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A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 1. A JURISDIÇÃO TRABALHISTA É especializada e de âmbito federal. A competência para legislar sobre matéria trabalhista é da União e a matéria que pode ser processada e julgada na Justiça do Trabalho abrange as relações de trabalho como gênero (não apenas as que decorrem da relação de emprego) 2. A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO 2.1. A COMPETÊNCIA RELATIVA - Em razão do Lugar (Territorial) A competência territorial para as ações a serem ajuizadas na Justiça do Trabalho será fixada em norma infraconstitucional. Ela é relativa, portanto, prorrogável (S.33 do STJ). Não cabe a eleição de foro. REGRAS: 1. “ÚLTIMO" LUGAR ONDE O EMPREGADO PRESTOU SERVIÇOS 2. ONDE HOUVER AGÊNCIA OU FILIAL, NO DOMICÍLIO OU LOCAL MAIS PRÓXIMO, SE PRESTAR SERVIÇOS EM VÁRIOS LOCAIS; 3. FIXAÇÃO DAS REGRAS AO TRABALHADOR QUE PRESTOU SERVIÇO NO ESTRANGEIRO (vide também os arts.2º e 3º da Lei 7064/1982). 4. NO LOCAL DA CONTRATAÇÃO OU NO DA PRESTAÇÃO DE SEVIÇO, QUANDO UMA COISA NÃO OCORRER CONCOMITANTE À OUTRA. 2.2 A COMPETÊNCIA ABSOLUTA - Material e Funcional A) A COMPETÊNCIA FUNCIONAL B) A COMPETÊNCIA MATERIAL Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; A competência funcional refere o conjunto das normas que fixa as atribuições dos órgãos que compõem uma determinada jurisdição. No caso em estudo, os órgãos da Justiça do Trabalho. A competência material refere o conjunto das normas que fixa a matéria que poderá ser processada e julgada na Justiça do Trabalho. - relação de trabalho - amplitude: o trabalho é gênero que envolve a espécie emprego. - Entes públicos externos (não há imunidade de jurisdição (OJ 416-SDI-1), mas há de execução, que deverá ocorrer por carta rogatória) e entes públicos internos com exclusão do servidor público (estatutário) ou típica relação com a Administração Pública (servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas). Se a relação for celetista (art.173, §1º,CF), ou decorrente de competência residual (S.97,STJ e OJ 138 - SDI-1), a competência será da Justiça do Trabalho. - Relação de trabalho e relação de consumo. A S.363,STJ estabelece que é da Justiça comum a competência para apreciar a causa em que o profissional liberal ajuiza ação de cobrança contra o cliente. E o §2º do art. 3º do CDC exclui a possibilidade de a relação de consumo conviver com a de trabalho. - extinção da competência pessoal II as ações que envolvam exercício do direito de greve; greve é um direito fundamental do trabalhador - art.9º,CF e Lei 7783/89; A Súmula vinculante 23 do STF ratifica a competência da Justiça do trabalho para processar e julgar ações possessórias ajuizadas em decorrência do exercício do direito greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. O interdito proibitório, quando houver contra o possuidor a ameaça de turbação (perturbação) ou esbulho (ofensa efetiva que impede o exercício da posse) em decorrência do exercício do direito de greve também será da competência da justiça do trabalho. III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; sindicato é ente privado de representação de interesse de categoria de trabalho, logo, tudo o que envolver tal representação e gerar litígio, será processado e julgado na justiça do trabalho. IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; Os remédios constitucionais acima serão processados e julgados na Justiça do Trabalho quando a matéria questionada for afeta à sua jurisdição. O Mandado de Segurança, processado inclusive na Vara trabalhista, quando a autoridade coautora estiver na esfera administrativa e nos tribunais, quando exercerem suas funções na própria jurisdição trabalhista. O habeas corpus, quando houver qualquer restrição à liberdade do indivíduo, praticada por particular ou por autoridade judiciária trabalhista. Não atrai para a Justiça do Trabalho a competência penal, para processar e julgar ações penais (liminar concedida pelo STF com efeito ex tunc na ADIn 3684-0) O habeas data será processado e julgado para que se tenha acesso a dados constantes de arquivos de entidades governamentais ou públicos. V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; envolvendo apenas órgãos da justiça do trabalho VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; As ações acidentarias são da competência da Justiça comum - art.643, §2º, CLT - e os danos decorrentes do acidente de trabalho, envolvendo a responsabilidade do empregador serão processados e julgados na Justiça do Trabalho - S.392,TST. A Súmula vinculante 22 do STF ratifica a matéria, incluindo as ações que ainda não possuíam senteça de mérito de primeiro grau, quando da vigência da EC. n.45/04. Entretanto, as já sentenciadas não foram alcançadas pela referida emenda, conforme S.367,STJ. Obs.: as ações regressivas propostas pela previdência contra empregador serão da competência da Justiça Federal - art.109,CF e art.120 da Lei 8213/91. VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; Ex.: empregador que pleiteia a isenção da sanção (auto de infração) imposta pelas Superintendências Regionais do Trabalho. VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; S.368,TST - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012 I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. […] OJ 376 SDI1 TST - "É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.” OJ-398-SDI1 - Nos acordos homologados em juízo em que não haja o reconhecimento de vínculo empregatício, é devido o recolhimento da contribuição previdenciária, mediante a alíquota de 20% a cargo do tomador de serviços e de 11% por parte do prestador de serviços, na qualidade de contribuinte individual, sobre o valor total do acordo, respeitado o teto de contribuição. Inteligência do § 4º do art. 30 e do inciso III do art. 22, todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991 S.454,TST - Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, “a”, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991) IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. Ex: pedido de empregados em face de empregadores para realizarem cadastramento no PIS (Programa de Integração Social) - S.300,TST; pedido de enquadramento em quadro de carreira, na forma da S.19,TST, etc. § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderãoeleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. DISSÍDIO COLETIVO DE CARÁTER ECONÔMICO - condições de trabalho DISSÍDIO COLETIVO DE CARÁTER JURÍDICO - interpretação normativa § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
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