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RESUMO - Direito Civil – Contratos
Contrato- É uma espécie do gênero negócio jurídico. O contrato é comumente, conceituado como o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos.
Caio Mário:
Contrato – É um acordo de vontades, na conformidade da lei e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Função Social do Contrato
Art. 421. – A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
O princípio da socialidade, por ele adotado reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundamental da pessoa humana.
A concepção social do contrato é um dos pilares da teoria contratual, e tem por escopo promover a realização de uma justiça comutativa, aplicando as desigualdades substanciais entre os contraentes.
A função social do contrato muitas vezes, prevalece sobre os princípios norteadores da autonomia da vontade e da obrigatoriedade.
Caio Mário:
A função social do contrato serve, precipuamente para limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia entra em confronto com o interesse social e este deva prevalecer. Tal princípio desafia a concepção clássica de que os contratantes tudo podem fazer porque estão no exercício da autonomia da vontade.
Cláusulas Gerais
São normas orientadoras sob forma de diretrizes, dirigidas precipuamente ao juiz, vinculando- a ao mesmo tempo em que dão liberdade para decidir. São formulações da lei de caráter genérico e absoluto.
Cláusulas Geral Que Proclama a Função Social do Contrato
Art.422. – Os contratantes são obrigados a guardar assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Condições de Validade do Contrato
*De Ordem Geral (comum a todos os atos e negócios jurídicos)
- Capacidade do agente.
-objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
-forma prescrita ou não defeso em lei .
Art. 104. – a validade do negócio jurídico requer :
I- agente capaz.
II- objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
III- forma prescrita ou não defeso em lei.
*De Ordem Especial
Consentimento recíproco ou acordo de vontades .
Requisitos Subjetivos . ( Art. 102,I )  Haverá simulação nos atos jurídicos em geral:
I - quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das a quem realmente se conferem, ou transmitem;
II - quando contiverem declaração, confissão, condição, ou cláusula não verdadeira;
III - quando os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
Capacidade Genérica – É o primeiro elemento ou condição subjetiva de ordem geral para a validade dos contratos . Estes serão nulos ( C.C, art. 166,I)
Art.166 – É nulo o negócio jurídico quando : I – celebrados por pessoas absolutamente incapaz . OU anuláveis ( art. 171, I ). Art. 171. – Além dos casos expressamente declarados na lei é anulável o negócio jurídico: I – por incapacidade relativa do agente .
Se a incapacidade absoluta ou relativa não for suprida pela representação ou pela assistência. A capacidade exigida nada mais é do que a capacidade de agir em geral .
Aptidão Específica Para Contratar – capacidade especial. Essa hipótese não diz respeito propriamente à capacidade geral, mas a falta de legitimidade ou impedimentos para a realização de certos negócios.
Consentimento – o requisito de ordem especial, próprios dos contratos, e o consentimento recíproco ou acordo de vontades abrange três aspectos:
1. *Acordo sobre a inexistência e natureza do contrato.
2. *Acordo sobre o objeto do contrato .
3. *Acordo sobre as cláusulas gerais .
Manifestação da Vontade dos Contratos :
Tácita – quando a lei não exigir que seja expressa, art. 111 do CC .
Expressa – é a exteriorização verbalmente, por escrito, gesto ou mímica, de forma inequívoca.
O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita de vontade quando as circunstâncias ou os usos a autorizem e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 111 . – o silêncio importa anuência quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Requisitos Objetivos ( art. 104, II ) . Os requisitos objetivos dizem respeito ao objeto do contrato . Artigo 104, II  A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
*Licitude de seu Objeto – objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.
*Possibilidade Física ou Jurídica - quando impossível, o negócio é nulo ( C.C, art. 166, II. – é nulo o negócio jurídico quando : II – foi ilícito, impossível ou indeterminado o seu objeto ) .
*Determinação de seu Objeto – objeto determinado ou determinável ( admite- se, assim a venda de coisa incerta, indicada ao mesmo pelo gênero e pela quantidade C. C, art. 243 ) . Art. 243.  A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Requisitos Formais
Art.104, III  A validade do negócio jurídico requer:
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
É a forma, é o meio de revelação da vontade . Deve ser a prescrita ou não defeso em lei.
Sistemas Universais:
· *Consensualismo – liberdade de forma.
· *Formalismo – de forma obrigatória .
Direito brasileiro:
· *Consensualismo – regra.
· *Formalismo – exceção.
Espécie de Formas:
*Forma Livre – qualquer meio de manifestação de vontade art. 107 .  A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
*Forma especial ou solene – exigida pela lei .
*Forma Contratual – É a convencionada pelas partes.
OBS : as partes podem celebrar o contrato por escritura pública ou particular, ou verbalmente, contudo para dar maior segurança jurídica exige alguns casos a forma de escritura pública ou particular .
Princípios Fundamentais do Direito Contratual.
Princípio da Autonomia da Vontade – tem alicerce na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordos de vontades suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. A parte tem a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do estado. Podem celebrar contratos nominados (na lei) ou fazer combinações, dando origem a contratos inominados.
O princípio da autonomia da vontade serve de fundamento para a celebração dos contratos atípicos (é o que resulta não de um acordo de vontades regulado pelo ordenamento jurídico, não gerado pelas necessidades e sim pelo interesse da parte ).
Art. 121 – considera-se condição a cláusula, que derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto . Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Condição. ... Sendo anterior ao negócio jurídico, o evento já ocorreu ou deixou de ocorrer, razão pela qual o negócio jurídico é puro e simples .
Art.425. – “È licito as partes estipular contratos atípicos, observados as normas gerais fixadas nesse código” .
Limitação a Liberdade de Contratar
*A Faculdade de Contratar- se relativizou, pois a vida em sociedade obriga as pessoas a realizar contratos de toda espécie .
*A Liberdade de Escolher do outro Contraente - sofre restrições, como nos casos de serviços públicos fornecidos sob regime de monopólio.
*O Poder de Estabelecer o Conteúdo do Contrato – sofre limitações determinadas pelas cláusulas gerais
Princípio da Supremacia da ordem Pública – a liberdade contratual encontrou sempre limitação na idéia de ordem pública, entendendo- se que o interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual.
Art.2035 A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitosdele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
A ordem pública – claúsula geral .
LINDB, art,17 As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
A noção de ordem pública e o respeito aos bons costumes constituem freios e limites a liberdade contratual.
Princípio do Consensualismo – de acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades. Decorre da moderna concepção de que o contrato resulta do consenso, do acordo de vontades, independentemente da entrega da coisa.
Os contratos são, pois em regra consensuais . Alguns poucos, no entanto são reais, porque somente se aperfeiçoam com a entrega do objeto subsequente ao acordo de vontades.
Consensualismo – forma livre no Direito Brasileiro, é regra .
O formalismo é a exceção .
Princípio da Relatividade dos Efeitos dos Contratos
Funda-se tal princípio na idéia de que os efeitos do contrato só produz em relação às partes, aquelas que manifestarem a sua vontade, vinculando-as o seu conteúdo sem afetar terceiros nem seu patrimônio.
