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Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz FARMACOLOGIA GABRIEL BAGAROLO PETRONILHO MEDICINA TXVI I I Gabriel Bagarolo Petronilho Transmissão Adrenérgica (SNA) e Neurofarmacologia do SNC Aula 05 - SNA Simpático - Transmissão Adrenérgica ➝ Receptores Adrenérgicos *Adrenanalina (E) e noradrenalina (NE) não são seletivas, diferenciam-se somente pela sua potência. Comentários sobre as tabelas: receptores alfa-1 são extremamente excitatórios; os receptores beta, os três são excitatórios, cuja transmissão de sinal é via Gs - o aumento do AMPc aumenta a atividade da Adenilato ciclase; o alfa-2 é Gi no SNA ou SNC - inibe adenilato ciclame -, porém nos vasos o alfa- 2 é Gq. Comentários sobre a tabela: receptores beta-3 estão primariamente na gordura, por isso as drogas termogênicas possuem a base de ser adrenérgicos; beta-1, além de no coração aumentar frequência cardíaca, força de contração e aumento de condutância, no rim, ele produz renina; alfa-2, nos vasos contraem e nas terminações nervosas diminui a liberação de NA. ➝ Síntese da Noradrenalina como NT Primeiramente, devemos lembrar que a noradrenalina é um neurotransmissor clássico. Isso significa que ela terá que seguir todos os pontos de síntese e liberação discutidos nos resumos anteriores para completar o processo com êxito. A noradrenalina(NE) é sintetizada a partir de uma aminoácido aromático, chamado tirosina. A tirosina tem que ser captada pelo neurônio pré-sináptico. Então ela é transformada, pela tirosina hidroxilase, para DOPA. A DOPA é convertida a dopamina pela DOPA descarboxilase/DAA. A dopamina, então, é vesiculada por meio da dopamina 𝞫-hidroxilase e transformada para Norepinefrina. A noradrenalina, adrenalina e dopamina são da classe das catecolaminas - 2 hidroxilas em posição oito no anel aromático - e monoaminas. A adrenalina, embora seja um hormônio quando produzida na suprarrenal, pode ser produzida em alguns neurônios quando houver a N-metiltransferase. No caso do sistema nervoso autônomo, a síntese para na Norepinefrina/Noradrenalina. Porém, em alguns neurônios do sistema nervoso central haverá a N-metiltransferase que transforma noradrenalina em adrenalina. Agora, pensando em uma fibra ou um neurônio pré, essa fibra vai captar tirosina, pela tirosina hidroxilase transformará em DOPA. Então, a DOPA descaborxilase é transformada em Dopamina e ela é vesiculada. Tanto a adrenalina e noradrenalina são veiculadas pelo mesmo transportador - um VDAT ou VNET. Esse transportador pode ser bloqueado por um fármaco, chamado Reserpina. A Reserpina foi utilizada por muito tempo como um fármaco hipertensivo, porque ele inibia vesiculação da NE. Dentro da vesicula, a dopamina, por uma beta-hidroxilase, pode ser transformada em noradrenalina(NE). Com isso, teremos prontas as vesículas com NE para serem elimnada. Relembrando que a NE/E é um NT clássico e depende do influxo de Ca⁺⁺ para ser ancorada no terminal nervoso e fundir- se a membrana para ser liberada na fenda. A NE liberada na fenda pode ser degrada por uma enzima, chamada COMT (catecol-orto-metil-transferase). É uma enzima que está na fenda e possui a capacidade de degrada as catecolaminas. Se a NE não for degrada ela pode ser recatada e reutilizada. A recaptação de NE é feita por um transportador de NE - NET. A cocaína e anti-depressivos tricíclicos (imipramina e amitriptilina) são substâncias que podem bloquear esse transportador. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG A NE que foi recatada precisa ser novamente vesiculada. Caso ela não seja, ela pode ser degrada no neurônio pré pela MAO (mono amino oxidase). ➝ Fármacos que Afetam a Síntese de NE/E ● Alfa Metil Tirosina ➝ utilizado para tratamento de tumor, chamado Feocromocitoma. Feocromocitoma é um tumor de adrenal, no qual a adrenal aumenta de maneira neoplásico a quantidade de célula e produzirá muita NE e E, essa principalmente. O excesso de E produzido estimulará todo o sistema nervoso autônomo simpático e assim uma hiperexcitação causará diversos efeitos no corpo todo relacionados a isso. A alfa metil tirosina tem a capacidade de inibir a tirosina hidroxilase e assim não haverá a via de síntese normal. Esse medicamento não é utilizado por muito tempo, apenas no momento da descoberta do tumor até o início do tratamento definitivo e adequado. ● Carbidopa ou Benserazida ➝ utilizados para tratamento de park inson. Esses med icamentos in ibe a Dopa descarboxilase/DAA. Os dois não atravessam a BHE, então não chegam no SNC. Por tanto, lá no SNC, essa via de síntese segue normal, mas na periferia e no SNA é interrompida. Essas drogas servem para tratamento do Parkinson, porque nessa doença há pouca dopamina no SNC. Então, ela poupa que a DOPA seja transformada em dopamina na periferia e favorece que seja utilizada apenas no SNC. ● Metildopa ➝ utilizado para tratamento de pré-eclâmpsia e eclâmpsia. A metildopa é um falso substrato que age, basicamente, na periferia. Então, ao invés de entrar a DOPA entra metildopa, dando origem a metildopamina e, em seguida, à metilnoradrenalina. Essa metilnoradrenalina não é capaz de ativar os receptores adrenérgico. Isso causa uma diminuição da disponibilidade de noradrenalina, uma vez que quem foi produzida foi a metilnoradrenalina. Assim, a frequência da interação da noradrenalina com o seu receptor diminuirá, porque ela terá que competir com um falso produto, a metilnodradrenalina que não possui a capacidade de eleva a pressão arterial. Os 3 fármacos citados acima são fármacos simpatolíticos indiretos. ➝ Fármacos que Afetam o Armazenamento de NE/E A Reserpina já foi utilizada como um anti-hipertensivo pela sua capacidade de inibir a vesiculação da NE. Hoje em dia, não utilizamos mais essa droga na clínica, mas ela ainda é útil em laboratórios. A Reserpina, ao inibir o empacotamento da NE, haverão vesículas vazias e não haverá liberação de NE, diminuindo a ação da mesma. A Reserpina é classificada, também, como uma droga simpatolítica direta. ➝ Fármacos que Afetam a Liberação de NE/E A Clonidina tem uma ação extremamente alta no SNC, sendo agonista 𝞪2 - adrenérgico - que está presente tanto no SNC, quanto no SNA. O 𝞪-2 que está no terminal nervoso é Gi. Então, quando a Clonidina interage com esse receptor, ativa o receptor e ele inibe e liberação de NE. Por isso, embora ela seja agonista de receptores, ela também é um simpatolítico. A principal utilização dessa droga é na hipertensão, sendo muito útil. Pode ser encontrada em comprimidos e ampolas. Os problemas que ela pode causar a nível de SNC são: sonolência (NE no SNC está relacionada com alerta), hipotensão ortostática ( NE interage menos com receptores alfa-1 de modo que, às vezes, os vasos não contraem frente à mudança de posição) e ganho de peso. