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Sistema Gastrointestinal Prof. Esp. Naíla Barbosa Reis Princípios Gerais da Função Gastrointestinal O SGI fornece ao organismo um suprimento contínuo de água, eletrólitos, vitaminas e nutrientes. Exigindo: 1. Movimento do alimento através do trato alimentar; 2. Secreção de sucos digestivos e a digestão dos alimentos; 3. Absorção de produtos digestivos, 4. Circulação de sangue e linfa para o transporte de substâncias absorvidas; 5. Controle nervoso e hormonal. Propulsão e Mistura dos Alimentos no Trato Alimentar O processamento ideal dos alimentos no Trato Alimentar exige tempos específicos de trânsito em cada parte do trato; também é necessário que ocorra uma mistura adequada. Boca Língua: atua na motilidade do alimento, e também sensorial. Dentes: atua na trituração dos alimentos. Saliva: Secretada pelas glândulas salivares, característica viscosa e transparente, contém água e glicoproteínas (mucina); Ser humano produz de 1 a 2 Litros/dia; pH: “aproximadamente” 7; neutro para alcalino Enzimas: Amilase Salivar ou Ptialina Glândulas Salivares Enzimas como Lipases e Proteases também estão presentes na saliva, em porções muito pequenas e não desempenham atividades. Saliva Gustação- a saliva tem uma proteína chamada Gustina; necessária a maturação das papilas gustativas; Ajuda a formar o bolo alimentar; Quebrar o amido, com a ação enzimática. Protege a boca e seus componentes; Ingestão dos Alimentos O estágio Faríngeo de deglutição é involuntário e constitui a passagem do alimento através da faringe para o esôfago. 1. O alimento é impulsionado voluntariamente para a faringe pela língua, isso constitui o estágio voluntário da deglutição; 1. O esôfago apresenta 2 tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário. O peristaltismo primário: é uma continuação da onda peristáltica que começou na faringe, mediada pelos nervos vagos, vai da faringe até o estômago; O peristaltismo secundário: é resultado da distensão do esôfago quando a onda primária não empurra o alimento para o estômago; não necessita de inervação. O esfíncter esofágico superior relaxa permitindo que o alimento se movimente em direção à parte superior do esôfago; Ocasionando uma onda peristáltica rápida originada da faringe em direção ao esôfago. Funções Motoras do Estômago O estômago tem 3 funções motoras: 1. Armazenamento do alimento até que ele possa ser processado no intestino delgado; 2. Mistura do alimento com as secreções gástricas até formar uma mistura parcialmente líquida denominada Quimo; 3. Esvaziamento do alimento para o intestino delgado a uma velocidade compatível com a digestão e absorção adequadas. O estômago relaxa ao receber o alimento: Quando o alimento entra no estômago a parede do estomago se torna saliente, acomodando até 1,5 L no estomago completamente relaxado. Retropropulsão (mistura): Cada vez que uma onda peristáltica passa ao longo do antro na direção do piloro, o músculo pilórico se contrai, impedindo ainda mais o esvaziamento através do piloro. O esvaziamento gástrico é inibido pelos reflexos enterogástricos do duodeno: Quando o alimento entra no duodeno, é iniciado vários reflexos nervosos na parede que retorna ao estômago, diminuindo ou até interrompendo o esvaziamento gástrico. Fatores que podem acarretar tais reflexos: 1. Distensão do duodeno; 2. Irritação da mucosa duodenal; 3. Acidez excessiva no duodeno. A colescistocinina inibe o esvaziamento gástrico: A CCK é liberada na mucosa do duodeno e do jejuno em resposta as gorduras e as proteínas do quimo. O conteúdo do estômago portanto é liberado lentamente após a ingestão de refeições gordurosas. Movimentos do Intestino Delgado A distensão do intestino delgado induz as contrações de mistura denominadas “Contrações de Segmentação”: contrações “picam” o alimento cerca de duas ou três vezes por minuto. As ondas peristálticas do intestino delgado movem o Quilo na direção do ânus; 3 a 5 horas- intestino delgado até o intestino grosso; Sinais hormonais: Estão envolvidos hormônios como Gastrina, CCK e insulina, que são liberadas após a refeição e podem aumentar a motilidade intestinal. A Secretina e o glucagon inibem a motilidade do intestino delgado. Á válvula ileocecal evita o refluxo reverso do conteúdo fecal do Colón para o Intestino Delgado, essa válvula ou também chamado esfíncter ileocecal é normalmente estreito e desacelera o esvaziamento do conteúdo do íleo para o ceco, exceto imediatamente após uma refeição. Movimentos do Cólon As principais funções do cólon são: 1. Absorção de agua e eletrólitos; 1. Armazenamento de matéria fecal até que possa ser expelida. A metade proximal do cólon está relacionada à absorção e a metade distal se relaciona ao armazenamento. Contração dos músculos do intestino grosso As contrações