Em consequência a função social do contrato, existe a possibilidade que terceiros que não são propriamente partes do contrato possam nele influir, em razão de serem por ele atingidos de maneira direta ou indireta.
“a função social do contrato, prevista no art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. C.C 2002, constitui clausúla geral a impor a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros,implicando a tutela externa do crédito” .
Princípio da Obrigatoriedade dos Contratos
Também denominado princípio da intangibilidade (não modificação do contrato) dos contratos, representa a força vinculante das convenções. Daí por que é também chamado de princípio da força vinculante dos contratos.
O princípio da força obrigatória do contrato significa, na essência, a irreversibilidade da palavra empenhada.
Fundamentos :
a) a necessidade de segurança nos negócios- que deixará de existir se os contratantes pudessem não cumprir a palavra empenhada.
b) a intangibilidade ou imutabilidade do contrato – os pactos devem ser cumpridos ( pacta sunt servandd) .
Limitação a esse princípio – é a escusa por caso fortuito ou força maior art. 393. do código civil de 2002  O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
Princípio da revisão dos Contratos ou da Onerosidade Excessiva
Opõe-se tal princípio ao da obrigatoriedade pois permite aos contraentes recorrerem ao judiciário para obterem alterações da convenção e condições mais humanas em determinadas situações.
Cláusulas rebus sio stantibus e teoria da imprevisão consiste em presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita de uma cláusula pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se esta, no entanto, modifica-se em razão de acontecimentos extraordinários, que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao Juiz que o isente da obrigação parcial ou totalmente.
A teoria da imprevisão consiste , na possibilidade de desfazimento ou revisão forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários a prestação de uma das partes torna-se exageradamente onerosa.
Princípio da Boa- Fé e da Probidade .
Artigo 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
O princípio da boa-fé, exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tentativas como também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação com o princípio do direito segundo o qual ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza .
A regra da boa- fé é uma cláusula geral .
A probidade, nada mais é senão um dos aspectos objetivos do princípio da boa-fé, podendo ser entendendo como a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidas a pessoa.
Boa- Fé Subjetiva- diz respeito ao conhecimento ou à ignorância da pessoa em relação a certos fatos, sendo levada em consideração pelo Direito para os fins específicos da situação regulada. Serve à proteção daquele que tem a consciência de estar agindo conforme o direito, apesar de ser outra a realidade. Diz-se subjetiva, porque para a sua aplicação, deve o intérprete considerar a intenção do sujeito da relação jurídica, o seu estado psicológico ou íntima convicção .
Boa- Fé Objetiva- se constitui em uma norma jurídica fundada em um princípio geral do direito, segundo a qual todos devem comportar-se de boa-fé na suas relações recíprocas. Classifica-se como regra de conduta. Boa-fé objetiva cláusula geral, fonte de direito e de obrigações.
Está fundada na honestidade, na retidão, na lealdade e na consideração para com os interesses do outro contraente, especialmente no sentido de não lhe sonegar informações relevantes a respeito do objeto e conteúdo jurídico .
Cláusula Geral da Boa-Fé Objetiva.
Boa- Fé e probidade – Art.422.  Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Boa-Fé e Costumes – Art. 113. . Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Boa-Fé e Bons Costumes- Art.187.  Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Do CC/02. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Boa-Fé e Equidade- Art.51,IV CDC .  São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Súmula 370 STJ – caracteriza-se dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
*Aquele que antecipa a apresentação do título de crédito viola a boa-fé objetiva do contrato, não necessita-se comprovar o dano moral, ele é presumido .
Interpretação dos Contratos
Art.423, CC/02 – quando houver no contrato de adesão cláusula ambíguas ou contraditórias , dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
O contrato origina-se de ato volitivo (vontade) e por isso requer invariavelmente uma interpretação, pois nem sempre o contrato traduz a exata vontade das partes e muitas vezes, a redação mostra-se obscura e ambígua. Por esta razão, não só a lei deve ser interpretada mas também os negócios jurídicos em geral.
Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de vontade .
Princípios Básicos
Dois princípios hão de ser sempre observados na interpretação do contrato:
a) princípio da boa- fé .
b) princípio da conservaçãodo contrato .
*Princípio da boa-fé –art.113. CC/02
Deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação foram formulados dentro do que podiam e deviam eles entender razoável, segundo a regra da boa-fé .
*Princípio da Conservação ou Aproveitamento do Contrato .
Caso haja uma cláusula contratual com duas interpretação diferentes prevalecerá a que produzir algum efeito, pois não se deve supor que os contratantes tenham celebrado um contrato carecedor de qualquer utilidade. Assim, deverá sempre que possível, conduzir à revisão judicial do contrato e não à resolução contratual.
Regras Esparsas (soltas )
Há outros poucos artigos esparsos no C.C e em leis especiais estabelecendo regras sobre interpretação de determinados negócios:
*Artigo. 423. CC/02 – quando houver no contrato de adesão cláusula ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
*Artigo. 843. CC/02- a transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.
*Artigo819. CC/02-a fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
*Artigo 1.899 CC/02- quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretação diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador.
*Interpretação dos Contratos no Código de Defesa do Consumidor
*Artigo. 47 do CDC- as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
O dispositivo mencionado aplica-se a todos os contratos que tenham por objeto as relações de consumo, visando a proteção do hipossuficiente, pois a regras que ditam tais relações são, em geral, elaborados pelo fornecedor.
*Artigo. 46 do CC/02- os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo.
*Artigo. 54do CC/02- contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tinham sido aprovados pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
*Interpretação dos Contratos de adesão
*Primeira regra artigo 423 .CC/02
“Quando houver no contrato de adesão cláusula ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente”
*Segunda regra Art. 424. CC/02.
“Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio”.
A interpretação dos contratos de adesão se caracteriza pelo fato de seu conteúdo ser determinado unilateralmente por um dos contratantes, cabendo ao outro contratante apenas aderir ou não aos seus termos.
*Pacto Sucessórios
Artigo. 426. CC/02 – não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. O nosso ordenamento só admite duas formas de sucessão:
1) Legítima- dá-se em virtude da lei, que estabelece a ordem da vocação hereditária: descendentes, ascendente, cônjuge e colaterais até o 4º grau, além do companheiro.
2) Testamentária-decorre da manifestação de vontade deixada pelo testador, dispondo sobre seus bens e quem sejam os sucessores.
Há no entanto, duas exceções :
a) É permitido aos nubentes fazer doações antecipadas, dispondo a respeito da recíproca e futura sucessão, desde que não excedam a metade dos bens ( CC, arts. 1.668, IV, e 546 ) .
b) Podem os pais, por ato entre vivos, partilhar o seu patrimônio enter os descendentes ( CC, art. 2.018) .
P.S- a doação não vem subordinada ao evento morte, mas, sim, ao casamento, sendo a morte mera consequência .
Classificação dos contratos
Classificação quanto aos efeitos:
· unilaterais: são contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes, como doação pura. É unilateral se, no momento em que se forma, origina uma obrigação, tao somente, para uma das partes –mex uno latere.
· bilaterais ou sinalagmáticos: são os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes. Compra e venda, locação e o contrato de transporte. As obrigações são recíprocas. Sinalagma significa reciprocidade de prestações.
