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XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 
 
Análise de riscos ergonômicos através da adaptação do FMEA como 
ferramenta de avaliação e gerenciamento. 
 
 
Eduardo Ferro dos Santos (UNIFEI) - eduardo@ergobrasil.com 
Antônio Paixão (UNIFEI) - antonio_paixao@hotmail.com 
 
 
Resumo 
Este trabalho tem por objetivo propor a metodologia de uma avaliação de riscos 
ergonômicos através da adaptação da ferramenta FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) 
visando a identificação, priorização, e controle de condições ergonômicas, auxiliando as 
organizações e profissionais no desenvolvimento eficiente de um sistema de gerenciamento 
ergonômico . 
Palavras chave: ergonomia, FMEA, gerenciamento. 
 
 
1. Introdução 
A metodologia de Análise do Tipo e Efeito de Falha, conhecida como FMEA (do inglês 
Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que em princípio busca evitar falhas 
potenciais por meio da análises e propostas de melhoria, que possam ocorrer em projetos de 
produto ou em processos (Ben-Daya et al, 1996). 
Os principais objetivos na aplicação do FMEA são: identificar as falhas potenciais nos 
processos; avaliar o risco destas falhas; priorizar as ações a seram tomadas para minimizar ou 
eliminar esse risco; analisar novos processos; priorizar recursos para a elaboração de um 
plano de controle; avaliar a eficácia de planos de controle existentes; identificar características 
especiais. 
Apesar de ter sido desenvolvida com um enfoque no projeto de novos produtos e processos, a 
metodologia FMEA, pela sua grande utilidade, passou a ser aplicada de diversas maneiras. 
Assim, ela atualmente é utilizada para diminuir as falhas de produtos e processos existentes, 
procurando diminuir a probabilidade de falha em processos administrativos (Oliveira, 1997). 
Tem sido empregada também em aplicações específicas tais como análises de fontes de risco 
em engenharia de segurança e conforme descrita neste artigo, podendo ser uma ferramenta 
potente no auxílio na elaboração da análise ergonômica do tabalho. 
2. Análise Ergonômica do Trabalho 
Segundo Couto (1996), a análise ergonômica do trabalho, prevista na legislação brasileira 
desde 1990, na portaria 3214/78 em sua Norma Regulamentadora número 17, se propõe em 
vista a procurar fazer uma análise das atividades em uma organização, tendo como 
pressuposto o que o trabalhador faz em todo o processo produtivo, identificando os riscos 
ergonômicos em que o mesmo encontra-se exposto. Atraves desta identificação, a análise 
propõe-se a ações de melhoria visando uma melhor adaptação homem x trabalho, de modo 
que os fatores físicos e organizacionais do trabalho não sejam agressivos a saúde e segurança 
dos fucionários, assegurando com isso formas produtivas com o mínimo de erros e danos a 
organização. 
Para Moutmollin (apud Proença, 1993), a análise ergonômica do trabalho permite não 
somente categorizar as atividades dos trabalhadores como também estabelecer a narração 
dessas atividades permitindo, consequentemente, modificá-las. 
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 
 
