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Excelência em Capacitação e Estudos na Área Contábil www.cecrj.com.br 2263-6016 PROFESSOR: Waldomiro Lucas de Paiva Contador. Auditor, com experiência de execução, supervisão e gerenciamento de trabalhos de Auditoria na esfera Privada e Pública, ocupando função gerencial de auditoria em importante organização de Controle. Mestrado em Engenharia(UFF). Mestrado em Controladoria(UNIGRANRIO), Pós-graduação em auditoria(UNIGRANRIO), Especialização em Auditoria de Desempenho(FGV), Professor e Palestrante de Pós-Graduação, Graduação e Cursos de Extensão de Diversas Instituições( UFF, FGV, Unigranrio, Fundação COGE,FSJ, Unama, CRC,UNIG, EGPE, ESAD e outras) e Membro de Banca de Concursos(FGV, BIORIO, UNIRIO e IBAP). Contatos: wlucaspaiva@gmail.com, 21-98747-7241. Introdução Em 27 de novembro de 2009, o CFC publicou a Resolução nº. 1.203/09, que aprovou a NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria, revogando a NBC T-11 e outras suas subdivisões. Essa nova norma é considerada a “mãe” de todas as outras normas técnicas de auditoria. O Conselho Federal de Contabilidade - CFC junto com Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON – são membros associados da IFAC e, dessa forma, entenderam como indispensável o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais. Conceito de Auditoria Emissão de uma opinião sobre as atividades verificadas. Franco e Marra (2011) definem auditoria da seguinte forma: A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. De acordo com o ambiente em que será aplicada, a Auditoria poderá ser Governamental ou Privada. A Auditoria Governamental – ou Pública, do Setor Público – é, conforme disposto na Instrução Normativa 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (da Controladoria-Geral da União - CGU), o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública. A Auditoria Governamental engloba todas as esferas de governo – federal, distrital, estadual e municipal – e níveis de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário -, e, claro, alcança as pessoas jurídicas de direito privado, caso se utilizem de recursos públicos. A Auditoria Privada – ou Independente, Externa, Empresarial, das Demonstrações Contábeis, das Demonstrações Financeiras – é uma técnica contábil, constituída por um conjunto de procedimentos técnicos sistematizados, para obtenção e avaliação de evidências sobre as informações contidas nas demonstrações contábeis de uma empresa. Técnicas contábeis: Escrituração; Elaboração das Demonstrações; Auditoria; Análise de balanços; Etc. Assim, podemos concluir que a Auditoria tem a natureza de técnica contábil utilizada pela Contabilidade para atingir seus objetivos, sendo a Auditoria Contábil a técnica contábil cujo objetivo é emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis (também denominadas financeiras). Podemos afirmar que a auditoria é uma especialização da Contabilidade, destinada a ser usada como ferramenta de confirmação da própria Contabilidade. Evolução da Auditoria O surgimento da Auditoria está ancorado na necessidade de confirmação por parte dos investidores e proprietários quanto à realidade econômico-financeira espelhada no patrimônio das empresas investidas. Tudo como fruto da evolução do sistema capitalista. No Brasil, a evolução da auditoria esteve primariamente relacionada com a instalação de filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras, e a consequente obrigatoriedade de se auditar suas demonstrações contábeis. Resultado: a chegada ao país de empresas internacionais de auditoria independente. Normas de Auditoria Normas de auditoria são as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão contábil, em todos os países, com o objetivo de regulação e apresentação de diretrizes a serem seguidas por esses profissionais no exercício de suas funções. Elas estabelecem os conceitos básicos sobre as exigências em relação à pessoa do auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá por ele ser emitido (Franco e Marra, 2011). No Brasil, desde 1972 temos normas de auditoria, sendo que, atualmente, estão em vigor normas elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC – em conjunto com o Instituto de Auditores Independentes do Brasil – IBRACON –, além da Comissão de Valores Mobiliários – CVM –, do Banco Central do Brasil – BACEN – e da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. Até o ano de 2009, não havia dúvida sobre quais normas estudar, em relação à auditoria independente, pois estava em vigor a NBC T-11 (Resolução 820/97, Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis) e suas derivadas. Entretanto, no final daquele ano houve a convergência dessas normas brasileiras aos padrões