nesta sua função descritiva se dirige a todos, sem dirigir-se a ninguém em particular". A posição mais singular e radical de Santi Romano se dá, ao declarar que o problema do destinatário das normas é um "falso problema": o ordenamento jurídico não tem destinatários; se o problema até agora permaneceu insolúvel é porque não existe e não pode ser suscitado. As reflexões críticas de Santi Romano é que ele proclama a unidade mais ou menos compacta do ordenamento jurídico e a íntima conexão que se estabelece entre as distintas normas, de modo a não consentir se possa isolar de modo completo nenhuma delas, donde a inteira impossibilidade de especificar-lheos destinatários. A principal fonte americana da norma constitucional aparece nas Limitações Constitucionais de Cooley: "Pode-se dizer que uma disposição constitucional é auto-executável, quando nos fornece uma regra mediante a qual se possa fruir resguardar o direito outorgado, ou executar o dever imposto, e que não é auto-aplicável, quando meramente indica princípio, sem estabelecer normas, por cujo meio se logre dar a esses princípios vigor de lei". Dentre as classificações das normas constitucionais, as mais influentes na moderna doutrina são as que se inferem de trabalhos como os de Azzariti, Crisafulli e Pierandrei. No Brasil temos a esse respeito a importante contribuição do Professor José Afonso da Silva. Quanto às normas programáticas propriamente ditas ou normas programáticas stricto sensu são elas as que maior interesse oferecem a uma distinção precisa, pela necessidade de separá-las, com o rigor 4. as diversas classificações elaboradas pela doutrina 5. As normas constitucionais programáticas 250/251 possível, das chamadas normas "imediatamente preceptivas", de emprego corrente naquilo que Crisafulli se lhe afigura a viciosa e inadequada terminologia constitucional dos juristas italianos, por ele repreendida.As normas programáticas lato sensu, como os princípios gerais e também os princípios constitucionais, "dirigidos a direta e imediata disciplina de certa matérias", ou destinados a disciplinar "desde o início e de modo direto, determinadas relações", entram na categoria das normas de eficácia imediata, ou seja, das "norma imediatamente preceptivas". Ostentam por igual uma dupla eficácia na medida em que servem também de regra vinculativa de uma legislação futura sobre o mesmo objeto. Em resumo, a programaticidade das Constituições será contudo um mal se não servir também ao Direito, se não for para o Poder um instrumento de racionalização e eficácia governativa, se não vier embebida de juridicidade, se não representar aquele espaço onde o espírito da constituição elege o seu domicílio e se aloja. A programaticidade sem juridicidade poderá enfim converter-se formal E materialmente no obstáculo dos obstáculos à edificação constitucional de um verdadeiro Estado de Direito. Fora da constituição haverá lugar para tudo, menos para uma ordem jurídica assentada na legalidade e legitimidade do Poder, segundo os critérios da sociedade democrática, inspirada nos valores ocidentais. As normas de eficácia diferida, para aplicarem a matéria a que diretamente se referem, precisam apenas de meios técnicos ou 6. as normas constitucionais imediatamente preceptivas 7. as normas constitucionais eficácia diferida 251/254 255/258 258/259 instrumentais. Desde o primeiro momento, sua eficácia ou aplicabilidade pode manifestar-se de maneira imediata, posto que incompleta, ficando assim, por exigências técnicas, condicionadas a emanação de sucessivas normas integrativas.Há, portanto, nas Constituições normas que não se dirigem unicamente aos poderes do Estado, indistintamente, desde o primeiro momento, aos cidadãos e aos órgãos estatais, não tendo, por conseguinte natureza programática, e somente desdobrando sua inteira eficácia através de meios instrumentais ou leis organizativas posteriores, capazes de permitir sua aplicabilidade às matérias de que diretamente se ocupam.São as normas de eficácia diferida. um princípio e uma luz uma base para tudo, a partir de um princípio que se desenvolve outras