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aula-15-nacionalidade-ii

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NACIONALIDADE II
NACIONALIDADE (CONTINUAÇÃO)
4. SÃO BRASILEIROS NATURALIZADOS (ART. 12, II)
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano inin-
terrupto e idoneidade moral;
• Naturalização ordinária: obedece aos requisitos legais (Lei n. 13.445/2017 
– revogou o Estatuto do Estrangeiro).
• Aos que são originários de países de língua portuguesa são exigidos 
apenas dois requisitos:
 – idoneidade moral;
 – residência por um ano ininterrupto.
• Nos casos de naturalização, o estrangeiro precisa fazer o requerimento, 
pois a doutrina dispõe que há duas espécies básicas de naturalização: 
expressa e tácita:
 – Tácita: ocorre quando a pessoa, pelo fato de estar em um determinado 
país por um certo tempo, automaticamente adquire a nacionalidade 
daquele país. A pessoa não precisa requerer. Essa situação não é ado-
tada pela Constituição brasileira.
 – Expressa: a pessoa precisa fazer o requerimento para se naturalizar.
• A naturalização, em regra, é voluntária.
• Requisito subjetivo: idoneidade moral – o país pode exigir comprovantes 
de sua vida pregressa, exemplo: certidões cíveis e criminais.
Atenção!
A doutrina dominante tem entendido que, mesmo que a pessoa cumpra 
os requisitos legais, o Estado não tem a obrigatoriedade de conceder a 
naturalização.
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b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação 
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação da EC de Revi-
são n. 03/1994)
• A alínea “b” se aplica a qualquer estrangeiro e nela o requerimento está 
implícito.
• Naturalização extraordinária (quinzenária): possui requisitos objetivos e 
definidos na própria Constituição Federal.
• A doutrina dominante e o próprio STF entendem que se uma pessoa cumpre 
todos os requisitos, haverá um direito subjetivo à naturalização, pois os 
requisitos são objetivos.
O pulo do gato
Na prova, pode ser cobrado o termo condenação penal (como está descrito 
na Constituição) ou condenação criminal. Ambos estão corretos.
Atenção!
Residência ininterrupta é diferente de permanência ininterrupta. A permanência 
quer dizer que o indivíduo veio para o Brasil e não saiu mais do país. Já a 
residência permite que o estrangeiro saia do território brasileiro para visitar 
a sua terra natal, porém entende-se que aqui ele se estabeleceu, possui sua 
casa, trabalho e relações sociais.
Notas jurisprudenciais
“Não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisi-
ção da nacionalidade brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e 
imediato resultante do casamento civil. Magistério da doutrina.” (Ext 1.121)
• No Brasil, o simples matrimônio não gera automaticamente a nacionali-
dade.
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4.1. Distinção entre natos e naturalizados
A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturali-
zados, salvo nos casos previstos na Constituição.
• A lei não pode criar distinção entre nato e naturalizado, porém a própria 
Constituição pode fazer isso. 
• Na Constituição, há hipóteses de distinção entre nato e naturalizado:
 – Art. 5º, LI (extradição de brasileiros);
 – Art. 12, § 3º (cargos privativos de brasileiro nato);
 – Art. 89 (Conselho da República – cargos privativos do brasileiro nato);
 – Art. 222 (Propriedade de empresa jornalística e radiodifusão – proprie-
dade de brasileiro nato ou naturalizado há mais de 10 anos).
Atenção!
Quando a Constituição utiliza o nome “brasileiro”, entende-se o nato e o 
naturalizado. Quando a Constituição desejar distinguir, ela utilizará o nato ou 
naturalizado depois da palavra “brasileiro”.
5. QUASE NACIONALIDADE – APLICADA EXCLUSIVAMENTE AOS PORTUGUE-
SES (ART. 12, § 1º)
“Aos portugueses com residência permanente no País, se houver recipro-
cidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasi-
leiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação da EC de Revisão 
03/2004)”
• Os portugueses e somente eles poderão ser tratados no Brasil como se 
fossem brasileiros naturalizados; 
• Para que isso aconteça, são necessários dois requisitos:
 – residência permanente no Brasil;
 – haver reciprocidade em favor de brasileiros.
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• Para a doutrina dominante, quando a Constituição dispõe “salvo os casos 
previstos nesta constituição”, ela está excluindo a questão do brasileiro 
nato, ou seja, o português será tratado como se fosse um brasileiro natu-
ralizado.
Notas jurisprudenciais
“A norma inscrita no art. 12, § 1º, da CR – que contempla, em seu texto, hipó-
tese excepcional de quase-nacionalidade – não opera de modo imediato, seja 
quanto ao seu conteúdo eficacial, seja no que se refere a todas as consequências 
jurídicas que dela derivam, pois, para incidir, além de supor o pronunciamento 
aquiescente do Estado brasileiro, fundado em sua própria soberania, depende, 
ainda, de requerimento do súdito português interessado, a quem se impõe, para 
tal efeito, a obrigação de preencher os requisitos estipulados pela Convenção 
sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre brasileiros e portugueses.” (Ext. 890)
Obs.:� a Constituição não estabeleceu um prazo mínimo de residência no caso 
da quase nacionalidade.