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Obs.: Inibidores da MAO e COMT aumentam o tônus adrenérgico. Isso porque há acúmulo de NE na fenda. E s s e s i n i b i d o r e s s ã o c h a m a d o s d e d r o g a s simpatomiméticas indiretas. ➝ Fármacos que Afetam a Recaptação de NE/E Tanto a cocaína, quanto os anti-depressivos tricíclicos (amitriptilina e imipramina) bloqueiam o ponto de recaptação. Então, ao bloquear esse ponto, a NE que estava na fenda não será recaptada, aumentando sua quantidade na fenda. Se teremos mais NE na fenda, esses fármacos são classificados, como simpatomiméticos indiretos. ➝ Resumo de Classificação ● Simpatomiméticos ➝ são fármacos que aumentam a função simpática. ● Simpatomiméticos Indiretos ➝ vão aumentar a concentração de NE de alguma maneira (inibem degração ou recaptação, ou os dois). ● Simpatomiméticos Diretos ➝ são drogas que agem diretamente no receptor. ● Simpatolíticos ➝ drogas que diminuem a ação do simpático. ● Simpatolíticos Diretos ➝ são antagonistas de receptor. ● Simpatolíticos Indiretos ➝ afetam o armazenamento.➝ Simpatomiméticos de Ação Indireta São fármacos que aumentam a concentração de noradrenalina de alguma maneira. Pode ser por meio da facilitação da liberação (Anfetamina), por meio da inibição da recaptação ou inibem a degração (MAO ou COMT). A Efedrina e o Metilfenidato (Ritalina) são simpatomiméticos mistos, porque agem de diversas maneira (podem inibir a captação e facilitar a degradação ao mesmo tempo). Aumentam a NE em todo o corpo, o metilfenidato aumenta, principalmente no SNC. A efedrina, foi utilizada por muito tempo para tratamento da asma, pois ela aumenta a NE em todo o corpo e, inclusive, no pulmão causando broncodilatação. Além disso, a efedrina já foi utilizada como emagrecedor, porque ela aumenta NE em todos os órgão (hipotálamo inibe fome) e no tecido adiposo, provocando termogênese e lipólise. Os problemas que podem harver por ativar muito a NE no SNC, são agressividade, irritabilidade, impulsividade, e retenção urinária por aumento no receptor alfa -1. ➝ Simpatomiméticos de Ação Direto São fármacos que causam o aumento da concentração da noradrenalina através da inibição de enzimas que recaptam ou degradam ela. A Selergina é um fármaco inibidor da MAO e a Entacapona é um fármaco inibidor da COMT (degrada todas as catecolaminas). ➝ Simpatomiméticos de Ação Direta São fármacos agonistas alfa e beta que estimulam a função do simpático. Fisiologia 𝞪-1 ➝ vasoconstrição, relaxamento do mm. liso e TGI. 𝞪-2 ➝ inibe a liberação de NA, agregação plaquetária e contração do mm. liso vascular. 𝞫-1 ➝ aumento da frequência cardíaca e força cardíaca. 𝞫-2 ➝ broncodilatação, vasodilatação, dilatação da musculatura lisa visceral. 𝞫-3 ➝ lipólise e termogênese. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Obs.: No Rang & Dale, nesse momento ele fala sobre anfetaminas. Elas melhoram a recaptação, são veiculadas juntamente com a NE e têm capacidade de ser internalizada no neurônio pré por meio do mesmo transportador (NET) e aumentam a liberação das catecolaminas. Simpatomiméticos de Ação Direta Simpatomiméticos de Ação Indireta Simpatolíticos de Ação Direta/Indireta Agonistas alfa e beta Afetam a degradação Antagonistas alfa e beta - DIRETO ———————— Afetam a recaptação Afetam o armazenamento - INDIRETO ———————— Ambos ——————— Comentários sobre a tabela: a noradrenalina (NE) possui um tempo de meia vida curto, cerca de 3 min., fazendo com que sua administração seja IV e constante; a adrenalina (E), além de ser um NT, é um hormônio. Por isso é mais resistente que a NE. Adrenalina pode ser adm via IV, SC ou inalatória; a dobutamina é agonista seletivo beta-1; salbutamol, salmetoerol e terbutalina possuem de diferença o tempo de meia vida e são seletivos beta-2, porém, quando em grande quantidade pode ativar um pouco de beta-1, causando taquicardia. (***) Exceções: pseudoefedrina é um simpatomimético de ação mista. A clonidina é um agonista alfa-2 no SNC - inibitório- diminui a liberação de NE. Comentários sobre a tabela: a fenilefrina é agonista seletivo alfa-1 que se chegar a nível cardíaco produzirá hipertensão fazendo uma vaso constrição e se houver uma vasoconstrição periférica teremos bradicardia reflexa pra normalizar a PA, além disso, sua utilização é como descongestionante nasal porque ele promove a vasoconstrição dos vaso que extravasam menos exsudato; a nafazolina (Narix) causa vaso constrição também; a pseudoefedrina atua igual a efedrina e age de diversas maneira, incluindo nos receptores alfa e beta, sendo sua principal agonista alfa-1, pra fazer vasoconstrição nasal. Os fármacos grifados em vermelho possuem fórmula em solução para adm no nariz e também compõem a fórmula dos antigripais e gestantes não podem utiliza-los. O clembuterol é um fármaco de uso veterinário, mas é utilizado de maneira errada e indiscriminada para doping por praticantes de atividade física, já que seu pode é anabólico. A tabela acima é do Rang & Dale, por isso nem todos os fármacos são disponíveis no Brasil. Para saber qual está ou não disponível verificar em: https://saude.gov.br/saude-de-a-z/ rename. ➝ Fármacos Simpatolíticos São fármaco que fazem o contrário do SNA. Se ele for de ação direta, será um antagonista dos receptores. Então, espera-se o contrário da fisiologia. Fisiologia 𝞪-1 ➝ vasodilatação, contração do mm. liso e TGI. 𝞪-2 ➝ aumenta a liberação de NE. 𝞫-1 ➝ diminuição da frequência cardíaca e da força cardíaca. 𝞫-2➝ broncoconstrição, vasoconstrição, contração da musculatura lisa visceral. 𝞫-3 ➝ acúmulo de gordura. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Manutenção da PA e vasoconstrição(IV) (IV) e (SC) (VO) e Inalação Inalação Inalação e (SC) Fenoterol (Berotec) Inalação Agonista beta 2 Broncodilatação https://saude.gov.br/saude-de-a-z/rename https://saude.gov.br/saude-de-a-z/rename Cometários sobre a tabela: os fármacos grifados em vermelho são chamados de beta-bloqueadoeres. O propanolol é antagonista beta-1 e beta - não seletivo. O metoprolol e o atenolol são antagonista beta-1- seletivos. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Colírio Aula 09 - Neurofarmacologia: SNC ➝ Sistema Nervoso Central O sistema nervoso central, caracterizada pelo encéfalo, é uma reunião complexa de núcleos e neurônios, que regulam as próprias atividade e atividade de outros sistemas. Geralmente por meio da transmissão química. A comunicação neural é eletroquímica, porém, o mais importante para nosso estudo é a transmissão química, já que os medicamentos são substâncias químicas. No SNC há as funções consideradas superiores: relacionadas ao somatossensorial (recebimento das sensações externa), percepção, criatividade, julgamento moral, tomada de decisão e formação de memória. ➝ Comercialização e Prescrição Os fármacos que atua no SNC são os mais prescristos.. A classe de mais vendido é a dos analgésicos para o controle de dores. #1 - dor . Em seguida, os mais vendido para o menos vendido são: insônia, enxaqueca, depressão, transtorno de ansiedade, Alzheimer, esquizofrenia, acidente vascular cerebral, danos cerebrais e Parkinson. O Ranking dos medicamentos mais vendidos no Brasil, divulgado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (InterFarma) está disponível no link: https:// www. in te r fa rma .o rg .b r /pub l i c / f i l es /b ib l i o teca /gu ia - interfarma-2019-interfarma2.pdf ➝ Farmacologia do SNC Os fármacos que agem nesse sistema, são denominados grupo dos psicoativos. Psicoativos Os psicoativas foram um dos primeiros grupos de fármacos a serem descobertos pela humanidade, seja de maneira direta ou indireta. Foram utilizados para o alívio da dor (morfina extraída da papoula) para o dia a dia e comércio (café) ou para uso recreativo (maconha). Esse grupo é o mais utilizado sem prescrição, para seu uso recreativo. O mecanismo de ação nem sempre é muito bem entendido, devido a complexidade das interações no SNC. ➝ Anatomina do SNC O sistema nervoso é dividido em 3 regiões: tronco (bulbo, ponte e mesencéfalo), encéfalo (telencéfalo e diencéfalo) e sistema límbico (hipocampo, amídala, hipotálamo, giro do cíngulo). A seta ao lado da imagem da estrutura anatômica significa a evolução da complexidade das funções do SNC. Abaixo da linha horizontal estão as funções mais basais, compostas, basicamente pelas funções vitais ao organismo: controle da temperatura, controle da FC, controle da respiração, náusea, vômito, fome, etc, e acima, funções mais complexas/ superiores: associações, tomada de decisão, julgamento moral, limite estratégico, córtex somatossensorial, área motora, área de Broca, audição, etc. A região mediana circulada é o sistema límbico que é responsável pela formação de memórias (espacial, emocional, operacional) e os comportamentos emocionais (prazer, recompensa, satisfação, depressão, ansiedade, mecanismosde defesa), ou seja, o processamento e síntese básicas das emoções estão nessa região anatômica. Microanatomia do SNC Toda essa massa neuronal é formada por uma série de células, porém, apenas 10% da massa neural é composta de neurônio e 90% de células da glia. Essa diferença de porcentagens é relevante, porque nesse momento a farmacologia está voltada para o neurônio e sua sinapse eletroquímica. O tecido nervoso é composto por neurônios (células estáveis), astrócitos (metabolismo de componentes), oligodendrócitos (responsáveis pelo suprimento), células da micróglia (comportamento imunológico do SNC), células ependimais (síntese de liquor e suporte), vasos sanguíneos (irrigação) que são revestidos por astrócitos e outras células que formam a barreira hematoencefálica (BHE), que dificulta a entrada de uma série de componentes no SNC. ➝ Células da Glia Astrócitos É uma células responsável pelo metabolismo de alguns NT, fornece nutrientes aos neurônios, captam excesso de íons e t ransmissores das s inapses . Possuem inúmeros prolongamentos e envolvem capilares, formando a BHE. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Menos complexo Mais complexo https://www.interfarma.org.br/public/files/biblioteca/guia-interfarma-2019-interfarma2.pdf https://www.interfarma.org.br/public/files/biblioteca/guia-interfarma-2019-interfarma2.pdf https://www.interfarma.org.br/public/files/biblioteca/guia-interfarma-2019-interfarma2.pdf Oligodendrócitos São células que fornecem nutrientes e ajuda a formar a bainha de mielina nos axônios. Porém, possuem prolongamentos menos numerosos. Micróglia Possuem pequeno e com poucos prolongamentos. Faz parte do sistema imune e pode fagocitar em resposta de neuroinflamação. Células Ependimais São células que produzem líquor para dar suporte ao SNC. ➝ Neurônios São os componentes excitáveis do SNC. É constituído por dendritos, soma (corpo celular), axônio (mielinizado ou não) e seu terminal axonal. Elas sofrem uma diferença de potencial de acordo com a entrada ou saída de íons (estímulo) que gera um impulso nervoso. Às vezes, o resultado do impulso nervoso no terminal axonal é o influxo de Ca⁺⁺ com a liberação de vesícula de NT. Nosso organismo possui uma diferença de concentração eletrolítica externa e interna: Além disso, nosso organismo possui um potencial eletrônico de -70mV e de acordo com o estímulo de despolarização e hiperpolarização pode ser perturbado e mudado. Comunicação Neuronal Neurônio Motor Controlam órgãos efetores (eferentes) Neurônio Sensorial Recebem estímulos (aferentes) Interneurônios Conectam neurônios em si. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Estímulo Impulso Nervoso Δ potencial Sinapse química: chega um impulso elétrico, que se for limiar, gerará um potencial de ação causando influxo de cálcio, a exocitose das vesículas. As vesículas liberarão os NT na fenda ou sinapse, interagirão com os receptores que estão presentes na membrana pós-sináptica . Modulação Temporal no SNC É definição temporal de quanto tempo leva pra acontecer os eventos no SNC. Plasticidade sináptica ➝ é a formação de espinhas dendríticas, novos brotamentos dendríticos, etc. Remodelamento estrutural ➝ é a criação de conexões permanente. Construída por alguns dias de plasticidade sináptica. Representa, principalmente, o aprendizado. Isso leva dias e envolve treino. Os mediadores químicos mais importantes para nosso estudo aqui são os que atuam na neurotransmissão, sendo os mediadores convencionais de pequenas moléculas. ➝ Efeitos Terapêuticos dos Psicofármacos O grande problema desse grupo de fármaco é que o seu mecanismo de ação conhecido são para os neurônios