coisas. Ex. O princípio do devido processo legal, esse princípio lastrea como deve ser e desenvolver as realizações processuais judiciais ou seja, todo o processo deve seguir o devido o princípio do devido processo legal .. sendo assim temos o artigo 319 do CPC que traz os requisitos da petição inicial ( se não atender os requisitos a petição é inepta = não tende o devido processo legal ) O exame teórico da juridicidade dos princípios constitucionais é indissociável de uma prévia indagação acerca da eficácia normativa dos princípios gerais. A inserção constitucional dos princípios ultrapassa, de último, a fase hermenêutica das chamadas normas programáticas. Eles operam nos textos constitucionais O “tudo ou nada” caracteriza, segundo Dworkin, a tese positivista sobre o caráter das normas, que ele tão duramente combate.Todo o discurso normativo tem que colocar, Capítulo 8 1. o conceito de princípio 2 .A Carência de normatividade dos princípios na velha hermenêutica: seu caráter meramente programático 259/262 262/264 portanto, em seu raio de abrangência os princípios, aos quais as regras se vinculam. A primeira a mais antiga e tradicional é a fase jusnaturalista; aqui os princípios habitam ainda esfera por inteiro abstrata e sua normatividade, basicamente nula e duvidosa, contrasta com o reconhecimento de sua dimensão ético-valorativa de idéia que inspira os postulados de justiça.A fase jusnaturalista dominou a dogmática dos princípios por um longo período até o advento da Escola Histórica do Direito.Refere Bobbio que, por volta de 1880, um artigo de Vitorio Scialoja marcava o momento culminante da ascensão positivista, Refere também Norberto Bobbio o artigo estampado em 1921 por Del Vecchio no qual o eminente Jurista rompe "a cadeia das opiniões conformes" e sustenta que os princípios gerais de Direito evocados pelo art. 3º do Código Civil italiano de 1865 deveriam ser entendidos como princípios de Direito Natural.Ressurreição do jusnaturalismo produziu no século XX, sobretudo na Alemanha, reflexões curiosas, , que talvez expliquem a tenacidade com que muitos juristas se aferram a essa doutrina do “eterno retorno”. a corrente jusnaturalista concebe os princípios gerais do Direito, segundo assinala Flórez-Valdés, em forma de "axiomas jurídicos" ou normas estabelecidas pela reta razão.O ideal de justiça, no entendimento dos autores jusnaturalistas, impregna a essência dos princípios gerais de Direito. a segunda fase vem a ser juspositivista nos códigos como fonte normativa. Gordillo cañas os princípios entram nos códigos como uma válvula de segurança e não como algo que se sobrepusesse à lei.elaboração dos códigos precipitam a decadência do direito natural 3.o jusnaturalismo e a fase metafísica e abstrata dos princípios 4. o positivismo jurídico e o ingresso dos princípios nos códigos como fonte normativa subsidiária 264/266 266/268 clássico.Flórez valdés sustenta basicamenteque os princípios gerais de direito equivalem aos princípios que informam o direito positivo e lhe servem de fundamento.os princípios com efeito prossegue já estão dentro do direito positivo e por este ser um sistema coerente A terceira fase é do pós positivismo, corresponde aos grandes momentos constituintes do século XX. as novas constituições promulgadas acentuam a hegemonia axiológica dos princípios.É na idade do pós positivismo que tanto a doutrina do direito natural como a do velho positivismo ortodoxo vÊm abaixo, sofrendo profundo golpes e críticas Na análise crítica do positivismo Dworkin proclama que se tratamos princípios como direito, faz-se mister rejeitar três dogmas dessa doutrina O primeiro distinção entre o direito de uma comunidade e os demais padres sociais. o segundo prossegue referente à doutrina da discrição judicial e o terceiro compendiado na teoria positivista da obrigação legal segundo a qual uma regra estabelecida de direito uma lei impõe tal obrigação. jusprivatista, civilista ou romanista consolidadas pelo antigo estado liberal ainda conservavam considerável parcela de seu velho predomínio na ciÊncia do direito.Boulanger no dizer de Esser a fazer estudo analitico e classificatotio sobre tipos e variedades de princípios de direito, embora esquivando-se a um tratamento da ‘formação e da função’ que eles tÊm no processo judicial.a seguir com propriedade e rigor, acentua que uma regra jurídica é geral se for estabelecida para um número indeterminado de atos ou fatos. 