Fialho (1997), relata que através da análise do trabalho é possível entender a atividade dos 
trabalhadores (incluindo, por exemplo, postura, esforços, informação, condições ambientais, 
psiquicas, dentre outras) como uma resposta pessoal a uma série de determinantes, algumas 
das quais relacionadas à empresa (organização do trabalho formal, restrições de tempo, etc.) e 
outras relacionadas ao operário (idade, características pessoais, experiência, etc.). 
A estrutura da Análise Ergonômica do Trabalho se propõe à partir da análise da demanda, 
seguida pela análise da tarefa e das atividades (determinando os componentes da situação de 
trabalho que serão analisados e medidos), e a elaboração de um conjunto de resultados que 
interpretados, constituem um modelo da situação e provisão de melhoria na condição de 
trabalho. (Vidal, 2002). Para Fialho (1997), a demanda pode ter origem de pessoas ou de 
grupos diversos da empresa. Ela pode se originar diretamente dos trabalhadores, das 
organizações sindicais ou mesmo da direção da empresa. 
A análise em campo começa na análise do posto de trabalho, ou da função exercida. 
Diferentes técnicas são utilizadas: observação direta, observação clínica, registro de variáveis 
fisiológicas, cinesiológicas, ambientais, psicologicas, consolidando em uma coleta de dados 
relacionados à informações gerais do em estudo. Deve ser ressaltada sempre a importância da 
participação dos trabalhadores, sua participação não deve ser limitada à uma simples coleta de 
opiniões, mas deve servir de grande auxílio na descrição da realidade do trabalho, das 
atividades perceptivas, cognitivas e motoras dos mesmos, sendo esta uma forma de validar as 
informações (Wisner, 1987). 
A partir disso, são reconhecidas e classificadas as principais atividades desenvolvidas pelo 
operador no posto de trabalho ou função, identificados os riscos ergonômicos, identificados os 
impactos ergonômicos (patologias, desconfortos, acidentes), e por meio de conclusão são 
seguidas sugestões de modificações com a finalidade de aliviar os males detectados. 
Conforme propõe Vidal (2002) nesta fase devem ser apresentadas e discutidas a viabilidade 
das medidas corretivas com a direção da empresa, com o objetivo de se firmar um 
compromisso que constituirá a base dos trabalhos de mudanças do posto ou função. 
Segundo Couto (2001), para que se identifique os riscos ergonômicos, diversas ferramentas 
podem ser aplicadas, variando de acordo com o tipo de atividade, tipo de risco, e realidade 
observada na organização. Através da aplicação de ferramentas pode-se classificar as 
situações de risco de baixo risco a alto risco, ou classificar o posto ou função em condição 
ergonômica de excelente a péssima. Dentre as principais ferramentas, propõe-se os métodos 
de Moore e Garg, Latere, Niosh, Rula, Couto, Check Lists, Colombini e Borg, Suzzane 
Rodgers, Owas, dentre outros, operando em variáveis qualitativas, quantitativas, e semi 
quantitativas. 
Conforme comentado anteriormente quanto a obrigatoriedade legal da realização da análise 
ergonômica do trabalho pelas organizações, seu propósito também vai ao ponto de que os 
riscos devem ser controlados, reduzidos ou eliminados, antes mesmo que possam vir a 
ocorrer. 
Uma das grandes dificuldades no gerenciamento das condições de melhoria evidenciadas é a 
relação da característica do posto de trabalho ou função, com a severidade e a probabilidade 
de ocorrência dos danos. Grande parte das análises realizadas nas organizações classificam a 
situação de trabalho baseando-se apenas na aplicação de ferramentas de avaliação, o que faz 
as vezes com que um posto ou situação de trabalho de pouca exposição seja caracterizado 
problemático e de alto risco por não apresentar boas características de conforto biomecânico, 
enquanto outro posto de trabalho de alta exposição, com características pouco melhores nos 
fatores biomecânicos, seja classificado como baixo risco ou pouco problemático. Podemos 
dizer então que a diferença está que, na primeira situação descrita, o trabalhador quase não 
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 
 
tem exposição ao alto risco evidenciado, o que faz a probalilidade de ocorrência seja menor, 
enquanto que na outra, a exposiçao é maior, o risco biomecânico teve como resultado ser 
menor que o primerio, mas devido a essa grande exposição, isso faz com que a probabilidade 
neste caso, seja maior. 
Diretrizes normativas em Saúde e Segurança do Trabalho, como a BS 8800 e a OHSAS 
18001 já especificam as análises de severidade e ocorrência de riscos como ferramenta 
indispensável no gerenciamento e controle. Para que possamos então descrever uma 
metodologia de análise ergonômica do trabalho, através da identificação dos perigos e riscos 
ergonômicos, e relacionarmos os mesmos a crítérios de gravidade e probabilidade, seria então 
necessáriopropor uma ferramanta já bem conhecida na identificação de prioridades, o FMEA. 
3. FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) 
Segundo Helmam (1995), a metodologia do FMEA pode ser aplicada tanto no 
desenvolvimento do projeto do produto como do processo. As etapas e a maneira de 
realização da análise são as mesmas, ambas diferenciando-se somente quanto ao objetivo. 
Assim as análises de FMEA são classificadas em: 
− Produto: na qual são consideradas as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das 
especificações do projeto. É comumente denominada também de FMEA de projeto. 
− Processo: são consideradas as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o 
objetivo desta análise é evitar falhas do processo, tendo como base as não conformidades 
do produto com as especificações do projeto. 
 
