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ADMINISTRAÇÃO
TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO
Alessandra T. Marchi Batista
Sandra Regina Ramos de Oliveira
http://unar.info/ead2
 
 
1 
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
Teoria Geral da Administração 
 
Ementa: Teoria da Administração e sua Evolução Histórica, Abordagem 
Clássica, Abordagem Humanista, Abordagens Burocrática, Estruturalista e 
Neoclássica, Teoria Sistêmica e Contingencial, As Teorias da Administração na 
Era da Informação. 
 
OBJETIVOS 
 Compreender a ciência da Administração, seu processo formativo, sua 
constituição, evolução e estruturação. 
 Desenvolver uma concepção crítica do pensamento administrativo, sua 
evolução, seu significado para a empresa e para o administrador. 
 Conhecer a evolução do pensamento administrativo, reconhecendo e 
identificando as várias correntes e a importância de cada uma. 
 
METODOLOGIA 
Adotamos para a disciplina Teoria Geral da Administração - TGA, uma 
metodologia que alia a teoria à prática, facilitada pelas atividades que 
permitam, a partir de exemplos, a coerência sobre a teoria e sua aplicação 
prática. 
 
AVALIAÇÃO 
No sistema EAD, a legislação estabelece a avaliação presencial, sem, no entanto, 
se definir como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, 
todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço 
 
 
2 
 
predeterminados; diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno 
realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a 
necessidade de estabelecimento de prazos. 
A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes 
instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 
1) Trabalhos individuais ou a partir da interatividade com seus pares; 
2) Provas bimestrais realizadas presencialmente; 
3) Trabalhos de pesquisa. 
 
As estratégias de recuperação incluirão: 
1) Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não 
satisfatoriamente dominados pelo aluno; 
2) Elaboração de trabalhos com o objetivo de auxiliar a vivência dos 
conteúdos. 
 
Bibliografia Básica 
CHIAVENATO, I. Introdução á teoria geral da administração. São Paulo: 
Elsevier: Campus, 2011. 
MAXIMILIANO, A. C. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2010. 
KWASNICKA, E.L. Teoria geral da administração: uma síntese. São Paulo: Atlas, 
2011. 
 
Bibliografia Complementar 
BATEMAN, Thomas S. Administração: Novo Cenário Competitivo. São Paulo: 
Atlas, 2006. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 3.ed. 
São Paulo: Atlas, 1983. 
 
 
3 
 
____________________. Introdução à teoria geral da administração. 6 ed. Rio de 
Janeiro: Campus, 2000. 
___________________. Administração nos novos tempos. 2ª edição. Rio de 
Janeiro: Campus, 2003. 
_____________________. Empreendedorismo: dando asas ao espírito 
empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005. 
FRANCISCO FILHO, Geraldo; SILVA, Fabio Gomes da. Teorias da Administração 
Geral. Campinas: Alínea, 1ª. Edição, 2006. 
 LACOMBE, F.J.M.; Heilborn, G.L.J. Administração: princípios e tendências. 
1.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 
MARCONDES, Reynaldo Cavalheiro, BERNARDES, Cyro. Teoria Geral da 
administração: Gerenciando organização. São Paulo: Saraiva 2004. 
MAXIMIANO, Antonio César A. Teoria geral da administração: da escola 
científica à competitividade na economia globalizada. 2.ed. São Paulo: Atlas, 
2000. 
MAXIMIANO, Antonio César A. Teoria Geral da Administração: da escola 
científica à competitividade na economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2008. 
MONTANA, P.J.C. ; BRUCE, H. Administração. São Paulo: Saraiva. 2010. 
MORAES, Anna Maris Pereira. Introdução à Administração. São Paulo: 
Prentice Hall, 2004. 
MOTTA, Fernando. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira 
Thompson Learning, 2006. 
 SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. - São Paulo: 
Pioneira Thomsom Learning, 2004. 
http://inovaemgestao.blogspot.com.br/2009/12/o-que-significa-administracao. 
.html>. Acesso em: 09/agosto 2012. 
http://cursodeeventos.blogspot.com.br/2011/08/fundamentos-da- 
administracao-de.html>. Acesso em: 05/ setembro 20012. 
 
 
4 
 
http://professoragiuliana.blogspot.com/2012_03_01_archive.html>. Acesso em: 
03/ setembro 20012. 
http://www.famescbji.edu.br/famescbji/biblioteca/livros_adm/TGA.pdf>. Acesso 
em: 29/agosto 20012. 
http://tgasegsemestre.blogspot.com.br/>. Acesso em: 04/ setembro 20012. 
http://www.not1.xpg.com.br/revolucao-industrial-fatores-e-etapas-
consequencias-sociais-economicas/> Acesso em: 29/agosto 20012. 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAVqgAA/introducao-a-teoria-geral-
administracao>Acesso em: 24/agosto 20012. 
http://admgeraluninove.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html>Acesso em: 
30/ agosto 20012. 
http://cassia-both.blogspot.com.br/2009/10/3-teoria-das-relacoes-
humanas.html>Acesso em: 03/ setembro 20012. 
http://amigonerd.net/trabalho/2430-motivacao>Acesso em: 27/agosto 20012. 
http://www.portaladm.adm.br/Tga/tga84.htm>Acesso em: 18/ setembro 20012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário	
 
UNIDADE 1- Introdução, Definição e Conceitos de Administração .......................................... 7 
UNIDADE 2- Teorias Administrativas .................................................................................................. 11 
UNIDADE 3- As Influências Filosóficas, Religiosas e Militares ................................................... 16 
UNIDADE 4- Influência da Revolução Industrial ............................................................................. 21 
UNIDADE 5- Influência dos Economistas Liberais .......................................................................... 25 
UNIDADE 6- Abordagem Clássica da Administração - Administração Científica e Teoria 
Clássica ........................................................................................................................................................... 30 
UNIDADE 7- Organização Racional do Trabalho............................................................................ 35 
UNIDADE 8- Princípios da Administração Científica ..................................................................... 41 
UNIDADE 9- Diferença entre Administração e Organização ..................................................... 47 
UNIDADE 10- Abordagem Humanística e Abordagem Neoclássica da Administração .. 52 
UNIDADE 11- Funções Básicas da Organização Industrial ......................................................... 58 
UNIDADE 12- Apreciação Crítica à Teoria das Relações ............................................................. 63 
UNIDADE 13- Funções do Administrador ......................................................................................... 68 
UNIDADE 14- Abordagem Burocrática .............................................................................................. 73 
UNIDADE 15- Vantagens e Desvantagens da Burocracia ........................................................... 78 
UNIDADE 16- Abordagem Estruturalista ........................................................................................... 83 
UNIDADE 17- Abordagens Múltiplas da teoria Estruturalista ................................................... 88 
UNIDADE 18- Teoria dos Sistemas em Administração ................................................................ 93 
UNIDADE 19- Teoria Contingencial ..................................................................................................... 98 
UNIDADE 20- As Teorias na Era da Informação............................................................................103 
 
 
 
 
 
6 
 
Apresentação da Disciplina 
 
Prezado aluno, 
Toda e qualquer organização tem a necessidade de uma prática 
administrativa que a conduza na busca de seus objetivos. 
 Ao longo da históriafoi aparecendo uma ciência que visa auxiliar o 
processo de mediação para busca dos fins especificados. Esta ciência é a 
Administração, que com o passar do tempo foi se desenvolvendo 
vagarosamente, ao receber influência da filosofia, da igreja e das organizações 
militares. 
O processo de evolução da Administração fica mais intenso após a 
Revolução Industrial, e especialmente no século XX, surgindo várias teorias com 
pretensão de sistematizar o processo administrativo. 
Essas teorias agem nas mais diversas organizações, ainda que sejam 
idealizadas em cenários industriais e empresarias, atingiram a educação 
modificando a prática administrativa nas escolas. Cada uma das teorias tem um 
foco em certo ângulo da Administração. 
Para que se entenda esta ciência em sua plenitude, torna-se necessário 
relacionar as diversas abordagens, explorando uma perspectiva mais sistêmica e 
complementar em cada teoria. 
 
Professora Esp. Alessandra T. Marchi Batista 
Reformulação:Tutora Sandra Regina Ramos de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
7 
 
UNIDADE 1- Introdução, Definição e Conceitos de 
Administração 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivos: Conceituar a Administração; 
 Entender o papel do administrador nas organizações; 
 Conhecer as habilidades e competências necessárias ao 
administrador; 
 Conhecer as áreas de atuação do administrador. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A sociedade humana é composta de organizações e essas de pessoas 
com sentimentos, ideias, aspirações, pensamentos, e todo um conjunto de 
situações e ações que viabilizam a existência dela. É a Administração que 
possibilita que as organizações sejam capazes de utilizar corretamente seus 
recursos e alcançar seus objetivos, transformando esses recursos em produtos e 
serviços com o objetivo de resolver problemas, conservando assim a 
movimentação das pessoas e da sociedade. 
A palavra Administração vem do latim ad (direção, tendência para) e 
minister (subordinação ou obediência), constituindo a palavra de ordem no 
mundo das organizações. De maneira geral pode-se dizer que ela é o processo 
de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar 
objetivos, qualquer que seja o tipo da organização: setor primário, manufatura 
ou serviços. 
Dessa forma pode-se medir o nível de eficiência da Administração 
avaliando a maneira como os processos estão sendo executados. É importante 
manter-se sempre eficiente evitando retrabalhos e desperdícios diversos para a 
 
 
8 
 
manutenção de um bom Processo Administrativo. Veja o quadro abaixo sobre o 
que concerne à Administração: 
 
 
http://inovaemgestao.blogspot.com.br 
O número de definições para a Administração é tão extenso quanto à 
quantidade de livros escritos sobre o assunto. Vejamos então, definições 
específicas de autores renomados que servem como referência no estudo da 
Administração: 
Silva (2004) define administração como sendo um conjunto de atividades 
dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um 
ou mais objetivos ou metas organizacionais. 
Chiavenato (2000) define administração como o processo de planejar, 
organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos e 
 
 
9 
 
ainda complementa dizendo que a tarefa básica da Administração é a de fazer 
as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz. 
Maximiano (2008) define administração como sendo o processo de 
tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo 
administrativo abrange cinco tipos principais de decisões, também chamadas de 
processos ou funções: planejamento, organização, liderança, execução e 
controle. 
A Administração vem sendo praticada de diversas formas desde os 
primórdios da civilização. Há quem acredite que é a mais antiga das profissões e 
é exercida desde que existem os primeiros agrupamentos humanos, porém não 
é raro ouvir que se trata de um novo campo. 
Habilidades do Administrador 
Lacombe (2003) define habilidade como sendo a capacidade que o ser humano 
tem de transformar os conhecimentos adquiridos em produtos ou serviços com 
o desempenho esperado, a partir do ensinamento praticado. 
Para obter um bom desempenho profissional, o administrador necessita 
ter três tipos de habilidades, que segundo o criador dessa tipologia, Katz (1955 
apud CHIAVENATO, 2003), são de natureza: técnica, humana e conceitual. 
 Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas 
e equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, 
através de sua instrução, experiência e educação. 
 Habilidade humana: consiste na capacidade e no discernimento para 
trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar 
uma liderança eficaz. 
 Habilidade conceitual: consiste na habilidade para compreender as 
complexidades da organização global e o ajustamento do 
comportamento da pessoa dentro da organização. Esta habilidade 
permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da 
 
 
10 
 
organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as 
necessidades de seu grupo imediato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://cursodeeventos.blogspot.com.br 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Acesse o site: www.ebah.com.br/content/ABAAAAOaUAL/50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
UNIDADE 2- Teorias Administrativas 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Conhecer a evolução das teorias administrativas. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
TEORIAS ADMINISTRATIVAS – Definição e Histórico 
Dentre os principais fatores que caracterizam os primórdios da 
Administração estão os fatos históricos, sociais, políticos e econômicos, criando-
se o panorama das organizações do passado. O teor do estudo da 
Administração varia de acordo com a teoria ou escola analisada. Cada autor 
tende a abordar as características e assuntos típicos da orientação teórica de 
sua escola ou teoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
h
ttp://professoragiuliana.blogspot.com.br 
 
 
 
12 
 
Chiavenato (2000) nos relata que a Teoria Geral da Administração (TGA) 
estuda a administração das organizações e empresas, visando à interação e 
interdependência entre as cinco variáveis principais: tarefa, estrutura, pessoas, 
tecnologia e ambiente. O comportamento desses componentes é sistêmico e 
complexo: cada um influencia e é influenciado pelos outros e cada um, 
provocou no seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um 
gradativo passo no desenvolvimento da TGA. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
À medida que a Administração confronta com novas situações, as 
doutrinas e teorias administrativas se adaptam, podendo até sofrer 
modificações ao longo dos anos para continuarem úteis e aplicáveis. Nesse 
contexto de mudanças e expansão podemos entender os gradativos passos da 
TGA no decorrer dos anos, que são mencionadas por meio de diferentes 
termos, explicados a seguir: 
 Teorias são explicações, interpretações ou proposições sobre a 
administração e as organizações; 
 Enfoque ou pensamento, também chamado de abordagem, é um 
aspecto particular das organizações, ou uma forma de estudá-las; 
 Escola é uma linha de pensamento ou conjunto de autores que 
usaram o mesmo enfoque; 
 Modelo de Gestão é um conjunto de doutrinas e técnicas do 
processo administrativo; 
 Modelo de Organização é um conjunto de características que 
definem organizações e a forma como são administradas; 
 Doutrina é um princípio de conduta que contém valores, implícitos 
ou explícitos. As doutrinas recomendam como agir, orientando os 
julgamentos e as decisões dos administradores; 
 
 
13 
 
 Técnicas são soluções para problemas. Organogramas, 
metodologias, estudos de tempos, sistemas de controle são 
exemplos de técnicas. 
http://www.famescbji.edu.br 
 
Ainda que se diga que a Administraçãoé uma área nova, a novidade 
propriamente dita está na sistematização de seus conceitos e a complexidade 
que atingiram no passado recente as grandes organizações. 
Essa preeminência das organizações e sua importância para a sociedade 
moderna, bem como a necessidade de administradores competentes e capazes, 
está na base do desenvolvimento da Teoria Geral da Administração (TGA). 
A moderna Teoria Geral da Administração (TGA), que se estuda hoje, é 
formada por conceitos que surgiram e vêm-se aprimorando ao longo dos 
tempos, sendo muito mais antigos do que se imagina, por exemplo, a Bíblia 
relata que Moisés, estava o dia todo cuidando de causas pequenas que o povo 
lhe trazia. Então Jetro recomendou: procure homens capazes para serem líderes 
de 10, 100 e 1.000. Esta recomendação foi dada a Moisés há cerca de 3.500 
anos. É tão antigo e continua atual. 
O estado atual da Teoria Geral da Administração e suas abordagens 
teóricas 
Agora, no século XXI, a Administração e as organizações estão passando 
por grandes transformações, as empresas privadas, em particular, atuam num 
cenário extremamente competitivo e necessitam aprimorar continuamente sua 
eficiência: fazer mais, com menor quantidade de recursos e em menor tempo. 
O conteúdo do estudo da Administração depende das características da 
teoria estudada, cada autor aborda as variáveis e os assuntos dentro da 
orientação técnica de sua teoria. Para fins de estudo, a Teoria da Administração 
pode ser dividida em várias correntes ou abordagens, levando-se em conta que 
 
 
14 
 
cada abordagem representa uma maneira específica de encarar a tarefa e as 
características do trabalho. 
Abordagem Clássica da Administração: 
 Administração Científica. 
 Teoria Clássica da Administração. 
Abordagem Humanística da Administração: 
 Teoria das Relações Humanas. 
Abordagem Neoclássica da Administração: 
 Teoria Neoclássica da Administração. 
 Administração Por Objetivos (APO). 
Abordagem Estruturalista da Administração: 
 Modelo Burocrático da Administração. 
 Teoria Estruturalista da Administração. 
Abordagem Sistêmica da Administração: 
 Teoria de Sistemas. 
 Abordagem Contingencial da Administração: 
 Teoria da Contingência. 
 http://tgasegsemestre.blogspot.com.br 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
UNIDADE 3- As Influências Filosóficas, Religiosas e Militares 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivo: Conhecer as influências filosóficas, religiosas e militares. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 A moderna Teoria Geral da Administração, que se estuda nos dias atuais, é 
formada por conceitos que surgiram e vêm-se reciclando há muito tempo, 
desde que os administradores do passado vivenciaram problemas práticos e 
precisaram de técnicas para resolvê-los. 
Os Primórdios da Administração – Antecedentes Históricos da 
Administração 
No decorrer da história da humanidade, observa-se que sempre existiu 
alguma forma de associação entre os homens para, através do esforço conjunto, 
alcançarem objetivos que, isoladamente não seriam possíveis. O processo de 
administrar está associado a qualquer situação em que haja pessoas fazendo o 
uso de recursos para atingir determinado objetivo. Dessa forma, embora 
rudimentares, podemos perceber que já havia a manifestação de administração. 
Maximiano (2000, p. 126), por volta de 10000 a 8000 a. C. na 
Mesopotâmia e no Egito, agrupamentos humanos que desenvolviam atividades 
extrativistas faziam uma transição para atividades de cultivo agrícola e 
pastoreio, iniciando-se a “Revolução Agrícola”. Nesse período surgem as 
primeiras aldeias, marcando-se a mudança da economia de subsistência para a 
administração da produção rural e a divisão social do trabalho. 
Ainda, de acordo com mesmo autor, no período compreendido entre 
3000 e 500 a. C., a “Revolução Agrícola” evoluiu para a “Revolução Urbana”, 
surgindo às cidades e os Estados, demandando a criação de práticas 
administrativas. 
 