5. com o pós- positivismo os princípios, passam a ser tratados como direito 6. Boulanger, o mais insigne precursor da normatividade dos princípios 268/270 270/271 271/272 a conclusão crítica de Betti acerca dos princípios abrange, duma parte, considerações radicalmente pessimista e negativas. Norberto Bob diz “ o primeiro usam o termo princípio na acepção escrita” para designar ou enunciar tão somente os chamados valores que inspiram um sistema jurídico como o princípio da igualdade.Betti “ideia germinal” um critério de avaliação serve a ele a norma mas nunca chega a construir uma norma acabada e formulada. já Bobbio inculca de certo modo a incoerência da posição de Betti visto que este, ao investigar a função dos princípios, introduz termos como critérios diretivos e critérios programáticos.Bobbio ao contrário de Betti com mais independência e plausibilidade as questões cruciais que se agitam ao redor da doutrina dos princípios. Princípios gerais do direito primeiro interroga se os princípios são ou não normas judiciais. segundo, donde procedem eles de dentro ou de fora do sistema. o terceiro de que a autoridade advém o fundamento e o grau de sua validade no meio das demais normas desse sistema. os princípios abertos de larenz correspondem em grande parte, variação aos princípios informativos de Esser. os princípios da constituição tais como segundo Grabitz a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a igualdade, o estado de direito, o estado social, a democracia e a separação de poderes. Betti disse que os princípios são os valores dos critérios diretivos para interpretação e dos critérios programáticos para o progresso da legislação a esse resultado já havia chegado desde muito a hermenêutica dos princípios.o princípio normativo observa, por sua vez, 7. a posição dúbia de Emilio betti acerca da normatividade dos princípios ( a crise da velha hermenêutica) 8. os princípios “ abertos “ ( larenz e grabitz) e os princípios “informativos” (Esser) 9.os princípios são normas e as normas compreendem as regras e os princípios 272/273 273/274 Grabitz deixa de ser, assim, tão somente somente ratio legis para se converter lex e tal como faz parte constitutiva das normas jurídicas. cotejando os princípios com as normas propriamente ditas, crisafulli, aquele grande professor da itália que os princípios gerais estão para as normas particulares como o mais está para o menos, como o que é anterior e antecedente está para o posterior e o consequente. pertence crisafulli à classe de juristas que mais contribuíram para consolidar a doutrina da normatividade dos princípios. tem os princípios da dupla eficácia: a eficácia imediata e a eficácia, mediata. não hesita a seguir em demonstrar que um princípio, seja ele expresso numa formulação legislativa ou ao contrário implícito ou latente num ordenamento. os princípios gerais a que nos reportamos ao longo desta exposição correspondem, em sentido e substância, aos princípios constitucionais e as disposições de princípio. numa categoria especial, isto é, num tipo à parte, sem que isso invade em absoluto o título de normatividade que já lhes foi outorgado pela doutrina dominante.mas não é unicamente a generalidade o traço imperante na caracterização dos princípios. ao grau mais alto a que eles já subiram na própria esfera do direito positivo: o grau constitucional.mas a constitucionalização dos princípios compreende duas fases distintas: a fase programática e a fase não programática, de concreção e objetividade. na primeira, a normatividade constitucional dos princípios é mínima, na segunda, maxima. ali, pairam ainda numa região abstrata e tem aplicabilidade diferida. 