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aula 7 pratica penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
MATIAS, nacionalidade, estado civil, com identidade nº xx expedido pelo xx, inscrito no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliado na rua xx, vem por meio de seu advogado (procuração em anexo) com base no art.5º, LXV, da CRFB/88 requerer:
	RELAXAMENTO DE PRISÃO
Pelos fatos e fundamentos que passo a expor:
DOS FATOS
No dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, Matias conduzia veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, pela Av. Brasil, na Comarca da Capital, na altura do nº YY, quando foi abordado por uma guarnição da Policia Militar, sendo certo que os policiais constataram que o Matias dirigia veículo produto de crime. Desta maneira, Matias foi preso em flagrante delito pelos Policiais Militares como incurso nas penas do art. 180,do CP.
Já em sede policial, a Sra. Miranda, proprietária do veículo,reconhece (supostamente) o autor do crime de roubo, ocorrido 2 dias antes( 13/11/2016).
DOS FUNDAMENTOS:
	Da Consumação do Crime de Roubo
O momento consumação do crime de roubo é aquele que o objeto material(res furtiva) do crime sai da esfera de disponibilidade da vítima posição sumulada:
Súmula 528: “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada”
Fato que teria ocorrido no dia 13/11/2019 rompendo assim com qualquer razoabilidade para prisão em fragrante pois do momento de consumação do crime para a prisão são 3 dias de diferença.
	Da Ilegalidade da Prisão
No Brasil só pode ser preso em flagrante delito ou por ordem judicial conforme art.5º, LXI é claro ao dizer: Ninguém será preso se não em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judicial (...) em desrespeito a esse preceito constitucional e norma fundamental o Sr. Matias ainda se encontra preso, no que pese inconstitucional a prisão ao qual no mínimo deveria o suspeito após depoimento ser liberado e o veículo apreendido.
O art.302, do CPP elenca o que se define como flagrante:
(i) está cometendo a infração penal;
(ii) acaba de cometê-la;
(iii) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração;
(iv) é encontrado logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Ao ler os fatos, e ler o art.302 só nós cabe saber o que quer dizer LOGO APÓS a doutrina penal mais especificadamente o desembargado Paulo Rangel nos guia dizendo:
"O STJ adota o critério da razoabilidade para saber o que se deve entender pela expressão LOGO APÓS. Vejamos a ementa: Penal. Roubo qualificado. Flagrante. Habeas Corpus. Recurso. (...) 2. A expressão logo após, constante do artigo da lei, não significa minutos depois ou instantes seguintes, podendo ser lida como tempo razoável entre a ocorrência do fato criminoso e perseguição ininterrupta até a localização do agente(HC nº 1.014. Habeas Corpus. Relator Ministro Edson Vidigal. Publicação Dj: 11/5/1992. Julgamento: 16/3/1992 - Quinta Turma) g.n." [footnoteRef:1] [1: RANGEL, Paulo, Direito Processual Pena, 17 ed., editora gen, de 2019] 
Absolutamente não é prisão em flagrante o caso aqui presente o que nos leva a única possibilidade a abertura de uma portaria nos termos do art.5, do CPP o art. 310, I, do CPP é categórico ao dizer que essa prisão deve ser relaxada pois é ilegal e inconstitucional se faz compulsória a expedição do alvará de soltura. 
DAS PROVAS
Protesta pela produção de prova documental, sem prejuízo dos demais meios de provas.
DOS PEDIDOS:
Por todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência
a) O reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante delito, com consequente RELAXAMENTO DA PRISÃO expedindo-se o competente ALVARÁ DE SOLTURA em favor do Requerente, por ser medida da mais salutar justiça.
b) Por fim, o Requerente firma compromisso de comparecer a todos os atos de persecução penal, ocasião que provará sua inocência.
Nesses termos, Pede deferimento.
Local e Data.
OAB/UF

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