Prévia do material em texto
1 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 2 www.revistamaiseducacao.com E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 – Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417 EDITORA CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS R454 Revista mais educação [recurso eletrônico] / [Editora chefe] Fabíola Larissa Tavares – Vol. 3, n. 1 (mar. 2020) -. São Caetano do Sul: Editora Centro Educacional Sem Fronteiras, 2020 1743 p.: il. color Mensal Modo de acesso: <https://www.revistamaiseducacao.com/sumario- V3-N1-2020> ISSN:2595-9611 (on-line) 1.Educação. 2. Pedagogia. I Tavares, Fabíola Larissa, ed. II. Título CDU: 37 CDD: 370 Gustavo Moura – Bibliotecário CRB-8/9587 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 3 EDITORIAL O ENSINAR E O APRENDER NA EDUCAÇÃO: A AVALIAÇÃO COMO INGREDIENTE NA QUALIDADE DO PROCESSO "A avaliação não é uma tortura medieval." (Philippe Perrenoud). O caminhar na construção de um sujeito autônomo, crítico, histórico e social tem na prática educativa uma possibilidade de promover seu crescimento. No trânsito pela escola e pelo contrato didático, passa obrigatoriamente pelo processo de ensino e aprendizagem e perpassa pela avaliação, a qual, segundo o professor Cipriano Luckesi em seu livro A Avaliação da Aprendizagem: Componente do Ato Pedagógico, apresenta-se como uma ação efetiva de se investigar a qualidade do seu objeto de estudo, com o escopo na obtenção dos resultados almejados e definidos, e não de quaisquer resultados que sejam possíveis. O contrato didático é um termo cunhado por Philippe Perrenoud, o qual significa, em síntese, uma parceria implícita ou explícita na construção do conhecimento escolar, decorrentes de ações efetivas em sala de aula ou fora do ambiente escolar. O que se procura e se deseja na avaliação, portanto, é acompanhar os processos de aprendizagem escolar do aluno, lembrando que avaliar não é apenas medir. Para se evitar a lógica excludente dominante em nossa sociedade, é importante que a avaliação tenha como principal objetivo a qualidade do processo de ensinar e aprender. Essa perspectiva exige que a questão metodológica da avaliação seja tratada com outros olhares, pluralidade e flexibilidade, de modo a contemplar a individualidade do modo de aprender dos alunos. A avaliação formativa ou emancipatória se constitui em mudança na relação professor-aluno, pois tem como proposta a renovação de conceitos. A avaliação, quando centrada no aluno, transforma o professor em criador de situações de aprendizagem, mediador neste processo, e torna-se verdadeiramente útil pedagogicamente, pois auxilia o aluno a aprender, a se desenvolver, colabora para a regulação das aprendizagens e do desenvolvimento do projeto educativo. No entanto, nós docentes, ainda estamos vinculados ao modelo de exames, de provas e de notas no cotidiano da avaliação. A nossa prática pode estar ancorada numa perspectiva da aprendizagem antiga, da classificação, da seletividade, do autoritarismo e não aberta ao diálogo. A prática da avaliação da aprendizagem precisa se adequar a um novo paradigma educacional, utilizando-se também de recursos tecnológicos. Ensinar é muito mais que uma mera transferência de conhecimentos de uma pessoa mais velha para uma mais nova, é muito mais, é incitar o aprendente, é motivá-lo a sentir-se parte da relação dialógica criada, favorecendo a reflexão, a autoavaliação e o crescimento do aluno como pessoa socialmente incluída. Essa perspectiva exige uma mudança na atitude dos educadores, com a finalidade de promover possibilidades para que o fio condutor do processo de ensino tenha continuação na qualidade da aprendizagem, por meio de um feedback da avaliação, que com certeza, não constitui-se em tortura medieval! Professor Doutor Hercules Guimarães Honorato Chefe da Divisão de Assuntos Psicossociais da Escola Superior de Guerra (ESG), Rio de Janeiro, Brasil; Doutor em Política e Estratégia Marítimas pela Escola de Guerra Naval; Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia pela Escola Superior de Guerra; Mestre em Educação pela Universidade Estácio de Sá, Especialista em Gestão Internacional e MBA Logística pelo Instituto COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Docência do Ensino Superior; Bacharel em Ciências Navais com Habilitação em Administração