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Teoria da Contabilidade Aula 5 - Núcleo fundamental I – ativo, passivo e patrimônio líquido INTRODUÇÃO Ao longo de nosso estudo, identificamos o objetivo das demonstrações contábeis: fornecer informações contábil- financeiras sobre a entidade para usuários externos quando da tomada de decisões que envolvem recursos econômicos. Já sabemos, também, que, para apresentar tais demonstrações, primeiro, devemos seguir o processo contábil, que inclui as etapas de reconhecimento, mensuração e evidenciação. Nesta aula, trataremos, especificamente, do reconhecimento e da mensuração dos elementos das demonstrações contábeis – aqueles diretamente relacionados à posição patrimonial e financeira no Balanço Patrimonial (ativos, passivos e patrimônio líquido). OBJETIVOS Definir os conceitos de ativo, passivo e patrimônio líquido; Identificar os critérios de reconhecimento e de mensuração e avaliação desses elementos. ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Para darmos início à aula, utilizaremos, aqui, os conceitos trazidos pela Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro (glossário) – documento que conhecemos na Aula 3. Não a escolhemos por ser uma norma, mas porque faz parte da evolução da teoria contábil, já que congrega os estudos de várias doutrinas até o momento. Vamos retomar, então, as noções básicas de ativo, passivo e patrimônio líquido presentes nesse Pronunciamento: Fonte: Disponível em: https://managemanager.files.wordpress.com/2011/09/ativo-passivo.jpg. Acesso em: 29 jan. 2016. Fonte da Imagem: bluebay / Shutterstock O ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. O passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. O patrimônio líquido representa o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. Observe que essas definições identificam as características essenciais de cada um desses elementos, mas não procuram especificar os critérios necessários a seu reconhecimento e a sua adequada evidenciação no Balanço Patrimonial. Aqui, vamos listar e entender tais critérios. Vamos lá? RECONHECIMENTO Fonte: popular business / Shutterstock Para que sejam reconhecidos, os elementos das demonstrações contábeis devem obedecer a dois critérios principais: PROBABILIDADE e CONFIABILIDADE. Fonte da Imagem: Levent Konuk / Shutterstock O primeiro critério indica que é provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a entidade ou flua dela – independentemente de ser um valor certo ou não. Em outras palavras, para que possamos reconhecer um ativo ou passivo e, assim, realizar seu registro contábil, é imprescindível analisarmos a probabilidade ou o grau de incerteza dessa fluidez. Por exemplo, o fato de um funcionário colocar a empresa em que atua na Justiça, reclamando direitos trabalhistas, por si só, não admite o reconhecimento do passivo – provisão. Em função dessa disputa judicial, para que possamos reconhecê-lo, é necessário sabermos se a saída de benefícios econômicos – recursos – da empresa será mesmo provável. Fonte da Imagem: Rodrigo Bellizzi / Shutterstock O segundo critério de reconhecimento indica que o elemento deve possuir custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade. Em muitos casos, esse custo precisa ser estimado. O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração das demonstrações contábeis e não prejudica sua confiabilidade. Vamos retomar o exemplo anterior, em que um funcionário colocou a empresa onde trabalha na Justiça, a fim de reclamar sobre seus direitos. Além de identificar a probabilidade de saída de benefícios econômicos futuros da companhia, para reconhecermos o passivo – provisão –, precisaremos mensurá-la, ou seja, identificar o quanto essa saída será provável. Atenção! , De acordo com Hendriksen e Van Breda (2007), obrigações contingentes que dependem de eventos futuros devem ser consideradas apenas quando existir uma boa probabilidade de que tais eventos ocorrerão e desde que o fato gerador esteja relacionado, de alguma forma, com o passado ou com o presente. PROVISÃO Nem sempre, é possível saber, com certeza, qual será o valor desembolsado. Nesse caso, então, o valor a ser provisionado ou o passivo a ser registrado deverá se basear na melhor estimativa de desembolso na data do Balanço Patrimonial. Para entender melhor os critérios de reconhecimento do ativo e do passivo, observe o esquema a seguir... Fonte da Imagem: Um ativo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando: For provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade; Seu custo ou valor puder ser mensurado com confiabilidade. Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser: Fonte da Imagem: Um passivo deve ser reconhecido no Balanço Patrimonial quando: For provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão da entidade para terceiros, exigida a liquidação de obrigação presente; O valor dessa liquidação puder ser mensurado com confiabilidade. Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a entidade de diversas maneiras. Esse processo referente ao passivo pode ocorrer através de: MENSURAÇÃO E AVALIAÇÃO Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes monetários por meio dos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e apresentados no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado. Esse processo envolve a seleção da base específica de mensuração, que pode ser: Fonte da Imagem: Observe que todas as bases de mensuração citam o valor justo (glossário). A base mais adotada pelas entidades na elaboração de suas demonstrações contábeis é o custo histórico, mas ela não é a única. Normalmente, combina-se esta com outras bases de mensuração no processo de avaliação para evidenciar as demonstrações no fim dos períodos. Por exemplo: Os estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor líquido de realização; Os títulos e valores mobiliários