que são somente (10% da massa nervosa). Então, todos os outros mecanismos de neuroadaptação, indução gênica, plasticidade (90% do SNC) são desconhecidos na farmacologia. E o efeito terapêutico é a somatização de todos esses mecanismos. O efeito celular e bioquímico é diferente do efeito funcional e comportamental. O efeito celular e bioquímico envolve uma série de outras situações que ocorre ao longo do tempo ou após uma série de processos, incluindo experiências prévias, que influencia no efeito funcional e comportamental que é a maneira como ele se expressa no organismo. Mecanismo: a administração de medicamento faz com que ele chegue no alvo-farmacológico e causa uma alteração produzindo o efeito farmacológico (resposta 1ª). Essa primeira resposta passa pelo SNC que faz o processamento de acordo com a capacidade de cada organismos. Então, depois desse processamento, há uma demonstração de um efeito adaptativo (resposta 2ª) que é o que ‘veremos’ de maneira comportamental no organismo, como efeito farmacológico novamente. A passagem dessas resposta pelo SNC é o que caracteriza a maior complexidade do efeito terapêutico dos psicofármacos. ➝ Principais Alvos Terapêuticos Os principais alvos farmacológicos são as enzimas, transportadores ou recaptadores ou receptores (metabotrópicos ou ionotrópicos). Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG NANCs ➝ Princípio Geral de Neurotransmissão ➝ Interações de Anteroalimentação e Recorrente Na imagem acima, na situação A, está demonstrado o esquema de formações de circuitos locais de neurônios. Há uma chegada de input excitatório em uma primeira células, essa célula excitada faz o mesmo com a outra e a célula excitada/ativada inibe a célula anterior (a mesma que excitou ela) - isso chama-se de interação recorrente. Agora, ainda na situação A, um input excitatório, excita um neurônio e esse neurônio excitado/ativado inibe outro neurônio na linha do circuito - isso chama-se interação de anteroalimentação. As comunicações neurais são complexas e dependem do NT, e de como é a anteroalimentação para saber o que saíra de resposta para excitar o próximo neurônio do circuito. Na situação B (interação axoaxônica), chega um input excitatório (E) e excita os neurônios de relé. Então, chega outro input excitatório (E) e excita/ativa o próximo neurônio que inibe os neurônios de relé. A resposta desse neurônio, é o somatório do que foi excitado e do que foi inibido. Essas múltiplas excitações neurais levam a formação de inúmeros circuitos e isso torna o SNC extremamente complexo. Nesse outro esquema, há a representação da mesma situação mostrada anteriormente. Lembrando que um neurônio que liga o outro, acima representado pelo número 3, é chamado de interneurônio. Interneurônios são, geralmente, gabaérgicos para fazer o feedback de controle para o neurônio anterior (1). ➝ Requisitos de um NT Clássico 1- Mecanismo de síntese e armazenamento em neurônio pré- sináptico; 2- Liberação por exocitose da vesícula em resposta a um potencial de ação; 3- Produzir efeitos pela ação em receptores próprios em neurônios pós-sináptico; 4- Mecanismos de inativação - recaptação, remoção ou metabolização; Qualquer NT que não respeitar todos esses requisitos serão chamados de neurotransmissores atípicos. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Lembrando: para um NT ser considerado clássico, ele precisa ser sintetizado em um neurônio pré, precisa ser vesiculado, ser liberado mediante despolarização e influxo de Ca⁺⁺, ter receptores próprios, terá mecanismo de controle (metabolismo enzimático, mecanismo de recaptação neuronal ou captação por outros tecidos) e ter auto-receptores. A B Resposta Resposta ➝ Neurotransmissores Clássicos Aminoácidos - Glutamato; - Ácido 𝜸-aminobutírico (GABA); Aminas/Monoaminas Biogênicas - Noradrenalina; - Adrenalina; - Dopamina; - Serotonina; - Acetilcolina; - Histamina; ➝ Neurotransmissores Atípicos - Óxido nítrico; - Endocanabinoides; - Peptídeos (opioides, melatonina, substância P, NPY) ➝ Glutamato - NT clássico O glutamato é um aminoácido que é uma molécula bem pequena. Enquanto NT, está difuso portodo o SNC e é o principal NT excitatório. Ele é produzido no neurônio pré-sináptico, a partir da glutamina, por meio de uma enzima glutaminase, da-se origem ao glutamato. Então, o NT é vesiculado e liberado na fenda durante a sinapse e ele é captado por uma células glial e transformado em glutamina, por uma glutamina sintetase, e ela é liberada e pode ser internalizada no neurônio pré- sináptica para dar origem a uma nova molécula de glutamato. Com isso, percebemos que o principal mecanismo de controle do glutamato é a captação dele pelas células gliais. Possui 2 tipos de receptores: receptores ionotrópicos e receptores metabotrópicos. ● Receptores Ionotrópicos: NMDA (Na⁺ e Ca⁺⁺), AMPA (Na⁺) e Cianato (Na⁺). O AMPA e o NMDA são os mais importantes desse tipo, sendo o NMDA mais potente na capacidade de despolarização permanente (tornar o interior da célula positivo). ● Receptores Metabotrópicos: Grupo I - mGlu 1 e 5 (Gq); Grupo II - mGlu 2 e 3 (Gi); Grupo III - mGlu 4,6,7 e 8 (Gi). Analisando os receptores metabotrópicos acima percebemos que temos famílias de Gq (excitatório), mas também há famílias de Gi (inibitório). Então, como o principal NT do SNC possui receptores inibtórios? Para entendermos isso, precisamos pensar que talvez esse receptor metabotrópico inibitório estejam em um interneurônio GABA. Então, a ideia é de que o glutamato vai inibir o GABA e o resultado será excitatório. Funções da Via Glutaminérgica Uma série de ativações neurais são dependente de glutamato. As principais são relacionadas a neuroplasticidade: formação de memória (curta duração - via AMPA ou longa duração - via NMDA), dor crônica (excesso de estimulação glutamatérgica), dependência (processo de dependência de diversas substâncias, já que dependência química é um tipo de memória). Todas essas vias não acontecem sem a presença do glutamato. Porém, temos mais algumas funções dependentes do glutamato. Repouso ➝ o receptor NMDA em repouso ele está obstruído com o íons Mg²⁺, de modo que mesmo que houvesse a ligação do glutamato não iria acontecer nada. Frente a uma despolarização pequena ou curta, o glutamato se ligará em todos os receptores, mas o NMDA está obstruído, então haverá uma entrada de Na⁺ e essa entrada faz uma despolarização breve e uma excitação relativamente curta. Estímulo relevante ➝ agora, se houver um estímulo biologicamente relevante (geração de potencial de ação sustentado) a liberação de glutamato na fenda será muito maior e ele vai interagir com o NDMA e com o AMPA. Inicialmente abre-se o canal do AMPA e há influxo de Na⁺ e se houver uma despolarização sustentada, ela é capaz de deslocar o Mg²⁺ do NMDA. Pelo canal desobstruído, agora, entrará Ca²⁺ e Na⁺. O aumento da concentração intracelular de cálcio gera a ativação de enzimas, incluindo a PKC e a NOS, causando alteração muito mais ‘permanentes’ nessa célula. Essa alterações podem ser tóxicas. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG } Catecolaminas Se as alterações citadas anteriormente forem em excesso, elas conseguem produzir uma série de danos neurais (excitotoxicidade glutamatérgica). Excitotoxicidade Glutamatérgica Quando há uma isquemia (AVC), um traumatismo craniano ou doenças neurodegenerativas teremos como resposta uma excitotoxicidade glutamatérgica. Mecanismo: uma liberação de glutamato em excesso ativará o AMPA que deslocará o Mg²⁺ do NMDA causando a sua funcionalidade. Com a ativação do NMDA teremos o aumento intracelular de Ca²⁺ que causará uma série de reações, ativando enzimas. Uma dessas enzimas é a PLA₂ (FOSFOLIPASE A₂), essa ativação produz ácido araquidônico que começa uma via inflamatória, que pode culminas na morte celular. Além disso, o Ca²⁺ intracelular, pode ativar uma série de enzimas que fazem a quebra de memória e elas podem levar à degradação da mitocôndria, acabando o estoque de ATP, gerando óxidos, peróxidos e superóxidos que, também, causam a morte celular. O aumento do cálcio, ainda, pode causar a estimulando de uma enzima chamada de NO sintase. Essa enzima produz NO, além dele contribuir para a degradação das membranas e ele tem a capacidade de ir no neurônio pré-sináptico e estimular a liberação de mais glutamato, fazendo um ciclo vicioso. Agentes Glutamatérgicos Relevantes Antagonistas NMDA - Memantina ➝ utilizado, principalmente, para diminuir a tox i c idade g lu tamaté rg i ca usada em doenças neurodegenerativas, etc. - Quetamina ➝ diminui a excitação elétrica do SNC, sendo um anestésico. Potencializador AMPA - Piracetam ➝ facilitação de novas memórias. ➝ GABA - NT Clássico Principal neurotransmissor inibitório, possui distribuição difusa no SNC e rota de síntese comum ao do glutamato. Há um balanço entre GABA e glutamato. Enquanto o GABA inibe, o glutamato excita e o resultado do nosso dia a dia é o somatório. A partir do glutamato sintetizado, uma descarboxilase o transforma em GABA. Ele é então vesiculado, liberado na fenda sináptica. Na fenda, ele pode ser degradado pela GABA transaminase ou pode ser recaptado por um GAT (tranpostador de GABA). Possui 2 tipos de receptores: receptores ionotrópicos e receptores metabotrópicos. ● Receptores Ionotrópicos: (Cl⁻) e (Cl⁻). O mais importante é o . Ele é um canal de cloreto que ao realizar o influxo de cloreto inibe uma série de outros neurônios no SNC. Lembrando que o influxo de cloreto torna o interior da células mais negativa, ela hiperpolariza, e assim o desencadeamento de um potencial de ação torna-se mais oneroso. ● Receptores Metabotrópicos: (Gi). O é um receptor Gi, portanto quando o GABA se liga nesse receptor há a inibição de uma série de células. Ele está presente, principalmente, nos músculos e a nível de SNC em alguns núcleos talâmicos relacionados a contração ou relaxamento muscular. Funções da Via Gabaérgica Umas das funções do receptor GABA A é o controle da excitabilidade neuronal. Toda fez que há uma hiperexcitação haverá o controle mediado pelo GABA. O receptor GABA A é um canal de cloro, composto pelas subunidades alfa, beta e gama. Em cada local, o receptor pode ser uma composição de subunidades (quantidade de cada uma delas) diferente. Esses receptor possui um sítio de ligação pro GABA e quando o GABA se ligar o canal abre e há o influxo de Cl⁻. Porém, existem alguns outros sítios de ligação que são sítios facilitadores, onde ligarão algumas substâncias como: etanol, barbitúricos e BDZs. Quando, por exemplo, um BDZ se liga no receptor GABA A, o receptor não abre, mas ele muda a sua conformação de modo que o próprio GABA aumentará GABAA GABAC GABAA GABAB GABAB Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG sua afinidade pelo receptor. Então, o GABA que ficava alguns ms no receptor, agora fica por mais tempo. O mesmo acontece com os outros ligantes citados anteriormente. Os livros trazem que esse ligantes facilitadores são agonistas GABA A, porém, na verdade eles não são agonistas, somente facilitadores da ligação do GABA no seu próprio receptor. Porém, chamaremos de agonistas porque não existe ser vivo sem o GABA. Importante: existe um sítio para cada ligante facilitador. Então, quando a pessoa ingere um BDZ, o receptor aumenta a afinidade pelo GABA. Se a pessoa ingerir, também, etanol, aumentará muito mais a afinidade do receptor pelo GABA e assim por diante. Isso significa que quando há sítios de ligação diferentes, se usarmos todos os ligantes facilitadores o resultado é uma interação de grau importante devido ao somatório da ação desses medicamentos, já que não competem. Agentes Gabaérgicos Relevantes - Ti a g a b i n a ➝ i n i b e a r e c a p t a ç ã o d e G A B A ; anticonvulsivante. - Vigabatrina ➝ in ibe a degradação de GABA; anticonvulsivante. - Benzodiazepínicos - Barbitúricos - Baclofeno ➝ agonista GABA B; utilizado como relaxante muscular. ➝ Catecolaminas - NTs clássicos As catecolaminas são osneurotransmissores que apresentam um anel catecol em sua composição. Dentro dessa classificação temos a dopamina, noradrenalina (NA) e adrenalina (A). A adrenalina é um hormônio produzido pela supra-renal, mas também é um NT. As catecolaminas mais importantes são: dopamina e noradrenalina. A diferença de um neurônio dopaminérgico de um noradrenérgico é que o noradrenérgico possui a enzima Dopamina β -hidroxilase (converte dopamina em noradrenalina). A partir do aminoácido tirosina, a enzima Tirosina Hidroxilase, converte a tirosina em DOPA. Lembrando que a Tirosina Hidroxilase é a etapa limitante para a formação da dopamina e da noradrenalina. Tanto no neurônio dopaminérgico quanto no noradrenérginco existe a DOPA descarboxilase ou DAA que converte a DOPA em dopamina. Se o neurônio for dopaminérgico o processo termina nessa conversão. Agora, se ele for noradrenérgico, a Dopamina β -hidroxi lase, converte dopamina