pela Escola Naval. Autor do livro: Relato de uma Experiência Acadêmica: O “Eu” professor- pesquisador. CONSELHO EDITORIAL Alex Rodolfo Carneiro Fabíola Larissa Tavares Fatima Ramalho Lefone Hercules Guimarães Honorato Lindalva José de Freitas Mariana Siqueira Silva Rodrigo da Silva Gomes Patrícia Regina de Moraes Barillari EDITORA-CHEFE Fabíola Larissa Tavares REVISÃO E NORMALIZAÇÃO DE TEXTOS Fatima Ramalho Lefone Rodrigo da Silva Gomes PROGRAMAÇÃO VISUAL E DIAGRAMAÇÃO Cíntia Aparecida da Silva Gomes PROJETO GRÁFICO Mônica Magalnik COPYRIGTH REVISTA MAIS EDUCAÇÃO Editora Centro Educacional Sem Fronteiras (março, 2020) - SP Publicação Mensal e multidisciplinar vinculada a Editora Centro Educacional Sem Fronteiras. Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não expressam, necessariamente, a opinião do Conselho Editorial É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos desta revista, desde que citada a fonte. Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 - Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 4 SUMÁRIO 11 (AUTO)FORMAÇÃO DOCENTE MILITAR Lucinéia Contiero Humberto José Lourenção 23 A ALFABETIZAÇÃO COMO UM ATO DE AMOR: DISCUTINDO A INTRODUÇÃO DO LETRAMENTO E DA ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Regiane Bueno da Silva Carvalho 35 A APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA A PARTIR DA LUDICIDADE DOS JOGOS Méleri de Fátima Arraz Moysés 47 A APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Luciana Fumes 55 A APRENDIZAGEM EFETIVA POR INTERMÉDIO DE PROJETO INTERDISCIPLINAR Daniela Marques Vichessi 60 A APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO ESPAÇO DA BRINQUEDOTECA Gabriely Gonçalves Silva 72 A ARTE DE ROMERO BRITO COMO ELEMENTO DESENCADEADOR DO DESENVOLVIMENTO DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Marcia Lucélia Martins de Medeiros 81 A ARTE E SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA Talita Pinfildi Gomes Carlos 91 A CONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA PARTICIPATIVA NA ESCOLA Cícero Jorge dos Santos 104 A CONSTRUÇÃO DA HABILIDADE LEITORA E ESCRITORA Maria Aparecida Silva de Souza 118 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E A PSICOMOTRICIDADE Tatiana Paula de Souza Pereira 124 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA NO AUXÍLIO DA APRENDIZAGEM Risolene Maria da Silva Araujo 135 A CONTRAREFORMA E AS ORIGENS DA PEDAGOGIA MODERNA Daniel Mendes Gomes 142 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL NO ENSINO SUPERIOR: SUBSÍDIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Maria Lúcia Francisco Damasio 155 A CONTRIBUIÇÃO DO ENSINO DE ARTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA Thaís Meira Albuquerque 163 A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL Nerli Ferreira da Silva 174 A CONTRIBUIÇÃO E A RELEVÂNCIA DA BRINCADEIRA PARA A APRENDIZAGEM Patrícia Maria dos Santos 184 A DANÇA COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DO ALUNO CEGO Juraci Gomes Alves 198 A DANÇA COMO MEIO DE DESENVOLVIMENTO PARA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Fabiola Adriana Rodrigues de Oliveira Castilho 210 A EDUCAÇAO INCLUSIVA E SUAS IMPLICAÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR Rose Soraya Duarte Siqueira 218 A ESCOLA INCLUSIVA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ESTUDANTES COM SURDEZ MarinalvaAparecida Vieira Mariano da Costa 228 A FORMAÇÃO DIDÁTICA DE PROFESSORES PARA A PRÁTICA NA DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR Daniela Sobral de Medeiros Bondioli 244 A GÊNESE DO MÉTODO LÚDICO Ivone Amaral de Lima Silva 256 A HISTÓRIA DA ARTE Élida de Sousa Machado REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 5 268 A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA: CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DOS EDUCANDOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Iara dos Santos Ramos 284 A IMPORTÂNCIA DA FIGURA PATERNA PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL Aline Aparecida da Silva Souza 292 A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL Roberto Domingos Minello 300 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DE PEQUENOS LEITORES NOS ANOS INICIAIS Rita de Cassia de Oliveira 309 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ana Claudia da Silva Liberato 316 IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Marilda Pereira da Silva De León Alvez 324 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE E DO BRINCAR NO DESENOLVIMENTO INFANTIL Marta de Araújo Carvalho 334 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Renata Ribeiro de Queiroz 342 A IMPORTÂNCIA DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO Daniela Gabriel Santiago dos Santos 357 A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM Simone Aparecida Brugugnoli 363 A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTICIDADE PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Cacilda Borges Pires de Castro 381 A IMPORTÂNCIA DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL PARA A INCLUSÃO DE EDUCANDOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA -SURDEZ Miriam da Silva Frederico Santos 392 A IMPORTÂNCIA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA COMO PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA NO CICLO DA ALFABETIZAÇÃO Zilma Sales de Souza 400 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO HUMANO Rosimeri Maria Ricarte Paes 413 A IMPORTÂNCIA DO DESENHO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Roger Luiz Franco 425 A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Darci Gonçalves dos Santos Paixão 438 A INCLUSÃO DO DEFICIENTE VISUAL NAS ESCOLAS REGULARES DE CAXIAS-MA Francisca das Chagas Pereira da Silva Santos 450 A INCLUSÃO POR MEIO DE BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS Debora Cristina Silva Pinheiro 458 A INFLUÊNCIA DA EMOÇÃO NO APRENDIZADO: O CÉREBRO PRECISA SE EMOCIONAR PARA APRENDER Maísa Amaral Dietrich 471 A INFLUÊNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Erika Tatiana Garcia de Oliveira Toledo 480 A LUDICIDADE COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Patrícia Aparecida da Silva Santos 486 A MÚSICA COMO RECURSO METODOLÓGICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Naira Denise Lopes Priscila Pinheiro de Barros 492 A MÚSICA E MOVIMENTO NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Daniela Rebelo Silva 501 A MÚSICA E O HOMEM: CONTRIBUIÇÕES NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COGNITIVO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Jane Santos Pereira Molina 510 A MÚSICA E SUA RELEVÂCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Eliana Fatima Rodrigues Nogueira Cimmino 520 A NEUROCIÊNCIA E SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Jacqueline Capel REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 6 529 A PARTICIPAÇÂO DA NEUROPEDAGOGIA NA ESCOLA Suzany Pepicelli 539 A REGRA É CLARA: O LÚDICO NÃO É SÓ BRINCADEIRA Marialva Giannini de Mello 546 A RELEVÂNCIA DAS ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ana Elizabeth Torres Filgueira 556 A TEORIA DA PSICOPEDAGOGIA COMO APOIO AO ALUNO COM DEFASAGEM DE APRENDIZAGEM Mislene Gonçalves do Nascimento 567 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Célia Regina de Almeida 579 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: REFLEXÕES SOBRE O ENSINO E APRENDIZAGEM DO USO DA LÍNGUA Genilda Santos de Araújo 593 ALFABETIZAR LETRANDO Cristiane Maria de Souza Menezes 604 ALGUMAS QUESTÕES PEDAGÓGICAS SOBRE O ENSINO DA PRONÚNCIA, ORIENTADAS À DIFICULDADE DE PERCEBER E PRODUZIR AS VOGAIS / i: / E / I / Luiz Cláudio Ribeiro Occhi 617 ALUNOS COM DISLEXIA: DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Ana Lucia Coutinho da Costa Lima 629 ANÁLISE DO ARTIGO DA Dra. GAMITO DE ACORDO COM A UNIDADE CURRICULAR DE BIO-SISTEMAS Alex Sandro Pires de Lima Profª. Dra. Sônia Borges Seixas 647 APLICAÇÃO DA MUSICALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO ELEMENTO FORMATIVO Kely Cristina Lima Reis 658 APRENDIZADO POR MEIO DO BRINCAR: O LÚDICO COMO INSTRUMENTO DE BASE Patrícia de Oliveira Jorge 667 ARTE E EDUCAÇÃO Marilda José Coelho 672 ARTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A LINGUAGEM DA DANÇA Eliana Oliveira de Souza 680 AS EMOÇÕES NOS ADOLESCENTES Gisele Saviani 694 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA COMO INSTRUMENTO CONSTRUTIVO NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM Sandra Regina dos Santos Barbosa 704 AVALIAÇÃO: ANÁLISE HISTÓRICA Rosângela Barbieri Mendes 716 BRINCAR É COISA SÉRIA Rosimeire Matias de Oliveira 725 COMPONENTES DA EXPRESSÃO: A MÚSICA ASSOCIADA A OUTRAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS Luiza de Caires Atallah 731 CONCEITO DE INFÂNCIA POR MEIO DA OBRA DE RUTH ROCHA Andréa Cristina Dos Santos Viviani 743 CONTEXTUALIZANDO A AFETIVIDADE SIGNIFICATIVA NO ESPAÇO ESCOLAR José Armando Soares dos Santos 762 CONTEXTUALIZANDO A DISLEXIA Silvana Possato Olivo 773 CONTEXTUALIZANDO A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA Marcia de Oliveira Gonçalves Capitani 786 CONTEXTUALIZANDO E COMPREENDENDO A DEFICIÊNCIA Juliana Koga Vieira 796 CONTEXTUALIZANDO O BULLYING Paula Regina Messias Afonso 808 CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE NAS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS Letícia Oliveira Macedo 825 CONTRIBUIÇÕES DE EMÍLIA FERREIRO NA ALFABETIZAÇÃO INFANTIL Regina Mara Curtolo Belem REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 7 839 DESAFIOS DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM SÍNDROME DE BOURNEVILLE (ESCLEROSE TUBEROSA) Cleyton Silva Ferreira Maria de Fátima de Sousa 850 DESAFIOS NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA SURDOS Marcos Serafim dos Santos 868 DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM SÍNDROME DE DOWN Michelle Soares Nascimento 878 DIÁLOGOS E REFLEXÕES A RESPEITO DA INDISCIPLINA NA ESCOLA Rogério Tadeu Gonçalves Marinelli 883 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONSTRUÇÃO DE HORTA NA ESCOLA Sonia Rejes de Simoni 890 EDUCAÇÃO E AUTOESTIMA Elisabete Córdova Lima Pennachi 904 EDUCAÇÃO E LUDICIDADE Fátima Aparecida Malos Espirito 914 EDUCAÇÃO E MODERNIDADE: AS REFORMAS EDUCACIONAIS DO MARQUÊS DE POMBAL Daniel Mendes Gomes 922 EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Luziane Bomfim da Silva 940 EDUCAÇÃO ESPECIAL E A INCLUSÃO: UM OLHAR SOBRE O MUNICÍPIO DE AMPARO SÃO PAULO Sara Luz Silveira Costa 953 EDUCAÇÃO INFANTIL: ESPAÇO DE BRINCADEIRAS Zenóbia Silva Pereira Paiva Cacilda Borges Pires de Castro 967 EDUCAÇAO INFANTIL: POSSIBILIDAES E DESAFIOS DE PROJETOS INTEGRADOS Adriana Souza da Cruz Santos 980 EDUCAÇÃO INFANTIL: ASPECTOS HISTÓRICOS Carla de Oliveira Rosa 992 EDUCAR PELA BRINCADEIRA NO CONTEXTO DA PSICOMOTRICIDADE Thaís Pagan Simões Pugliesi 999 ENSINAR MATEMÁTICA POR MEIO DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS Elvis Vieira da Silva 1011 ENSINO RELIGIOSO: CONTEXTO HISTÓRICO José Saraiva da Silva 1021 ESCOLA: AMBIENTE LEGÍTIMO DE APRENDIZADO, CONSTITUIÇÃO DA PESSOA E DE POSSIBILIDADES PARA A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL Marcia Regina Corrêa Rosemeire Gomes dos Santos Jangrossi 1033 ESPAÇO ≠ AMBIENTE Denise Emmett da Silva Leite 1039 ESTRATÉGIAS E MANEJOS EDUCACIONAIS EM CRIANÇAS COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO Tamara Cristina Pellini 1050 EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS SOB A PERSPECTIVA DO FILME “ESCOLA DA VIDA” Vitor Sergio de Almeida Ryhã Henrique Caetano e Souza 1063 FRACASSO ESCOLAR Débora Aline Trajano Santos 1069 GAMIFICAÇÃO:ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA CONTRA O ABANDONO E/OU EVASÃO ESCOLAR E POR UMA EDUCAÇÃO FINANCEIRA VIA GAMES Eliane Alves de Souza 1081 GESTÃO DEMOCRÁTICA: OS RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS QUE CONTRIBUEM PARA UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA Tatiane Leite da Silva Comini 1091 GESTÃO E LEGITIMAÇÃO DO CURRÍCULO NOS PRIMEIROS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Sirley Girardi Barbosa 1111 GESTÃO, FORMAÇÃO PEDAGÓGICA, DOCENTES NO CURRÍCULO DA CIDADE DE SÃO PAULO Claudineide Batista dos Santos REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 8 1121 GESTOR COMO LÍDER EDUCACIONAL Manoel Cicero da Silva Filho Maria Violêta Lima Macêdo 1133 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Carla Renata Wilhans Barbosa 1142 HORTA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Raphaela Rui Riveros 1151 IMPORTÂNCIA DA QUÍMICA NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A PERCEPÇÃO DE GRADUANDOS Alexandra Regina do Nascimento Amanda Silva de Lima Rosilene Maria da Silva Alamisne Gomes da Silva Loiva Liana Santos Borba 1160 INCLUSÃO ESCOLAR COM ENFASE NO ALUNO COM DEFICIÊNCIA Andreia Pereira Joelma Oliveira Dias 1169 INDISCIPLINA: CONCEPÇÕES E DESAFIOS NA EDUCAÇÃO Daniela Dantas Esteves Berte 1175 JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO Barbara