10. a caminhada doutrinária para normatividade dos princípios e a contribuição de crisafulli 11. princípios gerais, princípio constitucionais e disposições de princípio 275 276 exprimiu o jurista italiano Perassi a opinião de que as normas constitutivas de um ordenamento não estão isoladas mas fazem parte de um sistema. com respeito a ponderação de Puglitari de que as normas têm aplicação direta e os princípios, ao contrário, aplicação indireta, a saber, junto das mesma ou por meio destas.estabelecendo originalíssima distinção entre normas primárias que são os princípios, e normas secundárias, que são aquelas baseadas nos princípios nos costumes e nas convenções. A construção doutrinária da normatividade dos princípios provém em grande parte do empenho filosófico e da teoria geral do direito em buscarem um campo neutro clássica direito natural e direito positivo.O passo decisivo, de natureza qualitativa, observada unicamente com a virada para o juspublicismo, desde a intervenção contributiva de juristas do porte de Friedrich Müller na Alemanha e Ronald Dworkin nos Estados Unidos e Inglaterra. se colocam na faixa histórica do pós-positivismo, com o normativismo de sua teoria estruturante do Direito, intentando ultrapassar pelas vias conceituais de uma concepção material o formalismo normativista de Kelsen; Dworkin, com a conexidadeDireito/Moral, buscando a balar e desterrar da Ciência Jurídica o positivismo de Hart. Assim como Müller, na Alemanha, rompe com a tradição de Kelsen, Jellinek, Laband e Gerber, já Dworkin, no mundo anglo-americano, levanta a cátedra de Harvard contra a de Oxford, onde até então a filosofia jurídica de Hart conservava intangível a inspiração positivista de Bentham e Austin. São momentos culminantes de uma reviravolta na região da doutrina, de que resultam para a compreensão dos princípios jurídicos importantes mudanças e variações acerca do entendimento de sua natureza: admitidos definitivamente por normas, 12. os princípios fundamentam o sistema jurídico e também são normas ( normas primárias ) 13. o juspublicismo pós positivista determina a hegemonia normativa dos princípios ( Muller e Dworkin) 277/279 279/280 são normas-valores com positividade maior nas Constituições do que nos Códigos. A teoria normativa material Alexy instituiu a distinção entre regras e princípios, que , na essência é a mesma de Dworkin. conjugou as duas modalidades debaixo do conceito de normas. tanto as regras como os princípios também são normas, escreve ele com a ajuda de expressões deônticas fundamentais como mandamento permissão e proibição.Os princípios assim como regras constituem igualmente fundamentos para juízos. a diferença de princípios e regras é portanto diferença entre duas espécies de normas. diz Alexy os princípios são normas dotadas de alto grau de generalidade relativa, ao passo que as regras, sendo também normas, têm, contudo, grau relativamente baixo de generalidade. Alexy três possíveis teses acerca da distinção que vai das regras aos princípios A primeira, rodeada de ceticismo, entende que nenhum unilateral, em razão de sua própria diversidade, serve para fundamentar uma distinção. A segunda tese é representada por quantos admitem que as normas, de modo relevante, se repartem em princípios e regras, mas pondera que essa distinção se faz de forma gradual.A terceira tese vem a ser a que Alexy julga a mais correta, consiste em afirmar que entre os princípios e as regras não impera tão-somente uma distinção de grau, mas de qualidade também. comum a colisões e conflitos é que duas normas, cada qual aplicada de per si, conduzem a resultados entre si incompatíveis a saber, a dois juízos concretos e contraditórios de dever ser jurídico. com a colisão de 14.os distintos critérios para estabelecer a distinção entre regras e princípios ( Alexy) 15- o conflito de regras se resolve na dimensão da 280/281 281/283 princípios tudo se passa de modo inteiramente distinto conforme adverte Alexy. Antes quer dizer elucida Alexy que, em determinadas circunstâncias, um princípio cede ao outro ou que, em situações distintas, a questão da prevalência se pode resolver de forma contrária. Com isso afirma Alexy, cujos conceitos estamos