internacionais de auditoria definidos pela IFAC – International Federation of Accounting (Federação Internacional de Contadores). O IFAC é uma organização global da profissão contábil, que possui a missão, segundo consta em sua página na internet, de contribuir para o desenvolvimento, adoção e aplicação de normas internacionais de alta qualidade e orientação; além de contribuir para o desenvolvimento de organizações e profissionais de contabilidade e para a utilização de práticas de alta qualidade por contadores profissionais, dentre outras (www.ifac.org – tradução livre). As normas de auditoria independente são aprovadas pelo CFC por meio de Resoluções, e classificadas em normas profissionais (NBC PA) e normas técnicas (NBC TA). Enquanto as NBC PA estabelecem regras e procedimentos de conduta a serem observados como requisitos para o exercício profissional contábil, as NBC TA descrevem conceitos doutrinários, princípios e procedimentos a serem aplicados quando da realização dos trabalhos. A Resolução CFC nº 1.328/11, de 18/03/11, que dispõe sobre a Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade, estabelece que as Normas Brasileiras de Contabilidade se estruturam conforme se segue (só trouxe para a aula as que se referem à nossa matéria): Normas Profissionais: [...] II – Do Auditor Independente – NBC PA – aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes. III – Do Auditor Interno – NBC PI – aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos. IV – Do Perito – NBC PP – aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis. Normas Técnicas: [...] III – De Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica – NBC TA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Independente emitidas pelo IFAC. [...] VII – De Auditoria Interna – NBC TI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna. VIII – De Perícia – NBC TP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia. [...] Resolução CFC 1.328/11 Normas Brasileira de Contabilidade Contabilidade Auditoria Auditoria Interna Perícia Profissionais NBC PG NBC PA NBC PI NBC PP Técnicas NBC TG/TSP NBC TA/TR/TO/TSC NBC TI NBC TP Mas surge a seguinte dúvida: a adoção dessas normas é obrigatória? Sim. De acordo com a própria Resolução CFC nº 1.328/11, a inobservância às NBC constitui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas no Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, e ao Código de Ética Profissional do Contador. De forma simplificada, podemos dizer que as Normas Brasileiras de Contabilidade são classificadas em Normas Técnicas e Profissionais, e compreendem: • O código de ética profissional do Contabilista; • As normas de Contabilidade, Auditoria Externa, Auditoria internae Perícia. As principais normas podem ser obtidas na íntegra no site do CFC, no seguinte link: http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx Os CPCs são NBC TGs! Atualmente são cerca de 47 pronunciamentos: O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades: • ABRASCA; • APIMEC NACIONAL; • BOVESPA; • Conselho Federal de Contabilidade; • FIPECAFI; e • IBRACON. Em função das necessidades de: • convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); • centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); • representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). Criação e Objetivo Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais". Características Básicas • O CPC é totalmente autônomo das entidades representadas, deliberando por 2/3 de seus membros; • O Conselho Federal de Contabilidade fornece a estrutura necessária; • As seis entidades compõem o CPC, mas outras poderão vir a ser convidadas futuramente; • Os membros do CPC, dois por entidade, na maioria Contadores, não auferem remuneração. Além dos 12 membros atuais, serão sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos: • Banco Central do Brasil; • Comissão de Valores Mobiliários (CVM); • Secretaria da Receita Federal; • Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Outras entidades ou especialistas poderão ser convidados. Poderão ser formadas Comissões e Grupos de Trabalho para temas específicos. Produtos do CPC: • Pronunciamentos Técnicos; • Orientações; e • Interpretações. Os Pronunciamentos Técnicos serão obrigatoriamente submetidos a audiências públicas. As Orientações e Interpretações poderão, também, sofrer esse processo. 