· plurilaterais – são os contratos que contém mais de duas partes. Nos contratos plurilaterais ou plúrimos, temos várias partes. Ex: contrato de sociedade; contratos de consórcio. Uma das características dos contratos plurilaterais é a rotatividade se seus membros.
Obs: contrato bilateral imperfeito – assim é denominado o unilateral que, por circunstancias acidental ocorrida no curso da execução, gera alguma obrigação para o contratante que não se comprometerá. Ex: depósito e comodato.
· gratuitos ou benéficos: são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagens, como sucede na doação pura, no comodato e no reconhecimento de filhos.
· onerosos: são aqueles que ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício. Sacrifícios e benefícios recíprocos. Ex: compra e venda, locação, empreitada. 
· Cumutativos: são de prestações certas e determinadas. As partes anteveem vantagens e sacrifícios, que se equivalem razão pelo qual não envolvem riscos. Há equivalência de prestações. O contrato cumutativo é, pois, oneroso e bilateral em que cada contraente, além de receber o preço da prestação relativamente equivalente à sua, pode verificar, de imediato, essa equivalência.
Evicção – vícios redibitórios
· Aleatórios ou aleatórios por natureza: são os contratos bilaterais e onerosos em que pelo menos um dos contraentes não pode antever a vantagem que receberá em troca da prestação fornecida. Caracteriza-se pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele pode advir.
O riscos lhe é peculiar.
Classificação quanto a formação
a) Paritários: são os contratos do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em pé de igualdade.
b) De adesão: são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo previamente confeccionado, não podendo modificá-las (consórcio, seguro, transporte, etc) art 423 e 424.
Comumente o contrato de adesão é celebrado em relação de consumo, sendo regido pelo código de Defesa do Consumidor.
Art. 54 – contrato de adesão é é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
O art. 47 do CDC estatui que as cláusulas contratuais serão sempre interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
c) Contrato tipo ou contrato de massa, em série ou por formulário: aproxima-se do contrato de adesão porque é apresentado em fórmula impressa ou datilografia, mas dele difere porque admite claros, a serem preenchidos pelo concurso de vontades.
DIFERENÇAS
Contrato de adesão
	Tem como característica a desigualdade econômica dos contratantes.
	Não lhe é essencial a desigualdade.
	Não admite discussão sobre o conteúdo.
	Em geral, são deixadas claras, a serem preenchidas pelo concurso de vontades.
	As cláusulas são impostas por uma parte a outra.
	As cláusulas não são impostas, mas apenas pré-redigidas.
	É endereçado a um número indeterminado e desconhecido de pessoas.
	Destina-se a pessoas ou grupos identificáveis.
	É impresso e não admite modificação por imposição do aderente.
	Podem ser acrescentadas, às impressas, cláusulas datilografadas ou manuscrita.
Classificação quanto ao momento de sua execução
· Contrato de execução instantânea ou imediata: são os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração (compra e venda à vista, etc).
· Contratos de execução diferida ou retardada: são os que devem ser cumpridos também a um só ato, mas em momento futuro. A prestação de uma das partes não se dá imediatamente após a formação do vínculo, mas o termo.
· Contratos trato sucessivoou de execução: são os que se cumprem por meio de atos reiterados.
Classificação do agente
· Personalíssimos ou intuito personal: são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. As obrigações personalíssimas, não podendo ser executadas por outrem, são intransmissíveis aos sucessores, assim como não podem ser objeto de cessão, são anuláveis, quando há erro essencial sobre a pessoa do contratante.
· Interpessoais: são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro.
· Individual: as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas.
· Coletivos: perfazem-se pelo acordo de vontade entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominadas convenção coletivas. 
· Contrato individual: cria direitos e obrigações para as pessoas que participam.
· Contrato coletivo: gera deliberações – categoria profissional
Classificação quanto ao modo por que existem
· Principal: são os que tem existência própria, autônoma e não dependem, pois de qualquer outro. Compra e venda e locação.
· Acessório: são os que têm sua existência subordinada a do contrato principal, como a cláusula penal e a fiança. A função principal dos contratos acessórios é garantir o cumprimento de obrigações contraídas em contrato principal.
O acessório o destino do principal 
a) Nulo o contrato principal, nulo será também o negócio acessório; a reciproca, não é verdadeira (CC art 184).
b) A prescrição da pretensão concernente à obrigação principal acarretará a da relativa às acessórias embora a recíproca também não seja verdadeira, desse modo, a prescrição da pretensão a direitos acessórios não atinge o direito principal.
· Derivados: são os que tem por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominados básico ou principal. Subcontratos principais: sublocação, subempreitada e subconcessão. 
Contratos derivado e acessório diferem porque o derivado participa da própria natureza do direito versado no contrato-base. 
Contrato derivado e cessão contratual – no derivado surge uma nova relação contratual, sem alteração da primeira, havendo apenas um dos sujeitos que é o titular de ambos os contratos.
A lesão o contrato básico persiste em sua integridade, mas como o novo titular o cessionário.
Derivado – novo contrato
Cessão – transfere o mesmo direito
Classificação quanto a forma
· Solenes: são os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. Quanto esta é uma substância do ato, diz que é ad sole mnitatem. Quando for para facilitar a prova do negócio ad probationem tantum.
· Contratos não solenes: são os de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, ou seja, por escrito particular ou verbal. É a regra.
Art. 107 a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
· Contratos consensuais: são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades (solo consenso) independentemente de entrega da coisa e da observância de determinada forma. Alguns existem para cujo aperfeiçoamento a lei não mais exige do que esse consentimento chamado de não solenes.
· Reais: opõem aos consensuais ou não solenes. São os que existem para o aperfeiçoamento além do consentimento, a entrega da coisa que lhe serve de objeto (depósito, mútuo, etc.)
Classificação quanto ao objeto
· Contrato preliminar ou pactum de contraendo: é o que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. Tem portanto um único objeto. Quando este é um imóvel é denominado de promessa de compra e venda, ou compromisso de compra e venda, se irretratável e irrevogável. Quando gera as obrigações para apenas uma das partes (promessa unilateral), chama-se opção.
· Definitivo: tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada um.
Classificação quando a designação
· Nominado: são os que não foram tipificados. Os que não tem designação própria. Contrato inominado equivaleria a contrato que não tem um nome no ordenamento jurídico.
· Típicos: são os regulados pela lei, os que tem o seu perfil nela traçado.
· Atípicos: são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. Basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e seu objetivo lícito, possível, determinado e determinável e suscetível de apreciação econômica. 
· Misto: é o que resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criada pela vontade dos contraentes. Constitui contrato unitário (único).
· Colegiado: constitui uma pluralidade, em que vários contratos celebrados pelas partes se apresentam interligados.
São os que, embora distintas estão ligadas por uma cláusula acessória, implícita ou explicita.
São os que se encontram ligados por um nexo funcional.
CAP. 6 Da estipulação em favor de terceiro
Conceituação: Ocorre estipulação em favor de terceiros quando no contrato celebrado entre duas pessoas, denominadas estipulante e promitente, gera um benefício a uma terceira pessoa, alheia à formação do contrato. Um exemplo muito comum é o segura de vida onde o contrato beneficia quem não participa da avença.