Lygia Monteiro dos Santos 1199 JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO Maria Teresa Panchame 1209 JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Karina Gomes Alves Cardoso 1215 EDUCAÇÃO INFANTIL: JOGOS E BRINCADEIRAS Joyce Barbosa dos Santos Lima 1228 JOGOS E BRINCADEIRAS NO CONTEXTO EDUCACIONAL Karina Antunes de Lima 1239 LANGUE E PAROLE: CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS IDEIAS DE SAUSSURE E OS ESTUDOS LINGUÍSTICOS CONTEMPORÂNEOS Valdemir Melo de Souza 1249 LETRAMENTO DIGITAL: REFLETINDO ACERCA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL (ANOS INICIAIS) Carlos Mometti Adriana Bigido 1260 A MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS: MUDANÇAS PARA O SÉCULO XXI Eliete Braga 1271 MULTILETRAMENTO UM DESAFIO PARA O DOCENTE NA ATUALIDADE Elmenton dos Santos Fernandes da Silva Rodrigo Fernando Campos 1283 MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Rosemeire Gomes Clemente 1290 NIETZSCHE E A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Claudia Regina Aparecida de Oliveira Werneck 1297 O APRENDIZADO MATEMÁTICO ALIADO A TECNOLOGIA E AULAS INTERATIVAS NO FORMATO DE EAD Samantha Savina Albanez 1303 O BRINCAR E A APRENDIZAGEM Sandra Roberta de Andrade Silva 1318 O CONTRIBUTO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA Luciene Suzarte Santos Maria José Silva Almeida Trindade 1328 O ENSINO DA ARTE Claudia Torres de Moraes 1338 O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL: DO LATIM AO FRANCÊS Edson José Barbosa 1345 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Carlene Aguiar Pereira 1354 O MEIO AMBIENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A CONSCIENTIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO NA FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL Amanda de Oliveira Cardoso 1369 O PAPEL DAS ARTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL Maria Luiza Soares de Campos REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 9 1386 PROFESSOR DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO FRENTE ÀS NECESSIDADES EDUCATIVAS Ilza Carla Colombo Vieira 1403 O SUDESTE ASIÁTICO AOS OLHOS DE HOLLYWOOD: ANÁLISE DOS FILMES O REI E EU (1956) E ANNA E O REI (1999) Ligia Lemos Sousa Nery de Castro 1413 O TRABALHO DOCENTE: RELAÇÕES PERCEBIDAS ENTRE O FILME “ENTRE OS MUROS DA ESCOLA” E O TEXTO “SOBRE JEQUITIBÁS E EUCALIPTOS” Catia Cristina de Melo Ferreira 1419 USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA APRENDIZAGEM UNIVERSITÁRIA Edileuza da Conceição Ferreira 1428 O USO DE JOGOS E BRINCADEIRAS COMO RECURSO NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Rosilene de Souza dos Santos 1439 O VIDEOCLIPE COMO LINGUAGEM AUDIOVISUAL Rogério Fraulo 1448 OS EFEITOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA APRENDIZAGEM E NO DESENVOLVIMENTO MOTOR INFANTIL Renato Ilton da Silva Aragão 1469 OS MUSEUS E A ACESSIBILIDADE Adriana Sampaio Ramiro Sabadini 1480 PEDAGOGIA DA OPRESSÃO NO ESPAÇO ESCOLAR: RESGATE DE MEMÓRIAS DE EXPERIÊNCIAS COM A HOMOFOBIA NA BUSCA DE FORMAS DE RESISTÊNCIA Marcos Andrade Alves dos Santos Mário Cézar Amorim de Oliveira 1496 POLÍTICA PAULISTANA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO NO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL Alzenir Maria Ribeiro de Sousa 1506 POVO INDÍGENA GUARANI Daniela Rita Nardi 1515 PSICOMOTRICIDADE: POSSIBILIDADES E DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) Celeste Nascimento Cruz 1524 PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL PREVENTIVA: UM OLHAR TRANSFORMADOR PARA A PRÁTICA DOCENTE José Aparecido de Farias Leite 1534 PSICOSES NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: AUTISMO E ESQUIZOFRENIA Regina Célia Gonçalves Mateus 1544 RECURSOS DIDÁTICOS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Amanda Manzoli Bertucci Bernardini 1556 REFLETINDO SOBRE O BRINCAR Mara Regina Alcasas 1568 REFLEXÃO SOBRE O RACISMO, ABORDAGEM NECESSÁRIA PARA UM PROCESSO DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVO E ADEQUADO Helena Furtado 1580 REFLEXÕES SOBRE O DIAGNÓSTICO DA CRIANÇA AUTISTA Niris Katyane de Lacerda Pessoa 1593 REGISTRO: FERRAMENTA PARA A PRÁTICA DOCENTE E AUXILIAR NA AÇÃO DO PSICOPEDAGOGO Wiviane Santos de Camargo 1603 RELAÇÃO DIRETOR E PROFESSOR POR INTERMÉDIO DO TRABALHO COLETIVO E DA LEGISLAÇÃO Sandy Katherine