Segundo Oliveira (1997), há ainda um terceiro tipo que é o FMEA de procedimentos 
administrativos. Nele analisa-se as falhas potenciais de cada etapa do processo com o mesmo 
objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha. 
O FMEA é um método analítico padronizado para detectar e eliminar problemas potenciais de 
forma sistemática e completa, mediante um raciocínio basicamente dedutivo, sem a exigência 
de cálculos sofisticados. 
Pode-se aplicar a análise FMEA nas seguintes situações: 
− para diminuir a probabilidade da ocorrência de falhas em projetos de novos produtos ou 
processos; 
− para diminuir a probabilidade de falhas potenciais (ou seja, que ainda não tenham ocorrido) 
em produtos/processos já em operação; 
− para aumentar a confiabilidade de produtos ou processos já em operação por meio da 
análise das falhas que já ocorreram; 
− para diminuir os riscos de erros e aumentar a qualidade em procedimentos administrativos. 
 
Segundo Takezawa e Takanashi (apud Ginn et al, 1998), o método FMEA também 
proporciona: 
− Clara definição do sistema, processos e composição 
− Investigação de fatores e causas dos problemas e modos de falhas 
− Estudo dos efeitos dos problemas e prioridades dos fatores causais 
− Investigar os efeitos relacionados as causas, e identificar as medidas prioritárias a serem 
tomadas 
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 
 
 
Como seu desenvolvimento é formalmente documentado, permite a padronização de 
processos, registrar históricos de análises de falhas para posteriormente ser usado em outras 
revisões de produtos ou processos, e no encaminhamento de ações corretivas e preventivas. 
4. A aplicação do FMEA na análise ergonômica do trabalho 
O princípio da metodologia é o mesmo tipo de FMEA de processo. A análise consiste 
basicamente na identificação de um processo em questão de suas funções, as atividades 
desenvolvidas, os principais problemas ergonômicos que possam ocorrer, e os efeitos 
possíveis causados pelo problemas evidenciados. Em seguida serão avaliados os riscos de 
cada atividade por meio de índices e, com base nesta avaliação, são tomadas as ações 
necessárias para diminuir estes riscos. Abaixo, descrevemos as etapas para a aplicaçao da 
metodologia: 
a) Planejamento 
Esta fase é realizada pelo responsável pela aplicação da metodologia e compreende a 
descrição dos objetivos e abrangência da análise (análise da demanda): em que identifica-se 
quais os postos ou funções serão analisados; e a formação dos grupos de trabalho: em que se 
define se as atividades serão realizadas por ergonomistas consultores externos (prestadores de 
serviços) ou em consultores internos (comitê de ergonomia, CIPA, ou responsáveis do 
departamento de saúde e segurança do trabalho). Em todos os casos é necessário a seleção 
através de competências, atitudes e habilidades de todos os membros envolvidos, seja em 
ergonomista profissional, ou em um grupo treinado e habilitado para as funções. Os 
responsáveis então conduzem a preparação da documentação, planilhas, modelos, e seleção de 
ferramentas. 
b) Análise das atividades 
Esta fase é realizada pelo discussão e preenchimento de um formulário (planilha) adaptada 
pelo método FMEA, podendo ser de acordo com os passos que seguem abaixo conforme 
propostos por Cicco (1999): 
1. Definição das funções ou postos de trabalho 
2. Descrição das atividades desenvolvidas: Classificar as atividades de trabalho, prepara uma 
lista de atividades abrangendo propriedades, características, procedimentos, trabalho 
prescrito x trabalho realizado 
3. Identificação dos tipos de problemas ergonômicos (perigos) para cada função. Levar em 
consideração quem e como podem sofrer os danos 
4. Diagnosticar previamente os efeitos (riscos) para cada problema, seja ele patológico ou 
organizacional 
c) Avaliação dos Riscos 
Nesta fase são definidos para cada item os índices de severidade (S), ocorrência (O) e 
condição ergonômica do posto ou função (E), sendo esta última a que se difere do FMEA 
tradicional, que trata de detecção da falha (D), nesta adaptação utiliza-se (E) como uma 
condição ergonômica do posto, obtida através da aplicação de ferramentas de avaliação 
ergonômica já proposta em diversos tipos por diversos autores. Para cada risco ergonômico, 
de acordo com critérios previamente definidos pela organização são obtidos os níveis (um 
exemplo de interpretação S, O, E, que pode ser utilizado, é apresentado nas tabelas abaixo, 
mas o ideal é que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a sua realidade 
específica). Depois são calculados os coeficientes de prioridade de risco (PR), por meio da 
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 
 