-Participam três personagens no contrato: o estipulante(quem obriga), o promitente (quem promete cumprir) e o beneficiário( terceiro, não participa da avença). É importante ressaltar que só é exigida capacidade para o Estipulante e para o Promitente. 
-Embora a validade do contrato não dependa da vontade do beneficiário, a eficácia fica dependente, já que para gerar efeitos o terceiro deve aceitar ou não os frutos avençados no contrato.
A estipulação em favor de terceiro consta no Código Civil do artigo 436 à 438.
O artigo 436 afirma que o estipulante pode exigir que o promitente cumpra a sua obrigação para beneficiar o terceiro e além disso no parágrafo único também dá brecha para que o terceiro exija do promitente o cumprimento desta, caso esteja estipulado no contrato e caso o estipulante não inovar os termos ( trocar o beneficiário)
Art. 437- Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
EX:Estipulante que obriga uma Empresa(promitente) contraprestação a pagar uma pensão vitalícia ao seu filho(terceiro).
Por meio do artigo 438 nota-se que estipulante pode substituir o terceiro desde que esse contrato não venha a suprir algum ônus por meio do qual o próprio estipulante já tinha se beneficiado antes, você pode fazer isso por um ato entre vontades entres vivos ou por testamento.
 Cap. 7 - Da promessa de fato de terceiro 
 (contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro)
INTRODUÇÃO :
Baseia-se no art. 439 do C.C : “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.”
O que promete é o único vinculado , assumindo ele a obrigação de fazer.
Ex : Se alguém, prometer levar um cantor de renome a determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, caso não ocorra a prometida apresentação na ocasião anunciada ,este indivíduo responderá por perdas e danos perante os promotores do evento.
SEMELHANÇAS COM OUTROS INSTITUTOS
Promessa de fato de terceiro x fiança (fiador)
A promessa não se confunde com a fiança, pois na fiança o contrato é acessório,ou seja, existem em função de um contrato principal para garantir o cumprimento da obrigação nele ajustada.. já a promessa de fato de terceiro é principal .
Mandato : É aquele que recebe mandato ou procuração para agir em nome de outro. Na hipótese, o agente não agiu como mandatário do cantor, que não se comprometeu de nenhuma forma.
INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELO CÓDIGO CIVIL DE 2002
São duas as novas regras , a primeira está no parágrafo único do art. 439, que possui a seguinte redação : 
 “ Tal responsabilidade nãoexistirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.”
Não subsistirá a responsabilidade se for o cônjuge do promitente , visando à proteção de um dos cônjuges contra desatinos do outro . Pois , em virtude do regime de casamento, os bens do casal pode vir a responder pelo descumprimento da promessa .
Promitente - Indivíduo que faz uma promessa a outra pessoa
A segunda nova regra se encontra no art 440 do C.C :
“Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.”
Diante do artigo supracitado , o terceiro a assumir a obrigação , passa a ser o principal devedor. A assunção da obrigação pelo terceiro libera o promitente”
 Cap. 8 - Dos vícios redibitórios 
1. Conceito : Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem o valor . 
Ex.: compra e venda , dação em pagamento , permuta 
 “A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.” Art.441 
Obs : Contrato Cumulativo = Contratos de prestações certas e determinadas ; aqueles em que ambas as partes terão bônus e ônus …
1.2 Fundamento Jurídico
Principais teorias que procuram explicar a teoria dos vícios redibitórios : 
· a teoria do erro, que não fazendo nenhuma distinção entre defeitos ocultos e erro sobre as qualidades essenciais do objeto;
· a teoria dos riscos, segundo a qual o alienante responde pelos vícios redibitórios porque tem a obrigação de suportar os riscos da coisa alienada;
· a teoria da equidade, afirmando a necessidade de se manter justo equilíbrio entre as prestações dos contratantes.
*** Inadimplemento contratual ( Teoria mais aceita ) - Ao transferir ao adquirente a coisa , por contrato comutativo, tem o dever de assegurar​-lhe a sua posse útil, equivalente do preço recebido , pois o inadimplemento contratual decorre de infringir a obrigação que está inserido na contratação. 
1.3 Os Requisitos para a verificação dos vícios redibitórios são os seguintes:
a) que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo;
b) que os defeitos sejam ocultos - não se caracterizam quando os defeitos facilmente verificáveis com um rápido exame e diligência normal
c) que existam no momento da celebração do contrato e perdurem até a ocasião da reclamação - não responde o alienante, pelos defeitos posteriores , mas somente pelos contemporâneos à alienação, ainda que venham a se manifestar só depois .
d) que sejam desconhecidos do adquirente - presume​-se, se os conhecia, que
renunciou à garantia.
e) que sejam graves - a ponto de prejudicar o uso da coisa ou diminuir​-lhe o valor
1.4. Efeitos. Ações cabíveis 
Se o bem objeto do negócio jurídico contém defeitos ocultos,o adquirente, destinatário da garantia, pode enjeitá​-lo ou pedir abatimento no preço (CC, arts. 441 e 442).
Se o alienante não conhecia o vício ou o defeito, isto é, se agiu de boa​-fé, “tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato”. Mas, se agiu de má​-fé, porque conhecia o defeito, além de restituir o que recebeu, responderá também por “perdas e danos” (CC, art. 443).
· Espécies de ações (edilícias)
Ação Redibitória - para rescinde o contrato e busca a devolução do preço pago .
Ação estimatória (ou quanti minoris) - para conservar a coisa porém, requerendo abatimento no preço. 
· Prazos decadenciais 
Os prazos para o ajuizamento das ações redibitória e quanti minoris são decadenciais:
■ trinta dias, se relativas a bem móvel; e
■ um ano, se relativas a imóvel.
Nos dois casos, os prazos são contados da tradição (entrega da coisa). Se o adquirente já estava na posse do bem, “o prazo conta​-se da alienação, reduzido à metade” (CC, art. 445).
OBS : Porém este prazo pode ser ampliado . Ex: veículos com garantia extendida .
Exceções (jurisprudência) a respeito da contagem do prazo a partir da tradição:
a) a primeira, quando se trata de máquinas sujeitas à experimentação - O prazo decadencial conta-se do seu perfeito funcionamento e efetiva utilização .
b) a segunda, nas vendas de animais - Conta-se da manifestação dos sintomas da doença de que é portador, até o prazo máximo de 180 dias .
Hipóteses de descabimento das ações edilícias (Redibitória ,e estimatória) 
Coisas vendidas conjuntamente : “Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. “ art. 503 
Inadimplemento contratual : A entrega de coisa diversa da contratada não configura vício redibitório, mas inadimplemento contratual, respondendo o devedor por perdas e danos (CC, art. 389).
DISCIPLINA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Se, uma pessoa adquire um veículo de um comerciante estabelecido neste ramo, pauta​-se pelo Código de Defesa do Consumidor . Esse diploma considera vícios redibitórios tanto os defeitos ocultos como também os aparentes ou de fácil constatação
Os prazos são decadenciais. Para os vícios aparentes: 
Produto não durável (mercadoria alimentícia, p. ex.)- 30 dias para reclamação em juizo.