Weiss de Almeida 1611 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DE NÚMEROS FRACIONÁRIOS Robson Abel Lopes 1634 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO Sarah Gomes Silveira Guimarães Ernande da Costa e Silva Filho Daniele de Castro Pessoa de Melo Loiva Liana Santos Borba 1642 SER PROFESSOR UNIVERSITÁRIO Maria Aparecida da Cruz de Meira Moreira 1657 SISTEMA VISUAL BAIXA VISÃO E APRENDIZAGEM Luciene Barbosa Sampaio REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 10 1672 SUSTENTABILIDADE E CONSUMO CONSCIENTE NO CONTEXTO INFANTIL Inez Gissele Weiller dos Santos 1677 TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL Thatiana de Camargo Riqueto Rodrigues Brasil 1689 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS Amanda Felix de Carvalho 1702 UM OLHAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA RELAÇAO ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM Maria Izidoria Pereira Silva 1713 UM OLHAR SOBRE O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA ESCOLA INDÍGENA TORO HACHÔ ALDEIA PEDRA BRANCA EM GOIATINS-TO Joana D’arc Gomes Cardoso Vanderley Maria Cecília Florêncio da Silva 1722 UMA PERCEPÇÃO CIENTÍFICA SOBRE GESTÃO DEMOCRÁTICA NA GESTÃO ESCOLAR José Fernando da Silva Alves Graziela de Queiroz Arruda Diógenes José Gusmão Coutinho 1733 UTILIZAÇÃO DE JOGOS MATEMÁTICOS COMO METODOLOGIA DE ENSINO EM AULAS DO ENSINO MÉDIO Silvana Aparecida CamolesI REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 480 A LUDICIDADE COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM Patrícia Aparecida da Silva Santos 1 RESUMO: Este artigo objetiva evidenciar a eficácia dos jogos e brincadeiras no processo ensino- aprendizagem. Entende-se que a ludicidade nas atividades pedagógicas atua como facilitador da aprendizagem, pois o ensino dos conteúdos é favorecido, caracterizando uma proposta eficiente quando o trabalho é planejado e articulado com a realidade escolar. O propósito deste trabalho é demonstrar que a ludicidade deve fazer parte das estratégias e métodos do professor para que a aprendizagem seja conquistada ou ampliada pelos alunos. Palavras-Chave: Ludicidade; Jogos; Ensino-aprendizagem. 1 Professora de Ensino Fundamental I na Rede Municipal de Belo Horizonte-MG. Graduação:Licenciatura em Pedagogia; Especialização em Psicopedagogia; Especialização em Metodologia do Ensino de Arte. E-mail: patriciaaparecida@edu.pbh.gov.brREVISTA MAIS EDUCAÇÃO 481 INTRODUÇÃO A palavra Lúdico vem do latim Ludus, que significa jogo, divertimento. Esse brincar também se relaciona à postura daquele que joga, que brinca e se diverte. A função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo: seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo. Pode-se dizer que o ato de jogar é tão antigo quanto à própria humanidade e o brincar inerente à infância. Por meio do jogo e do brinquedo, a criança reproduz e recria o mundo a sua volta. O lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Por meio da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando. A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática. A ludicidade entra no espaço da sala de aula como integrador e facilitador da aprendizagem, como um reforço positivo, que desenvolve processos sociais de comunicação, expressão e construção de conhecimento; melhora a conduta e a autoestima; explora a criatividade e, ainda, permite extravasar angústias e paixões, alegrias e tristezas, agressividade e passividade, capaz de aumentar a frequência de algo bom. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA INFÂNCIA O brincar é inerente ao universo infantil. Por meio dos jogos lúdicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento motor da criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes para os alunos, são a partir de situações de descontração que o professor poderá desenvolver diversos conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares, regras do jogo e vivências prévias das crianças. Desde os primeiros anos de vida de uma criança, os jogos e as brincadeiras cumprem um papel fundamental de auxiliar em seu desenvolvimento pessoal e sua educação. Não somente para crianças, mas também para adultos e adolescentes, as atividades lúdicas proporcionam uma forma de diversão e, potencial, aprendizagem; tendo em vista que atuam como motivadores e facilitadores