 
17 
 
Chiavenato (1983, p.18) faz referências às magníficas construções 
realizadas na Antiguidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria, que indicam 
trabalhos de dirigentes capazes de planejar e orientar a execução de obras que 
ainda podemos observar. Também, através de papiros egípcios, foi possível 
verificar a importância da organização e administração da burocracia pública no 
Antigo Egito. 
 Influência dos Filósofos 
Na Antiguidade, a Administração sofreu influência da Filosofia. 
Sócrates (470 a. C. -399 a. C) filósofo grego, em sua conversa com 
Nicomaquis expõe sua opinião sobre a administração: “Sobre qualquer coisa 
que um homem possa presidir, ele será, se souber do que precisa e se for capaz 
de provê-lo, um bom presidente, quer tenha a direção de um coro, uma família, 
uma cidade ou um exército. Não é também uma tarefa punir os maus e honrar 
os bons? Portanto, Nicomaquis, não desprezeis homens hábeis em administrar 
seus haveres...”. 
Platão (429 a. C. -347 a. C.) também filósofo grego, discípulo de Sócrates, 
preocupou-se com os problemas políticos pertinentes ao desenvolvimento 
social e cultural do povo grego. Em sua obra, A República, exibe o seu ponto de 
vista sobre o tipo democrático de governo e de administração dos negócios 
públicos. 
Aristóteles (384 a. C. -322 a. C.), outro filósofo grego, discípulo de Platão, 
foi responsável pelo enorme impulso à Filosofia, Cosmologia, Nosologia, 
Metafísica, Lógica e Ciências Naturais, ampliando as expectativas do 
conhecimento humano para a sua época. Em seu livro “Política”, analisa e relata 
a organização do Estado, distingue as três formas de administração pública: 
Monarquia (ou governo de um só, que pode propiciar a tirania), Aristocracia 
(ou governo de uma elite, que pode desencadear uma oligarquia) e Democracia 
(ou governo do povo, que pode degenerar em anarquia). 
 
 
18 
 
Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês, considerado o 
fundador da Lógica Moderna, baseada no método experimental e indutivo. 
Antecipou-se ao princípio conhecido em Administração como “principio da 
prevalência do principal sobre o acessório”. 
René Descartes (1596-1650), filósofo, matemático e físico francês, 
reconhecido como o fundador da Filosofia Moderna. Em seu livro “O Discurso 
do Método”, descreve os princípios do seu método filosófico, denominado o 
método cartesiano, que serviu de fundamento para a tradição cientifica do 
ocidente, como por exemplo, o princípio da divisão do trabalho, da ordem, do 
controle, etc. 
Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo e político inglês, prega o governo 
absoluto, decorrente de sua visão pessimista da humanidade. Na ausência do 
governo, os indivíduos tendem a conviver em guerra constante e conflito 
permanente para a obtenção de meios de subsistência. O Estado representa um 
acordo social que ao crescer alcança a extensão de um dinossauro, colocando 
em risco a liberdade de todos. 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) responsável pela teoria do Contrato 
Social: O Estado surge de um acordo de vontades, Ele assegura que o homem é 
por natureza, bom e afável, sendo a vida em sociedade que o corrompe. 
Karl Marx (1818-1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820-1895) 
propõem uma teoria da origem econômica do Estado. O aparecimento do 
poder político e do Estado consiste na dominação econômica do homem pelo 
homem. O marxismo foi a ideologia primária a afirmar o estudo das leis 
objetivas do desenvolvimento econômico da sociedade, em oposição aos ideais 
metafísicos. Com a Filosofia Moderna, a Administração deixa de ganhar 
contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico afasta-se 
extraordinariamente dos problemas organizacionais. 
 
 
 
19 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Influência da Organização da Igreja Católica 
Ao longo dos séculos, as normas administrativas e princípios de 
organização pública foramse transferindo das instituições dos Estados para as 
instituições da Igreja Católica. Através dos séculos, a Igreja Católica alicerçou 
sua organização com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior 
(assessoria) e a coordenação funcional para assegurar integração. 
A Igreja tem uma organização hierárquica muito simples e eficiente que a 
sua imensa organização mundial pode operar de maneira suficiente sob o 
comando de uma só cabeça executiva, o Papa. Dessa forma, a estrutura da 
organização eclesiástica serviu como exemplo para muitas organizações que, 
ávidas de experiências bem sucedidas, passaram a implantar uma grande 
quantidade de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica. 
Influência da Organização Militar 
A organização militar influenciou consideravelmente o desenvolvimento 
das teorias da Administração por todos os tempos. A organização linear tem 
suas raízes na organização militar dos exércitos da Antiguidade e da época 
medieval. O principio da unidade de comando (onde cada subordinado só pode 
ter um superior) – é a essência das organizações militares. 
A escala hierárquica, ou seja, os escalões de graus de comando de 
acordo com o nível de autoridade e responsabilidade correspondente é a 
principal característica da organização militar utilizada em outras organizações. 
O conceito de hierarquia dentro do exercito é certamente tão antigo quanto a 
própria guerra, pois a ideia de um estado-maior sempre existiu para o exército. 
Contudo, o estado-maior formal como um quartel-general apareceu somente 
em 1665 com a Marca de Brandenburgo, precursor do exército prussiano. 
A evolução do princípio de assessoria e a constituição de um estado-
maior geral ocorreram posteriormente na Prússia, com o Imperador Frederico II, 
 
 
20 
 
o Grande (1712-1786). Outra contribuição da organização militar é o princípio 
da direção, pelo qual todo soldado deve ter total conhecimento sobre o que se 
espera dele e o que ele deve efetivamente fazer. Mesmo Napoleão, o general 
mais autocrata da história militar, jamais deu uma ordem sem explicar o seu 
objetivo e ter certeza de que haviam entendido e compreendido corretamente, 
pois acreditava que a obediência cega nunca leva a um desempenho 
inteligente. 
No início do século XIX, Karl Von Clausewitz (1780-1831), general 
prussiano e reconhecido como o pai do pensamento estratégico, escreveu um 
tratado sobre a guerra e os princípios de guerra, recomendando como 
administrar os exércitos em períodos de guerra. Foi o grande inspirador de 
muitos teóricos da Administração que posteriormente se basearam na 
organização e nas estratégias militares para adaptá-las à organização e 
estratégia industriais. Clausewitz considerava a disciplina como uma condição 
básica para uma organização. Para ele, a organização demanda um rigoroso 
planejamento, no qual as decisões devem ser baseadas na ciência e não apenas 
na intuição. As decisões necessitam basear-se na probabilidade e não apenas na 
necessidade lógica. O administrador deve aceitar a incerteza e planejar, 
podendo dessa maneira, minimizar essa incerteza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4- Influência da Revolução Industrial 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Entender qual foi o impacto que a Revolução Industrial exerceu 
sobre a Administração e seu surgimento. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Influência da Revolução Industrial 
Com o invento da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua 
utilização junto à produção, temos um novo entendimento do trabalho, que 
modificou totalmente a estrutura social e comercial da época. Como 
consequência, percebemos profundas e rápidas mudanças de ordem 
econômica, política e social que, num lapso de aproximadamente um século, 
foram mais significativas do que as mudanças ocorridas no milênio anterior. 
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra e é dividida em duas 
épocas distintas: 
 1780 a 1860: Primeira Revolução Industrial ou Revolução do Carvão e do 
Ferro. 
 1860 a 1914: Segunda Revolução Industrial ou Revolução do Aço e da 
Eletricidade. 
A primeira Revolução Industrial passou por quatro fases: 
1. Mecanização da indústria e da agricultura: a máquina de fiar, o tear 
hidráulico, o tear mecânico e o descaroçador de algodão tomaram o 
lugar do trabalho muscular do homem, do animal ou da roda de água, 
tendo como resultado uma produção muito maior que os processos 
manuais. 
2. Aplicação da energia motriz a indústria: a aplicação do vapor às 
máquinas transforma as oficinas em fábricas. 
 
 
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3. Desenvolvimento do sistema fabril: o artesão e sua pequena oficina 
deram lugar aos operários e às fábricas e usinas fundamentadas na 
divisão do trabalho, novas indústrias surgem em detrimento da atividade 
rural. A urbanização acontece, massas humanas migram do campo para 
as proximidades das fábricas. 
4. Espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações: estradas 
de ferro, navegação a vapor, novos meios de transporte e de 
comunicação surgem rapidamente. O telégrafo elétrico, o selo postal e o 
telefone conduzem o imenso e profundo crescimento econômico, social, 
tecnológico e industrial. 
Chiavenato (2005, p.26) relata a segunda fase da Revolução Industrial a 
partir de 1860, provocada por três eventos: o processo de fabricação do aço 
(1856), o dínamo (1873) e o motor de combustão interna (1873). 
As características da Segunda Revolução Industrial são: 
1- Substituição do ferro pelo aço. 
2- Substituição do vapor pela eletricidade. 
3- Desenvolvimento de maquinaria automática especialização do trabalho 
do operário. 
4- Crescente domínio da indústria pela ciência. 
5- Transformações radicais nos transportes e comunicações, marcadas pela 
produção de automóveis e em 1906, Santos Dumont faz sua experiência 
com o avião. 
6- Novas formas de organização capitalista. O capitalismo industrial cedeu 
lugar ao capitalismo financeiro, que tem quatro características 
fundamentais. 
6.1 – dominação da indústria pelas inversões de bancos e instituições 
financeiras e de crédito, como foi o caso da formação da United States 
Steel Corporation, em 1901, pela J.P. Morgan & Co. 
 
 
23 
 
6.2 - acumulação de capital, provenientes de trustes e fusões de 
empresas. 
6.3 – separação entre a propriedade particular e a direção das empresas, 
6.4 – o desenvolvimento das holding companies para integrar os 
negócios. 
7 – expansão da industrialização desde a Europa até o Extremo Oriente. 
A tranquilidade da produção do artesanato foi substituída pelo sistema de 
produção por meio de máquinas, dentro das grandes fábricas. Como 
consequência, houve uma brusca mudança provocada por dois aspectos, a 
saber: 
 Transferência da aptidão do artesão para a máquina, para produzir de 
maneira mais rápida, em maior quantidade e com qualidade superior, 
permitindo a redução nos custos de produção. 
 Substituição da força animal ou do músculo humano pela potência da 
máquina a vapor (e depois pelo motor), permitindo produção maior e 
economia. 
A maquinização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas, 
transformando-se com o decorrer do tempo em fábricas. A mecanização do 
trabalho teve como consequência a divisão do trabalho, substituindo todo o 
processo tradicional da produção por tarefas semiautomatizadas e repetitivas, 
não requerendo um conhecimento específico. Contudo, a Revolução Industrial, 
embora tenha provocado uma imensa transformação na estrutura empresarial e 
econômica na época, não chegou a influenciar diretamente o conceito e 
princípios da administração das empresas. Grande parte dos empresários ainda 
baseava suas decisões nos modelos da organização militar ou eclesiástica. 
A organização moderna nasceu com a Revolução Industrial, devido a 
vários fatores, como: 
1. Quebra dos conceitos corporativos da Idade Média. 
 
 
24 
 
2. Desenvolvimentotecnológico e a aplicação dos progressos científicos à 
produção, a descoberta e aplicação de novas formas de energia e a 
grande ampliação de mercados. 
3. Substituição da produção artesanal pela produção industrial. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Quadro Resumo dos Fatores e Características: http://www.not1.xpg.com.br 
 
 
 
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UNIDADE 5- Influência dos Economistas Liberais 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Conhecer os precursores da Administração e como exerceram um 
importante papel na construção do pensamento administrativo. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Influência dos Economistas Liberais 
Após o século XVII, as teorias econômicas eram baseadas na explicação 
dos fatos empresariais, no experimento diário e em noções do comércio da 
época. 
Ao final do século XVIII, os economistas clássicos liberais criam uma 
reação para o liberalismo que culmina com o evento da Revolução Francesa. A 
ideologia liberal emana do direito natural: a ordem mais perfeita. 
Os direitos econômicos são inalienáveis e necessita existir uma harmonia 
em todo o conjunto de indivíduos. Do ponto de vista do liberalismo, a vida 
econômica deve se manter afastada da influência estatal, porque o trabalho é 
regido por princípios econômicos e a mão de obra sujeita-se às mesmas leis da 
economia que conduzem o mercado de matérias primas ou comércio 
internacional. Dessa maneira, os operários estão totalmente a serviço dos 
patrões, que são os detentores dos meios de produção. A livre concorrência é o 
principal fator do liberalismo econômico e as ideias fundamentais dos 
economistas clássicos liberais compõem os germes do pensamento 
administrativo. 
Adam Smith (1723-1790) é o criador da economia clássica, cujo foco é a 
competição. As pessoas tendem a agir apenas em proveito próprio, mas os 
mercados sob o foco da competição trabalham de maneira espontânea, 
garantindo (por um mecanismo abstrato que chamava de “a mão invisível que 
 
 
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governa o mercado”) a utilização eficiente e eficaz dos recursos e da produção, 
sem demasia de lucros. Sob o ângulo do papel econômico do governo, além de 
garantir a lei e a ordem, também faz intervenção quando o mercado não existe 
ou não funciona em condições satisfatórias, ou seja, quando a competição livre 
não ocorre. Os princípios da especialização e da divisão do trabalho aparecem 
em seu livro “A Riqueza das Nações”, publicado em 1776. 
Ainda seguindo Smith, a raiz da riqueza das nações está na divisão do 
trabalho e na especialização das tarefas, recomendando o estudo dos tempos e 
movimentos que, posteriormente, Taylor e Gilbreth iriam trabalhar e 
desenvolver como a base da Administração Científica. Adam Smith enfatizou a 
relevância do planejamento e da organização dentro das funções da 
Administração. 
Karl Marx (1818 – 1883) e Friedrich Engel (1820 – 1895), criadores do 
socialismo científico e do materialismo histórico, publicam em 1848 o Manifesto 
Comunista, livro que analisa e forma abrangente os regimes econômicos, sociais 
e políticos da época. O socialismo e o sindicalismo levam de “maneira 
obrigatória” o capitalismo ao caminho do aprimoramento dos meios de 
produção e a adequada remuneração. Surgem, então, os primeiros esforços no 
sentido de racionalização do trabalho como um todo. 
James Mill (1773-1836), economista liberal, recomentava em seu livro 
Elementos de Economia Política, publicado em 1826, uma gama de conceitos 
relacionados com os estudos de tempos e movimentos como forma de 
alavancar o crescimento da produção nas indústrias da época. 
David Ricardo (1772-1823) publica seu livro Princípios de Economia 
Política e Tributação, abordando temas como trabalho, capital, salário, renda, 
produção, preços e mercados. 
Influência dos Pioneiros e Empreendedores 
 
 
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O século XIX presenciou um monumental desfile de inovações e 
mudanças no cenário empresarial. O mundo e as empresas estavam mudando, 
as circunstâncias eram favoráveis para o aparecimento da teoria administrativa. 
Por volta de 1820, as estradas de ferro eram o maior “negócio 
empresarial”, que propeliram as ações de investimento e o ramo de seguros, e 
provocaram também o fato da urbanização, situação que gerou necessidades 
de habitação, alimentação, roupa, luz e aquecimento e o crescimento de 
empresas focadas no consumo. 
No ano de 1871, a Inglaterra era a maior potência econômica mundial. 
Os “criadores de impérios” (empire builders) integravam concorrentes, 
fornecedores e distribuidores e, junto com as empresas e instalações vinham 
também os antigos donos e empregados. Surgiam assim, os primeiros impérios 
industriais que se tornaram gigantescos demais para serem dirigidos pelos 
pequenos grupos familiares. Logo surgiram os gerentes profissionais, os 
primeiros organizadores preocupados mais com a fábrica do que com as vendas 
ou as compras. 
Na década de 1880, aparecem as empresas com organizações próprias 
de vendas, com vendedores treinados, iniciando a situação de “marketing” que 
temos hoje, tendo a organização do tipo funcional que seria adotada pelas 
demais empresas, a saber: 
1. Departamento de produção para cuidar da manufatura de fábricas 
isoladas. 
2. Departamento de vendas e escritórios distritais com vendedores. 
3. Departamento técnico de engenharia para desenvolver produtos. 
4. Departamento financeiro. 
Por volta de 1889, as empresas acumulavam instalações e pessoal em 
quantidades muito além do necessário para ganhar mercados novos. Os custos 
 
 
28 
 
precisavam ser reduzidos e a estrutura funcional deveria coordenar a fabricação, 
a engenharia, as vendas e as finanças. 
As maneiras de reduzir custos diminuíram e as margens de lucro 
também, o mercado se saturou e as empresas galgavam novos mercados, 
objetivando a diversificação de produtos. A antiga estrutura funcional começou 
a emperrar. Surge assim, a empresa multidepartamental e integrada. 
A próxima fase foi controlar o mercado de distribuição, suprimindo os 
intermediários, para assim vender mais barato ao consumidor e não precisar do 
trabalho de atacadistas. Entre 1890 e 1900, houve uma série de fusões de 
empresas, a mais famosa foi a criação da U.S. Steel Corporation, uma transação 
de bilhões de dólares. O pioneiro da indústria frigorífica, Gustavus Swift, criou 
uma tática para concretizar a fabricação, adiantando-se para a distribuição 
própria e voltar para a fase do controle da matéria prima. Com a integração 
vertical, a indústria frigorífica tornou-se um oligopólio. Vários pioneiros da 
indústria manufatureira adotaram as ideias de Swift na sistematização de seus 
impérios industriais. 
No início do século XX, grandes empresas fraquejaram financeiramente, 
dirigir grandes corporações deixou de ser uma habilidade pessoal. Criavam-se 
as condições para a revelação dos organizadores que substituíram os capitães 
das indústrias (pioneiros e empreendedores). Chegou a era da competição e da 
concorrência como consequência de fatores como: 
1. Desenvolvimento tecnológico. 
2. Livre Comércio. 
3. Mudanças dos mercados vendedores para mercados compradores. 
4. Aumento da capacidade de investimento de capital. 
5. Rapidez do ritmo de mudança tecnológica que reduz custos de 
produção. 
6. Crescimento dos negócios e das empresas. 
 