Produto durável - 90 dias contados a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
 CAP. 9 Da Evicção
Conceituação: É a perda total ou parcial da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato
A evicção ocorre quando o alienante vende um bem que na verdade é de terceiro para o adquirente. Este terceiro então por sentença judicial retoma o seu bem.
Existem três sujeitos:
- Alienante: Quem vendeu
-Adquirente(evicto)- comprou, mas perdeu pro terceiro
-Terceiro(evictor)- Pessoa que terá reconhecida o direito do bem
EX: Pedro(alienante) vende um Imóvel à João(adquirente/evicto), passa um tempo e descobre-se que na verdade existe um terceiro possuidor que tem direito subjetivo de pedir usucapião em juízo, e assim o faz, então por força de decisão judicial é esclarecido que na verdade o bem imóvel de Carlos(evictor).
O alienante responde pela evicção nos contratos oneroso, deve-se destacar que o adquirente tem direito de voltar-se contra o alienante para ser ressarcido. O artigo 448 prevê uma liberdade negocial, onde o adquirente pode reforçar pedindo o valor em dobro, diminuir aceitando o valor de volta ou até mesmo excluir a responsabilidade do alienante na evicção. Porém o artigo 449 traz uma restrição se o evicto não soube do risco da evicção ou sabia do risco mas não assumiu
Requisitos da evicção:
· Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada
· Onerosidade da aquisição
· Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa(“Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa”, Art. 457)
· Anterioridade do direito do evictor( o alienante só responde pela perda decorrente de coisa já existente ao tempo da alienação, se passou disso não não é responsabilidade sua)
· Denunciação da Lide ao alienante (somente após a ação do terceiro contra o adquirente que este poderá agir contra o alienante, como está descrito, o evicto deve fazer parte da ação originária para poder denunciar o alienante imediato) OBS: O artigo 456 que tratava da denunciação foi revogado, devendo-se seguir o entendimento do art. 125, I, do NCPC.
· Perda da coisa em virtude de sentença judicial
· Aquisição da coisa em Hasta Pública- a grande dúvida deste tópico é quem responderá pela evicção já que esta é uma venda imposta pelo Estado, nos casos de leilões ficaram responsáveis os credores que se beneficiaram com a arrematação da coisa
As Verbas Legais estão presentes do Artigo 450 do Código Civil e nos seus incisos.
Deve-se analisar no entanto alguns requisitos:
· Ressarcimento Amplo e Completo: Além dos prejuízoscausados diretamente da evicção, o adquirente ainda pode pedir, despesas, lavratura e registro de escritura, além de juros e correção monetária, desde que sejam devidamente comprovados
· A deterioração da coisa: Mesmo se a coisa se deteriorar, o alienante responde pela evicção total, salvo nos casos que o adquirente intencionalmente provocou a deterioração. Não poderá o alienante querer indenizar um valor menor alegando desvalorização da coisa
· Benfeitorias realizada na coisa: Só será restituído as benfeitorias que se mostrarem necessárias e úteis.
Da evicção Parcial
Ocorre quando o evicto perde apenas parcialmente o bem, se acontecer isso o adquirente pode exigir que haja a rescisão do contrato ou restituição de parte do preço correspondente ao desfalque sofrido( art.455 Código Civil).
 Cap. 7 - Da promessa de fato de terceiro 
 (Contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro)
INTRODUÇÃO :
Baseia-se no art. 439 do C.C : “Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.”
O que promete é o único vinculado , assumindo ele a obrigação de fazer.
Ex : Se alguém, prometer levar um cantor de renome a determinada casa de espetáculos ou clube, sem ter obtido dele, previamente, a devida concordância, caso não ocorra a prometida apresentação na ocasião anunciada ,este indivíduo responderá por perdas e danos perante os promotores do evento.
SEMELHANÇAS COM OUTROS INSTITUTOS
Promessa de fato de terceiro x fiança (fiador)
A promessa não se confunde com a fiança, pois na fiança o contrato é acessório,ou seja, existem em função de um contrato principal para garantir o cumprimento da obrigação nele ajustada.. já a promessa de fato de terceiro é principal .
Mandato : É aquele que recebe mandato ou procuração para agir em nome de outro. Na hipótese, o agente não agiu como mandatário do cantor, que não se comprometeu de nenhuma forma.
INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELO CÓDIGO CIVIL DE 2002
São duas as novas regras , a primeira está no parágrafo único do art. 439, que possui a seguinte redação : 
 “ Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.”
Não subsistirá a responsabilidade se for o cônjuge do promitente , visando à proteção de um dos cônjuges contra desatinos do outro . Pois , em virtude do regime de casamento, os bens do casal pode vir a responder pelo descumprimento da promessa .
Promitente - Indivíduo que faz uma promessa a outra pessoa
A segunda nova regra se encontra no art 440 do C.C :
“Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.”
Diante do artigo supracitado , o terceiro a assumir a obrigação , passa a ser o principal devedor. A assunção da obrigação pelo terceiro libera o promitente”
 
 Cap. 8 - Dos vícios redibitórios 
1. Conceito : Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou lhe diminuem o valor . 
Ex.: compra e venda , dação em pagamento , permuta 
 “A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.” Art.441 
Obs : Contrato Cumulativo = Contratos de prestações certas e determinadas ; aqueles em que ambas as partes terão bônus e ônus …
1.2 Fundamento Jurídico
Principais teorias que procuram explicar a teoria dos vícios redibitórios : 
· a teoria do erro, que não fazendo nenhuma distinção entre defeitos ocultos e erro sobre as qualidades essenciais do objeto;
· a teoria dos riscos, segundo a qual o alienante responde pelos vícios redibitórios porque tem a obrigação de suportar os riscos da coisa alienada;
· a teoria da equidade, afirmando a necessidade de se manter justo equilíbrio entre as prestações dos contratantes.
*** Inadimplemento contratual ( Teoria mais aceita ) - Ao transferir ao adquirente a coisa , por contrato comutativo, tem o dever de assegurar​-lhe a sua posse útil, equivalente do preço recebido , pois o inadimplemento contratual decorre de infringir a obrigação que está inserido na contratação. 
1.3 Os Requisitos para a verificação dos vícios redibitórios são os seguintes:
a) que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo;
b) que os defeitos sejam ocultos - não se caracterizam quando os defeitos facilmente verificáveis com um rápido exame e diligência normal
c) que existam no momento da celebração do contrato e perdurem até a ocasião da reclamação - não responde o alienante, pelos defeitos posteriores , mas somente pelos contemporâneos à alienação, ainda que venham a se manifestar só depois .
d) que sejam desconhecidos do adquirente - presume​-se, se os conhecia, que
renunciou à garantia.
e) que sejam graves - a ponto de prejudicar o uso da coisa ou diminuir​-lhe o valor
1.4. Efeitos. Ações cabíveis 
Se o bem objeto do negócio jurídico contém defeitos ocultos,o adquirente, destinatário da garantia, pode enjeitá​-lo ou pedir abatimento no preço (CC, arts. 441 e 442).