em noradrenalina. E, por último, se for ruim neurônio adrenérgico, ele tem a N-metiltransferase que transforma a NA em A. ➝ Noradrenalina (NA) Possui função basicamente excitatória no SNC e está correlacionada a uma série de funções orgânicas (fisiológicas) como: alerta (sistema límbico: amídala), humor (pouca NA causa humor depressivo - sistema límbico: amídala); muita NA há muita agitação, responsividade, expansão e agressividade), controle central da PA (Locus coeruleus e núcleo trato solitário mandam eferência para o bulbo que faz o aumento da atividade tônus adrenérgico no simpático), termorregulação (aumento da T - hipotálamo), apetite (diminuição - hipotálamo) e inibição da dor (medula - ativação da via inibitória da dor). Então, no sistema de fuga a pessoa fica mais alerta, aumenta PA, diminui o apetite e ela para de sentir dor. O principal ponto de eferência de corpos de neurônios da NA, estão no Locus coeruleus e a partir daí são mandadas fibras adrenérgicas para todos o SNC que controlará essa série de funções fisiológicas. Possui receptores do tipo metabotrópicos: ● 𝞪 -1 (Gq); ● 𝞪 -2 (Gi) ➝ sempre Gi porque estávamos falando de terminal nervoso, então está nas terminações nervoso, sendo auto receptor inibitório ● β -1, β - 2 e β - 3 (Gs). Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Receptor GABA A } potencializam GABA A A enzima MAO (monoamina oxidade) é uma enzima que está dentro da fibra e faz a degradação das monoaminas, incluindo a NA, e na fenda possuímos a enzima COMT que é quem faz a degradação das catecolaminas na fenda sináptica. Agentes Noradrenérgicos Relevantes - Inibidores da MAO ➝ antidepressivos. - Inibidores da Recaptação de NA ➝ antidepressivos tricíclicos. - Cocaína ➝ inibe a recaptação de catecolaminas - Anfetamina (Metilfenidato, Venvanse) ➝ desloca e libera catecolaminas. - Clonidina ➝ agonista 𝞪 -2; diminui liberação de NA. ➝ Dopamina (DA) Participa de 3 vias neurais importantes e nelas ela possui comportamentos de maneiras distintas. Possui papel em funções fisiológicas como: controle endócrino (síntese e liberação de prolactina), vômito (ZGQ), controle motor (movimentos finos, coordenados e simétricos - núcleo estriado), humor, cognição, memória e recompensa (prazer). As cores diferentes representam as vias que a dopamina participa. Além das vias acima, temos também uma via pelo córtex cerebral relacionada com a imaginação, criatividade e inteligência. Os principais corpos de neurônios dopaminérgicos se originam na substância negra e, de lá, são projetados para 3 grandes vias dopaminérfica. Possui receptores do tipo metabotrópicos: ● Família D1 e D5 (Gs); ● Família D2, D3 e D4 (Gi) ➝ temos aqui uma exceção de uma família de D2 do giro para-hipocampal que é Gq. Funções das Vias Dopaminérgicas Dividiremos as vias dopaminérgicas em 3. Via Nigroestriatal É a via que liga o núcleo estriado à substância negra. Nesse via temos o controle motor, mediado pelo estriado, de movimento simétricos, coordenados e finos. A diminuição de dopamina nesta via específica é a patofisiologia da doença de Parkinson. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Via Túbero-infundibular (hipofisária) Essa via é uma via hipofisário que faz o controle endócrino da produção de prolactina. Ao longo da vida, a dopamina está inibindo a liberação de prolactina e em alguns momentos específicos, como na lactação, essa dopamina, para de inibir essa síntese e a prolactina é liberada ao longo desse período. Portanto, toda vez que bloquearmos a dopamina, pode haver um bloqueio na região túbero-infundibular e a pessoa passará a produzir prolactina. Se a pessoa for mulher, produzirá leite, se for homem haverá o aumento da mama (ginecomastia). Às vezes, no homem, pode haver também a produção de um muco pelas glândulas mamária, sendo essa liberação chamada de galactorreia. Via Mesocorticolímbica É uma via que envolve a área cortical e área límbica. Na área límbica, há controle emocional e recompensa (satisfação, bem estar, prazer) e a via mesocortical, relacionada a atenção, cognição, memória, criatividade, senso crítico, senso de realidade, julgamento moral, filtros, etc. A diminuição de dopamina na via cortical causa transtornos de déficit de atenção (TDAH) e o aumento de dopamina na via mesolímbica causa a esquizofrenia e dependência. Nessa via, também estão os comportamentos expansíveis relacionado ao aumento de dopamina. Hoje sabe-se que usuários de drogas possuem aumento de dopamina ao ponto de que algum momento da vida leve ao desenvolvimento de esquizofrenia. No caso da maconha, o tempo de uso até esse desenvolvimento dura cerca de 20 anos. Agentes Dopaminérgicos Relevantes - L-DOPA ➝ precursor da síntese de DA. - Bromocriptina ➝ agonista direto; reduz prolactina. - Cocaína ➝ inibe a recaptação de catecolaminas. - Anfetamina ➝ desloca e libera catecolaminas. - Antagomista D2 ➝ Plasil (antiemético - ZDG); Haloperidol e Clorpromazina (antipsicóticos e neurolépticos). ➝ Serotonina (5HT) - NT clássico É o NT mais presente em todo o corpo, incluindo SNC, e importante em uma série de funções fisiológicas: termorregulação, apetite, transmissão da dor (aumento), controle do sono e controle do humor. A serotonina é um NT com característica modulatória, porque ela induzir ou diminuir o sono, pode melhorar ou piorar o humor. Então, ela possui função excitatório e inibitória. Ela é produzida a partir de um aminoácido, chamado Triptofano, que por meio da Triptofano hidroxilase é convertido em 5-Hidroxitriptofano e, depois, a 5- Hidroxitriptamina (5-HT) que é a serotonina. A serotonina é uma amina biogênica, monomania, mas não uma catecolamina. A partir do núcleo da Rafe, onde se encontram os principais corpos de neurônios serotoninérgicos, é que há projeções serotoninérgica para todo o SNC. Há ações talâmicas, hipotalâmicas, da amídala, corticais, entre outras, que estão relacionados à serotonina. Na amídala, a presença de 5-HT leva à impulsividade, agressividade, insônia e etc. Humor ➝ a teoria monoaminérgica da depressão, diz que quando diminui a quantidade de 5-HT, existe o aparecimento de comportamento depressivos, assim como o aumento da 5-HT nas vias mesocorticolímbíca, a pessoa pode ter alucio\nações, disforia e etc. Dor ➝ na periferia a serotonina é um importante mediador da dor. No sistema vascular, a 5-HT, promove vasoconstrição. Possui uma série enorme de receptores, sendo dos tipos: metabotrópicos e ionotrópicos. ● Receptores Metabotrópicos: família 5HT1, 5HT5 (Gi); família 5HT4, 5HT6, 5HT7 (Gs); família 5HT2 (Gq). ● Receptores Ionotrópicos: família 5HT3 (Na⁺ e Ca²⁺). Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG } antiparkinsonianos Importâncias da Tabela Acima ● ➝ receptor Gi, diminui a atividade da Adenilato ciclase; presente no sistema límbico e cortical; ativação desse receptor por meio da Buspirona (agonista) que causaum efeito inibitório no SNC, com importância para diminuição de ansiedade. ● e ➝ são auto receptores; controlam a liberação de serotonina. São alvos para os triptanos (Sumatriptano, Naratriptano - agonistas) que são medicamentos para enxaqueca que os inibem. A liberação de serotonina causa vasoconstrição e hipóxia de algumas áreas cerebrais causando a enxaqueca. O 5HT1D é um receptor pré-sináptico importante que estará em algumas regiões cerebrais relacionadas à liberação de serotonina e, também, relacionado ao efeito tardio de antidrepressivos. ● ➝ é um receptor excitatório (Gq) em que há o aumento da PLC; quando há ativação desse receptor por substâncias (metiltriptofano, metilhidroxilina), temos alteração a nível cerebral com excitação de modo que apresenta-se alucinações, disforias, com o efeito do LSD (agonista). ● ➝ canal de cátions (sódio e cálcio); está presente na área postrema e na ZGQ e é relacionado com excitação neural, náusea e vômito; portanto um antagonista (Ondansetrona) tem o efeito antiemético. Alguns outros receptores (não possui na tabela) da família - excitação neuronal, serão importantes como alvos para alguns medicamentos com a capacidade antipsicótica. Então, antagonistas desses receptores, como a Respiridona (antipsicótico), fazem a modulação de comportamentos expansivos relacionados à serotonina. Agentes Serotoninérgicos Relevantes - Inibidores da MAO ➝ aumentando quantidade de 5-HT; - Inibidores da recaptação de 5-HT (ISRS) ➝ Fluoxetina, sertralina e escitalopram - Ondansetrona ➝ antagonista 5HT3; - Sumatriptano ➝ antagonista 5HT1D; anti-enxaqueca; - LDS ➝ agonista 5HT2. ➝ Acetilcolina (Ach) - NT clássico A principal função da acetilcolina no SNC é modular a cognição e memória. Não existe formação de memórias de longa duração, sem a presença de Ach. Além disso, o excesso de Ach piora o controle motor, aparecendo síndromes extra piramidais, tremores e descontrole motor. O bloqueio de receptores de Ach causa a indução ao sono, uma vez que alguns receptores fazem psicoestimulação cerebral. Então quando a Ach se liga nesse receptores ionotrópicos no cérebro, temos estimulação neural, psicoestimulação, aumento da atenção, aumento da agressividade, aumento da impulsividade e etc. Já, a cognição e memória, estão relacionados com os receptores metabotrópicos. Possui dois tipos de receptores: ionotrópicos e metabotrópicos. ● Receptores Metabotrópicos ➝ M1, M3 e M5 (Gq); M2 e M4 (Gi). ● Receptores Ionotrópicos ➝ Nicotínicos (Na⁺). O principal local de corpos de neurônios da Ach, no SNC, são nos núcleos magnocelulares do prosencéfalo e a partir daí eles emitem projeções para todo o SNC. A Ach colina no SNC, é sintetizada da mesma maneira que no SNA. A partir de um precursor colina, ela é acetilada e dá origem a Ach. Então, a acetilcolina é veiculada e ancorada na membrana do neurônio e liberada na fenda. Na fenda, ela interage com um receptor muscarínico ou nicotínico e pode, ainda, ser degradada por uma Acetilcolinesterase. 5HT1A 5HT1B 5HT1D 5HT2C 5HT3 5HT2 Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Agentes Colinérgicos Relevantes - Inibidores da Acetilcolinesterase ➝ medicamento para Alzheimer. - Nicotina ➝ agonista nicotínico; - Escopolamina/Buscopan ➝ antagonista muscarínicos. - Cigarros/Droga de Abuso ➝ estimulante. ➝ Mediadores Químicos Possuímos, ainda, outros tipos de mediadores químicos, que não tratamos com muita extensão por causa do tempo, mas que possuem importância igual ao dos NTs. Um dele é o sistema de transmissão da adenosina (purinas - cafeína: antagonista da adenosina), melatonina (controle do ritmo biológico), glicocorticoides (ansiedade, medo e memória) e histamina (dramin - antagonista: sono e emese). A adenosina é um NT inibitório e a histamina é um NT excitatório. A histamina no SNC, tem uma série de receptores, incluindo H1 (metabotrópico Gq - aumenta PKC). ➝ Neurotransmissores Atípicos/Não clássico Os NTs atípicos são aqueles que não respeitam um dos 4 passos que já foi explicado sobre os Nas clássicos. Óxido Nítrico (NO) Na transformação de uma aminoácido, chamado Argenina, em Citrulina, por meio de uma enzima chamada Óxido Nitro Sintase (NOS), ela dá origem ao óxido nítrico. O NO é uma molécula extremamente pequena, não é veiculado e é responsável por uma série de funções fisiológicas: controle motor, regula humor (torna mais irritável) e importante para a cognição e memória (melhora). Possui efeito excitatório. O alvo farmacológico do NO é o aumento do GMPc. Frente a ativação das enzima NOS, induzida pelo aumento da concentração de cálcio intracelular, ela produz o NO. Esse NO, vai para o neurônio pré-sináptico e, nele causa o aumento da liberação de glutamato. Esse NO, ainda, aumenta atividade da enzima Guanilato Ciclase Solúvel (sGC) e ela aumenta a produção do GMPc que, por último, faz o aumento da atividade da enzima, chamada PKG. A PKG tem a capacidade de aumentar a quantidade de liberação de glutamato, além de possuir ações próprias. A enzima fosfodiesterase (PDES) é a enzima que degrada o GMPc. Essa é uma maneira de controle dos efeitos do NO. Endocanabinoides (eCB) O nosso corpo produz, principalmente, dois tipos de e n d o c a n a b i n o i d e s : a n a n d a m i n a ( A E A ) e 2 - araquidonoilglicerol (2-AG). Esses compostos são gerados tanto na periferia quanto no SNC e vão agir nos seus próprios receptores. Chamados de CB1 e CB2. Nesses mesmo receptores é que, os componentes ativos (THC) do Cannabis sativa, também vão agir. Os efeitos do THC são sonolência, falta de raciocínio lógico, aumento de apetite, vasodilatação (inicialmente de vasos da esclera). Portanto, as ações dos eCB são predominantemente inibitórias. Algumas funções fisiológicas dos eCB são: piora do controle motor, humor menos expansível, piora a cognição e memória, aumento do apetite e inibição do vômito. Possuem receptores do tipo metabotrópicos: CB1 E CB2 (Gi). Frente a algum tipo de demanda, o neurônio pós-sináptico, produz tanto 2-AG quanto AEA, liberando-os. Então, eles alcançam seus receptores a nível pré-sináptico e a ativação desses receptores por meio de uma Gi causa a inibição, a nível pré-sináptico, de glutamato. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG Buscopan No Brasil, possuímos a Butilbrometo de Escopolamina que é o antagonista muscarínico. Esse agrupamento butilbrometo, confere à escopolamina uma alta polaridade e assim o Buscopan não atravessa a BHE. Se a escopolamina sozinha atravessar a BHE, ela antagonizará os receptores muscarínicos no SNC e teremos sonolência, amnésia e confusão mental. Potencial Terapêutico dos eCBs - Antidepressivos - Ansiolíticos ➝ por fazer a diminuição da liberação de glutamato, causa a excitação do SNC e diminuição dos comportamento expansivos. - Antipsicóticos - Neuroprotetor - Anticonvulsivante ➝ ação liberada no mercado; - Antieméticos - Analgésicos ➝ a condução da dor também e dependente de glutamato e com agonistas de CB1, diminui a condição de glutamato, diminuindo a dor. Rimonabanto ➝ exemplo de fármaco que não é um medicamento. É um antagonista dos receptores CB1, só que não existe na forma de medicamento, apesar de já ter sido de 2002-2006. Ele era vendido no Brasil com nome de Acomplia. Hoje em dia ele não possui mais uma forma farmacêutica e só conseguimos compras na forma de pó, para pesquisas. A comercialização dele na forma de medicamento foi proibida. História do rimonabanto: ele é u m a n t a g o n i s t a C B 1 d e u m s i s t e m a d e neurotransmissnao (o qual não vamos estudar), chamado de sistema endocanabinoide. Esse sistema possui 3 sistemas de receptores clássicos: CB1, CB2 e CB3. Se quando alguém fuma maconha, tem a chamada ‘pira’, significa que de maneira endógena nós temos um receptor para aquilo. Então, foi descoberto que existe um sistemaendógeno que reconhece o delta-9 que é HC e faz agonismo naqueles receptores. Uma das reações mais adversas da ‘brisa’ de fumar maconha é a fome. Se o delta-9 THC é agonista CB1 e como resultado disso temos fome, a indústria farmacêutica pensou que se caso inibisse esse receptor, também inibiríamos a fome. Portanto, criaram o SB601, o antagonista CB1 de nome rimonabanto e deram o nome comercial de Acompia e lançaram no mercado. O que aconteceu? O rimonabanto não era só tão bom como antagonista CB1 como, também, antagonista CB3. Ele inibia a fome sim, e ativava a lipólise abdominal. Então, de 2-3 meses a pessoa secava. Em 6 meses o tratamento estava completo com o rimonabanto, mas um mês depois a pessoa se suicidava. Foi tirado do mercado, pois percebeu-se que o CB1 também está no sistema límbico e age como antidepressivo, ou seja, bloqueá-lo causa depressão. Atualmente, fala-se de um componente canabinoide, o canabidiol, que é agonista de receptores CB1 e não causa os efeitos dissociativos que o delta-9-THC causa. Portanto, ele é uma droga sem efeito psicomimética. Esse composto é liberado para o tratamento de epilepsia e já possui produção brasileira de medicamentos à base de canabidiol. Ele é uma substância purificada, não é somente o extrato da folha da maconha. ➝ Classificação dos Psicofármacos (OMS- 1967) Lembrando que psicofármaco são aqueles que, além de agirem no SNC - conceito de psicotrópicos-, alteram a psiquê (comportamento). São classificados em depressores, estimulantes ou perturbadores do SNC. Depressores do SNC São aqueles que diminui a atividade elétrica no SNC. Fazem efeito com características inibitórias. ● Ansiolíticos e sedativos (hipnóticos) ➝ causam o sono, reduzem a ansiedade. São eles: midazolam e pentobarbital. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG CUIDADO Depressor do SNC ≠ Doença Depressão Maior Depressor do SNC ➝ fármacos que tem a capacidade de diminuir a condutância elétrica no SNC. Favorecem a hiperpolarização. Doença Depressão Maior ➝ doença psiquiátrica, relacionado a mudança da concentração de serotonina e noradrenalina e outros fatores. ● Antipsicóticos (neurolépticos ou tranquilizantes maiores) ➝ aliviam sintomas da esquizofrenia. São eles: haloperidol e clozapina. ● Analgésicos opioides ➝ controle de dor. Ex.: morfina. ● Anestéscios ➝ São eles: propofol, halotano e quetamina. ● Etanol Estimulantes do SNC São aqueles que aumentam a atividade elétrica do SNC. ● Estimulantes psicomotores ➝ induzem estados de alerta e euforia. São eles: nicotina, cafeína, anfetamina e cocaína. ● Antidepressivos ➝ aliviam sintomas da depressão, por isso são considerados estimulantes e não porque eles estimulam literalmente o SNC. São eles: fluoxetina e imipramina. ● Reforçadores da Cognição ➝ melhoram a memória e o desempenho cognitivo. Ex.: rivastigmina e donezepil. Agonistas AMPA e NMDA, também poderiam entrar aqui. Perturbadores do SNC Fazem um ‘mix’ de depressão e excitação no SNC e mudam a percepção. São as drogas de abuso. ● Drogas alucinógenas ➝ causam distúrbios visuais, auditivos, olfatórios, auditívos, na percepção e comportamento. São elas: LSD e ecstasy. ➝ Doenças do SNC e Neurotransmissão ● Ansiedade ➝ nesse transtorno temos pouco GABA e muito glutamato. Então, os medicamento serão projetados ou para aumentar o GAB, ou para diminuir o glutamato. Muita ou pouca serotonina também causam ansiedade, então a regulação desses níveis são importantes, principalmente se for a nível do receptor 5HT1A. Por fim, muita noradrenalina piora os comportamentos de ansiedade. ● Depressão maior ➝ a teoria atual para essa doença diz que os indivíduos possuem pouca serotonina, noradrenalina ou dopamina. Portanto, em áreas importantes como no sistema límbico haverá pouco desses NTs, fazendo com que o intuito dos medicamentos seja aumentar a quantidade disponível dos mesmo. ● Esquizofrenia ➝ sabe-se que existe muita dopamina. Então, os medicamentos serão projetados para diminuição da transmissão dopaminérgica. ● Insônia ➝ há pouco GABA e pouca serotonina. Então, os medicamentos serão feitos para aumentar o GABA ou a transmissão da serotonina. ● Epilepsia ➝ existe muito glutamato ou pouco GABA. Então, os medicamentos serão feitos para aumentar o GABA ou diminuir o glutamato. ● Doença de Parkinson ➝ o paciente possui pouca dopamina e muita Ach. Então, os medicamentos serão feitos para aumentar a dopamina e/ou diminuir Ach. ● Doença de Alzheimer ➝ há a presença de muito glutamato e pouca Ach. Então, os medicamentos serão projetado para diminuir o glutamato ou para aumentar a transmissão da Ach. Gabriel Bagarolo Petronilho TXVIII- MEDICINA FAG