 
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Tais fatores contribuíram para a melhora da prática empresarial e o 
surgimento da Teoria Administrativa. A Revolução Industrial deu início à Era 
Industrial que dominou o mundo até o final do século XX e distinguiu os países 
industrializados (mais avançados) dos países não industrializados (emergentes e 
subdesenvolvidos). E também distinguiu as organizações, em grupos das “bem 
administradas” e das “mal administradas”.BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Para saber mais, acesse o site: 
http://ziniadministrador.blogspot.com.br/2012/04/influencia-dos-economistas-
liberais-na.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 6- Abordagem Clássica da Administração - 
Administração Científica e Teoria Clássica 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Compreender a Administração Científica, bem como seu principal 
representante. Compreender a Teoria Clássica, suas características e seu 
representante. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Origens da Abordagem Clássica da Administração 
Suas origens remontam à Revolução Industrial e suas consequências, o 
que causou o crescimento acelerado e desorganizado das empresas e a 
necessidade de aumentar a produção de bens, melhorando a eficiência e 
aumentando a competitividade. 
Nesse período inicia-se a produção em massa, dominada pelos 
monopólios, principalmente nos Estados Unidos, ocasionando o aumento da 
quantidade de assalariados nas indústrias. Tornou-se urgente evitar o 
desperdício de materiais (insumos) e programar a economia de mão de obra. 
Surge à divisão do trabalho, criam-se os padrões de produção, determinam-se 
as funções, criando-se assim, condições econômicas e técnicas para o 
surgimento do taylorismo e fordismo. No início do século XX, dois engenheiros 
desenvolveram os primeiros trabalhos sobre a Administração. Um era 
americano, Frederick Winslow Taylor, que encetou a chamada Escola da 
Administração Científica cujo foco era aumentar a eficiência da indústria por 
meio da racionalização do trabalho operário. O outro era europeu, Henri Fayol, 
que desenvolveu a chamada Teoria Clássica, preocupada em aumentar a 
capacidade da empresa por meio de sua organização e do emprego de 
princípios gerais da Administração em bases científicas. Ainda que ambos 
 
 
31 
 
tenham partido de pontos de vista diferentes e até opostos, suas ideias 
constituem as bases da chamada Abordagem Clássica da Administração, cujas 
suposições dominaram as quatro primeiras décadas do século XX no cenário 
administrativo das organizações. 
A Abordagem Clássica da Administração se divide em duas correntes: 
Administração Científica (Taylor) e Teoria Clássica (Fayol). 
 Segue breve histórico: 
 A Escola da Administração Científica teve seu início nos Estados 
Unidos pelo engenheiro Frederick W. Taylor, tendo vários seguidores 
como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford, dentre outros, e incitou uma 
verdadeira revolução no pensamento e nos conceitos de 
administração no mundo industrial da sua época. Sua preocupação 
inicial era diminuir o desperdício e as perdas ocasionadas nas 
indústrias americanas e aumentar o nível de produtividade 
utilizando-se de métodos e técnicas da engenharia industrial; para 
tal, era necessário também elevar o nível dos operários. Daí a ênfase 
nas tarefas, ou seja, na análise e na divisão do trabalho do operário, 
pois as ocupações do cargo e seu titular constituem a unidade 
fundamental da organização. 
 Teoria Clássica teve seu início na França, pelo engenheiro Henri Fayol, 
tendo como expoentes: Mooney, Urwick, Gulick dentre outros. A 
preocupação principal era aumentar a produção e a eficiência da 
indústria, focando a disposição dos órgãos componentes da 
organização (departamentos) e de suas inter-relações estruturais. Daí 
a ênfase na estrutura (baseada nos conceitos da anatomia e da 
fisiologia) da organização, predominando a departamentalização e 
elementos da administração. 
Administração Científica – Arrumando o chão de fábrica 
 
 
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O nome Administração Científica é decorrente da tentativa de empregar 
os métodos da ciência aos problemas da Administração, atingindo excelente 
ação industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da 
administração são a observação e a mensuração. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
A Obra de Taylor 
Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o criador da Administração 
Científica, nasceu na Filadélfia, nos Estados Unidos. Pertencente à uma família 
“quaker”, com princípios rígidos, cuja educação foi baseada na disciplina, 
devoção ao trabalho e poupança., sua experiência profissional foi iniciada na 
função de operário, galgando degraus, passando pelas funções de capataz, 
contramestre até alcançar o topo, como engenheiro. Nesse momento histórico 
da produção, estava em moda o sistema de pagamento por peça ou por tarefa. 
Podemos dividir a atuação de Taylor em dois períodos, a saber: 
Primeiro Período de Taylor 
 No primeiro período, Taylor tem a publicação de seu livro “Shop 
Management” (Administração de Oficinas), resultado do estudo de tempos e 
movimentos, técnicas racionais do trabalho, analisando cada movimento do 
operário. Taylor percebeu que o operário “médio”, tinha potencial, porém sua 
produção limitava-se ao mínimo necessário. Nesse momento, Taylor sente a 
necessidade de criar condições de pagar mais para o operário que produzir 
mais, sua teoria seguiu em caminho de baixo para cima e das partes para o 
todo. Taylor expõe que: 
 O objetivo de uma boa Administração é pagar bons salários e ter 
baixos custos na de produção. 
 Para alcançar tal objetivo, a Administração deve empregar os 
métodos científicos de pesquisa e experimentação, para assim, 
 
 
33 
 
formular princípios e estabelecer processos padronizados que 
possibilitem o controle de operações fabris. 
 Os empregados precisam ser cientificamente selecionados e 
alocados, garantindo que as condições de trabalho sejam adequadas 
e que as normas sejam cumpridas. 
 Os empregados devem ser cientificamente instruídos para aperfeiçoar 
suas aptidões e, dessa maneira, realizar uma tarefa de modo que a 
produção normal seja cumprida. 
 Uma atmosfera de cooperação dever ser cultivada entre a 
Administração e os trabalhadores, garantindo a continuidade desse 
ambiente psicológico que permita a aplicação dos princípios 
mencionados. 
Segundo Período de Taylor 
Nesse segundo período, desenvolveu seus estudos sobre a 
Administração Geral, e publicou o livro “Princípios de Administração Científica”, 
baseado na racionalização do trabalho operário, que deveria ser baseado na 
estruturação geral, sem deixar, contudo sua preocupação com relação à tarefa 
do operário. 
Taylor afirmava que as indústrias de sua época padeciam de três males: 
1. Vadiagem sistemática por parte dos operários, que reduziam 
intencionalmente a produção, para evitar a redução de salários pela 
gerência. Segundo Taylor, há três causas determinantes da vadiagem no 
trabalho: 
a. O engano de que um rendimento maior do homem e da máquina 
terá como resultado o desemprego de parte dos operários; 
b. O sistema anormal de Administração que obriga os operários à 
ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses; 
 
 
34 
 
c. Os métodos empíricos ineficientes, aplicados nas empresas, que 
levam o operário a desperdiçar grande parte do seu esforço e do 
seu tempo. 
2. Ignorância por parte da gerência, das rotinas de trabalho e do tempo 
necessário para sua realização. 
3. Falta de padronização das técnicas ou métodos de trabalho. 
Para corrigir esses três problemas, idealizou o seu famoso sistema de 
Administração que denominou “Scientific Management”, também conhecido 
como: Administração Científica, ou Sistema de Taylor, Gerência Científica, 
Organização Científica no Trabalho e Organização Racional do Trabalho. 
A Administração Como Ciência 
Para Taylor, a organização e a Administração devem ser estudadas e 
tratadas cientificamente e não empiricamente. 
 A importância de Taylor está no fato de encarar ordenadamente o 
estudo da organização. Foi o pioneiro na tarefa de analisar o trabalho, os 
tempos e os movimentos, definir padrões de execução, treinar operários, 
especializar o pessoal, inclusive especialização da gerência. Foi o pioneiro em 
adotar umamaneira metódica de analisar e organizar o trabalho da base até o 
topo da organização. Tudo isso eleva Taylor a uma altura não comum no campo 
da organização. 
A Administração Científica preocupa-se com moldes de produção, 
padronização de máquinas e ferramentas, métodos e rotinas para execução de 
tarefas e prêmios de produção para impulsionar a produtividade. O princípio da 
máxima prosperidade para o patrão atrelada à máxima prosperidade para o 
empregado denota que deve haver uma analogia de interesses entre 
empregados e empregadores. 
 
 
 
 
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UNIDADE 7- Organização Racional do Trabalho 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Conhecer os métodos científicos que deram origem à Organização 
Racional do Trabalho. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Taylor constatou que os operários aprendiam suas tarefas por meio da 
observação dos companheiros. Observou que essa situação resultava em 
diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma ampla variedade de 
instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Esses instrumentos e 
ferramentas necessitam ser aprimorados por meio da análise científica e um 
detalhado estudo de tempos e movimentos. Essa tentativa de substituir 
métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos ganhou o nome 
de Organização Racional do Trabalho (ORT). 
A Organização Racional do Trabalho (ORT) se baseia em: 
 Estudo dos Tempos e Movimentos: o trabalho é realizado melhor por 
meio da divisão e subdivisão de todos os movimentos imprescindíveis à 
execução de cada operação de uma tarefa. Metódica e pacientemente 
analisando a realização das tarefas de cada operário, Taylor percebeu a 
possibilidade de decompor as tarefas em uma série determinada de 
movimentos simples. Os movimentos inúteis eram abolidos enquanto os 
movimentos úteis eram simplificados, racionalizados ou unidos com 
outros movimentos, para proporcionar economia de tempo e de esforço 
ao operário. A análise do trabalho observava a determinação do tempo 
médio que um operário comum levaria para a realização total da tarefa, 
por meio do uso do cronômetro. Nesse tempo médio eram 
acrescentados tempos essenciais e mortos (esperas, tempos de saída do 
 
 
36 
 
operário da linha para suas necessidades pessoais, etc.) para se chegar ao 
chamado "tempo padrão". Dessa maneira, padronizava-se o método de 
trabalho e o tempo destinado à sua execução. Os objetivos do estudo de 
tempos e movimentos são: 
1. Eliminação de todo o desperdício de esforço humano e movimentos 
desnecessários. 
2. Racionalização da seleção e adequação dos operários à tarefa. 
3. Facilidade no treinamento dos operários e progresso da eficiência e 
rendimento da produção pela especialização das atividades. 
4. Divisão uniforme do trabalho para eliminar falta ou excesso de trabalho. 
5. Estabelecimento de regras de execução do trabalho. 
6. Base uniforme para salários equitativos e prêmios de produção. 
 Estudo da Fadiga Humana: O estudo dos movimentos fundamenta-se 
na anatomia e fisiologia humanas. Foram realizados estudos estatísticos 
sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário. O estudo dos 
movimentos tem três finalidades: 
1. Eliminar movimentos desnecessários na realização de uma tarefa. 
2. Executar os movimentos úteis com a máxima economia de esforço e 
tempo. 
3. Adequar uma seriação e economia aos movimentos. 
Em suma, a fadiga é avaliada um redutor da eficiência. Para reduzir a 
fadiga, foram estabelecidos princípios de economia dos movimentos relativos 
ao uso do corpo humano, na acomodação do material no local de trabalho e às 
ferramentas e equipamentos. 
 Divisão do Trabalho e Especialização do Operário: Uma das 
consequências do estudo dos tempos e movimentos foi à divisão do 
trabalho e a especialização do operário a fim de alçar sua produtividade. 
Dessa maneira, cada operário se especializou na execução de uma única 
 
 
37 
 
tarefa ou de tarefas simples e elementares. A linha de montagem foi sua 
fundamental base de aplicação. Essas ideias tiveram acelerada aplicação 
na indústria americana e estenderam-se rapidamente a todos os demais 
países e a todos os ramos de atividades. A partir daí, o operário perdeu a 
liberdade e a iniciativa de estabelecer o seu modo de trabalhar e passou 
a ser instruído à execução mecânica e repetitiva, durante toda a sua 
jornada de trabalho. A ideia fundamental era de que a eficiência aumenta 
com a especialização: quanto mais especializado for um operário, tanto 
maior será a sua eficiência. 
 Desenho de Cargos e Tarefas: O desenho de cargos é o modo pelo qual 
um cargo é criado, projetado e associado com outros cargos para a 
execução das tarefas. A simplificação no desenho dos cargos permite as 
seguintes vantagens: 
1. Admissão de empregados com qualificações mínimas e salários menores 
diminuindo os custos de produção. 
2. Minimização dos custos de treinamento. 
3. Redução de falhas na execução, diminuindo os refugos e rejeições. 
4. Facilidade de supervisão, pois cada supervisor pode controlar um número 
maior de subordinados. 
5. Aumento da eficiência do trabalhador, permitindo maior produtividade. 
 Incentivos Salariais e Prêmios de Produção: Depois de analisado o 
trabalho, racionalizadas as tarefas e padronizado o método e o tempo 
para sua realização, selecionado cientificamente o operário e treinado de 
acordo com a metodologia preestabelecida, necessitava-se que o 
empregado contribuísse com a empresa adequando-se dentro dos 
padrões definidos. Para isso foi desenvolvido um programa de incentivos 
salariais e de prêmios de produção. 
 
 
38 
 
A ideia central era a de que a remuneração baseada no tempo (salário 
mensal, diário ou por hora) não incentivava nenhum operário a trabalhar mais e 
deveria ser alterada para remuneração baseada na produção de cada operário 
(salário por peça, por exemplo): o operário que produzisse pouco ganharia 
pouco e o que produzisse mais, ganharia na proporção de sua produção. Era 
imprescindível um estímulo salarial suplementar para que os operários 
ultrapassassem o tempo padrão. Era necessário instituir um incentivo salarial ou 
prêmio de produção. O tempo padrão, isto é, o tempo médio necessário para o 
operário executar a tarefa, indica o nível de eficiência equivalente a 100%. 
Acima de 100% de eficiência, a remuneração por peça era adicionado um 
prêmio de produção ou incentivo salarial adicional que aumentava à medida 
que se elevava a eficiência do operário. Com o plano de incentivo salarial, se 
alcançou um custo de produção cada vez mais reduzido e, como consequência, 
maior produtividade e maior rendimento. 
 Conceito de Homo Economicus: Junto com a Administração Cientifica 
implantou-se o conceito de homo economicus, ou seja, do homem 
econômico. De acordo com esse conceito, todo indivíduo é influenciado 
unicamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. Dessa 
maneira, o homem busca o trabalho não porque gosta dele, mas como 
um meio de ganhar a vida. O homem é motivado a trabalhar pelo receio 
de passar fome e pela necessidade de dinheiro para viver. Esse ponto de 
vista da natureza humana - o homem econômico - não se restringia 
apenas a ver o homem como um empregado por dinheiro, pior ainda: via 
no operário da época, um indivíduo limitado e mesquinho, preguiçoso e 
responsável pela vadiagem e desperdício das empresas e que necessitava 
ser controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo padrão. 
 Condições De Trabalho: Taylor e seus seguidores constataram que a 
eficiência depende não apenas do método de trabalho e do incentivo 
 
 
39 
 
salarial, mas também de diversas condições de trabalho que assegurem o 
bem-estar físico do trabalhador e atenuem a fadiga. As principais 
condições de trabalho são: 
1. Adaptação de ferramentas de trabalho e de materiais de produção para 
minimizar o esforço do trabalhadore a perda de tempo na execução da 
tarefa. 
2. Disposição física das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo 
da produção. 
3. Melhora do ambiente físico de trabalho de modo que o ruído, a 
ventilação, a iluminação e o conforto no trabalho não diminuam a 
eficiência do trabalhador. 
4. Projeto de materiais e equipamentos especiais, como transportadores, 
seguidores, contadores e utensílios para restringir movimentos 
desnecessários. 
Com a Administração Cientifica, as condições de trabalho passam a 
compor elementos importantes no crescimento da eficiência. O conforto do 
operário e a melhora do ambiente físico (iluminação, ventilação, ruído, aspectos 
visuais da fábrica etc.) passam a ser evidenciados e valorizados, não porque as 
pessoas o merecessem, mas porque eram fundamentais para a obtenção da 
eficiência do trabalhador. 
 Padronização: Organização Racional do Trabalho (ORT) se atentou aos 
planos de incentivos salariais. Preocupou-se também com a 
padronização dos processos e metodologias do trabalho, com a 
padronização das máquinas e equipamentos, ferramentas e instrumentos 
de trabalho e matérias primas, a fim de diminuir a variabilidade e a 
diversidade no processo produtivo e dessa maneira, abolir o desperdício 
e aumentar a eficiência. Padronização é a aplicação de normas e padrões 
em uma organização para obter uniformidade e redução de custos. A 
 
 
40 
 
padronização passa a ser essencial para a Administração Cientifica na 
melhoria da eficiência. 
 Supervisão Funcional: a especialização do operário deve ser associada à 
especialização do supervisor. Taylor era contrário à centralização da 
autoridade e sugeria a supervisão funcional, onde há a existência de 
vários superiores, cada qual especializado em determinada área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
UNIDADE 8- Princípios da Administração Científica 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: conhecer os princípios da administração e as funções 
administrativas. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Para racionalizar, padronizar e prescrever normas de conduta ao 
administrador, os engenheiros da Administração Científica determinaram 
princípios para serem executados a todas as situações. Um princípio é uma 
afirmação adequada para uma determinada situação; é uma previsão do que 
deverá ser feito quando acontecer à situação. 
Para Taylor, os princípios da Administração Científica são: 
1. Princípio de Planejamento: Substituir a improvisação pela ciência, 
aplicando o planejamento do método. 
2. Princípio de Preparo: Selecionar cientificamente os trabalhadores de 
acordo com suas capacidades, preparando-os e treinando-os para 
produzirem mais e melhor. Preparar também máquinas e equipamentos 
através do arranjo físico e disposição racional das ferramentas e 
materiais. 
3. Princípio de Controle: Controlar o trabalho para se assegurar de que está 
sendo realizado conforme o previsto. 
4. Princípio de Execução: Dividir as atribuições e responsabilidades, para 
que a execução do trabalho seja realizada pelos operários. 
Princípios Básicos de Ford 
Henry Ford (1863-1947) iniciou sua carreira profissional como mecânico, 
chegando ao cargo de engenheiro-chefe de uma fábrica. Arquitetou e projetou 
um modelo de carro e fundou, em 1903, a Ford Motor Co. Seu ideal era fabricar 
 