Se o alienante não conhecia o vício ou o defeito, isto é, se agiu de boa​-fé, “tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato”. Mas, se agiu de má​-fé, porque conhecia o defeito, além de restituir o que recebeu, responderá também por “perdas e danos” (CC, art. 443).
· Espécies de ações (edilícias)
Ação Redibitória - para rescinde o contrato e busca a devolução do preço pago .
Ação estimatória (ou quanti minoris) - para conservar a coisa porém, requerendo abatimento no preço. 
· Prazos decadenciais 
Os prazos para o ajuizamento das ações redibitória e quanti minoris são decadenciais:
■ trinta dias, se relativas a bem móvel; e
■ um ano, se relativas a imóvel.
Nos dois casos, os prazos são contados da tradição (entrega da coisa). Se o adquirente já estava na posse do bem, “o prazo conta​-se da alienação, reduzido à metade” (CC, art. 445).
OBS : Porém este prazo pode ser ampliado . Ex: veículos com garantia extendida .
Exceções (jurisprudência) a respeito da contagem do prazo a partir da tradição:
a) a primeira, quando se trata de máquinas sujeitas à experimentação - O prazo decadencial conta-se do seu perfeito funcionamento e efetiva utilização .
b) a segunda, nas vendas de animais - Conta-se da manifestação dos sintomas da doença de que é portador, até o prazo máximo de 180 dias .
Hipóteses de descabimento das ações edilícias (Redibitória ,e estimatória) 
Coisas vendidas conjuntamente : “Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas. “ art. 503 
Inadimplemento contratual : A entrega de coisa diversa da contratada não configura vício redibitório, mas inadimplemento contratual, respondendo o devedor por perdas e danos (CC, art. 389).
DISCIPLINA NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Se, uma pessoa adquire um veículo de um comerciante estabelecido neste ramo, pauta​-se pelo Código de Defesa do Consumidor . Esse diploma considera vícios redibitórios tanto os defeitos ocultos como também os aparentes ou de fácil constatação
Os prazos são decadenciais. Para os vícios aparentes: 
Produto não durável (mercadoria alimentícia, p. ex.)- 30 dias para reclamação em juizo.
Produto durável - 90 dias contados a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
DA EXTINÇÃO DO CONTRATO 
1.Modo normal de extinção do contrato
Ao contrário dos direitos reais, que tendem à perpetuidade, os direitos obrigacionais gerados pelo contrato caracterizam-se pela temporalidade. Não há contrato eterno. O vínculo contratual é, por natureza, passageiro e deve desaparecer, naturalmente, tão logo o devedor cumpra a prestação prometida ao credor. 
A extinçãodá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do contrato. Comprova-se o pagamento pela quitação fornecida pelo credor, observados os requisitos exigidos no art. 320 do Código Civil, que assim dispõe: “A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante”. Acrescenta o parágrafo único que, “ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida”
2. Extinção sem cumprimento 
Algumas vezes o contrato se extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Algumas causas são anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; outras, supervenientes.o algumas delas: 
2.1 Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato
As causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato são: a) defeitos decorrentes do não preenchimento de seus requisitos subjetivos (capacidade das partes e livre consentimento), objetivos (objeto lícito, possível, determinado ou determinável) e formais (forma prescrita em lei), que afetam a sua validade, acarretando a nulidade absoluta ou relativa (anulabilidade); b) implemento de cláusula resolutiva, expressa ou tácita; e c) exercício do direito de arrependimento convencionado.
2.1.1. Nulidade absoluta e relativa 
A nulidade absoluta decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc).
Se a hipótese for de nulidade parcial, só quanto a ela poderá ser exercido o direito (art. 184). Quando cabível a conversão (art. 170), a procedência do pedido extintivo de nulidade será apenas parcial, devendo o juiz declarar qual o negócio jurídico que subsiste.
A anulabilidade advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido (prejudicando o interesse particular de pessoa que o legislador quis proteger), ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo, coação etc. Como pode ser sanada e até mesmo não arguida no prazo prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença. Malgrado também contenha vício congênito, é eficaz até sua decretação pelo juiz. A anulabilidade, diversamente da nulidade, não pode ser argüida por ambas as partes da relação contratual, nem declarada ex of icio pelo juiz. Legitimado a pleitear a anulação está somente o contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra (CC, art. 177). Tratando-se apenas de proteger o interesse do incapaz, do lesado, do enganado ou do ameaçado, só a estes – e, nos casos de incapacidade, devidamente assistidos por seu representante legal – cabe decidir se pedem ou não a anulação. 
2.2.1.3.2. A onerosidade excessiva no Código Civil brasileiro de 2002
A introdução da teoria da imprevisão no direito positivo brasileiro ocorreu com o advento do Código de Defesa do Consumidor, que, no seu art. 6º, V, elevou o equilíbrio do contrato como princípio da relação de consumo, enfatizando ser direito do consumidor, como parte vulnerável do contrato na condição de hipossuficiente, a postulação de modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
O Código Civil de 2002 consolidou o direito à alteração do contrato em situações específicas, dedicando uma seção, composta de três artigos, à resolução dos contratos por onerosidade excessiva. Dispõe o primeiro deles: “Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação”. Além de exigir que o acontecimento seja extraordinário, imprevisível e excessivamente oneroso para uma das partes, o dispositivo em apreço insere mais um requisito: o da extrema vantagem para a outra – o que limita ainda mais o âmbito de abrangência da cláusula.
Em resumo, deve-se entender que, quando a situação não pode ser superada com a revisão das cláusulas, admite-se a extinção do contrato em razão do fato superveniente. Isso porque: “a) ou o contrato já não tem interesse para o credor, e deve ser extinto em seu favor, ou o contrato impõe ao devedor um dano exagerado, deixando de atender à sua função social (art. 421 do Código Civil) – que é a de ser útil e justo, conforme a lição de GHESTIN; b) o princípio da igualdade, constitucionalmente assegurado, não permite que o tratamento dispensado preferentemente ao credor que vai receber um pagamento seja diverso do reservado ao devedor de prestação excessivamente onerosa; c) o princípio da boa-fé exige que a equivalência das prestações se mantenha também no momento da execução, inexistente na hipótese de manifesta desproporção de valor entre elas”
Nessa conformidade, o fato superveniente que provoca a desproporção manifesta da prestação é causa também de resolução do vínculo contratual quando for insuportável para a parte prejudicada pela modificação das circunstâncias, seja o credor ou o devedor. Os requisitos para a resolução do contrato por onerosidade excessiva são os seguintes: a) vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo; b) ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; c) considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração; d) nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva onerosidade.
O primeiro pressuposto para que se possa invocar a onerosidade excessiva é que se trate dos denominados contratos de duração, nos quais há um intervalo de tempo razoável entre a sua celebração e a completa execução. Não podem ser, pois, contratos de execução instantânea, mas de execução diferida ou de realização em momento futuro
O segundo requisito ou condição externa é a superveniência de fato extraordinário e imprevisível, que tenha operado a mutação do ambiente objetivo de tal forma que o cumprimento do contrato implique por si só o enriquecimento de um e empobrecimento de outro.