do processo de busca e fixação de conhecimento. Nesta perspectiva, o jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações. Para Piaget (1998), até os dois anos de idade as principais brincadeiras da criança são os gestos, sons, sinais, e os exercícios de repetição, como rolar a bola, jogar o objeto no chão para o adulto pegar, estas são formas de linguagem da criança compartilhar com seu mundo exterior. Nessa fase do desenvolvimento a criança constrói imagens de REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 482 objetos, ela se torna capaz de representar objetos ausentes, tornando os presentes no momento desejado. Em seguida há a transição dos jogos simbólicos para os jogos de construção que inicia a partir dos quatros anos de idade, e se estende aproximadamente até os sete anos. Ainda na evolução da brincadeira vêm os jogos de regras, quando há a passagem do momento individual para o de cooperação. A criança mostra por meio do brincar o modo de interagir no mundo real, apresentando suas descobertas, usando o brincar com instrumento identificador de seu desejo. O brincar, além de desenvolver a socialização, facilita o desenvolvimento cognitivo da criança, estimulando seu pensamento, criatividade de forma prazerosa. Despertando nela o desejo de participar dos jogos e brincadeira desenvolvida no âmbito escolar. A importância do brincar para o desenvolvimento infantil reside no fato de esta atividade contribuir para a mudança na relação da criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora na brincadeira. A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir independentemente daquilo que vê (VYGOTSKY, 1988, p. 127). Vygotsky (1998), ressalta que o brincar satisfaz a criança contribuindo para o desenvolvimento, usando seu imaginário para realizar suas fantasias. Por meio do brinquedo, de ações de faz-de-conta, colocando sua criatividade em ação. Ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece algumas considerações: função lúdica: quando propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente e função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo (KISHIMOTO, 2000, p. 37). O brincar assume uma função qualificativa na vida do aluno. Sua ação educativa é renovadora, envolvente e prazerosa. A ludicidade permite ao indivíduo, ampliar sua aptidão para o que mais lhe chama a atenção. O brincar mexe com a mente e com o corpo enriquecendo os seus conhecimentos. Afirma Vygotsky (1988): se as necessidades não realizáveis imediatamente, não se desenvolvem durante os anos escolares, não existiriam os brinquedos, uma vez que eles parecem ser inventados justamente quando as crianças começam a experimentar tendências irrealizáveis (VYGOTSKY,1988, p. 106). Há uma necessidade muito grande da criança pelo brinquedo, pois nele ela expressas seus desejos, sua ansiedade. Essas tendências tornam o brincar um instrumento valioso para o desenvolvimento cognitivo da criança. O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM Nas últimas décadas os jogos e as brincadeiras têm sido foco de muitos estudos e pesquisas, uma vez que muitos estudiosos já comprovaram a importância dos mesmos para o desenvolvimento infantil. O brincar é sem dúvida um meio pelo qual os seres humanos e os animais exploram uma variedade de experiências em diferentes REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 483 situações, para diversos propósitos. No contexto educacional propicia meios de aprendizagens, bem como permite que os adultos sejam perceptivos e aprendam com as crianças e suas necessidades, servindo de termômetro no desenvolvimento da aprendizagem e possibilitando aos professores planejar e promover novas aprendizagens seja no domínio cognitivo e afetivo por meio de práticas para uma aprendizagem eficaz (MOYLES, 2002). A ludicidade como forma de aprendizagem é um estímulo para o educando, pois sabe-se que por meio da mesma consegue-se estimular várias áreas do desenvolvimento infantil, como: cognitiva, motora e afetiva, desperta também as potencialidades por meio do meio em que a criança se encontra e dos conteúdos a serem passados, de formas eficientes que causem estímulos para o aprendizado (PIERS & LANDAU, 1990). A criança ao brincar expressa seus sentimentos e seus conflitos em relação ao mundo na qual está inserida, manifestando a forma como está organizando