 
42 
 
carros - antes artesanais e designados a poucos milionários – a preços 
populares, fazendo parte de um plano de vendas e assistência técnica. 
Revolucionou a estratégia comercial da época. 
Ford, talvez o mais conhecido de todos os precursores da moderna 
Administração, amealhou uma das maiores fortunas do mundo graças ao 
contínuo aperfeiçoamento de seus métodos, processos e produtos. Ford adotou 
três princípios básicos: 
1. Princípio de intensificação: consiste em reduzir o tempo de produção 
empregando equipamentos e matéria prima e a colocação imediata do 
produto no mercado. 
2. Princípio da economicidade: consiste em reduzir ao mínimo a quantidade 
do estoque da matéria prima em transformação. A velocidade da 
produção deve ser rápida. 
3. Princípio da produtividade: consiste em aumentar o rendimento de 
produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da 
especialização e da linha de montagem. O processo se caracteriza pela 
aceleração da produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e 
econômico. O operário ganha mais e o proprietário da fabrica tem maior 
produção. 
Entre 1905 e 1910 Ford fomentou a grande inovação do século XX: a 
produção em massa. Ainda que não tenha inventado o automóvel e nem 
mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a 
produção com maior número de produtos prontos com a maior segurança em 
qualidade e pelo menor custo possível. 
Em 1913 já produzia 800 carros por dia. Em 1914, partilhou com seus 
empregados uma parte do controle acionário da empresa. Estabeleceu o salário 
mínimo de cinco dólares por dia e jornada diária de oito horas, quando na 
época, a jornada variava entre dez e doze horas. Empregou um sistema de 
 
 
43 
 
concentração vertical, fabricando desde a matéria prima até o produto final, 
pronto. Por meio da racionalização da produção, planejou a linha de 
montagem, que possibilitou a produção em série. O produto é padronizado, no 
material, na mão de obra, no maquinário, atingindo o mínimo de custo possível. 
A condição prévia, necessária e suficiente é a propensão de consumo em massa, 
seja real ou potencial. Daí os preços baixos: um carro por 500 dólares. A 
produção em massa fundamenta- se na simplicidade. 
Apreciação Crítica da Administração Científica 
A obra de Taylor e seus seguidores é passível de críticas. Essas críticas 
não atenuam o mérito de verdadeiros pioneiros e desbravadores da então 
nascente Teoria da Administração. Naquela época, a ideia e os preconceitos 
tantos dos dirigentes quanto dos operários, a falta de conhecimento sobre a 
administração, a pequena experiência industrial que não oferecia condições 
mínimas de formulação de hipóteses para a solução dos problemas da empresa, 
tudo isto não permitia o apropriado suporte para a criação de conceitos 
rigorosos e mais fundamentados. As principais críticas à Administração 
Científica são: mecanicismo da Administração Científica; superespecialização do 
operário; visão microscópica do homem; ausência de comprovação científica; 
abordagem incompleta da organização; limitação do campo de aplicação; 
abordagem prescritiva e normativa; abordagem de sistema fechado e 
pioneirismo na Administração. 
Teoria Clássica da Administração – Organizando a Empresa. 
Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração 
Cientifica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França e expandia-se 
rapidamente pela Europa a Teoria Clássica da Administração. Se a 
Administração Cientifica apresentava ênfase na tarefa executada pelo operário, 
a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização 
precisaria possuir para ser eficiente. O objetivo das duas teorias era o mesmo: a 
 
 
44 
 
busca da eficiência das organizações. De acordo com a Administração Cientifica, 
essa eficiência era obtida por meio da racionalização do trabalho do operário e 
na somatória das eficiências individuais, utilizando-se de uma microabordagem 
ao nível individual de cada operário à tarefa, em uma visão analítica e detalhista. 
Na Teoria Clássica, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura 
para assegurar a eficiência das partes envolvidas, sejam elas órgãos (como 
seções, departamentos, etc.) ou pessoas (os executores de tarefas). A visão é 
bastante dilatada no nível da organização em relação à sua estrutura 
organizacional. A preocupação com a estrutura da organização constitui, sem 
dúvida nenhuma, um considerável crescimento do objeto de estudo da TGA. 
Fayol, um engenheirofrancês, criador da Teoria Clássica da Administração, 
partiu de uma visão sintética, global e universal da empresa, implantando uma 
abordagem anatômica e estrutural que rapidamente superou a abordagem 
analítica e concreta de Taylor. 
A Obra de Fayol 
Henri Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria Clássica, vivendo os 
efeitos da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial, 
formou-se em engenharia de minas e entrou para uma empresa e carbonífera 
onde fez sua carreira. Apresentou sua Teoria de Administração no livro 
Administration lndustrielle et Générale, publicado em 1916. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
As Funções da Empresa: 
Fayol frisa que toda empresa apresenta seis funções, a saber: 
1. Funções técnicas: pautadas com a produção de bens ou de serviços da 
empresa. 
2. Funções comerciais: pautadas com a compra, venda e permutação. 
3. Funções financeiras: pautadas com a procura e gerência de capitais. 
 
 
45 
 
4. Funções de segurança: pautadas com a proteção e preservação dos bens 
e das pessoas. 
5. Funções contábeis: pautadas com inventários, registros, balanços, custos 
e estatísticas. 
6. Funções administrativas: pautadas com a integração de cúpula das outras 
cinco funções. 
As funções administrativas ordenam e sincronizam todas as demais 
funções da empresa, estando acima delas. Segundo Fayol, as funções 
administrativas implicam o envolvimento dos cinco elementos da 
Administração: 
Prever: antecipar o futuro e delinear o programa de ação. 
Organizar: estabelecer o duplo organismo material e social da empresa. 
Comandar: conduzir e orientar o pessoal. 
Coordenar: ligar, juntar, harmonizar todos os atos e todos os esforços 
coletivos. 
Controlar: conferir se tudo ocorre de acordo com as regras e ordens 
instituídas. 
 
 
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Esses são os elementos da Administração que compõem o chamado 
Processo Administrativo, podemos perceber sua presença no trabalho do 
administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Ou seja, o 
diretor, o gerente, o chefe ou o supervisor, desempenham atividades de 
previsão, organização, comando, coordenação e controle. 
Proporcionalidade das Funções Administrativas 
Para Fayol há uma proporcionalidade da função administrativa, ou seja, 
ela se divide por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é exclusiva da 
alta cúpula, ou seja, a função administrativa não se centraliza apenas no ápice 
da empresa, é difundida proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
UNIDADE 9- Diferença entre Administração e Organização 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Compreender a diferença entre Administração e Organização. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Diferença entre Administração e Organização 
Ainda que reconhecendo o uso da palavra Administração como sinônimo 
de organização, Fayol faz uma diferenciação entre elas. 
 
Para ele, Administração é um todo do qual a organização é uma 
das partes. O conceito amplo e compreensivo de Administração – 
como um conjunto de processos entrosados e unificados - 
abrange aspectos que a organização por si só não envolve, tais 
como os da previsão, comando e controle. A organização 
abrange apenas a definição da estrutura e da forma, sendo, 
portanto, estática e limitada. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à 
Teoria Geral da Administração, Rio, 2005, p.66. 
 
Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol, são: 
1. Divisão do trabalho: apoia-se na especialização das tarefas e das pessoas 
para elevar a eficiência. 
2. Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o poder de dar ordens e 
esperar obediência. A responsabilidade é um efeito decorrente da 
autoridade e significa a obrigação de prestar contas. Ambas devem estar 
equilibradas entre si. 
3. Disciplina: Vinculado à obediência, aplicação, energia, conduta e respeito 
aos acordos estabelecidos. 
4. Unidade de comando: Todo empregado deve receber ordens e 
orientações de um único superior. É o princípio da autoridade singular. 
5. Unidade de direção: Uma cabeça e um programa para cada conjunto de 
atividades que busquem o mesmo objetivo. 
 
 
48 
 
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses globais 
da empresa devem sobrepor-se aos interesses peculiares das pessoas. 
7. Remuneração do pessoal: Há de existir garantida e justa satisfação, tanto 
para os empregados como para a organização em termos de retribuição. 
8. Centralização: A autoridade concentra-se no topo da hierarquia da 
organização. 
9. Cadeia escolar: É o curso percorrido da autoridade, que vai do escalão 
mais alto ao mais baixo em função do princípio do comando. 
10. Ordem: Um espaço para cada coisa e cada coisa em seu devido lugar. É a 
ordem material e humana. 
11. Equidade: Amabilidade e justiça para conquistar a lealdade do pessoal. 
12. Estabilidade do pessoal: A rotatividade do pessoal é nociva para a 
eficiência da empresa. Quanto mais tempo uma pessoa continuar no 
cargo, tanto melhor para a organização. 
13. Iniciativa: A capacidade de compor um plano e garantir pessoalmente o 
seu sucesso. 
14. Espírito de equipe: A harmonia e relacionamento entre as pessoas são 
grandes forças para a organização. 
Contudo, a Teoria Clássica caracteriza-se pela sua abordagem prescritiva 
e normativa, e prescreve as funções do administrador, juntamente com os 
princípios gerais que o administrador deve seguir. 
Teoria da Organização 
A Teoria Clássica idealiza a organização como uma estrutura de órgãos e 
cargos, com uma forma e arranjo das partes, além do inter-relacionamento 
entre essas partes. Esse modo de conceber a estrutura organizacional é 
motivado pelas concepções antigas de organização (como a organização militar 
e eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Nessa perspectiva, a Teoria 
Clássica não se desprendeu do passado. Ainda que tenha colaborado para tirar 
 
 
49 
 
a organização industrial do caos primitivo que enfrentava em decorrência da 
Revolução Industrial, a Teoria Clássica pouco progrediu em termos de teoria da 
organização. 
A estrutura organizacional compõe uma cadeia de comando, ou seja, 
uma linha de autoridade que relaciona as posições da organização, 
interligando-as, e estipula quem se subordina a quem. A cadeia de comando 
(ou cadeia escalar) fundamenta-se no princípio da unidade de comando, que 
determina que cada empregado se reporte a um só superior. Na Teoria Clássica, 
a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (da direção para a 
execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), ao contrário do 
enfoque da Administração Científica. Autoridade de staff é o tipo de 
autoridade conferida aos especialistas de staff em seu campo de atuação e de 
prestação de serviços. Essa autoridade de staff é menor e compreende o direito 
de aconselhar, recomendar e orientar, os especialistas de staff aconselham os 
gerentes em suas áreas de especialidade. 
Princípios de Administração 
Para os autores clássicos não basta expor os elementos da Administração 
que servem como base para as funções do administrador. É preciso seguir 
adiante e constituir as condições e normas dentro das quais as funções do 
administrador devem ser colocadas em prática. O administrador deve 
acompanhar certas regras de comportamento, princípios gerais que permitem 
desempenhar suas funções de planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar. 
Apreciação Crítica da Teoria Clássica 
As críticas à Teoria Clássica são abundantes e generalizadas. Todas as 
teorias posteriores da Administração se atentaram em apontar falhas, distorções 
e omissões nesse enfoque que representou por vários anos o modelo para as 
organizações. Entretanto, a Teoria Clássica compõe a base fundamental de 
todas as teorias administrativas posteriores.50 
 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
As principais críticas à Teoria Clássica são: 
1. Abordagem Simplificada da Organização Formal: os autores clássicos 
percebem a organização em termos lógicos, formais, rígidos e abstratos, 
sem levar em consideração o seu conteúdo psicológico e social com 
a devida importância. Os autores clássicos partem da hipótese de que a 
simples aplicação dos princípios gerais de administração (a divisão do 
trabalho, a especialização, a unidade de comando e a amplitude de 
controle) proporciona uma organização formal, capaz de conceder-lhe a 
máxima eficiência possível. Trata-se de uma abordagem extremamente 
simples da organização formal. Daí, a crítica quanto a essa visão 
simplória e limitada da atividade organizacional. Porém, a preocupação 
com a estrutura da organização consiste em uma imensa ampliação do 
objeto de estudo da TGA. 
2. Ausência de Trabalhos Experimentais: Suas afirmações não se sustentam 
quando colocadas em experimentação. A situação de denominarem 
“princípios” a muitas das suas proposições é reprovado, chamado até de 
procedimento presunçoso. 
3. O Extremo Racionalismo na Concepção da Administração: Os autores 
clássicos preocupam-se com a colocação racional e lógica das suas 
proposições, colocando em risco a clareza das suas ideias. 
O abstracionismo e o formalismo são criticados por incitar a análise da 
Administração à superficialidade, à simplificação e à falta de realismo. A 
persistência sobre a concepção da Administração com um conjunto de 
princípios universalmente aplicáveis provocou a Denominação Escola 
Universalista. 
 
 
51 
 
4. Teoria da Máquina: A Teoria Clássica ganha o nome de teoria da 
máquina pelo fato de analisar e avaliar a organização sob a óptica do 
comportamento mecânico de uma máquina. A empresa deve ser 
organizada tal como uma máquina. Os padrões administrativos de Taylor 
e Fayol correspondem à divisão mecanicista do trabalho, em que a 
divisão de tarefas é a essência do sistema. Essa visão mecânica, lógica e 
determinística da organização foi o principal elemento que conduziu 
erroneamente os clássicos à busca de uma ciência da Administração. 
5. Abordagem Incompleta da Organização: A Teoria Clássica atentou-se 
com a organização formal, deixando de lado a organização informal. A 
preocupação com a forma e a ênfase na estrutura resultou em exageros. 
A teoria da organização formal não desconhecia os problemas humanos 
da organização, porém não se importou em dar um tratamento 
ordenado. 
6. Abordagem de Sistema Fechado: A Teoria Clássica aborda a organização 
como se ela se resumisse num sistema fechado, composto de variáveis 
totalmente conhecidas e previsíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
UNIDADE 10- Abordagem Humanística e Abordagem 
Neoclássica da Administração 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Compreender a importância e os fundamentos da Abordagem 
Humanística da Teria das Relações Humanas e todas as implicações que 
acarretaram na Administração. 
 Analisar e compreender a Experiência de Hawtorne, bem como 
suas consequências para a Administração; 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Abordagem Humanística da Administração: 
Teorias Transitivas da Administração 
Em meio à Teoria Clássica e antecipando-se à Teoria das Relações 
Humanas, apareceram autores que, apesar de admitirem alguns dos princípios 
clássicos, deram início a um trabalho de revisão, de crítica e de reformulação 
das bases da teoria da administração. Esses autores, que denominaremos 
transitivos, tiveram sua origem na abordagem formal e mecanicista da Teoria 
Clássica. 
Teoria das Relações Humanas 
A Teoria das Relações Humanas (também chamada Escola Humanística 
da Administração) surgiu nos Estados Unidos em decorrência das conclusões 
obtidas na Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus 
colaboradores. Foi fundamentalmente um movimento de reação e de oposição 
à Teoria Clássica da Administração. 
Origens da Teoria das Relações Humanas 
As principais origens da Teoria das Relações Humanas: 
 
 
53 
 
a. A necessidade de humanizar e democratizar a Administração, 
desprendendo-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica. 
b. O desenvolvimento das ciências humanas, sobretudo a psicologia, sua 
crescente influência intelectual e seus primeiros testes de aplicação à 
organização industrial. 
c. As ideias da filosofia pragmática de John Dewey, da psicologia de Kurt 
Lewin e da sociologia de Pareto, bem como a participação de Elton 
Mayo. 
d. As conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 
1932, sob a orientação de Elton Mayo. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
A Experiência de Hawthorne 
No ano de 1927, iniciou-se uma experiência em uma fábrica da Western 
Eletric Company, localizada em Chicago, no bairro de Hawthorne, cujo 
propósito era a de determinar a relação entre a intensidade da iluminação e a 
eficiência dos operários, medida com base na produção, mas essa pesquisa 
estendeu-se também ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da 
rotatividade do pessoal (turnover) e do efeito das condições físicas de trabalho 
sobre a produtividade dos empregados. 
Primeira Fase da Experiência de Hawthorne 
Na primeira fase da experiência, dois grupos de operários que realizavam 
o mesmo trabalho, em circunstâncias idênticas, foram escolhidos para a 
experiência: um grupo de observação realizou seu trabalho sob intensidade de 
luz variável, enquanto o grupo de controle realizou seu trabalho sob 
intensidade regular. Esperava-se conhecer o efeito da iluminação sobre o 
rendimento dos operários, porém os observadores não encontraram uma 
 
 
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relação direta entre ambas as variáveis. Perceberam, desapontados, a ocorrência 
de outras variáveis, difíceis de ser isoladas. 
Segunda Fase da Experiência de Hawthorne 
Na segunda fase, foram escolhidas seis operárias para formarem o grupo 
experimental: cinco moças montavam os relés, enquanto a sexta abastecia com 
as peças necessárias para manter o trabalho contínuo. As moças foram 
separadas das demais, ficando na chamada sala de provas (para facilitar a 
observação), foram orientadas quanto aos objetivos da pesquisa: determinar o 
efeito das mudanças nas condições de trabalho (períodos de descanso, lanches, 
redução do horário de trabalho etc.). Conclusões sobre a experiência: 
a) As moças afirmavam gostar de trabalhar na sala de provas porque a 
supervisão era moderada, lhes permitia trabalhar com liberdade e menor 
ansiedade. 
b) Havia um ambiente amistoso e sem pressões, aumentando a satisfação 
no trabalho. 
c) Não havia temor ao supervisor, pois o papel dele na sala de provas era 
de orientador. 
d) Houve um desenvolvimento social do grupo, tornaram-se uma equipe; 
e) O grupo desenvolveu objetivos comuns, um deles foi aumentar o ritmo 
da produção, apesar da instrução de “trabalhar normalmente”. 
Terceira Fase da Experiência de Hawthorne 
Preocupados com a diferença de atitudes entre as moças do grupo 
experimental e as do grupo de controle, iniciou-se o Programa de Entrevistas, 
que visava entrevistar os empregados para obtenção de conhecimentos sobre 
suas atitudes e sentimentos, ouvir suas opiniões sobre o seu trabalho e quanto 
ao tratamento que recebiam. O programa de entrevistas revelou a existência de 
uma organização informal dos operários, a fim de estes se resguardarem contra 
aquilo que consideravam ameaças da administração contra se bem-estar. 
 
 
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Quarta Fase da Experiência de Hawthorne 
Escolheu-se um grupo experimental para montagem de terminais para 
estações telefônicas, que passou a trabalhar em uma sala especial com idênticas 
condições de trabalho do departamento. O sistema de remuneração era 
baseado na produção do grupo, sendo estipulado um salário-hora com base 
em diversos fatores e um salário-mínimo horário,para o caso de interrupções 
na produção. Os salários somente podiam ser elevados se a produção total 
aumentasse. 
Assim que se familiarizou com o grupo experimental, o observador 
constatou que os operários dentro da sala empregavam o uso de “artimanhas”: 
assim que os operários montavam o que acreditavam ser a sua produção 
normal, encurtavam seu ritmo de trabalho. Os operários passaram a exibir certa 
uniformidade de sentimentos e solidariedade. 
Conclusões da Experiência de Hawthorne 
Suas conclusões são as seguintes: 
a. Nível de produção: é resultante da integração social: verificou-se que o 
nível de produção não é determinado pela capacidade física ou 
fisiológica do operário, mas por normas sociais e perspectivas que o 
envolvem. 
b. Comportamento social dos empregados: permitiu constatar que o 
comportamento do indivíduo se ampara totalmente no grupo. 
c. As recompensas e sanções sociais: constatou-se que os operários que 
produziam muito acima ou muito abaixo da norma “socialmente 
determinada”, perderam a consideração e o respeito dos companheiros. 
O comportamento dos operários está condicionado a normas e padrões 
sociais. 
 