6. CASOS DE PERDA DA NACIONALIDADE (ART. 12, § 4º)
Atenção!
Tanto o brasileiro nato quanto o brasileiro naturalizado podem perder a sua 
nacionalidade. É importante não confundir: o brasileiro nato não pode ser 
extraditado do país. Além disso, tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado, 
ao adquirirem uma outra nacionalidade, perdem a nacionalidade brasileira.
6.1. I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em vir-
tude de atividade nociva ao interesse nacional;
• Vale destacar que a lei brasileira não define o que é uma atividade nociva 
ao interesse nacional. Cabe ao juiz federal analisar e decidir se trata-se ou 
não de atividade nociva ao interesse nacional; 
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• Ao analisar o art. 15, I, observa-se que o cancelamento ocorre mediante 
sentença judicial transitada em julgado;
• Devido à exigência de sentença judicial, pode-se dizer que há uma reserva 
de jurisdição (somente o Poder Judiciário pode cancelar a nacionalidade).
6.2. II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação da EC de 
Revisão n. 03/1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
(Incluída pela EC n. 03/1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro resi-
dente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território 
ou para o exercício de direitos civis; (Incluída pela EC n. 03/1994)
• Há casos em que a lei estrangeira reconhece o brasileiro nato como nato 
daquele país. Exemplo: Itália.
• O caso da alínea “b” ocorre quando o brasileiro adquire outra nacionalidade 
porque está lhe sendo imposto, e não por sua própria vontade.
Notas jurisprudenciais
Brasileira naturalizada americana. Acusação de homicídio no exterior. Fuga 
para o Brasil. Perda de nacionalidade originária em procedimento administrativo 
regular. Hipótese constitucionalmente prevista. Não ocorrência de ilegalidade 
ou abuso de poder. (...) A Constituição Federal, ao cuidar da perda da naciona-
lidade brasileira, estabelece duas hipóteses: (i) o cancelamentojudicial da natu-
ralização (art. 12, § 4º, I); e (ii) a aquisição de outra nacionalidade. Nesta última 
hipótese, a nacionalidade brasileira só não será perdida em duas situações que 
constituem exceção à regra: (i) reconhecimento de outra nacionalidade originá-
ria (art. 12, § 4º, II, a); e (ii) ter sido a outra nacionalidade imposta pelo Estado 
estrangeiro como condição de permanência em seu território ou para o exer-
cício de direitos civis (art. 12, § 4º, II, b). No caso sob exame, a situação da 
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impetrante não se subsume a qualquer das exceções constitucionalmente 
previstas para a aquisição de outra nacionalidade, sem perda da nacionalidade 
brasileira.
[MS 33.864, rel. min. Roberto Barroso, j. 19/04/2016, 1ª T, DJE de 20/09/2016.]
“Conforme revela o inciso I do § 4º do art. 12 da CF, o ministro de Estado da 
Justiça não tem competência para rever ato de naturalização.” (RMS 27.840)
“A perda da nacionalidade brasileira, por sua vez, somente pode ocorrer nas 
hipóteses taxativamente definidas na CR, não se revelando lícito, ao Estado 
brasileiro, seja mediante simples regramento legislativo, seja mediante tratados 
ou convenções internacionais, inovar nesse tema, quer para ampliar, quer para 
restringir, quer, ainda, para modificar os casos autorizadores da privação – sempre 
excepcional – da condição político-jurídica de nacional do Brasil.” (HC 83.113-QO)
7. CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO (ART. 12, § 3º)
• Ministro do Supremo Tribunal Federal;
• Presidente da República e Vice;
• Presidente da Câmara dos Deputados;
• Presidente do Senado Federal;
• Carreiras Diplomáticas;
• Oficiais das Forças Armadas; e
• Ministro de Estado da Defesa.
Atenção!
É importante memorizar a lista dos cargos privativos de brasileiro nato listados 
na Constituição, pois é comum que as bancas tentem confundir os candidatos 
inserindo cargos de nomenclaturas semelhantes como “Ministro do STJ” e 
“Ministro de Estado”, que podem ser exercidos por brasileiros naturalizados.
• Mnemônico: MP3.COM
• Links importantes: arts. 89; 91; 103-B, I; 119, I, a; e 123.
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Obs.:� o TSE é composto por sete ministros: três são do Supremo, dois são do 
STJ e dois são advogados. Dos três ministros do Supremo, um será o 
Presidente do TSE, e o outro, o Vice-Presidente. É fundamental fazer 
uma análise sistemática, pois vários outros órgãos possuem em sua com-
posição brasileiros natos.
• Exemplo: CNJ → Presidente do STF.
Art. 13. Idioma oficial e símbolos
• Idioma oficial da R.F.B: língua portuguesa;
 – Art. 192, Novo CPC: em todos os atos e termos do processo, é obrigató-
rio o uso da língua portuguesa.
• A R.F.B. tem como símbolos:
 – a bandeira;
 – o hino;
 – as armas; e
 – o selo.
• DF, Estados e Municípios poderão ter os seus símbolos próprios.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wellington Antunes.

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