sua realidade e lidando com suas possibilidades, limitações e conflitos, já que, muitas vezes, ela não sabe, ou não pode descrever tais vivências. Diante do contexto da aprendizagem, a ludicidade torna-se uma ferramenta de grande importância na construção do conhecimento, pois sabe-se que o ato de brincar é algo espontâneo da criança e por esse motivo a prática educativa lúdica surge como uma peça fundamental de mediação ao processo de ensino, no qual o seu desenvolvimento torna- se importante para a construção e interação social do aluno com o meio e fortaleceas relações interpessoais. O jogo utilizado como atividade pedagógica tem o papel de atuar com desafios que incentivam os alunos a realizarem de forma que possam fazer suas construções, a função lúdica predomina e absorve o aspecto educativo definido pelo professor. Portanto, os jogos são recursos considerados favoráveis à assimilação de conteúdos com a demonstração do aprendizado eficaz. Para Santa (2008, p. 15), “a educação pela via da ludicidade propõe-se a uma nova postura existencial, cujo paradigma é um novo sistema de aprender brincando inspirado numa concepção de educação para além da instrução”. No entanto, há necessidade de um desempenho de função educativa que reflita o que foi planejado dentro da proposta pedagógica. Nesse contexto, o professor deve ser um gerador de situações estimuladoras e eficazes. O foco do trabalho pedagógico deve estar voltado para o aluno, quando se remete a ensino e aprendizagem. A aprendizagem, por sua vez, acontece pela transformação do aluno e pela ação mediadora do professor no processo de busca e construção do conhecimento, adotando em sua prática aulas com o intuito de estimular a curiosidade do aluno, motivá-lo a aprender, ou seja, transformar este ambiente num local adequado para acontecer à aprendizagem. Os jogos e brincadeiras quando utilizados adequadamente, são recursos facilitadores da aprendizagem, pois são capazes de instigar, provocar e desafiar o aluno levando-o a buscar respostas e a construir seus saberes. REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 484 CONSIDERAÇÕES FINAIS A brincadeira é uma ferramenta de comunicação, em que envolve todos os participantes. Tem ainda o poder de interagir no desenvolvimento cognitivo, motor e social da criança. Ele exercita o corpo e a mente da criança, fazendo ela desperta para as atividades propostas. O brincar estimula a criança a envolver-se de tal maneira que na maioria das vezes muda sua maneira de perceber o ambiente ao seu redor, incentivando a compartilhar, ter autocontrole e vontade de ser um competitivo ativo na brincadeira. Ensina também a respeitar as regras do jogo, a preservar o seu ambiente, a ser líder e em outra ocasião ser apenas um participante. O jogo, nessa perspectiva, é entendido como a ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse da criança, na construção de novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade, sua experiência pessoal e social, possibilitando maior aprendizagem e trará de alguma maneira um conhecimento mais sólido e rico no que diz respeito ao prazer de aprender. REVISTA MAIS EDUCAÇÃO 485 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Paulo Mendes. Dinâmica lúdica jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola. 1978. ALMEIDA, Paulo Mendes de. Educação lúdica, técnicas e jogos pedagógicos. 10ª ed. São Paulo: Loyola, 2000. BRUNELLI, Rosely Palermo. O jogo como espaço para pensar. São Paulo: Papirus, 1996 KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2000. KISHIMOTO, Tisuko Morchida. Jogos a Criança e a educação. Petrópolis: RJ, 1999. MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre. Artmed, 2002. NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994. PIERS, M. W.; LANDAU, G. M. O dom de jogar e porque as crianças não podem prosperar sem ele. São Paulo: Cortez, 1990. PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand, 1988. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes,1991. VYGOTSKY, L. A formação social da mente. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. REVISTA MAIS EDUCAÇÃO www.revistamaiseducacao.com E-mail: artigo@revistamaiseducacao.com Rua Manoel Coelho, nº 600, 3º andar sala 313|314 - Centro São Caetano do Sul – SP CEP: 09510-111 Tel.: (11) 95075-4417 EDITORA CENTRO EDUCACIONAL SEM FRONTEIRAS