 
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d. Grupos informais: a empresa passou a ser considerada como uma 
organização social composta de vários grupos sociais informais, cuja 
estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa. 
e. As relações humanas: cada pessoa possui uma personalidade 
diferenciada que influi no comportamento e atitudes dos outros com 
quem mantém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciado 
pelos outros. 
f. A importância do conteúdo do cargo: a maior especialização do trabalho 
não é a maneira mais eficiente de divisão do trabalho, o conteúdo e a 
natureza do trabalho têm influência sobre o moral do operário. 
g. Ênfase nos aspectos emocionais: os aspectos emocionais não planejados 
e irracionais do comportamento humano recebem atenção especial da 
Teoria das Relações Humanas. 
A Civilização Industrializada e o Homem 
A Teoria das Relações Humanas preocupou-se com o esmagamento do 
homem pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada. Elton 
Mayo dedicou-se a estudar os problemas humanos, sociais e políticos. Mayo 
passa a defender os seguintes pontos de vista: 
1. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal, o nível de produção é 
mais influenciado pelas normas do grupo do que pelos estímulos 
salariais e materiais de produção. 
2. O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um 
grupo social: as mudanças tecnológicas tendem a suspender os laços 
informais de companheirismo e de amizade no trabalho. 
3. A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de 
compreender e de comunicar: composta de chefes democráticos, 
convincentes e simpáticos com todo o pessoal. 
 
 
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4. A pessoa é motivada essencialmente pela necessidade de “estar junto”, 
de “ser reconhecida”: a organização eficiente, por si só, é incapaz de 
aumentar a produtividade se as necessidades psicológicas do trabalhador 
não forem devidamente descobertas, localizadas e satisfeitas. 
5. A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos 
grupos: primários da sociedade, como a família, os grupos informais e a 
religião, enquanto a fábrica surgirá como uma nova integração social que 
acomodará um novo lar, um local de compreensão e de segurança 
emocional para os indivíduos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 11- Funções Básicas da Organização Industrial 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Compreender a organização técnica e a organização humana. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
 A organização industrial é composta de uma organização técnica 
(prédios, máquinas, equipamentos, produtos ou serviços produzidos, etc.) e de 
uma organização humana (ou social). A organização humana da fábrica tem 
como base os indivíduos, porém, é mais do que meramente a soma dos 
indivíduos, pois a integração diária e constante desses indivíduos no trabalho 
gera um elemento comum que é a organização social da fábrica. 
A organização técnica e a organização humana, a organização formal e a 
informal são subsistemas integrados e interdependentes. Qualquer alteração em 
um deles provoca alterações nos demais. Esses subsistemas são idealizados 
num estado de equilíbrio, no qual uma modificação em alguma parte provoca 
reação das demais a fim de restabelecer uma condição de equilíbrio 
preexistente, anterior àquela modificação. 
Decorrências da Teoria das Relações Humanas 
A Teoria das Relações Humanas revelou uma nova linguagem: fala-se em 
motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo 
etc. Os antigos conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do 
trabalho, departamentalização, etc., passam a ser duramente contestados. Com 
a Teoria das Relações Humanas, surge um novo entendimento sobre a natureza 
do homem, o homem social: 
a. Os trabalhadores são seres sociais complexos, com sentimentos, desejos 
e temores. O comportamento no trabalho é resultante de vários fatores 
motivacionais. 
 
 
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b. As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas 
satisfações nos grupos com os quais interagem. 
c. O comportamento dos grupos pode ser influenciado pelo estilo de 
supervisão e liderança. 
d. As normas do grupo funcionam como mecanismos reguladores do 
comportamento dos membros. 
Influência da Motivação Humana 
A motivação procura explicar os porquês do comportamento dos 
indivíduos. A Experiência de Hawthorne teve o mérito de evidenciar que a 
recompensa salarial não é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador. 
Elton Mayo e equipe sugeriram uma nova teoria da motivação antagônica à do 
homo economicus: o ser humano é motivado, não por estímulos salariais e 
econômicos, mas por recompensas sociais e simbólicas. 
Com a Teoria das Relações Humanas, passou-se a estudar a influência da 
motivação no comportamento das pessoas. 
Ciclo Motivacional: todo comportamento humano é motivado. A motivação, no 
sentido psicológico, é a tensão constante que leva o indivíduo a algum 
comportamento visando à satisfação de uma ou mais necessidades. Daí o 
conceito de ciclo motivacional. 
Frustração e Compensação: A satisfação das necessidades nem sempre é obtida. 
Pode existir uma barreira que evite a satisfação da necessidade, ocasionando a 
frustração. A frustração evita que a tensão existente seja liberada e mantém o 
estado de desequilíbrio. 
Moral e Clima Organizacional: O moral é uma decorrência do estado 
motivacional causado pela satisfação ou não satisfação das necessidades 
individuais das pessoas. Do conceito de moral deriva o conceito de clima 
organizacional, é o ambiente psicológico e social, que direciona o 
comportamento dos seus membros. O moral elevado leva a um clima receptivo, 
 
 
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amigável, quente e agradável, enquanto o moral baixo quase sempre provoca 
um clima negativo. 
Liderança: gerir o grupo, para que o grupo possa ter segurança e para que o 
grupo possa ser melhorado. Traços de personalidades dos líderes: 
físicos, intelectuais, sociais e de tarefas. Essas teorias dos traços dos líderes são 
criticadas, pois não levam em conta a conjunto das ações que um líder deve ter. 
Existem três teorias a respeito da liderança. A saber: 
1. Teorias dos traços de personalidade: o líder exibe características 
marcantes de personalidade que o distinguem dos demais. Certos 
indivíduos apresentam uma combinação exclusiva de traços de 
personalidade que são utilizados para identificar futuros líderes, bem 
como avaliar a eficácia da liderança. Esses traços são: físicos, intelectuais, 
sociais e relacionados à realização das tarefas. 
2. Teorias sobre Estilos de Liderança: são teorias que estudam a liderança 
em termos de estilos de comportamento do líder, ouseja, maneiras pelas 
quais o líder orienta seus subordinados. 
3. Teorias Situacionais da Liderança: partem da ideia de que não existe um 
único estilo ou característica de liderança apropriada. O verdadeiro líder 
é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo particular de pessoas e 
condições variadas. 
Comunicação: é fundamental no relacionamento entre as posições, na 
justificativa e na explicação aos subordinados das razões das orientações 
tomadas. Os subordinados devem receber constantemente dos superiores um 
fluxo de orientação e comunicação capaz de suprir-lhes as necessidades. 
Organização Informal: desenvolve-se a partir da interação e relação imposta e 
pela organização formal. Encontramos amizades, indivíduos que se identificam 
com outros, grupos que se separam de outros grupos e uma grande variedade 
 
 
61 
 
de relações no trabalho e fora dele e que formam a chamada organização 
informal. São características da organização informal: 
a. Relação de coesão ou antagonismos: os indivíduos constroem relações 
pessoais de simpatia ou antipatia, cuja intensidade e duração são 
variáveis. 
b. Status: cada indivíduo assume certa posição social ou status em função 
de seu papel desenvolvido em cada grupo 
c. Colaboração Espontânea: há em toda a empresa e é um pré-requisito à 
colaboração ativa de pessoal, pois no nível informal existe um nível muito 
alto de colaboração espontânea que pode e deve ser utilizado em favor 
da empresa. 
d. Possibilidade de oposição à organização formal: a organização informal 
pode se desenvolver em contestação e até oposição à organização 
formal e em divergência com os objetos da empresa. 
e. Padrões de relações e atitudes: os grupos informais criam naturalmente, 
padrões de relações e de atitudes que são aceitos e assimilados pelos 
seus componentes, pois refletem os interesses e aspirações do grupo. 
f. Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: a mudança de 
nível funcional de um indivíduo dentro da organização formal pode 
levá-lo a fazer parte de outros grupos informais, em decorrência das 
relações funcionais que precisará manter com outros indivíduos em 
outros níveis e setores da empresa. Os grupos informais, portanto, 
podem se alterar com as alterações da organização formal. 
g. Transcende a organização formal: enquanto a organização está restrita 
ao local físico e ao horário de trabalho estabelecido da empresa, a 
organização informal não se prende a essas limitações. 
h. Padrões de desempenho nos grupos informais: os padrões de 
desempenho e de trabalho determinado pelo grupo informal muitas 
 
 
62 
 
vezes não correspondem aos padrões estabelecidos pela administração. 
Dependendo do grau de motivação do grupo quanto aos objetivos da 
empresa, o desempenho pode ser maior ou menor, bem como pode 
estar em perfeita harmonia ou em completa oposição. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
São consideradas origens da organização informal: 
 Os interesses comuns que se progridem em certo grupo de pessoas e 
que, através deles, passam a se harmonizar-se mais intimamente. 
 A influência causada pela própria organização formal. 
 A rotatividade de pessoal dentro da empresa incentiva normalmente a 
alteração dos grupos sociais informais. 
 Os períodos de lazer que possibilitam uma intensa interação entre as 
pessoas, propiciando um estabelecimento e fortalecimento de vínculos 
sociais entre o pessoal. 
Os grupos informais, também denominados de grupos de amizade, vão-
se organizando espontaneamente por meio de adesões naturais de indivíduos 
que com eles se identificam. Os grupos informais são encontrados, às vezes, 
dentro da organização formal. 
Dinâmica de Grupo: A escola da dinâmica de grupo desenvolve uma presunção 
de que o comportamento, as atitudes, as crenças e os valores de cada pessoa 
baseiam-se seguramente nos grupos aos quais pertence. 
As características dos grupos: 
 Um propósito ou objetivo comum. 
 Uma estrutura dinâmica de comunicações. 
 Uma harmonia interna. 
 
 
 
 
63 
 
UNIDADE 12- Apreciação Crítica à Teoria das Relações 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: conhecer as características da teoria neoclássica 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
A Teoria das Relações Humanas foi rigorosamente criticada por 
representar uma oposição à Teoria Clássica, ignorando fatores categóricos e 
cruciais para esta, para uma inconveniente visão dos problemas das relações 
industriais – prendendo sua atenção a alguns fatos corriqueiros e insignificantes, 
por expor uma ingênua e romântica concepção do operário – feliz, produtivo e 
integrado no trabalho e por proporcionar um enfoque manipulativo das 
relações humanas – estratégia sutil de driblar os operários e fazê-los trabalhar 
mais. 
Abordagem Neoclássica da Administração 
Apesar da influência das ciências do comportamento a respeito da teoria 
administrativa, os pontos de vista dos autores clássicos não deixaram nunca de 
existir. Embora haja uma crítica aos postulados clássicos e as novas abordagens 
da organização constataram que os princípios de administração, a 
departamentalização, a racionalização do trabalho, a estruturação linear ou 
funcional, enfim, a abordagem clássica, nunca fora completamente substituída 
por outra abordagem, sem que alguma coisa fosse mantida. Todas as teorias 
administrativas se ajustaram na Teoria Clássica, seja como ponto de partida, seja 
como condenação para arriscar-se uma posição diferente, mas a ela relacionada 
profundamente. 
Teoria Neoclássica da Administração 
A Teoria Neoclássica da Administração representa o retorno das Teorias 
Clássica e Científica de Administração, recuperando diversos dos assuntos 
 
 
64 
 
abordados por essas teorias, valorizando novos pontos de vista, novas 
abordagens, expandindo o campo de atuação do administrador, e 
concretizando assim essa ciência. 
Características Principais da Teoria Neoclássica: 
1. Ênfase na prática da administração: determinado pela ênfase nos 
aspectos práticos Administração, buscando resultados concretos e 
concretos, embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da 
administração. Os autores neoclássicos buscam expandir seus conceitos 
de maneira prática e benéfica, visando, sobretudo, à ação administrativa. 
A teoria só tem valor quando efetivamente, aplicada na prática. 
2. Reafirmação relativa dos postulados clássicos: A Teoria Neoclássica é, 
relativamente, como uma reação à enorme influência das ciências do 
comportamento no campo da Administração em detrimento dos 
aspectos econômicos e concretos que envolvem a atuação das 
organizações. E, para tanto, recuperam e aplicam parte do material 
desenvolvido pela Teoria Clássica, redimensionando-o e reestruturando-
o de acordo com as necessidades da época atual, dando-lhe um formato 
mais amplo e flexível. 
3. Ênfase nos princípios gerais de administração: Os princípios de 
Administração que os clássicos empregavam como leis científicas são 
retomadas e aplicadas pelos neoclássicos como um processo elástico 
para a busca de resultados administrativos práticos. Os administradores 
são fundamentais a qualquer empresa dinâmica e bem sucedida, pois 
devem planejar, dirigir e controlar as operações do negócio. 
Os princípios acarretam um papel na Administração proporcional ao das 
leis nas ciências físicas, pois visam estabelecer uma relação de causa-efeito. 
Objetivos: 
 
 
65 
 
1. Os objetivos da empresa e de seus setores devem ser abertamente 
definidos e especificados por escrito. A organização deve ser clara e 
flexível. 
2. As responsabilidades estabelecidas para uma posição hierárquica devem 
ser delimitadas tanto quanto possível a execução de uma simples função. 
3. As atribuições devem ser determinadas para os departamentos na base 
da uniformidade, no sentido de obter a operação mais eficiente e 
econômica. 
4. Devem existir linhas de autoridadedescendo do topo até a base da 
organização, e responsabilidade da base ao topo. 
5. A responsabilidade e a autoridade de cada posição devem ser definidas 
por escrito de maneira clara. 
6. A responsabilidade deve ser sempre acompanhada de proporcional 
autoridade. 
7. A alçada para adotar ou iniciar ação deve ser delegada o mais próximo 
possível da cena de ação. 
8. A quantidade de níveis hierárquicos de autoridade precisa ser o mínimo 
possível. 
9. Há um limite quanto à quantidade de operários que pode ser 
eficientemente supervisionado por um único indivíduo. 
10. Cada funcionário na organização deve reportar—se a um único superior. 
11. A responsabilidade da autoridade mais elevada para com as atitudes de 
seus operários subordinados é integral. 
Ênfase nos objetivos e Resultados 
Toda organização existe, não para si mesma, mas para atingir objetivos e 
gerar resultados positivos. É focando em objetivos e resultados que a 
organização deve ser dimensionada, estruturada e orientada. Enquanto a 
Administração Científica enfatizava os métodos e a racionalização do trabalho e 
 
 
66 
 
a Teoria Clássica enfatizava os princípios gerais da Administração, a Teoria 
Neoclássica pondera os meios na busca da eficiência, mas ressalta intensamente 
os fins e resultados, na busca de eficácia. Há um forte deslocamento para os 
objetivos e resultados. 
As organizações não existem para si próprias, são meios, são órgãos 
sociais que alvejam à realização de um trabalho social. A sobrevivência – objeto 
típico da espécie biológica – não é um objetivo satisfatório para a organização. 
O objetivo da organização está fora dela e é sempre uma colaboração exclusiva 
para o indivíduo e para a sociedade. 
Ecletismo da Teoria Neoclássica 
Os autores neoclássicos, embora se baseiem profundamente na 
abordagem clássica, são muito ecléticos, fazendo uso das ideias de quase todas 
as outras teorias administrativas, dentre elas a Teoria das Relações Humanas, a 
Teoria da Burocracia e a Teoria Estruturalista. Devido a esse ecletismo é que 
reconhecemos a Teoria Neoclássica como uma teoria atualizada com os 
conceitos da Administração moderna e dentro do cenário eclético que 
proporciona a formação do administrador hoje. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Administração como Técnica Social 
Para os autores neoclássicos, a Administração apoia-se em orientar, 
dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo 
comum. E o bom administrador é, naturalmente, aquele que possibilita ao 
grupo atingir seus objetivos com o mínimo custo de recursos e de esforço e 
com mais harmonia com outras atividades úteis. A Administração é uma 
atividade generalizada e essencial a todo trabalho humano coletivo, seja na 
empresa industrial, na empresa de serviços, no exército, nos hospitais, na igreja, 
no governo etc. O homem cada vez mais necessita colaborar com outros 
 
 
67 
 
homens para que juntos, possam atingir seus objetivos, nesse sentido a 
Administração é fundamentalmente a coordenação de atividades grupais. 
Eficácia X Eficiência 
Cada empresa tem que ser avaliada sob o ponto de vista da eficácia e de 
eficiência, ao mesmo tempo. Eficácia é uma medida normativa da obtenção de 
resultados, enquanto a eficiência é uma medida normativa do uso de recursos 
nesse processo. Sob o foco econômico, a eficácia de uma empresa refere-se à 
sua capacidade de satisfazer as carências da sociedade por meio do 
fornecimento de seus produtos (bens ou serviços), enquanto a eficiência é uma 
relação técnica entre entradas e saídas. Nestes termos, eficiência é uma 
associação entre custos e benefícios. A eficiência constitui a relação entre os 
recursos aplicados e o produto final obtido: é a relação analítica entre o esforço 
e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício resultante. 
A eficiência se atenta em fazer de maneira correta as coisas e da melhor 
maneira possível. É por tudo isso, a ênfase nos métodos e procedimentos 
internos. A eficácia se preocupa em fazer as coisas certas para atender às 
necessidades da empresa e do ambiente que a rodeia. 
Centralização X Descentralização 
 O dilema da centralização X descentralização é um tópico muito 
discutido pela teoria neoclássica. Os autores dessa escola preocuparam-se em 
debater as vantagens e desvantagens de ambas as possibilidades, sem se 
preocupar em garantir que essa ou aquela seria a melhor alternativa para as 
empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
UNIDADE 13- Funções do Administrador 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Conhecer a importância do planejamento nas organizações. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Para a Teoria Neoclássica, o papel do administrador corresponde aos 
princípios da administração, que Fayol definira na sua época (prever, organizar, 
comandar, coordenar e controlar) como uma roupagem atualizada. 
Essencialmente, as funções do administrador são: planejamento, organização, 
direção e controle. A interação dinâmica dessas quatro tarefas básicas forma o 
chamado processo administrativo. As funções administrativas, quando 
analisadas como um todo, formam o processo administrativo. Quando analisada 
unicamente (o planejamento, a direção, a organização e o controle) determinam 
as funções administrativas. 
Planejamento 
As empresas exigem planejamento. Dessa forma é a função 
administrativa que determina de antemão quais são os objetivos que precisam 
ser atingidos, bem como a forma como se deve agir para alcançá-los. Começa 
com a relação específica dos objetivos e relaciona os planos necessários para 
atingi-lo do melhor modo possível. Planejar é estabelecer os objetivos e 
determinar antecipadamente o melhor caminho de ação para alcançá-los. O 
planejamento define onde se deseja chegar, o que deve ser feito, quando, como 
e em sequência. 
As premissas do planejamento: 
a. Estabelecimento de objetivos: objetivos são resultados futuros que se 
deseja obter. Esta definição faz do arrolamento dos objetivos a serem 
alcançados o ponto de partida do planejamento. A definição dos 
 