multiplicação dos três índices. 
Quando um índice estiver sendo avaliado, os demais não podem ser levados em conta, ou 
seja, a avaliação de cada índice é independente. Por exemplo, se estamos avaliando o índice 
de severidade de uma determinada causa cujo efeito é significativo, não podemos colocar um 
valor mais baixo para este índice somente porque a probabilidade de detecção seja alta. 
 
INDICE SEVERIDADE EMPRESA EMPREGADO 
5 Muito Alta Perda de homens x hora, perda de 
funcionários, afastamentos, ações 
judiciais, descontentamento da 
empresa e empregados, não 
atendimento a legislação 
Lesões múltiplas e de grande aspecto. 
Pode provocar invalidez, 
4 Alta Perda de homens x hora, 
afastamentos, ações judiciais, 
descontentamento da empresa e 
empregados, não atendimento a 
legislação 
Pode gerar reclamação e afastamento do 
trabalho, lesões únicas de grande aspecto 
3 Moderada Perda de horas, ações judiciais, 
descontentamento dos empregados
Pode gerar reclamação e lesão, porém 
sem afastamento, lesões que necessitam 
intervenção 
2 Pequena Diminuição na programação da 
produção, ações judiciais, 
descontentamento dos empregados
Pouco grave, pode gerar reclamação do 
funcionário referente ao desconforto 
constante, lesões que podem ter 
tratamentos voluntários 
1 Mínima Aspectos inalterados Sem gravidade, pode gerar incômodo ou 
desconforto temporário do funcionário 
Fonte: (Adaptado de Ginn et al, 1998) 
Quadro 1 – Classificação do índice de severidade 
 
INDICE OCORRÊNCIA HISTÓRICO PROGNÓSTICO 
5 Freqüente Há uma rotina constante de 
reclamações, incidentes, acidentes 
com e sem afastamentos 
Ocorrência esperada se repetir várias 
vezes ao longo da vida útil da 
instalação 
4 Provável Já houve acidentes com 
afastamentos 
Ocorrência esperada ao longo da vida 
útil da instalação 
3 Improvável Já houve incidentes ou acidentes 
sem afastamento 
Baixa probabilidade de ocorrência ao 
longo da vida útil da instalação 
2 Remota Existem queixas do risco, porém 
sem ocorrência 
Ocorrência não esperada ao longo da 
vida útil da instalação. 
1 Extremamente 
Remota 
Nunca Ocorreu Teoricamente possível, mas de 
ocorrência extremamente improvável 
ao longo da vida útil da instalação 
Fonte: (Adaptado de Ginn et al, 1998) 
Quadro 2 – Classificação do índice de ocorrência 
 
Índice Condição em Ergonomia Risco Ergonômico 
5 Péssima Altíssimo4 Ruim Alto 
3 Razoável Médio 
2 Boa Baixo 
1 Excelente Inexistente 
Fonte: (Adaptado de Couto, 1996). 
Quadro 3 – Classificação do índice de ergonomia.. 
XXIII ENEGEP - Ouro Preto, MG, Brasil, 22a 24 de outubro de 2003 
 
 
d) Observações em ergonomia 
Para o índice de ergonomia, devem ser selecionadas ferramentas e seus valores devem ser 
interpretados através de índices numéricos,. Quando a ferramenta já apresentar um índice 
numérico, o mesmo deve ser incorporado, caso contrário deve ser formulado. 
e) Conduta Ergonômica 
Nesta fase, utiliza-se os conhecimentos, criatividade e até mesmo outras técnicas como 
brainstorming. Lista-se todas as ações que podem ser realizadas para diminuir os riscos. Estas 
medidas podem ser em de eliminação, minimização, neutralização, controle, e/ou medidas que 
melhorem a condição ergonômica do posto de trabalho ou função. 
Estas medidas são analisadas quanto a sua viabilidade, sendo então definidas as que serão 
implantadas. Uma forma de se fazer o controle do resultado destas medidas é pelo próprio 
formulário FMEA por meio de colunas que onde ficam registradas as medidas recomendadas 
pelo grupo, nome do responsável e prazo, medidas que foram realmente tomadas e a nova 
avaliação dos riscos. 
f) Melhoria contínua 
A análise ergonômica do trabalho pelo formulário FMEA é um documento “vivo”, ou seja, 
uma vez realizada uma análise qualquer, esta deve ser revisada sempre que ocorrerem 
alterações. Além disso, mesmo que não haja alterações deve-se regularmente revisar a análise 
confrontando os riscos potenciais imaginados com os que realmente vem ocorrendo no dia-a-
dia, de forma a permitir a incorporação de riscos não previstos, bem como a reavaliação, com 
base em dados objetivos, dos riscos já previstos pelo grupo. 
 