37 Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA) CNAI O Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi criado pela Resolução CFC nº. 1019, de 18 de fevereiro de 2005, com objetivo de cadastrar todos os profissionais que atuam no mercado de Auditoria Independente, permitindo, assim, ao Sistema CFC/CRCs conhecer a distribuição geográfica desses profissionais, como atuam no mercado e o nível de responsabilidade de cada um, disponibilizando essas informações aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) para que estes possam fiscalizar o exercício profissional com mais eficácia. O Contador aprovado no Exame de Qualificação Técnica será inscrito de forma automática no Cadastro Nacional dos Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a partir da data de publicação do resultado no Diário Oficial da União. O Exame de Qualificação Técnica para registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), instituído pela NBC PA 13(R1), é um dos requisitos para a inscrição do Contador no CNAI, com vistas à atuação na área da Auditoria Independente. O projeto é desenvolvido pela Vice-presidência de Desenvolvimento Profissional e Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e iniciou-se devido a uma preocupação do CFC em elevar o nível técnico e científico do contador brasileiro da área da Auditoria Independente, considerando o disposto na Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) n.º 308, de 14 de maio de 1999, Resolução n.º 3.198, de 27 de maio de 2004, alterada pela Resolução n.º 3.771, de 26 de agosto de 2009, do Banco Central do Brasil, e na Resolução CNSP n.º 312, de 16 de junho de 2014. O objetivo deste projeto é estimular o aperfeiçoamento do contador na execução do trabalho a ser desenvolvido na área de Auditoria Independente. Para isso, o Exame tornou-se um dos requisitos para a inscrição do contador que pretende atuar no mercado de valores mobiliários. O Exame é administrado por uma comissão formada por contadores indicados pelo próprio CFC e pelo IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. a) Código de Ética A Resolução CFC nº 803/96 aprovou o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC – que tem por objetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe. São princípios fundamentais de ética profissional: integridade, objetividade, competência e zelo profissional, confidencialidade e comportamento profissional. Segundo a NBC TA 200, os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis estão implícitos no Código de Ética Profissional do Contabilista e na NBC PA 01, que trata do controle de qualidade. Esses princípios estão em linha com os princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumprimento é exigido dos auditores. Esses princípios são: (a) Integridade; (b) Objetividade; (c) Competência e zelo profissional; (d) Confidencialidade; e (e) Comportamento (ou conduta) profissional. Segundo o Art. 5º do código de ética, o Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá; I – recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização requerida; II – abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo; III – abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos; IV – considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação; V – mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso II do art. 2º; VI – abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e munido de documentos; VII – assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC; (Redação alterada pela Resolução CFC nº 1.307/10, de 09/12/2010) VIII – considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis, observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade; IX – atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho. a) Responsabilidades do Auditor e do Auditado A responsabilidade pelos controles internos, pela elaboração das demonstrações contábeis, bem como pela prevenção e detecção de fraudes e erros é da Administração. Não é do Auditor. No Brasil não existe a profissão do Auditor com tal denominação e regulamentação, mas apenas a de Contador. Ao Contador, bacharel em Ciências Contábeis com registro no CRC, é que se atribui o direito de realizar as tarefas de auditoria. As atividades de auditoria independente são privativas de contadores. Dessa forma,cuidado, pois não é permitido aos técnicos em contabilidade o exercício de auditoria. O sócio encarregado do trabalho (auditor) é o sócio ou outra pessoa na firma, responsável pelo trabalho e sua execução e pelo relatório de auditoria ou outros relatórios emitidos em nome da firma, e quem, quando necessário, tem a autoridade apropriada de um órgão profissional, legal ou regulador. Assume a responsabilidade exclusiva pela condução e resultado dos trabalhos. Entretanto, são a Administração e os Responsáveis pela Governança da empresa auditada os responsáveis pela: • Elaboração das demonstrações contábeis; • Implementação dos controles internos na empresa; • Prevenção e detecção primária de fraudes e erros. a) Rotação dos Responsáveis Técnicos Segundo a NBC PA 290 (R1), de forma geral, objetivando