 
69 
 
objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber onde se deseja chegar para 
saber exatamente como chegar lá. 
e. Desdobramento dos objetivos: os objetivos das empresas podem ser 
englobados numa hierarquia que vai desde os objetivos integrais da 
organização (no topo da hierarquia) até os objetivos operacionais que 
compreendem simples instruções para a rotina habitual (na base da 
hierarquia). Desta maneira, o planejamento constitui-se tanto de 
estratégias e políticas de longo prazo (para alcançar os objetivos globais 
da organização) como também de planos minuciosos das atividades 
cotidianas (para alcançar os objetivos imediatos de uma divisão ou setor 
da organização). A partir dos objetivos organizacionais, a empresa pode 
estabelecer suas políticas e diretrizes, metas, programas, procedimentos, 
métodos e normas. 
Abrangência do Planejamento 
Além da hierarquia de objetivos, existe ainda uma hierarquia do 
planejamento. Neste sentido, existem três níveis distintos de planejamento: 
 Planejamento estratégico: é o planejamento mais farto e abrangente da 
organização. 
 Planejamento tático: é o planejamento praticado em cada departamento. 
 Planejamento operacional: é o planejamento definido para cada tarefa ou 
atividade. 
Tipos de Planos 
Plano é o resultado do planejamento e apoia o evento intermediário 
entre o processo de planejamento e o processo de execução do planejamento. 
Todos os planos têm uma finalidade em comum: a previsão, programação e a 
coordenação de uma série lógica de eventos, os quais, se desenvolvido com 
sucesso, deverão conduzir ao alcance dos objetivos que os comandam. 
Existem quatro tipos distintos de planos, a saber: 
 
 
70 
 
- planos relacionados com métodos, chamados de procedimentos. 
-planos relacionados com dinheiro, chamados deorçamentos. 
-planos relacionados com o tempo, chamados de programas ou programações. 
-planos relacionados com comportamentos, chamados de normas ou 
regulamentos. 
Organização 
Organização agora será sinônimo de função administrativa, parte 
integrante do processo administrativo. Neste sentido, organização significa o 
ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos responsáveis pela 
sua administração e assegurar as relações entre eles e as atribuições de cada 
um. Versaremos a organização como a segunda função administrativa e que 
proveniente do planejamento, da direção, e do controle para formar o processo 
administrativo. Após o planejamento, a função da organização consiste em: 
-determinar as atividades particulares necessárias ao alcance dos objetivos 
planejados (especialização). 
-separar e agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização). 
- especificar as atividades com relação às posições e pessoas (cargos e tarefas). 
A organização pode ser feita em três níveis diferentes: 
1. Organização ao nível global: é a organização que envolve a empresa 
como um todo. 
2. Organização ao nível departamental: é a organização que envolve cada 
departamento da empresa. 
3. Organização ao nível das tarefas: é a organização que de cada tarefa, 
atividade ou operação em particular. 
Direção 
A Direção forma a terceira função administrativa, depois do 
planejamento e da organização. O papel da direção é ativar e energizar a 
empresa. A direção está pautada com a ação, com o colocar-se em marcha, ela 
 
 
71 
 
está inteiramente relacionada com os procedimentos sobre os recursos 
humanos da empresa. Dessa maneira, direção é a função administrativa que 
cuida das relações interpessoais dos administradores em todos os níveis da 
organização e os seus subordinados correspondentes. A direção estabelece uma 
das mais complexas funções administrativas, que é o ato de orientar as pessoas, 
dar assistência à execução das tarefas, comunicação, motivação, enfim, todos os 
métodos pelos quais os administradores procuram instigar os seus 
subordinados e consigam assim, alcançar os objetivos da organização. 
Autoridade e Poder 
A autoridade e o poder estabelecem meios de influência. Influência 
refere-se a algum comportamento de uma pessoa que muda o comportamento, 
atitudes e sentimentos de outra pessoa. A influência pode ser feita de várias 
maneiras: pela persuasão, pela coação, por sansões, por recompensas, etc. 
O poder denota o potencial para exercer influência. Uma pessoa pode ter 
potencial para influenciar outras pessoas, sem contudo, utilizá-lo. A autoridade 
é à base do processo administrativo e significa o poder legal ou direito de 
comandar ou agir. A autoridade facilita o poder de comandar, enquanto o 
poder nem sempre leva à autoridade. 
Controle 
O propósito do controle é assegurar que os resultados do que foi 
planejado, organizado e dirigido se regulem tanto quanto possível aos objetivos 
previamente estabelecidos. 
Fases do Controle: 
a. Estabelecimento de padrões ou critérios: os padrões representam o 
comportamento esperado. Os critérios representam as normas que levam 
as decisões. A Administração Científica trabalhou para desenvolver 
técnicas capazes de gerar bons padrões, como o tempo no estudo dos 
 
 
72 
 
tempos e movimentos. O custo padrão, os padrões de qualidades os 
padrões de volume de produção são modelos de padrões ou critérios. 
b. Observação do Desempenho: o processo de controle age no sentido de 
regular as operações a seguindo padrões previamente estabelecidos e 
exerce sua função de acordo com a informação que recebe. 
c. Comparação do Desempenho com o Padrão Estabelecido: é importante 
estabelecer os limites dentro dos quais a variação ou erro ocorrido entre 
o desempenho esperado e o obtido será admitido como normal ou 
desejável. O desempenho deve ser confrontado com o padrão para se 
verificar possíveis desvios ou variações. A comparação da atuação efetiva 
com o que foi planejado não busca apenas identificar as variações, erros 
ou desvios, mas também permitir a previsão de resultados futuros e 
encontrar as dificuldades para criar condições para que as operações 
futuras possam alcançar resultados melhores. 
d. Ação corretiva: as variações, erros ou desvios devem ser corrigidos para 
que as atividades sejam normalizadas. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Acesse o site: 
http://nardelli.awardspace.com/disciplinas/d_tga_1/aulas/tga_1_08_apo/tga_1_0
8_apo.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
UNIDADE 14- Abordagem Burocrática 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Compreender a Teoria da Burocracia sua origem, principais 
características. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Burocracia- Introdução 
Uma das primeiras práticas do termo Burocracia data do século XVIII, 
quando o termo era repleto de forte acepção negativa, mencionando aspectos 
de poder dos funcionários de uma administração estatal aos quais eram 
atribuídas funções específicas, sob uma monarquia absoluta. Essa definição se 
enquadra de forma muito próxima à utilizada nos dias atuais na linguagem 
comum: a Burocracia como sinônimo de exagero de normas e regulamentos, 
limitação da iniciativa, desperdício de recursos e ineficiência generalizada dos 
organismos estatais e privados. 
Há uma dimensão recíproca entre capitalismo e burocracia. Sem a 
organização burocrática, a produção capitalista jamais teria sido executada. Por 
outro lado, a base econômica capitalista é fundamental para o desenvolvimento 
da administração burocrática. Dessa maneira, a palavra "burocracia" tem, no 
nosso dia a dia, um significado pejorativo. No entanto, para a sociologia, esse 
vocábulo tem um sentido especial, desde que foi usado por Max Weber (1864 –
1920), menciona um modelo específico de organização administrativa. 
Origem 
A burocracia teve a sua origem nas transformações religiosas percebidas 
após o Renascimento. O sistema de produção, extremamente racional e 
capitalista originou de um novo complexo de normas sociais morais, 
denominado de "ética protestante". Weber percebeu que o capitalismo e a 
 
 
74 
 
ciência moderna fundam modelos de racionalidade que surgiram a partir dessas 
mudanças religiosas ocorridas principalmente nos países protestantes 
(Inglaterra e Holanda). 
Conceito 
Burocracia é um princípio de controle social baseado na racionalidade 
(adequação dos meios para se alcançar os fins) visando à eficiência na obtenção 
dos resultados previstos. 
Max Weber: Sociólogo alemão reconhecido como o fundador da Teoria da 
Burocracia, avaliou a burocracia como um tipo de poder. Acreditava que os 
tipos de poder e de autoridade vem das pessoas, requerendo força, imposição 
de normas e arbítrios. 
Tipos de poder, conforme Weber: 
-tradicional: prevalecem características patriarcais e patrimonialistas. 
-carismático: prevalecem características místicas, há seguidores, devoção, 
identidade. 
-legal ou burocrático: prevalecem normas impessoais e hierárquicas, como no 
exército e repartições públicas. 
O tipo ideal de burocracia, segundo Weber, apresenta sete perspectivas 
principais: formalização; divisão do trabalho; princípio da hierarquia; 
impessoalidade; competência técnica; separação entre propriedade e 
administração. 
Teoria Burocrática 
A Teoria da Burocracia concebida por Max Weber é imediatamente 
seguinte às teorias Clássica e das Relações Humanas. Teve como origem a 
carência de uma abordagem generalista e integrada das organizações, visão 
praticamente não considerada pelas teorias anteriores. De um lado, a Teoria 
Clássica, com suas ideias extremamente negativas em relação à natureza 
humana, pregava uma administração centralizadora, exclusivamente 
 
 
75 
 
responsável pela organização e pelo uso dos recursos da empresa, 
padronizando as atividades e controlando-as através da persuasão,coação, 
punições e recompensas marginais. De outro, a Teoria das Relações Humanas 
ponderava o homem como sendo o maior patrimônio das organizações, sendo 
motivado a produzir por sua própria natureza, incitando a descentralização e a 
delegação, a autoavaliação e a administração participativa. São elementos 
básicos: autoridade, poder, hierarquia, disciplina, ordem e controle. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Características da Teoria Burocrática 
Weber entendia a teoria da Burocracia como algo que tornasse a 
organização eficiente e eficaz, assegurando com ela: rapidez; racionalidade; 
homogeneidade de interpretação das normas; redução dos atritos, 
discriminações e subjetividades internas; padronização da liderança (decisões 
iguais em situações iguais) e o principal: o alcance dos objetivos. A Burocracia, 
em suma, tenta amenizar as consequências das influências externas à 
organização e conciliar a especialização dos seus colaboradores e o controle 
das suas atividades a fim a se atingir os objetivos organizacionais através da 
competência e eficiência, sem conceitos pessoais. 
São características da burocracia: 
Caráter legal das normas e regulamentos: a organização é baseada em uma 
espécie de legislação própria que define como a organização burocrática deverá 
funcionar, essas normas e regulamentos são antecipadamente estipulados por 
escrito. 
Caráter formal das comunicações: as ações e processos são feitos para propiciar 
comprovação e documentos adequados. 
Caráter racional e divisão do trabalho: a divisão do trabalho segue uma 
sistemática do trabalho, do direito e do poder, estabelecendo as atribuições de 
 
 
76 
 
cada participante, os meios de obrigatoriedade e as condições necessárias. A 
racionalidade aplicada para que os objetivos sejam atingidos (a eficiência da 
organização). 
Impessoalidade nas relações: a distribuição de atividades é baseada nos cargos 
e funções e não de pessoas envolvidas, daí o caráter impessoal da burocracia. 
Hierarquia da autoridade: direciona a chefia nos diversos escalões de 
autoridade. Esses escalões favorecem a estrutura hierárquica da organização. A 
hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autoridade 
correspondente ás diversas categorias de participantes. 
Rotinas e procedimentos padronizados: a disciplina no trabalho e a atuação no 
cargo são garantidas por um conjunto de regras e normas que auxiliam o 
funcionário no cumprimento das exigências do cargo e as da organização. 
Técnica e meritocrata: a burocracia é uma organização da qual a seleção das 
pessoas é fundamentado no mérito e na competência técnica e não em 
preferências pessoais. A admissão, transferência e a promoção dos funcionários 
são baseadas em critérios (competência, mérito e capacidade) válidos para toda 
a organização, de avaliação e de classificação. 
Especialização da administração: o administrador não é necessariamente o dono 
ou um acionista da organização, mas sim um profissional especializado na 
administração. O funcionário não pode comercializar (vender, comprar ou 
herdar) sua posição hierárquica ou cargo, também não podem ser integrados 
ao seu patrimônio privado. Esta distinção entre os rendimentos e os bens 
privados e os públicos é a característica específica da burocracia. 
Profissionalização da administração (separação patrimonial) e dos 
participantes: cada funcionário da burocracia é um profissional pelas seguintes 
razões: 
 É um especialista; 
 É assalariado; 
 
 
77 
 
 É ocupante de cargo; 
 É nomeado pelo superior hierárquico; 
 Seu mandato é por tempo indeterminado; 
 Segue carreira dentro da organização; 
 Não possui a propriedade dos meios de produção e administração; 
 É fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa; 
 O administrador profissional tende a controlar cada vez mais as 
burocracias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
UNIDADE 15- Vantagens e Desvantagens da Burocracia 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: compreender as vantagens e disfunções da burocracia. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Vantagens 
 Previsibilidade do funcionamento; 
 Univocidade de interpretação; 
 Padronização de rotinas e procedimentos; 
 Redução de conflitos; 
 Subordinação natural aos mais antigos; 
 Confiabilidade nas regras do negócio; 
 Hierarquia formalizada; 
 Precisão na definição de cargos e operações. 
 
 
http://www.portaladm.adm.br/ 
 
 
79 
 
 
Desvantagens/Disfunções 
Para Weber a burocracia estabelece a forma de organização eficiente por 
excelência, expondo como principais vantagens a racionalidade, a precisão, a 
univocidade de interpretação, uniformidade de rotinas e procedimentos, 
constância e continuidade, entre outras. Já Merton (1978), identifica 
consequências inesperadas ou disfunções que conduzem à ineficiência da 
organização burocrática. Tais anomalias de funcionamento da estrutura 
burocrática derivam da relação do recurso humano com o padrão burocrático 
preestabelecido. 
Para Weber, a burocracia é uma estrutura cujas consequências esperadas 
se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de alcançar a 
maior eficiência da organização. Na burocracia existem duas consequências: 
previstas e imprevistas. As consequências imprevistas foram chamadas de 
disfunções da burocracia, ou seja, anomalias e imperfeições no funcionamento 
da burocracia. 
As disfunções da Burocracia são as seguintes: 
1. Internacionalização das Regras e Exagerado Apego aos Regulamentos: as 
normas e regulamentos começam a se transformar de meios para 
objetivos. O funcionário adquire "viseiras" e não se lembra mais que a 
flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade 
racional. 
2. Excesso de Formalismo e de Papelório: a necessidade de registrar, 
documentar e formalizar todas as comunicações dentro da burocracia a 
fim de que tudo possa ser efetivamente testemunhado por escrito. O 
papelório forma uma das maiores disfunções da burocracia. 
3. Resistência a Mudanças: o funcionário da burocracia está habituado a 
seguir regras, normas e rotinas, dessa maneira, sentem-se seguros e 
 
 
80 
 
tranquilos. Toda possibilidade de mudança é interpretada como algo 
desconhecido, indesejável e há resistência (ativa ou passiva). 
4. Despersonalização do Relacionamento: as pessoas começam a 
apresentar caráter impessoal, pois começam a olhar os colegas como 
membros integrantes da organização. Os colegas passam a se comunicar 
com os cargos ou registros ou em alguma forma obrigatória pela 
empresa. 
5. Categorização como Base do Processo Decisório: a burocracia se firma 
em uma rígida hierarquização da autoridade, ou seja, na burocracia 
quem decide são as pessoas que estão no mais alto nível da hierarquia, 
mesmo que desconheça do assunto ele é o único com poder de decisão. 
6. Superconformidade às Rotinas e Procedimentos: a burocracia baseia-se 
em rotinas e procedimentos. Na burocracia as rotinas e procedimentos 
se classificam como absolutas e sagradas. Os funcionários trabalham 
apenas em função das regras e procedimentos da organização, com isso, 
perdem a flexibilidade, iniciativa, criatividade e renovação. 
7. Exibição de Sinais de Autoridade: a burocracia prioriza a hierarquia e torna-se 
imprescindível indicar quem são as pessoas que detém o poder. Isso explica a 
tendência à utilização intensiva de símbolos ou sinais de status (uniformes, salas 
diferenciadas, banheiros, etc.). 
8. Dificuldade no Atendimento a Clientes e Conflitos com o Público: os 
funcionários trabalham voltados ao interior da organização e isso gera conflitos 
com os clientes. Os clientes desejam atendimentos personalizados, mas na 
burocracia os funcionários atendem os clientes seguindo um padrão, fazendo 
com que os clientes fiquem insatisfeitos com os serviços e fazem pressões, com 
isso ameaçam a segurança, daía propensão à defesa contra pressões externas à 
burocracia. 
 