Processo Evento Falha Medidas de controle 
existentes 
S O D PR Medidas a serem 
tomadas 
 
 
Fonte: (Ginn et al, 1998) 
Tabela 1 – Modelo de FMEA 
 
Posto de trabalho 
/ função 
Atividades 
desenvolvidas 
Perigo Risco S O E PR Conduta 
Ergonômica 
 
 
Fonte: (Adaptado de Ginn et al, 1998) 
Tabela 2 – Modelo proposto de análise ergonômica do trabalho através da adaptação do FMEA 
 
g) Complementos 
Na tabela de análise, ainda podemos acrescentar colunas, como: setor; características do posto 
de trabalho ou função; tempo; frequência; medidas de controle existentes; funcionários ou 
cargos expostos; além do plano de ação de gerenciamento ergonômico. 
5. Conclusão 
A metodologia de análise ergonômica através da adaptação do FMEA, além da sua visão de 
clara definição, objetividade, interpretação, usabilidade, e multidisciplinariedade, pode 
proporcionar para a empresa o aumento da qualidade na identificação de aspectos de saúde e 
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segurança do trabalho, permitindo um sistema de documentação de atividades, seus riscos e 
ações. Proporciona também uma integração ainda maior com informações analisadas em 
possíveis diagnósticos e nexos causais, devido ao acesso de informações mais detalhadas dos 
problemas nos diversos postos e funções da organização. 
 
Além da eficácia na análise, a inclusão de um FMEA na ergonomia é importante na 
padronização de um sistema de gerenciamento ergonômico eficiente na organização, baseado 
em dados, históricos e monitoramento (melhoria contínua), fazendo com que a organização 
tenha uma melhor controle e diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de 
acidentes e afastamentos. 
 
Referências 
BEN-DAYA, M. & RAOUF, A. (1996). A revised failure mode and effects analysis model. International Journal 
of Quality & Reliability Management. Vol. 13, n.1, p.43-47. 
CICCO, F. (1999). Manual sobre sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho, Volume III. Ed. Risck 
Tecnologia. São Paulo, SP. 
COUTO, H.A. (1996). Ergonomia aplicada ao trabalho, Volume II. Ed. Ergo Ltda. Belo Horizonte, MG. 
COUTO, H.A. (2001). Como implantar a ergonomia na empresa. Ed. Ergo Ltda. Belo Horizonte, MG. 
FIALHO, F. & SANTOS, N. (1997). Manual de análise ergonômica do trabalho. Ed. Genesys. Curitiba, PR 
GINN, D. M & JONES, D.V & RAHNEJAT, H & ZAIRI, M. (1998). The “QFD/FMEA interface”. European 
Journal of Innovation Management. Vol. 1, n.1, p.7-20. 
HELMAN, H. & ANDERY, P.R.P. (1995). Análise de falhas (aplicação dos métodos de FMEA – FTA). Ed. 
Líttera Maciel Ltda. Belo Horizonte, MG. 
OLIVEIRA, C. B. M. & ROZENFELD, H. (1997). Desenvolvimento de um módulo de FMEA num sistema 
comercial de CAPP. Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Anais. Gramado, RS. 
PROENÇA, R. P. C. (1993). Ergonomia e organização do trabalho em projetos industriais: uma abordagem no 
setor de alimentação coletiva. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção, UFSC. Florianópolis, SC. 
WISNER, A. (1987). Por dentro do trabalho. Ergonomia: método e técnica. Ed. FTD/Oboré. São Paulo, SP.

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