literalmente reproduzindo se quer dizer que os princípios têm um peso diferente nos casos concretos, e que o princípio de maior peso é o que prepondera. Já, os conflitos de regras assevera o eminente Jurista se desenrolam na dimensão da validade, ao passo que a colisão de princípios, visto que somente princípios válidos podem colidir contra o conceito de princípio formulado por Alexy: três objeções principais. primeira forceja por demonstrar a existência de colisões de princípios que se resolvem mediante a declaração de invalidade de um deles.A segunda objeção envolve a ocorrência de princípios absolutos. Jamais podem eles ser colocados, porém, numa relação de preferência perante outros princípios.A terceira objeção é a de que o conceito de princípio é demasiado vasto e, portanto, imprestável, ou seja, inútil, porque faria objeto de avaliação todos os interesses possíveis. distinção entre regras e princípios é também, como já vimos sumariamente, um dos pontos centrais da original concepção de Dworkin sobre normas jurídicas.Vejamos, a seguir, abreviadamente, o pensamento de Dworkin acerca dos princípios, cuja normatividade foi, conforme temos reiteradamente assinalado, dos primeiros em admiti-la com toda a consistência e solidez conceitual. “validade” a colisão de princípios na dimensão do “valor” 16. as objeções ao conceito de princípio de Alexy 17. a teoria dos princípios é hoje o coração das constituições: a contribuição de Dworkin na idade do pós positivismo 283/284 284/285 Dworkin. As regras, segundo ele, são aplicáveis à maneira do tudo ou nada. se ocorrem os fatos por elas estipulados averba ele então a regra será válida e nesse caso a resposta que der deverá ser aceita . o conceito de validade da regra é o conceito de tudo ou nada apropriado para a mesma. as soluções possíveis para o conflito referidas por dworkin, são as seguintes um sistema legal pode regular tais conflitos por outras regras, de preferência a que for decretada pela autoridade mais alta; a regra que houver sido formulada primeiro; a mais específica ou algo dessa natureza e, finalmente, a que tiver o apoio dos princípios mais importantes.Só as regras ditam resultados pondera Dworkin não importa o que aconteça. Se um resultado contrário se alcança, a regra é abandonada ou alterada De antiga fonte subsidiária de terceiro grau nos Códigos, os princípios gerais, desde as derradeiras Constituições da segunda metade deste século, se tornaram fonte primária de normatividade. Os princípios são, por conseguinte, enquanto valores, a pedra de toque ou o critério com que se aferem os conteúdos constitucionais em sua dimensão normativa mais elevada. A "jurisprudência dos valores", que é a mesma "jurisprudência dos princípios", se interpenetra com a "jurisprudência dos problemas" e domina o constitucionalismo contemporâneo.Forma a espinha dorsal da Nova Hermenêutica na idade do pós-positivismo e da teoria material da Constituição. Fornece, por isso mesmo, os critérios e meios 18.as distintas dimensões dos principios: fundamentadora, interpretativa, supletiva, integrativa, diretiva e limitativa ( Trabucchi e Bobbio) 19.a conexidade da “jurisprudência dos valores “ ou “ jurisprudência dos princípios” com a “jurisprudência dos problemas” ( a tópica) 285/286 286/288 interpretativos de que se necessita para um mais amplo acesso à tríade normativa. Os princípios têm, desse modo, contribuído soberanamente para a formação de uma terceira posição doutrinária verdadeiramente propedêutica a uma teoria dos princípios,QuandoForsthoff investiu desesperadamente contra a jurisprudência dos valores na década de 1960, ressaltou, com extrema lucidez, no calor da polêmica, conforme demonstrou García de Enterría, que "a superação do positivismo de nenhum modo pode implicar o abandono da positividade do Direito". A proclamação da normatividade dos princípios em novas formulações formulações conceituais e os arestos das Cortes Supremas no constitucionalismo contemporâneo corroboram essa tendência irresistível que conduz à valoração e eficácia dos princípios como normas-chaves de todo o sistema