 
81 
 
Numa organização burocrática ocorre um dilema típico: por um lado, 
agem forças exteriores à estrutura, para incentivar o burocrata a seguir normas 
diferentes das regulamentadas para a organização e, por outro, ocorre uma 
propensão ao enfraquecimento do compromisso dos subordinados com as 
regras burocráticas. 
Percebemos, assim, que a questão é muito mais complexa do que Weber 
a fez parecer. Nem sempre a burocracia gera estabilidade e eficiência. Pode, 
muitas vezes, resultar exatamente o contrário. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Apreciação Crítica da Teoria da Burocracia 
A burocracia, segundo Weber, proporciona um estilo consciente de 
organizar pessoas e atividades de uma maneira eficiente e racional em 
determinados objetivos. 
Perrow passou anos estudando a burocracia e chegou a duas conclusões 
que se chocam com a literatura organizacional. A primeira é que os erros são 
fracassos no processo de burocratizar, neste caso defende a burocracia. A 
segunda conclusão é que a preocupação com a reforma de humanização e 
descentralização das burocracias, apenas obscurece a essência da burocracia e 
nos desvia do seu impacto sobre a sociedade. 
O Excessivo Racionalismo da Burocracia 
Kats e Kahn salientam que a organização burocrática é extremamente 
racionalizada e não leva em conta a natureza organizacional, bem como as 
condições do ambiente que a cerca. As vantagens da burocracia têm sido 
supervalorizadas. Para estes autores, o sistema burocrático consegue 
sobrevivência e eficiência apenas quando: 
1. As tarefas individuais são mínimas; 
 
 
82 
 
2. As exigências do ambiente sobre a organização são claras e suas 
implicações óbvias; 
3. A rapidez em tomada de decisões é uma condição muito importante; 
4. As circunstâncias organizacionais se aproximam das do sistema fechado. 
As Dimensões da Burocracia 
1. Divisão de trabalho estabelecida na especialização funcional; 
2. A hierarquia de autoridade é muito bem definida; 
3. O princípio de regras que cobre todos os direitos e deveres dos 
ocupantes de posições; 
4. Um sistema de procedimentos padronizados para lidar com as situações 
de trabalho; 
5. Impessoalidade nas relações entre pessoas; 
6. Promoção e seleção estabelecida apenas na competência técnica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
UNIDADE 16- Abordagem Estruturalista 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Conhecer a Teoria Estruturalista – sua origem, fundamentos e 
características. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Abordagem Estruturalista - Teoria Estruturalista 
Como vimos, a Teoria das Relações Humanas foi uma experiência de 
introdução das ciências do comportamento na teoria administrativa através de 
uma filosofia humanística sobre a participação do homem na organização. 
Contudo, a partir da década de 1950 a Teoria das Relações Humanas entrou em 
decadência, pois se de um lado condenou a Teoria Clássica, por outro não 
proporcionou as bases apropriadas de uma nova teoria que a pudesse 
substituir. A incompatibilidade entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações 
Humanas criou um empecilho dentro da administração que mesmo a Teoria da 
Burocracia não teve condições de ultrapassar. A Teoria Estruturalista expõe um 
desdobramento da Teoria da Burocracia e uma ligeira aproximação a Teoria das 
Relações Humanas. Representa também uma visão muito crítica da organização 
formal. 
Origens da Teoria Estruturalista 
1. Oposição entre a Teoria Tradicional e das Relações Humanas: tornou-se 
necessário um estilo mais amplo e compreensivo que compreendesse os 
aspectos que eram considerados por uma e omitidos pela outra e vice-
versa. A Teoria Estruturalista almeja ser uma síntese da Teoria Clássica 
(formal) e da Teoria das Relações Humanas (informal), inspirando-se na 
abordagem de Max Weber. 
 
 
84 
 
2. Necessidade de visualizar a organização com uma unidade social: uma 
unidade ampla e complexa, onde integram grupos sociais que 
compartilham alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade 
econômica da organização), mas que pode não compatibilizar com 
outros (como a maneira de distribuir lucros da organização). Nesse 
sentido, o maior diálogo da Teoria Estruturalista foi com a Teoria das 
Relações Humanas. 
3. A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua influência 
repercussão no estudo das organizações: o estruturalismo teve intensa 
influência na Filosofia, na Psicologia, na Antropologia, na Matemática, na 
Linguística, etc. Na teoria administrativa, o estruturalismo se emprega nas 
organizações sociais. 
4. Novo conceito de estrutura: o conceito de estrutura é muito antigo. 
Estrutura é o conjunto formal de dois ou mais elementos e que conserva-
se inalterado seja na mudança, seja na diversidade de conteúdos, isto é, a 
estrutura mantém-se mesmo com a modificação de um de seus elementos ou 
relações. 
Podemos esboçar vários entendimentos filosóficos e sociológicos em 
cima das estruturas. 
A Teoria Estruturalista é baseada no movimento estruturalista, 
fortemente influenciado pela sociologia organizacional. Estrutura é o conjunto 
de elementos relativamente estáveis que se relacionam no tempo e no espaço 
para formar o todo. Em administração, a estrutura adéqua à maneira como as 
organizações estão organizadas e estruturadas. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
A Sociedade de Organizações 
 
 
85 
 
Para os estruturalistas, a sociedade moderna e industrializada é 
constituída de organizações, das quais o homem passa a depender para nascer, 
viver e morrer. Essas organizações são altamente diferenciadas e necessitam 
que seus participantes apresentem determinadas características de 
personalidade. Essas características possibilitam a participação simultânea das 
pessoas em várias organizações, nas quais os papéis desempenhados variam. 
O estruturalismo expandiu o estudo das interações entre os grupos 
sociais iniciados pela Teoria das Relações Humanas, para os grupos das 
interações entre as organizações sociais. Da mesma forma como interagem 
entre si os grupos sociais, também as organizações interagem entre si. 
As Organizações 
Constituem a forma dominante de instituição da moderna sociedade, 
sendo a manifestação de uma sociedade amplamente especializada e 
interdependente, que se distingue por um crescente padrão de vida. As 
organizações permeiam todas as características da vida moderna e envolvem a 
participação de inúmeras pessoas. Cada organização é limitada por recursos 
escassos, e dessa maneira, não pode usufruir de benefícios, de todas as 
oportunidades que surgem: daí o problema de estabelecer melhor alocação de 
recursos. A eficiência é obtida quando a organização aplica seus recursos na 
alternativa que alcançar o melhor resultado. 
A Teoria Estruturalista concentra-se no estudo das organizações, na sua 
estrutura interna e na influência recíproca com outras organizações. As 
organizações são concebidas como unidades sociais (ou agrupamentos 
humanos) propositadamente construídas e reconstruídas, a fim de alcançar 
objetivos específicos (exército, escolas, hospitais, igrejas, prisões, etc.). As 
organizações são reconhecidas por um conjunto de relações sociais estáveis e 
deliberadamente designadas com a clara intenção de alcançar objetivos ou 
propósitos. Assim, a organização é uma unidade social na qual as pessoas 
 
 
86 
 
obtêm relações estáveis entre si, no sentido de facilitar o alcance de um 
conjunto de objetivos ou metas. 
O Homem Organizacional 
Enquanto a Teoria Clássica descreve o "homo economicus" e a Teoria das 
Relações Humanas, "o homem social", a Teoria Estruturalista salienta o "homem 
organizacional", ou seja, o homem que representa papéis em diferentes 
organizações. 
Na sociedade das organizações moderna e industrializada, aparece a 
figura do “homem organizacional"que participa ao mesmo tempo de várias 
organizações. O homem moderno, ou seja, o homem organizacional, para obter 
um resultado positivo em todas as organizações, precisa ter as seguintes 
características de personalidade: 
1. Flexibilidade: em face das constantes alterações que ocorrem da vida 
moderna, bem como da diversidade dos papéis desempenhados nas 
diversas organizações e aos novos relacionamentos. 
2. Tolerância às Frustrações: para evitar o dano emocional decorrente do 
conflito existente entre necessidades organizacionais e necessidades 
individuais, cuja intervenção é feita através de normas racionais, escritas 
e exaustivas, que buscam envolver toda a organização. 
3. Capacidade de adiar as recompensas: poder suprir o trabalho rotineiro 
dentro da organização, em detrimento das preferências e aptidões 
pessoais por outros tipos de atividade profissional. 
4. Permanente desejo de realização: garantida a conformidade e 
cooperação com as normas que dominam e asseguram o acesso a 
posições de carreira dentro da organização, proporcionando 
recompensas e sanções sociais e materiais. 
Análise das Organizações 
 
 
87 
 
Os estruturalistas utilizam, para estudar as organizações, uma análise 
organizacional maior que a de qualquer teoria anterior, pois desejam conciliar a 
Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas, baseando-se também na 
Teoria da Burocracia. Assim, a análise das organizações do ponto de vista 
estruturalista é praticada a partir de uma abordagem múltipla que leva em 
conta concomitantemente os fundamentos da Teoria Clássica, da Teoria das 
Relações Humanas e da Teoria da Burocracia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
UNIDADE 17- Abordagens Múltiplas da teoria Estruturalista 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivo: Conhecer as abordagens múltiplas da Teoria Estruturalista 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Enquanto a Teoria Clássica se concentrava na organização formal e a 
Teoria das Relações Humanas apenas na organização informal, os estruturalistas 
estudam o relacionamento entre ambas as organizações: a formal e a informal, 
em uma abordagem múltipla. 
A Teoria Estruturalista busca associar as relações formais e informais 
dentro e fora da organização. Os estruturalistas não modificam os conceitos da 
organização formal e informal (formal tudo o que estiver evidente no 
organograma como hierarquia, regras, regulamentos, controle de qualidade e 
informal as relações sociais). A Teoria Estruturalista busca encontrar o equilíbrio 
entre os elementos racionais e não racionais da conduta, do comportamento 
humano que indica o ponto principal da vida, da sociedade e do pensamento 
moderno. Constitui o problema da Teoria das Organizações 
Abordagem Múltipla: Recompensas Materiais e Sociais 
Os estruturalistas relacionam os estudos da Teoria Clássica e da Teoria 
das Relações Humanas. A definição das recompensas salariais e sociais e tudo 
que se compreende nos símbolos de posição (tamanho da mesa ou do 
escritório, carros da companhia, etc.) são importantes na vida de toda 
organização. 
Para que as recompensas sociais e simbólicas sejam eficientes, quem as 
recebe deve estar equiparado com a organização que as concede. Os símbolos 
e significados devem ser respeitados e compartilhados com outras pessoas, 
como a esposa, colegas, amigos, vizinhos, etc. Por esses motivos, as 
 
 
89 
 
recompensas sociais são menos eficientes com os funcionários de posições mais 
baixas do que com os de posições mais altas. 
Abordagem Múltipla: Os diferentes Enfoques da Organização 
As organizações para os estruturalistas podem ser idealizadas segundo 
duas diferentes concepções: 
· Modelo racional da organização: compreende a organização com um meio 
deliberado e racional de atingir metas conhecidas. Os objetivos organizacionais 
são explicitados (a maximização dos lucros, por exemplo), todos os aspectos e 
componentes da organização são indicados em função de sua colaboração 
positiva ao alcance dos objetivos e suas estruturas organizacionais são cuidadas 
para alcançar a mais alta eficiência, os recursos são apropriados e alocados de 
acordo com um plano diretor, todas ações são coerentes e seus resultados 
devem coincidir com os planos. É um sistema fechado, apresentando como 
característica principal a visão focalizada somente nas partes internas do 
sistema, com ênfase no planejamento e controle, expectativa de certeza e de 
viabilidade. Neste modelo inclui a Abordagem Clássica da Administração e a 
Teoria da Burocracia. 
Modelo natural de organização: compreende organização com um 
conjunto de partes separadas que, juntas, constituem um todo. O objetivo 
fundamental é a sobrevivência do sistema. O modelo natural busca tornar tudo 
funcional e equilibrado, passível de disfunções. A autorregulação é o processo 
fundamental que naturalmente governa as relações entre as partes e suas 
atividades, sustentando o sistema equilibrado e estável diante das perturbações 
provindas do ambiente externo. Este modelo origina inevitavelmente a 
organização informal nas organizações. É um sistema aberto tendo como 
propriedade a visão focalizada sobre o sistema e sua interdependência com o 
ambiente. 
Abordagem Múltipla: Os Níveis da Organização 
 
 
90 
 
Assim com o modelo burocrático de Weber, as organizações lidam com 
uma multiplicidade de problemas que são classificados e categorizados para 
que a responsabilidade por sua solução seja conferida a diferentes níveis 
hierárquicos: 
 Nível Institucional: é o nível mais alto, participam dele os dirigentes ou 
altos funcionários. É também chamado de nível estratégico, pois é 
responsável pela determinação dos principais objetivos e das estratégias 
organizacionais relacionadas em longo prazo. 
 Nível Gerencial: é o nível intermediário, alocado entre o institucional e o 
técnico, tratando do relacionamento e da integração desses dois níveis. 
Uma vez tomadas às decisões no nível institucional, o nível gerencial é o 
responsável pela sua alteração em planos e em programas para que o 
nível técnico os coloque em prática. 
 Nível Técnico: é o nível mais baixo da organização. Também conhecido 
como nível operacional, é o nível em que os trabalhos são executados, os 
programas são desenvolvidos e as técnicas são aplicadas. É o nível que 
cuida da execução propriamente dita, das tarefas em curto prazo e segue 
os programas e rotinas desenvolvidas pelo nível gerencial. 
Abordagem Múltipla: A Diversidade de Organizações 
Enquanto a Administração Científica e a Escola das Relações Humanas 
davam ênfase nas fábricas, a Abordagem Estruturalista expandiu o campo da 
análise da organização, incluindo outros tipos diferentes de organizações além 
das fábricas: organizações pequenas, médias e grandes, públicas e privadas, 
empresas dos mais diversos tipos (indústrias ou produtoras de bens, 
prestadoras de serviços, comerciais, agrícolas, etc.), organizações militares 
(exército, marinha, aeronáutica), organizações religiosas (igreja), organizações 
filantrópicas, partidos políticos, prisões, sindicatos, etc. E a partir 
do estruturalismo a administração não ficou mais limitada às fábricas, mas 
 
 
91 
 
passou a ser percebida e aplicada a todos os tipos possíveis de organizações. 
Além disso, toda a organização, à medida que cresce torna-se complexa e 
começa a exigir uma administração apropriada. 
Abordagem Múltipla: Análise Interorganizacional 
Os estruturalistas além de se preocupar com os fatos internos, também 
se preocupam com os fatos que ocorrem fora das organizações, mas que 
influencia os fatos dentro delas, ou seja, os fenômenos internos. Assim, 
os estruturalistas se baseiam numa abordagem de sistema aberto e empregam 
o modelo natural de organização como base de seus estudos. A análise 
organizacional começa a ser desenvolvida através de uma abordagem múltipla,ou seja, através da análise das relações interorganizacionais. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abordagem Estruturalista 
O aparecimento das burocracias coincidem com o despontar do 
capitalismo, graças a vários fatores como: 
- Economia do tipo monetária; 
- Mercado de mão-de-obra; 
- Estado (modelo centralizado); 
- Necessidade de organizações justas e imparciais; 
- Necessidade de organizações mais bem planejadas; 
- Necessidade de organizações mais racionais. 
A abordagem estruturalista dá origem a Teoria da Burocracia e a 
Teoria Estruturalista. 
 
 
 
 
 
Abordagem 
Estruturalista 
Teoria da Burocracia 
Teoria 
Estruturalista 
Ênfase na 
Estrutura 
Ênfase na 
estrutura, nas 
pessoas e no 
ambiente 
 
 
92 
 
http://www.joinville.udesc.br/sbs/professores/delcio/materiais/Abordagem_Estruturalista.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
 
UNIDADE 18- Teoria dos Sistemas em Administração 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Conhecer a Teoria dos Sistemas – sua origem, fundamentos e 
características. Identificar a visão sistêmica e a característica das organizações 
como sistemas abertos; 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Teoria dos Sistemas em Administração – Origem 
A Teoria dos Sistemas foi introduzida na Administração, a partir da 
década de 1960, tornando-se parte da Ciência Administrativa. Decorreu dos 
trabalhos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy, após análise em que fez 
constatação de que existia uma propensão para a integração das ciências 
naturais e sociais. 
A Teoria dos Sistemas fundamenta-se no argumento de que 
os sistemas são compostos de subsistemas (moléculas – célula – órgão), que os 
sistemas são abertos (meio ambiente constituído de sistemas) e que as funções 
de um sistema dependem de sua estrutura. A ânsia de síntese e integração das 
teorias anteriores, que tinham poucas variáveis da situação como um todo, os 
pontos fracos das diversas teorias que tinham uma abordagem ínfima, trazendo 
pouca importância para a Administração, e os resultados positivos da aplicação 
da Teoria de Sistemas nas outras ciências foram alguns dos elementos que 
contribuíram para a introdução dessa teoria na Ciência Administrativa. 
Abordagem e Conceitos na Teoria dos Sistemas em Administração 
Na abordagem administrativa da Teoria Sistêmica, as organizações 
operam como um sistema, em que o estudo do geral se sobressaia ao 
particular, favorecendo a visão mais abrangente e propiciando uma análise, ao 
mesmo tempo profunda e mais ampla das organizações. 
 
 
94 
 
Nessa teoria, as organizações são analisadas como sistema abertos, com 
integração e independência entre as partes e com o ambiente que o cerca, 
tendo várias entradas e saídas para assegurar o intercâmbio com o meio. 
Os sistemas são conjuntos de partes ou elementos, interdependentes, 
que constituem um todo complexo, unitário e organizado, no propósito de 
alcançar um objetivo, proposto anteriormente. A partir da Teoria dos Sistemas, 
passa-se a perceber melhor o universo de outras ciências. Surgiram então novas 
terminologias como sistema solar em Astronomia, sistema social em Sociologia, 
sistema monetário em Economia, sistema nervoso, digestório e respiratório em 
Fisiologia e assim por diante. O conceito de sistemas passou a influenciar as 
ciências e principalmente a Administração. 
Características básicas da Teoria dos Sistemas em Administração. 
Da definição de sistema como conjunto de unidades profundamente 
relacionadas, derivam duas características básicas: 
 propósito ou objetivo – determinam um arranjo que visa a uma 
finalidade a alcançar; 
 globalismo ou totalidade – reação global a qualquer estímulo fornecido 
em parte ou na unidade. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
Segundo Chiavenato (2003), as características das organizações como 
sistemas abertos são: 
 Comportamento probabilístico e não determinístico: significa que as 
organizações sofrem influências por variáveis externas, desconhecidas e 
imprevisíveis no seu comportamento. 
 As organizações como partes de uma sociedade maior, constituídas de 
partes menores: são vistas como sistemas incorporados de sistemas. 
 