que acontecem no intestino grosso são denominadas, contrações haustrais ou de mistura, movimentos lentos que favorecem a absorção de água e eletrólitos. Movimentos que impulsionam o conteúdo fecal se direcionar ao ânus. Quando a massa fecal entra no reto, impulsos nervosos aumentam as ondas peristálticas, impulsionando as fezes para o ânus. Ondas peristálticas próximas ao ânus interno permitem o relaxamento involuntário, enquanto o esfíncter anal externo sendo relaxado conscientemente ao mesmo tempo, ocorre a defecação. Funções secretoras do trato alimentar As glândulas do trato alimentar tem duas funções primarias- secreção enzimática digestivas e secreção de muco para lubrificação e proteção da parede intestinal. Contato com o alimento estimula a secreção gastrointestinal- seja contato tátil, olfativa, distensão da parede intestinal; Secreções do SGI Secreção Salivar: 1. Secreção serosa: amilase/ptialina, transforma o amido em maltose. 2. Secreção de muco: mucina, ação de lubrificação e proteção. Secreções gástricas estão localizadas no corpo e no fundo gástrico. Contém células mucosas: secretam muco; Células peptídicas ou chefes: secretam pepsinogênio; Células parietais: envolvidas na produção de HCL. Pepsinogênios não tem atividade digestivas quando inicialmente secretados, apenas quando entram em contato com o HCL ou até mesmo pepsinas locais, são ativados para formar pepsina. Secreção gástrica é estimulada pela Gastrina (hormônio)- células G; A secreção gástrica é inibida pelo excesso de ácido no estômago. Histamina no estômago estimula as células parietais a produzir mais HCL. Secreção Gástrica em três fases Fase Cefálica: É responsável por 30% da resposta a uma refeição e é iniciada pela antecipação do ato de comer e pelo odor e sabor do alimento. Ela é inteiramente mediada por nervos vagos. Fase Gástrica: Responsável por 60% da resposta ácida a uma refeição. Ela é iniciada pela distensão do estômago, o que causa a estimulação nervosa da secreção gástrica. Fase Intestinal: 10 % da resposta é iniciada por estímulos nervosos associados À distensão do intestino delgado, presença de proteínas no intestino delgado também podem liberar Gastrina, nas células G do duodeno e jejuno. Secreção Pancreática Enzimas digestivas são secretadas pelos Ácinos Pancreáticos: As enzimas mais importantes para a digestão são a tripsina, quimotripsina, carboxipolipeptidase, que são secretadas na forma inativa de tripsinogênio, quimotripsinogênio e procarboxipolipeptidase. Amilase pancreática: digere carboidratos; Lipase pancreática: digere lipídeos; Íons de bicarbonato do suco pancreático neutralizam o ácido que passa do estômago para o duodeno; Secretina estimula secreção de bicarbonato do pâncreas e a secreção biliar de bicarbonato da vesícula biliar. Inibe a secreção de ácido gástrico. CCK estimula a secreção das enzimas do pâncreas, secreção de bicarbonato de sódio do pâncreas, estimulaa contração da vesícula biliar. Inibe o esvaziamento gástrico. Secreção de Bile pelo Fígado Digestão e absorção de gordura: Os sais biliares auxiliam na emulsificação de grandes partículas de gordura transformando-as em partículas menores que podem ser atacadas pelas enzimas Lipases, secretadas no suco pancreático. bilirrubina, um produto final da destruição da hemoglobina, e o excesso de colesterol sintetizado pelas células hepáticas. A bilirrubina é o que caracteriza a cor amarelada ou esverdeada da bile. A bilirrubina é carreadora de albumina e depois desprende-se da albumina e é metabolizada sendo absorvida pela bile ou excretada pelos rins ou fezes. A bile é secretada em 2 etapas pelo Fígado: 1. Porção inicial da bile, que é secretada pelos hepatócitos, contém grande quantidade de ácidos biliares, colesterol. 2. Uma solução aquosa de íons de sódio e de bicarbonato é adicionada à bile, a medida que ela flui pelos ductos biliares, secreção estimulada pela SECRETINA. 3. Secretina estimula secreção biliar e pancreática, Secreção do Intestino Delgado e Grosso A secreção de muco no intestino delgado é estimulada pelos seguintes fatores: Estímulos táteis ou irritativos na mucosa; Secreção estomacal; Hormônios gastrointestinais, especialmente CCK, Secretina; Peptídeo insulinotrópico dependente de glicose, Motilina, Gastrina. Intestino Grosso: maior parte da secreção no Intestino grosso é composta por Muco, o muco protege a parede do intestino grosso contra escoriações. Proporciona um meio aderente a matéria fecal, protegendo a parede do intestino da atividade bacteriana, formando uma barreira para impedir o ataque à parede intestinal pelos ácidos e outras substâncias. Referências Fisiologia Médica Guyton e Hall; Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, Krause. L. Katheleen Mahan et al.
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