jurídico; normas das quais se retirou o conteúdo inócuo de programaticidade, mediante o qual se costumava neutralizar a eficácia das Constituições em seus valores referenciais, em seus objetivos básicos, em seus princípios cardeais.'Diremos então que os princípios de Direito Público contidos na Constituição são normas jurídicas; mas não só isso, enquanto a norma é um marco dentro no qual existe uma certa liberdade, o princípio tem substância integral .A norma é limite, o princípio é limite e conteúdo O princípio estabelece uma direção estimativa, em sentido axiológico, de valoração, de espírito O princípio exige que tanto a lei como o ato administrativo lhe respeitem 20. a jurisprudência dos princípios, enquanto “jurisprudência dos valores” domina a idade do pós-positivismo 21.Os princípios são as normas chaves de todo sistema jurídico 288/289 289/294 A esta altura, os princípios se medem normativamente, ou seja, têm alcance de norma e se traduzem por uma dimensão valorativa, maior ou menor, que a doutrina reconhece e a experiência consagra.Como vão longe os tempos em que os princípios, alojados nos Códigos, exercitavam unicamente a função supletiva ou subsidiária, vinculados à "questão da capacidade ou suficiência normativa do ordenamento jurídico", conforme a doutrina positivista da compreensão do Direito como mero sistema de leis, com total exclusão de valores, ou seja, com ignorância completa da dimensão axiológica dos princípios Postos no ponto mais alto da escala normativa, eles mesmos, sendo normas, se tornam, doravante, as normas supremas do ordenamento. Servindo de pautas ou critérios por excelência para a avaliação de todos os conteúdos normativos, os princípios, desde sua constitucionalização, que é ao mesmo passo positivação no mais alto grau, recebem como instância valorativa máxima categoria constitucional, rodeada do prestígio e da hegemonia que se confere às normas inseridas na Lei das Leis. Com esta relevância adicional, os princípios se convertem igualmente em norma normarum, ou seja, norma das normas. Ocorre isto, em verdade - podemos asseverar - quando, no dizer de Gordillo Cañas, a Constituição incorpora uma "ordem objetiva de valores", qual acontece, segundo ele, desde que a dignidade da pessoa humana e os direitos da personalidade entram a figurar como esteios da "ordem política e da paz social". A Constituição faz transparecer com os princípios uma "superlegalidade material" e se torna, prossegue Gordillo Cañas, simultaneamente, "fonte primária do ordenamento e ao mesmo tempo fonte subordinada do mesmo: ao obter este sua primária expressão reflexa, se declara derivado e subordinado à ordem dos 22. A teoria contemporânea dos princípios: do tratamento jusprivatista nos Códigos ao tratamento juspublicístico nas Constituições, com o advento de um novo Estado de Direito 23. Os princípios gerais de direito e os princípios constitucionais 294/294 valores socialmente professados". A Constituição, segundo esse jurista, aparece também como "gérmen principal do ordenamento", e "é o elemento que faltava para a explicação acabada e satisfatória da teoria das fontes". Enfim, assevera ainda Gordillo Cañas, "a Constituição, ao mesmo tempo que fonte primária em sua consideração formal, é fonte material ou de conteúdo", porquanto – pondera igualmente "não só assinala o ubi jus, senão que indica também o unde jus", ou seja, onde o Direito se localiza e onde o Direito procede. Dos juristas brasileiros que de último proclamaram a normatividade dos princípios, lugar de destaque o professor Eros Roberto. "Pois bem, quanto aos princípios positivos do Direito, evidentemente reproduzem a estrutura peculiar das normas jurídicas. Quem o contesta, forçosamente teria de admitir, tomando-se a Constituição, que nela divisa enunciados que não são normas jurídicas. Assim, por ex., quem o fizesse haveria de admitir que o art. 5º, caput, da Constituição de 1988 não enuncia norma jurídica ao afirmar que 'todos são iguais perante a lei” 24. A teoria dos princípios no direito constitucional brasileiro
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