 
95 
 
 Interdependência das partes: sistema onde as partes são 
interdependentes, porém, inter-relacionadas. 
 Homeostase: a organização atinge um estado firme ou equilíbrio quando 
atende dois requisitos a unidirecionalidade e o progresso. 
 Fronteiras ou limites: as organizações têm barreiras que não existem 
fisicamente. Um mesmo indivíduo pode fazer parte de duas 
organizações. 
 Morfogênese: o sistema organizacional tem a habilidade de modificar a si 
próprio e à sua estrutura básica. 
 Resiliência: é a capacidade de vencer o distúrbio imposto por um 
fenômeno externo. 
Parâmetros dos Sistemas 
Parâmetros são elementos diversificados que por possuírem algumas 
propriedades caracterizam o valor e a dimensão de um sistema, para evidenciar 
a totalidade que o mesmo possui. Os parâmetros dos sistemas são de acordo 
com Chiavenato (2003) e Moraes (2004): 
 Entrada ou insumos (input) é a força inicial do sistema que abastece com 
material ou informação para a operação. São compostas por recursos 
humanos, financeiros e materiais. 
 Processamento ou operação (throughput) é a transformação das 
entradas em saídas e evidencia a etapa de transformação dos recursos 
em produtos. 
 Saídas ou resultados (output) é a resultado da fusão dos elementos e 
relações do sistema. Envolvem as mercadorias, os serviços e as 
realizações para alcançar os objetivos do sistema. 
 Retroação ou alimentação de retorno (feedback) é o procedimento 
responsável pelo equilíbrio e constância do sistema e que compara a 
saída com critérios determinados. O elemento fundamental da retroação 
 
 
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é a informação e o objetivo principal é o controle para impedir desvios 
positivos ou negativos. 
 Ambiente ou subsistema: são partes do sistema em que se desenvolvem 
as atividades interdependentes, inter-relacionadas e inter-atuantes, que 
são caracterizadas e interligadas por uma rede de comunicações 
dinâmica e abastecida continuamente conforme as mudanças por que 
passa o ambiente. 
Principais representantes e suas contribuições 
Segundo Chiavenato (2003), os principais representantes da Teoria dos 
Sistemas foram: 
Edgar H. Schein: publicou Organizational Psychology, em que sugere 
que a Teoria dos Sistemas na definição de organização é: sistema aberto em 
repetidas alterações, objetivos ou funções variadas, conjunto de subsistemas 
interagindo dinamicamente e reciprocamente dependentes e múltiplos elos 
entre organização e seu meio ambiente desfizeram os limites organizacionais. 
Daniel Katz e Robert L. Kahn: em 1972, publicaram “Psicologia Social das 
Organizações”, em que desenvolveram um exemplo de organização por meio 
da prática da Teoria dos Sistemas à Teoria Administrativa, com as características 
abaixo: 
 A organização como um sistema aberto e que apresenta: importação 
(entrada), transformação (processamento), exportação (saídas), ciclos de 
eventos repetitivos, entropia negativa (formas organizadas que chegam à 
desintegração), informação como insumo, retroação negativa e processo 
de codificação, estado firme e homeostase dinâmica, diferenciação, 
equifinalidade (vários caminhos e mesmo resultado final) limites ou 
fronteiras (barreiras entre o sistema e o ambiente). 
 Características de primeira ordem: características das organizações como 
sistemas sociais que não tem restrição de amplitude, necessitam de 
 
 
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entradas de manutenção e de produção, tem sua natureza planejada, 
proporciona maior variabilidade que outros sistemas, as funções, as 
normas e os valores são os principais elementos do sistema social, 
compõem um sistema formalizado por funções, conceito de inclusãoparcial à relação com seu meio ambiente. 
 Cultura e clima organizacional: cada organização designa sua própria 
cultura e os valores inerentes. As organizações possuem padrões 
diferentes de crenças culturais e coletivas, que são passados às novas 
gerações. 
 Dinâmica de Sistemas: as organizações sociais criam mecanismos de 
gratificação a fim de unir seus membros ao sistema, estimulam as 
atividades exigidas e as estruturas de autoridade para controlar e dirigir 
o comportamento organizacional. 
 Conceito de eficácia organizacional: as organizações resistem enquanto 
forem capazes de manter a importação de um volume cada vez maior de 
energia do que possam devolver ao ambiente como produto. 
 Organização como sistema de papéis: a organização fundamenta-se em 
papéis ou conjunto de atividades esperadas aos indivíduos. É uma 
estrutura de papéis. 
A Teoria dos sistemas acarretou para a ciência administrativa uma 
ampliação na visão dos problemas organizacionais se confrontando às 
abordagens mais antigas de sistema fechados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 19- Teoria Contingencial 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
 Objetivos: Conhecer a Teoria Contingencial – sua origem, fundamentos e 
características. Compreender a visão contingencial da Administração. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Teoria da Contingência 
A Teoria da contingência ou Teoria contingencial ressalta que não há 
nada de absoluto nas organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. 
Tudo depende. A abordagem contingencial comenta que existe uma relação 
funcional entre a estrutura do ambiente e as técnicas administrativas 
apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis 
ambientais são independentes, enquanto as técnicas administrativas 
são variáveis dependentes no âmbito de uma relação funcional. Na realidade, 
não existe uma dependência direta entre essas variáveis independentes e 
dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnicas 
administrativas. Em vez de uma relação de causa e efeito entre as variáveis do 
ambiente (independentes) e as variáveis administrativas (dependentes), há 
uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo “se então” e 
leva ao alcance eficaz dos objetivos da organização. 
A relação funcional entre as variáveis independentes e dependentes não 
sugere que haja uma relação de “causa e efeito”, pois a administração é 
ativamente dependente na prática da administração contingencial. O 
reconhecimento, diagnóstico e adaptação à situação são importantes, porém, 
eles não são suficientes. As relações funcionais entre as condições ambientais e 
as práticas administrativas devem ser continuamente identificadas e 
especificadas. 
 
 
99 
 
É com a Teoria da Contingência que ocorre o deslocamento da visão de 
dentro para fora da organização: a ênfase dada para o ambiente e as demandas 
ambientais sobre a dinâmica organizacional. Para a abordagem contingencial 
são as particularidades ambientais que modelam as características 
organizacionais, assim, não há uma maneira única e exclusiva de se organizar. 
Tudo depende das características ambientais essenciais para a organização. Essa 
visão relativista da teoria da contingência prova que as características da 
organização não dependem dela própria, mas das condições ambientais e da 
tecnologia que ela emprega. 
Os contingencialistas tiraram o ônus da evolução e desenvolvimento da 
empresa destinando uma maior responsabilidade nas características ambientais, 
afirmando que elas condicionam as características organizacionais, quando na 
verdade, mesmo com situações desfavoráveis e ambientes não tão agradáveis 
para se trabalhar é possível realizar um bom trabalho. Não se deve ficar 
condicionado apenas ao elemento ambiente, é preciso considerar o potencial 
evolutivo do funcionário e sua capacidade de adaptação e flexibilidade. 
 
 
 
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Ambiente Geral é o macroambiente, ou seja, o ambiente genérico e 
comum a todas as organizações. É constituído de um conjunto de condições 
que afetam todas as organizações e que podemos resumir em: 
Condições tecnológicas: que refletem estado atual da tecnologia na qual 
a empresa está inserida. 
Condições legais: que afetam diretamente ou indiretamente as 
organizações, tais como legislação comercial, trabalhista, fiscal, ambiental, civil 
etc. 
Condições políticas: cujas decisões tomadas em qualquer dos três níveis 
(federal, estadual ou municipal) influenciam as organizações. 
Condições econômicas: constituem a conjuntura que determina o 
desenvolvimento econômico, tais como: inflação, balança de pagamentos, 
distribuição de renda etc. 
 
 
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Condições demográficas: a taxa de crescimento, população, raça, religião, 
distribuição geográfica, distribuição por sexo etc. Determinam as características 
do mercado. 
Condições ecológicas: referem-se ao ecossistema na qual a organização 
está inserida. 
Condições culturais: a cultura dos povos penetra nas organizações 
através das expectativas de seus participantes e de seus consumidores. 
Apreciação Crítica da Abordagem Contingencialista 
A abordagem busca compreender as ações entre os subsistemas 
organizacionais, bem como entre a organização, o ambiente e a tecnologia e 
estabelecer padrões de relações. Ressalta a natureza variada das organizações e 
procura compreender como agem sob condições diferenciadas, procura 
orientar, na criação de estruturas e ações gerencias nas diversas situações e 
acredita que não existe uma melhor maneira de administrar uma empresa. 
Defende uma troca recíproca entre as teorias e não a aceitação de apenas uma 
como válida. Salienta a concepção do homem complexo frisando o ambiente e 
a tecnologia sem as tarefas, sem as pessoas e sem as estruturas. 
 
BUSCANDO O CONHECIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LAWRENCE E LORSCH fizeram uma pesquisa sobre o de frontamento entre 
organização e ambiente que marca o aparecimento da Teoria da Contingência. A 
denominação Teoria da Contingência derivou desta pesquisa. A pesquisa envolveu dez 
empresas em três diferentes meios industriais — plásticos, alimentos empacotados e 
recipientes (containers). Os autores concluíram que os problemas organizacionais 
básicos são a diferenciação e a integração. 
A diferenciação parte da relação que cada subsistema da organização tem unicamente 
com o que lhe é relevante. Se os ambientes específicos diferirem quanto as demandas 
que fazem, aparecerão diferenciações na estrutura e na abordagem empregadas 
pelas unidades ou subsistemas. Em outras palavras, do ambiente geral emergem 
ambientes específicos, cada um correspondendo a um ou mais subsistemas ou 
unidades da organização. 
O conceito de integração é justamente o oposto do conceito anterior. Integração refere-
se ao processo gerado por pressões vindas do ambiente global da organização no 
sentido de alcançar unidades de esforços e coordenação entre os vários órgãos ou 
subsistemas. Segundo ainda os pesquisadores, os principais meios de integração 
encontrados nas empresas estudadas foram: 
1. um sistema formal de coordenção para assegurar a integração; 
2. relacionamento administrativo direto entre unidades (subsistemas); 
3. hierarquia administrativa; 
4. utilização de grupos interfuncionais em um ou mais níveis de 
administração; 
5. provisão para relações especiais entre indivíduos e criação de uma 
unidade de integração. 
Esses meios de integração também são encontrados no Brasil, principalmente em 
organizações de razoável complexidade. Contudo, o item “e” é encontrado em um 
número mínimo de organizações e, via de regra, a preocupação do funcionário da área 
de recursos humanos é a de comunicar, por via oral, o regulamento da organização. 
Mas, enfim, existe. 
Texto	disponível	em:	http://www.coladaweb.com/administracao/teoria-da-contingencia	
 
 
 
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UNIDADE 20- As Teorias na Era da Informação 
 
CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE 
Objetivos: Compreender a Era da Informação – seus fundamentos e 
características. Reconhecer a aplicabilidade das diversas teorias no contexto 
atual. 
 
ESTUDANDO E REFLETINDO 
Era da Informação (Após 1990): Tecnologia da Informação, globalização, ênfase 
nos serviços, rapidez nas mudanças, imprevisibilidade, instabilidade e incerteza. 
Nesta era, a ênfase é em: 
 Produtividade. 
 Qualidade. 
 Competitividade. 
 Cliente. 
 Globalização. 
Era da Informação: nome dado ao período que sucede a Era Industrial, 
mais especificamente após a década de 1980, embora suas raízes tenham 
começado no início do século XX e, especialmente, na década de 1970, com 
invenções como o microprocessador, a rede de computadores, a fibra óptica e o 
computador pessoal. 
Peter Drucker, célebre consultor de empresas e autor de dezenas de 
livros sobre o assunto, foi o primeiro a chamar esse momento que estamos 
vivendo de Era da Informação. Hoje isso nos parece óbvio, mas na época foi 
muito significativo, pois o conhecimento já estava sendo mais valorizado do que 
o trabalho simplesmente operacional. 
Era da Informação na Empresa 
 
 
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A convivência no ambiente de trabalho passou por diversas mudanças 
nos últimos anos, percebida principalmente na década de 1980, graças ao vasto 
desenvolvimento da tecnologia. Essas mudanças refletiram diretamente na 
atuação dos recursos humanos, que enfrentaram o desafio instituído pela nova 
realidade: abandonar os processos burocráticos e de controle, como por 
exemplo, o controle rígido de frequência, para promover o crescimento da 
maior riqueza das organizações, as pessoas. 
Os primeiros passos a serem dados pelas companhias foram, portanto, 
investir nos processos para garantir os resultados. Aqueles que perceberam as 
pessoas como diferencial competitivo fez do RH a área responsável pela 
integração das estruturas internas e externas da empresa e tornaram-se 
exceções, destacando-se no mercado. Eles sabem que a chave do sucesso é 
pensar globalmente e agir localmente. 
Há uma tendência cada vez mais clara da adoção das tecnologias de 
informação e comunicação não somente pelas escolas, mas por empresas de 
diversas áreas, sobretudo com a propagação dos aparelhos digitais no cotidiano 
contemporâneo. 
No ambiente corporativo, onde as pessoas percorrem objetivos comuns, 
a necessidade de comunicação cresce cada vez mais. Em uma corporação, 
existem obstáculos culturais, sociais, tecnológicos, geográficos, temporais, 
dentre outros, que atrapalham a comunicação das pessoas, portanto um dos 
desafios de uma corporação é transpor esses obstáculos e a tecnologia é uma 
grande aliada nesse processo. 
A Era da Informação e do Conhecimento que vivemos nos revela um 
mundo novo, onde o trabalho humano é executado pelas máquinas, cabendo 
ao homem à função para a qual é insubstituível: ser criativo e ter boas ideias. 
Nas últimas décadas, a era da informação vem sendo suplantada pela onda do 
conhecimento. Já que a evolução da informação disponibilizada pelos meios 
 
 
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informatizados crescendo a cada dia, a questão agora está centrada em como 
gerir esse mundo novo. 
 
BUSCANDO CONHECIMENTO 
Cada um dos três séculos passados tem sido dominado por uma única 
tecnologia. O século XVIII foi a era dos grandes sistemas mecânicos 
acompanhado da Revolução Industrial. O século XIX foi à era da máquina a 
vapor. O século XX tem sido denominado como a era da informação. Associado 
a isto, temos testemunhado vários avanços tecnológicos em diversas áreas. 
Dentre elas, duas que têm causado significativo impacto sobre o modus vivendi 
das pessoas neste século são Computação e Telecomunicações. Neste cenário 
de avanços tecnológicos, deparamo-nos com uma carga de informações cada 
vez maior. Como podemos tirar proveito dessas tecnologias que colocam a 
nossa disposição um volume cada vez maior de informações? 
O ser humano, assim como as máquinas (e.g., o computador) possui 
limitações. Uma das limitações do ser humano é a memória que é discutida a 
seguir na seção. Além disso, o tempo disponível que as pessoas possuem é 
notavelmente cada vez mais escasso. Isto conduz à necessidade de buscar 
formas mais eficientes de coletar e processar apenas as informações necessárias 
no nosso cotidiano. É humanamente impossível digerir a imensa quantidade de 
informações colocadas à disposição das pessoas. Assim, a seção 2 trata do 
processo de customização, isto é poder a transformar um volume de 
informações numa forma mais adequada para o interesse particular de uma 
pessoa. 
1. A Memória Humana 
O ser humano no seu processo de aprendizado passa por vários estágios 
de aprendizagem. Para cada estágio, tem-se associado uma maior propensão 
para o desenvolvimento de habilidades específicas. Concomitante com este fato 
 
 
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tem-se que a memória humana possui suas limitações, isto é, o indivíduo é 
apenas capaz de memorizar um número limitado de informações. A 
organização da memória humana é geralmente aceita como sendo compostos 
de três áreas distintas e conectadas. 
A memória de curta duração é responsável pelo recebimento e 
processamento inicial de informações. Adicionalmente, ela possui um acesso 
mais rápido e limitada capacidade de armazenamento. A memória de trabalho 
tem uma capacidade de armazenamento maior do que a de curta duração. 
Todavia, o seu tempo de acesso a informações (já armazenadas) é maior, 
comparado com a primeira. Quanto à memória de longa duração, que é aquela 
que retém todo o conhecimento de um indivíduo, possui um tempo de acesso 
(para recuperação de informações) muito maior comparado às demais. Ela 
também é conhecida como memória permanente. Contudo, desde que os seres 
humanos esquecem algumas coisas, tem-se que seus mecanismos de 
recuperação não são totalmente confiáveis. 
Em outras palavras precisamos alimentar nossos sentidos, como por 
exemplo, visão e audição a fim de fixarmos as informações recebidas. O ato de 
repetição da leitura (por exemplo) nos ajuda a fixar a informação lida, isto é, a 
informação é passada da memória de curta duração para memória de trabalho 
e, posteriormente, para a memória de longa duração (onde está armazenado o 
conhecimento do ser humano). Todavia, face a carga de informações cada vez 
maior a disposição das pessoas, estas agora estão precisando de um recurso 
que as auxilie na identificação do que é necessário no momento de 
necessidade. Então, entra em cena o processo de customização discutido 
abaixo. 
2. Customização 
A era do acesso interativo on-line a repositórios (multimídia) de 
informações em todo mundo já chegou. Hoje o usuário, conectado a Internet, 
 
 
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tem a possibilidade de navegar no ciberespaço e acessar os mais diferentes 
tipos de informações. 
Dentro deste contexto, o processo de customização tem a finalidade de 
proporcionar ao indivíduo a facilidade de obter uma informação necessária 
quando necessário. Em outras palavras, customização significa transformar a 
informação entrante numa informação que seja adequada às necessidades de 
um indivíduo num determinado instante. Assim, a customização da informação 
ocorre imediatamente antes do uso dela. 
Como salientado anteriormente, à medida que mergulhamos cada vez 
mais na era da informação, está se tornando mais e mais aparente que a 
sociedade como um todo terá que se confrontar com um problema genérico da 
sobrecarga de informações. Isto vai nos compelir a buscar e usar técnicas que 
maximizem o tratamento das informações recebidas. 
A necessidade de armazenar e recuperar informações digitais coletadas 
de acordo com as necessidades do usuário, por exemplo, através da Internet, é 
apenas uma questão a ser considerada dentro deste contexto. Outro aspecto é 
a necessidadede ter a informação apresentada numa forma apropriada a 
necessidade do indivíduo no tempo necessário ao seu consumo. 
 
 
 
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