impedir o risco de perda da objetividade (imparcialidade) e do ceticismo do auditor, é necessária a aplicação das seguintes ações, no caso de entidade de interesse do público: (a) Rotação do sócio encarregado do trabalho e do revisor de controle de qualidade a intervalos menores ou iguais a cinco anos consecutivos; e (b) Intervalo mínimo de dois anos para o retorno desses responsáveis técnicos à equipe de auditoria. Para fins da NBC PA 290, entidades de interesse do público são: (a) Todas as companhias de capital aberto. (b) Qualquer entidade que (a) seja definida por regulamento ou legislação como entidade de interesse do público, ou (b) para a qual o regulamento ou a legislação requer auditoria e que seja conduzida de acordo com os mesmos requerimentos de independência que se aplicam à auditoria de companhias abertas, sendo no caso de Brasil as entidades de grande porte como definidas na Lei nº 11.638/07. Segundo a Lei nº 11.638/07, Grande Porte: "a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões". a) Ceticismo do Auditor Ceticismo profissional é a postura que inclui uma mente questionadora e alerta para condições que possam indicar possível distorção devido a erro ou fraude e uma avaliação crítica das evidências de auditoria. O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo profissional, reconhecendo que podem existir circunstâncias que causam distorção relevante nas demonstrações contábeis. O ceticismo profissional inclui estar alerta, por exemplo, a: • Evidências de auditoria que contradigam outras evidências obtidas. • Informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos documentos e respostas a indagações a serem usadas como evidências de auditoria. • Condições que possam indicar possível fraude. • Circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de auditoria além dos exigidos pelas NBC TA. J) Planejamento de Auditoria (NBC TA 300) A partir de agora entraremos no processo de auditoria. Entender o fluxo de uma auditoria é essencial para eliminar algumas alternativas de questões que não fazem o menor sentido. Planejamento - Estratégia global (só auditoria independente) - Plano de Auditoria - Programas de Auditoria Execução - Testes de controle - Procedimentos substantivos Conclusão - Relatório O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Ele define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência. Segundo Chiavenato, são quatro as funções administrativas: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. Planejar é pensar o modo de se realizar a auditoria, de acordo com os meios disponíveis, em tempo, pessoal, recursos financeiros, a fim de se alcançar os objetivos definidos para o trabalho. O Planejamento não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho de auditoria atual. Algumas considerações iniciais sobre planejamento: • É a primeira fase de um trabalho de auditoria. • Não se encerra com o início dos trabalhos de campo. • É flexível. Escopo é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da fiscalização, e é definido em função do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis. A principal Norma de Auditoria Independente que trata do Planejamento é a NBC TA 300, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC. Segundo esta norma o fluxo do Planejamento de Auditoria Independente compreende: • As atividades Preliminares • Estratégia Global • Plano de Auditoria • Programas de Auditoria Atividades preliminares Na fase de planejamento, as atividades preliminares auxiliam o auditor na identificação e na avaliação de eventos ou situações que possam afetar sua capacidade de planejar e realizar o trabalho. A equipe de auditoria deve, preliminarmente, construir uma visão geral do objeto a ser fiscalizado, podendo fazer uso, entre outras, das seguintes fontes de informação: • Sistemas informatizados. • Cadastros a que se vincula a empresa fiscalizada. • Legislação e normas específicas. • Demonstrações dos últimos exercícios. • Fiscalizações anteriores, incluindo papéis de trabalho. • Auditores que tenham participado de trabalhos recentes na empresa. • Controle interno. • Notícias veiculadas na mídia. • Trabalhos acadêmicos publicados. • Possíveis ações judiciais concernentes à empresa fiscalizada. • Levantamentos anteriores. Segundo a NBC TA 300, o auditor deve realizar as seguintes atividades no início do trabalho de auditoria corrente: (a) realizar os procedimentos exigidos pela NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria de Demonstrações Contábeis. (b) avaliação da conformidade com os requisitos éticos, inclusive independência, conforme exigido pela NBC TA 220. (c) estabelecimento do entendimento dos termos do trabalho, conforme exigido pela NBC TA 210 – Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria. Estratégia global De acordo com a NBC TA 300, em relação às atividades de planejamento, o auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria. Ao definir a estratégia global, o auditor deve: (a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance. (b) definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas. (c) considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho. (d) considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do trabalho para a entidade. (e) determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho. A definição da estratégia global de auditoria e o plano de auditoria detalhado não são necessariamente processos isolados ou sequenciais, estando intimamente relacionados, uma vez que as mudanças em um podem resultar em mudanças no outro. O auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria. Na Estratégia Global define-se a natureza, época e extensão dos recursos necessários para a auditoria. Já no Plano de Auditoria define-se a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados. Plano de Auditoria O plano de auditoria é mais detalhado que a estratégia global de auditoria visto que inclui a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe de trabalho. Prosseguindo no estudo da norma, vemos que o auditor deve desenvolver o plano de auditoria, que deve incluir adescrição de: (a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco. (b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível de afirmação. (c) outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em conformidade com as normas de auditoria. Programas de Auditoria O programa de auditoria deverá contemplar todas as informações disponíveis e necessárias ao desenvolvimento de cada trabalho a ser realizado, com vistas a determinar a extensão e a profundidade deste, e deverá ser estruturado de forma que possa ser: • Específico: um plano para cada trabalho. • Padronizado: destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, com pequenas alterações. Programa de Auditoria não se confunde com o Plano de Auditoria, embora até mesmo algumas bancas façam confusão com isso. O Programa de Auditoria é mais um guia de auditoria. O exemplo clássico seria uma lista de verificação (check- list). Ele auxilia o auditor a não esquecer da aplicação de nenhum procedimento, por exemplo. É um passo a passo. Uma auditoria terá apenas um plano de auditoria, mas diversos programas de auditoria (Ex. um programa de auditoria para a conta CAIXA, outro para a conta BANCOS, etc.). k) Considerações adicionais em auditoria inicial A finalidade e o objetivo do planejamento da auditoria não mudam caso a auditoria seja inicial ou em trabalho recorrente. Entretanto, no caso de auditoria inicial, o auditor pode ter a necessidade de estender as atividades de planejamento por falta da experiência anterior que é normalmente utilizada durante o planejamento dos trabalhos. A NBC TA 510 - Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais –, dispõe que Trabalho de auditoria inicial é um trabalho em que: (a) as demonstrações contábeis do período anterior não foram auditadas; ou (b) as demonstrações contábeis do período anterior foram auditadas por auditor independente antecessor. Quando da realização da primeira auditoria, o auditor independente deve incluir no planejamento de auditoria: análise dos saldos de abertura, procedimentos contábeis adotados, uniformidade dos procedimentos contábeis, identificação de relevantes eventos subsequentes ao exercício anterior e revisão dos papéis de trabalho do auditor anterior. Além disso, é essencial que o auditor avalie o sistema de controle interno da empresa. Para a auditoria inicial, o auditor pode considerar os seguintes temas adicionais na definição da estratégia global e do plano de auditoria: • Exceto se for proibido por lei ou norma, manter contato com o auditor antecessor, por exemplo, para conduzir a revisão de seus papéis de trabalho. • Quaisquer assuntos importantes (inclusive a aplicação de princípios contábeis ou de auditoria e normas de elaboração de relatórios) discutidos com a administração e relacionados à escolha do auditor, a comunicação desses temas aos responsáveis pela governança e como eles afetam a estratégia global de auditoria e o plano de auditoria. • Os procedimentos de auditoria necessários para obter evidência de auditoria suficiente e apropriada relativa aos saldos iniciais (NBC TA 510 – Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais). • Outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade da firma para trabalhos de auditoria inicial (por exemplo, esse sistema pode exigir o envolvimento de outro sócio ou profissional experiente para a revisão da estratégia global de