negociáveis podem, em determinadas circunstâncias, ser mantidos a valor de mercado; O imobilizado pode, após o reconhecimento inicial, ser mensurado pelo custo ou por reavaliação; Os passivos decorrentes de pensões são mantidos por seu valor presente. Já os ativos imobilizados obtidos a título gratuito devem ser registrados pelo valor justo na data de sua aquisição. Nesse caso, devemos considerar ou: O valor resultante da avaliação feita com base em procedimentos técnicos; O valor patrimonial definido nos termos da doação. Além disso, em algumas situações, determinadas entidades usam a base de custo corrente como resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não monetários. ATIVIDADE PROPOSTA Suponha que, no mês de janeiro, você tenha vendido a prazo alguns ativos para outra entidade. O vencimento de tais contas a receber será em fevereiro. Em que período essa venda deverá ser registrada? Resposta Correta 1. O Balanço Patrimonial deve representar, adequadamente e em determinada data, as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendem aos critérios de: Provisão Integridade Mensuração Comparabilidade Reconhecimento Justificativa 2. Nos termos do Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, que dispõe sobre a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, essas demonstrações retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das transações e outros eventos, agrupando-os em classes de acordo com suas características econômicas. Essas classessão chamadas de elementos das demonstrações contábeis. Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira são: Ativo e passivo. Ativo, receitas e despesas. Passivo e patrimônio líquido. Ativo, passivo e patrimônio líquido. Ativo, passivo, receitas e despesas. Justificativa 3. A constatação de valor monetário para itens do ativo e do passivo, decorrente da aplicação de procedimentos técnicos suportados em análises qualitativas e quantitativas, é definida como: Mensuração Reavaliação Revalorização Avaliação patrimonial Atualização monetária Justificativa 4. Nos termos do Pronunciamento Conceitual Básico (R1), a mensuração dos elementos das demonstrações contábeis é o processo em que são determinados seus montantes monetários e a forma como devem ser reconhecidos e apresentados tanto no Balanço Patrimonial quanto na Demonstração do Resultado. Entre as bases de mensuração apresentadas nesse Pronunciamento, aquela que estabelece que os passivos são mantidos por seus montantes de liquidação é o: Valor justo Valor presente Valor realizável Custo corrente Custo histórico Justificativa 5. O princípio de Contabilidade que trata de julgamentos necessários às estimativas em condições de incerteza, de forma que os ativos e receitas não sejam superestimados, e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração, é chamado de: Prudência Competência Continuidade Oportunidade Registro pelo valor original Justificativa 6. De acordo com a NBCT 16.10, para a mensuração do ativo imobilizado após o reconhecimento inicial – salvo disposição legal contrária –, a entidade deve escolher o modelo de custo ou de: Reavaliação como sua política contábil, e deve aplicar tal política para todos os ativos imobilizados. Equivalência patrimonial como sua política contábil, e deve aplicar tal política para todos os ativos imobilizados. Reavaliação como sua política contábil, e deve aplicar tal política para uma classe inteira de ativos imobilizados. Valor de liquidação como sua política contábil, e deve aplicar tal política para uma classe inteira de ativos imobilizados. Equivalência patrimonial como sua política contábil, e deve aplicar tal política para uma classe inteira de ativos imobilizados. Justificativa 7. No caso de ativo imobilizado obtido a título gratuito, o valor a ser considerado deve ser: Zero. O valor de construção de ativo semelhante. O valor contábil líquido que consta nos registros da entidade de origem. Acompanhado de uma Nota Explicativa, já que é impossível mensurá-lo. O valor resultante da avaliação feita com base em procedimento técnico ou valor patrimonial definido nos termos da doação. Justificativa 8. Nos próprios termos do CPC 12 – Ajuste a Valor Presente –, o Pronunciamento trata, essencialmente, das questões de mensuração, sem atingir o detalhamento das questões de reconhecimento. Nesse contexto da mensuração, sua dimensão contábil envolve a decisão de: ONDE registrar. COMO registrar. QUANDO registrar. PARA QUE registrar. POR QUANTO registrar. Justificativa 9. Na Resolução CFC nº 750/1993, o “processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas” está relacionado ao princípio do(a): Continuidade Competência Oportunidade Atualização monetária Registro pelo valor original Justificativa 10. Leia, com atenção, os conceitos a seguir: I. Obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. II. Interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. III. Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. Tais conceitos definem, respectivamente: Patrimônio líquido, passivo e ativo. Passivo, patrimônio líquido e ativo. Ativo, passivo e patrimônio líquido. Passivo, ativo e patrimônio líquido. Patrimônio líquido, ativo e passivo. Justificativa Glossário VALOR JUSTO Valor a partir do qual um ativo pode ser negociado – ou um passivo liquidado – entre partes interessadas, independentes entre si e com conhecimento do negócio, sem fatores que pressionem a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. Nesse caso, a transação é realizada em condições perfeitas, sem privilégio a qualquer parte do negócio. Nos diversos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), essa definição apresenta pequenas variações que não alteram sua essência. Tal descrição é considerada ampla o suficiente para ser usada com: ativos biológicos, imobilizado, instrumentos financeiros, intangível, seguro, pagamento em ações etc.