O terceiro requisito ou condição subjetiva é a considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração. Diz respeito tal pressuposto à substância do negócio, concernente exatamente à medida de tal agravamento e desequilíbrio. Se a obrigação foi parcialmente cumprida, a onerosidade pode atingir a parte restante, com a revisão ou a resolução parcial do contrato.
Não há medida padrão para se concluir que uma obrigação se tornou excessivamente onerosa, nos termos do art. 478 do Código Civil. Cabe ao juiz, no exercício do seu prudente arbítrio, avaliar casuisticamente, de acordo com os aspectos específicos do caso concreto, se a onerosidade surgida posteriormente no contrato submetido a exame pode considerar-se excessiva.
O quarto pressuposto, como visto, é a existência de nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva onerosidade. É necessário que esta decorra de uma mutação da situação objetiva, em tais termos que o cumprimento do contrato, em si mesmo, acarrete o empobrecimento do prejudicado. 
CLAUSULA RESOLUTIVA 
Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução se o outro não cumpre as obrigações avençadas. Essa faculdade pode resultar em convenção (cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso); ou presunção legal (cláusula resolutiva tácita ou implícita).Cláusula resolutiva tácita: em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume-se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos. O art. 475 do Código Civil proclama, com efeito: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.” O contratante pontual tem, ante o inadimplemento da outra parte, a alternativa de resolver o contrato ou exigir-lhe o cumprimento mediante a execução específica (CPC, art. 497). Em qualquer das hipóteses, fará jus à indenização por perdas e danos.
Teoria do adimplemento substancial:
En. 361, IV JDC – Arts. 421, 422 e 475: O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475. 
Também chamada de Teoria da substantial performance, limita o direito à resolução do contrato quando este foi substancialmente cumprido, sendo o descumprimento mínimo ao ponto de não afrontar a utilidade e a função do contrato. Assim, segundo Flávio Tartuce, em hipóteses em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, não caberá a sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutenção da avença. 
O cumprimento substancial ou o descumprimento mínimo deve ser analisado caso a caso levando-se em consideração a finalidade do contrato. A análise deve ser tanto quantitativa (percentual de cumprimento) quanto qualitativa (o que foi cumprido foi suficiente para alcançar a finalidade econômico-social do contrato?)
Extinção dos contratos por cláusula resolutiva expressa 
Proveniente da autonomia privada, o próprio contrato pode trazer uma cláusula resolutiva expressa. Ex: Uma cláusula prevendo uma condição (evento futuro e incerto) que, se ocorrida, colocará fim ao contrato. Como a cláusula resolutiva expressa já está presente desde a formação do contrato, é tida como um motivo de extinção anterior à formação do contrato. Diferente da cláusula resolutiva tácita que estudaremos adiante.
Resolução do contrato por cláusula resolutiva tácita
A cláusula resolutiva tácita decorre da lei e não da vontade das partes, como ocorre com a cláusula resolutiva expressa. A própria lei determina a resolução do contrato caso ocorra determinado evento futuro e incerto. 
	Cláusula Resolutiva Expressa
	Cláusula Resolutiva Tácita
	Opera-se de pleno direito 
	Não se opera de pleno direito, dependendo de interpelação judicial.
	Depende de Ação DECLARATÓRIA, cuja decisão produz efeitos EX TUNC (retroativos à data do negócio)
	Depende de Ação DESCONSTITUTIVA, cuja decisão produz efeitos EX NUNC
	
	
Extinção dos contratos por cláusula de arrependimento 
Proveniente da autonomia privada, o próprio contrato pode trazer uma cláusula de arrependimento, pela qual os contratantes determinam a extinção do contrato por declaração unilateral de vontade e as suas consequências. Cria um direito potestativo.
	
Causas supervenientes à formação do contrato 
Verifica-se a dissolução do contrato em função de causas posteriores à sua criação por: 
Resolução, como consequência do seu inadimplemento voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva; 
Resilição, pela vontade de um ou de ambos os contratantes; 
Morte de um dos contratantes, se o contrato for intuitu personae; 
Rescisão, modo específico de extinção de certos contratos.
Resolução do contrato 
A resolução do contrato ocorre por fatos posteriores à sua celebração que levam ao seu descumprimento. Pode ocorrer por: 
Descumprimento voluntário 
Descumprimento involuntário
Cláusula resolutiva tácita 
Resolução por onerosidade excessiva
Resolução do contrato por descumprimento voluntário
O descumprimento ocorre por culpa ou dolo do devedor. Obriga o devedor ao ressarcimento das perdas e danos. CC, Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. A parte prejudicada pode: 
Pedir a resolução do contrato + perdas e danos 
Exigir o cumprimento + perdas e danos 
En. 31, I JDC - Art. 475: as perdas e danos mencionados no art. 475 do novo Código Civil dependem da imputabilidade da causa da possível resolução. As perdas e danos dependerão da prova da CULPA do devedor – Resp. Civil Subjetiva.
Exceção de contrato não cumprido
Preceitua o art. 476 do Código Civil:
“Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. ” Qualquer dos contratantes pode, ao ser demandado pelo outro, utilizar-se de uma defesa denominada exceptio non adimpleti contractus, ou exceção do contrato não cumprido, para recusar a sua prestação, ao fundamento de que o demandante não cumpriu a que lhe competia. Aquele que não satisfez a própria obrigação não pode exigir o implemento da do outro. Se o fizer, o último operá, em defesa, a referida exceção, fundada na equidade, desde que as prestações sejam simultâneas.
■ Prestações simultâneas: Se não foi estipulado o momento da execução, entendem-se simultâneas as prestações. Caso ambas mostrem-se inadimplentes, impõe-se a resolução do contrato, com restituição das partes à situação anterior
■ Gravidade da falta e equilíbrio das prestações contrapostas: é requisito, para que a exceção do contrato não cumprido seja admitida, que a falta cometida pelo contraente, que está exigindo a prestação do outro sem ter antes cumprido a sua, seja grave, bem como que haja equilíbrio e proporcionalidade entre as obrigações contrapostas.
■ Defesa indireta: constitui uma defesa indireta contra a pretensão ajuizada. Não é uma defesa voltada para resolver o vínculo obrigacional e isentar o réu excipiente do dever de cumprir a prestação convencionada. Obtém este apenas o reconhecimento de que lhe assiste o direito de recusar a prestação que lhe cabe enquanto o autor não cumprir a contraprestação a seu cargo. No entanto, poderá vir a ser condenado a cumprir a obrigação assim que o credor cumprir a sua prestação, pois, ao opor a aludida exceção, não se negou ele à prestação, mas apenas aduziu em sua defesa que não estava obrigado a realizá-la antes de o autor cumprir a sua.
■ Exceção do contrato parcialmente cumprido: se um dos contraentes cumpriu apenas em parte ou de forma defeituosa a sua obrigação, quando se comprometera a cumpri-la integral e corretamente, cabível se torna a oposição, pelo outro, da exceção do contrato parcialmente cumprido ou exceptio non rite adimpleti contractus. Diferencia-se da exceção non adimpleti contractus porque esta pressupõe completa e absoluta inexecução do contrato. Na prática, porém, a primeira é abrangida pela segunda.