auditoria antes de iniciar procedimentos de auditoria significativos ou de revisão dos relatórios antes da sua emissão). l) Planejamento da Auditoria Interna (NBC TI 01) O auditor interno, por ser um funcionário da empresa, deve seguir as diretrizes estabelecidas pela administração, sempre tentando resguardar sua autonomia profissional. O planejamento do trabalho da Auditoria Interna compreende os exames preliminares das áreas, atividades, produtos e processos, para definir a amplitude e a época do trabalho a ser realizado, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela administração da entidade. A NBC TI 01, norma que trata de auditoria interna, não divide as etapas do planejamento do auditor interno como a NBC TA 300 divide para o auditor independente. Dessa forma, embora exista diversas semelhanças, o documento Estratégia Global se refere apenas à auditoria externa. Pelas normas de auditoria interna temos a previsão de apenas um documento de planejamento, chamado de Programa de Trabalho, enquanto na auditoria externa temos a Estratégia Global e o Plano de Auditoria. A NBC TI 01, norma que trata de auditoria interna, não divide as etapas do planejamento do auditor interno como a NBC TA 300 divide para o auditor independente. Dessa forma, embora exista diversas semelhanças, o documento Estratégia Global se refere apenas à auditoria externa. O planejamento deve considerar os fatores relevantes na execução dos trabalhos, especialmente os seguintes: a) O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de riscos da entidade. b) O conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade. c) A natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da entidade. d) A existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna. e) O uso do trabalho de especialistas. f) Os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das transações e operações. g) O conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados. h) As orientações e as expectativas externadas pela administração aos auditores internos. i) O conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade. O planejamento deve ser documentado e os programas de trabalho formalmente preparados, detalhando-se o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade, extensão, equipe técnica e uso de especialistas. TESTES E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Em relação às novas normas de auditoria independente, atualmente temos o seguinte: Teste de controle é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional dos controles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações. Procedimento substantivo é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes no nível de afirmações. Os procedimentos substantivos incluem: Testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de divulgações); e Procedimentos analíticos substantivos. Cuidado! É comum que as bancas de concursos tratem técnicas, procedimentos e testes como sinônimos. TESTES E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Procedimentos básicos (técnicas) mais usualmente utilizados em auditoria: ▪ Inspeção de registros e documentos (Exame documental); ▪ Inspeção física; ▪ Recálculo (Cálculo); ▪ Observação; ▪ Indagação (Entrevista); ▪ Circularização (confirmação externa, confirmação de terceiros); ▪ Revisão analítica (procedimentos analíticos); ▪ Reexecução; De acordo com a NBC TA 500, a evidência de auditoria para a obtenção de conclusões para fundamentar a opinião do auditor é conseguida pela execução de: (a) procedimentos de avaliação de riscos; e (b) procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem: testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditor assim escolheu; e procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes e procedimentos analíticos substantivos. A NBC TA -230 Documentação de auditoria Documentação de auditoria é o registro dos procedimentos de auditoria executados, da evidência de auditoria relevante obtida e conclusões alcançadas pelo auditor (usualmente também é utilizadaa expressão “papéis de trabalho”). Arquivo de auditoria compreende uma ou mais pastas ou outras formas de armazenamento, em forma física ou eletrônica que contêm os registros que constituem a documentação de trabalho específico. Auditor experiente é um indivíduo (interno ou externo à firma de auditoria) que possui experiência prática de auditoria e conhecimento razoável de: (i) processos de auditoria; (ii) normas de auditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis; (iii) ambiente de negócios em que opera a entidade; e (iv) assuntos de auditoria e de relatório financeiro relevantes ao setor de atividade da entidade. A NBC TA 240- FRAUDES, trata dos seguintes conceitos: A principal responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração. É importante que a administração, com a supervisão geral dos responsáveis pela governança, enfatize a prevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de sua ocorrência e a sua dissuasão, o que pode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa da probabilidade de detecção e punição. O auditor não é responsável pela prevenção ou detecção de erros e fraudes. É responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro. Além disso, destaca-se que o risco do auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de fraude da administração é maior do que no caso de fraude cometida por empregados, porque a administração, pela posição que ocupa, tem mais condições de manipular os registros contábeis, apresentar informações fraudulentas ou burlar procedimentos de controle. Portanto, são responsabilidades do auditor: (a) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante decorrente de fraude; (b) obter evidências sobre os riscos identificados de distorção relevante decorrente de fraude, por meio da definição e implantação de respostas apropriadas; e (c) responder adequadamente face à fraude ou à suspeita de fraudes identificada durante a auditoria. O auditor deve comunicar a... Nos casos em que... Administração • encontrar fraudes, mesmo que irrelevantes Responsáveis pela governança • houver participação da administração nas fraudes • houver participação de funcionários chaves de organização (principalmente responsáveis pelo controle interno) nas fraudes • encontrar fraudes relevantes • encontrar fraudes irrelevantes (opcional) Órgãos reguladores e de controle (terceiros) • de acordo com as exigências legais Observe o quadro abaixo: A NBC TA 315 define controle interno como: ✓“O processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis”. ✓Destaca ainda, que o objetivo do auditor é identificar e avaliar os riscos de distorção relevante independentemente se causada por fraude ou erro, nos níveis de demonstração contábil e afirmações, por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade,proporcionando assim uma base para o planejamento e a implementação das respostas aos riscos identificados de distorção relevante A NBC TA 505 Confirmações externas, define os seguintes conceitos: Confirmação externa é a evidência de auditoria obtida como resposta por escrito direta para o auditor de um terceiro (a parte que confirma), em papel, no formato eletrônico ou outro meio. Solicitação de confirmação positiva é a solicitação de que a parte que confirma responda diretamente ao auditor indicando se concorda ou discorda das informações na solicitação, ou forneça as informações solicitadas. Solicitação de confirmação negativa é a solicitação de que a parte que confirma responda diretamente ao auditor somente se discorda das informações fornecidas na solicitação. Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneira completa, a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicitação de confirmação não entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado). Exceção é a resposta que indica uma diferença entre as informações para as quais se solicitou confirmação ou diferença entre os registros da entidade e as informações fornecidas pela parte que confirma. TA 580 Representações formais da administração A data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis. Ou seja, a data deve ser o mais próxima possível da data do relatório de auditoria, não precisa ser a mesma data. Somente não pode ser posterior. Essa é uma diferença importante em relação às normas passadas que exigiam que a data da carta de responsabilidade da administração fosse emitida na mesma data do parecer do auditor independente. RELATÓRIO DE AUDITORIA INDEPENDENTE ✓De acordo com as normas vigentes(TA 700), o relatório de auditoria independente pode ser: ▪ Com modificação, admitindo opiniões adversa, com ressalvas e abstenção de opinião; ▪ Sem modificação, admite opinião sem ressalva. Opinião sem ressalva é emitida quando as demonstrações contábeis, no julgamento do auditor, estão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável; Opinião com ressalva é emitida quando o auditor: a) tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes,mas não generalizadas nas demonstrações contábeis; ou b) não consegue obter evidência apropriada e suficiente de auditoria para suportar sua opinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados. Opinião adversa O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis. Abstenção de opinião O auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não consegue obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizadas.
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