■ Cláusula solve et repete: obriga-se o contratante a cumprir a sua obrigação, mesmo diante do descumprimento da do outro, resignando-se a, posteriormente, voltar-se contra este para pedir o cumprimento ou as perdas e danos. Importa em renúncia ao direito de opor a exceção do contrato não cumprido.
■ Posicionamentos do credor pontual: verifica-se, do exposto, que o contratante pontual pode, anteo inadimplemento do outro, tomar, a seu critério, três atitudes, uma passiva e duas ativas: a) permanecer inerte e defender-se, caso acionado, com a exceptio non adimpleti contractus; b) pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos, provando o prejuízo sofrido; ou c) exigir o cumprimento contratual, quando possível a execução específica.
Garantia de execução da obrigação a prazo
Localizado no art.477 do Código Civil : ‘’ “Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.” Essa garantiaprocura acautelar os interesses do que deve ser pago em primeiro lugar, protegendo-o contra alterações da situação patrimonial do outro contratante.
Resolução por inexecução involuntária
A resolução pode também decorrer de fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o cumprimento da obrigação.
■ Requisitos — a inexecução involuntária caracteriza-se pela impossibilidade superveniente descumprimento do contrato. Há de ser:
a) objetiva, isto é, não concernir à própria pessoa do devedor, pois deixa de ser involuntária se de alguma forma este concorre para que a prestação se torne impossível 594;
b) a impossibilidade deve ser, também, total, pois, se a inexecução for parcial e de pequena proporção, o credor pode ter interesse em que, mesmo assim, o contrato seja cumprido;
c) há de ser, ainda, definitiva. Em geral, a impossibilidade temporária acarreta apenas a suspensão do contrato. Somente se justifica a resolução, neste caso, se a impossibilidade persistir por tanto tempo que o cumprimento da obrigação deixa de interessar ao credor. Mera dificuldade, ainda que de ordem econômica, não se confunde com impossibilidade de cumprimento da avença, exceto se caracterizar onerosidade excessiva
Resolução por onerosidade excessiva
- A cláusula “rebus sic stantibus” e a teoria da imprevisão
O princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva permite aos contratantes recorrerem ao Judiciário para obterem alteração da convenção e condições mais humanas em determinadas situações. A teoria da impossibilidade superveniente, o foi adaptada e difundida por Arnoldo Medeiros da Fonseca com o nome de teoria da imprevisão. Referido autor incluiu o requisito da imprevisibilidade para possibilitar a sua adoção. Assim, não era mais suficiente a ocorrência de um fato extraordinário para justificar a alteração contratual. Passou a ser exigido que este fosse também imprevisível. É por essa razão que os tribunais não aceitam a inflação e alterações na economia como causas para a revisão dos contratos. Tais fenômenos são considerados previsíveis entre nós (cf. item 2.6, retro). A resolução por onerosidade excessiva tem a característica de poder ser utilizada por ambas as partes, seja pelo devedor, seja pelo credor. Onerosidade excessiva e contratos aleatórios — em linha geral, o princípio da resolução dos contratos por onerosidade excessiva não se aplica aos contratos aleatórios, porque estes envolvem um risco, sendo-lhes ínsita a álea e a influência do acaso, salvo se o imprevisível decorrer de fatores estranhos ao risco próprio do contrato.
Resilição - É uma forma de extinção do contrato que deriva da vontade de uma ou ambas as partes contratantes, não tendo como causa o Inadimplemento contratual. A resilição pode ser bilateral ou unilateral.
Resilição bilateral - Denomina-se distrato. Emana da vontade de ambas as partes. Consiste em um acordo de vontades entre as partes contratantes que tem por fim extinguir o contrato entre elas celebrado. O contrato deve ter clausula prevista em contrato, visando a segurança jurídica. Não é necessário o juiz para desfazer o contrato. As partes devem elaborar um outro pacto que chama-se distrato.
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Se o contrato exigir a formalidade de uma escritura pública por exemplo, o distrato também deve ser feito pelo cartório, pois deve se seguir a mesma forma.
O art. 472 estabelece a regra que o distrato se faz observando a mesma formalidade exigida para o contrato, porém esta regra não pode ser interpretada de forma absoluta, pois somente se aplica quando ao contrato for exigida uma forma especial, ou solene at solenitatem. Quando o contrato for de forma livre, ou seja, quando a lei não exigir solenidade, não precisa o distrato obedecer a mesma forma adotada no contrato, podendo até mesmo ser verbal.
Requisito: é necessário que o contrato ainda não tenha sido cumprido. ( Tanto para bilateral quando unilateral).
Resilição unilateral - Somente acontece nos casos em que a lei permite (por exemplo: na locação, na prestação de serviços, no mandato, no comodato, no depósito, na doação, na fiança, etc). A resilição unilateral é fato jurídico em que uma das partes do contrato, por exercício de um direito potestativo (ou seja, sem contestação da outra parte), notifica a outra dizendo de sua desistência em continuar na relação contratual. São casos de resilição unilateral:
- A denúncia cheia ou vazia: nos casos de locação de bens móveis e imóveis do Código Civil e da Lei de Locações, bem como também do contrato de prestação de serviço por tempo indeterminado (artigo 599 do Código Civil);
- A revogação: nos casos de quebra de confiança, nos contratos em que esta se faz presente como fator predominante (mandato, comodato, depósito etc.). A revogação é feita sempre pelo mandante, pelo comodante, pelo depositante etc.
- A renúncia: nos casos também de quebra de confiança, porém como comportamento abdicativo, em que uma das partes se auto elimina do contrato. A renúncia é feita sempre pelo mandatário, pelo comodatário, pelo depositário etc.
- A exoneração por ato unilateral: é uma novidade da legislação a respeito do fiador, que pode se exonerar da fiança, nos contratos por prazo indeterminado, apenas notificando o credor, ficando responsável pelos 60 dias que correrem após esta notificação. Nos casos de fiança locatícia, assim que o contrato de locação assumir prazo indeterminado, pode também o fiador se exonerar, apenas notificando o locador, respondendo, neste caso, por 120 dias após tal notificação.
Extinção dos contratos por morte: Cessação - Pela regra geral, as obrigações assumidas por um contratante se transmitem a seus herdeiros a partir do momento de sua morte. Ocorre que existem algumas obrigações que, por serem personalíssimas, geram a extinção do contrato de pleno direito (ou seja, sem a necessidade de decisão judicial) quando uma das partes falece.
Como exemplo existe o contrato de fiança, que não transmite aos herdeiros a obrigação de continuar como fiadores no contrato principal. Também é um exemplo o contrato de prestação de serviços artísticos, por exemplo, que com a morte do artista contratado (cantor, pintor etc.) extingue-se o contrato, devendo serem devolvidos os valores eventualmente pagos, deduzidos das despesas já efetuadas, pois o contrato se extingue no exato momento da morte do contratante nestes casos.
Rescisão - É usado como sinônimo de resolução e resilição. A rescisão de contrato significa anulação ou cancelamento do contrato por algum motivo específico. A rescisão do contrato ocorre geralmente quando há uma lesão contratual, ou seja, quando há o descumprimento de alguma cláusula pelas partes envolvidas.

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