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MAD-2 07.04.2020 Aula 18 1 Infecções Bacterianas do Sistema Nervos – Parte 1 Clostridium Tetani, Botulinum e Listeria Síndrome Clínicas das Infecções do SNC Listeria Monocytogenes – Listeriose Características: © Bacilo Gram-positivo © anaeróbio facultativo © Com flagelos peritriquios © Não esporulado © Catalase + © Psicrófilia - Multiplicam-se em uma ampla faixa de temperatura: 2°C – 45°C (refrigeradas) © não formador de cápsulas. Distribuição © Vegetacao deteriorada © Solos © Fezes de animais © Esgotos © Água © Alimentos: leite cru, queijos, carnes frescas ou congeladas, frango, frutos do mar, frutas e produtos vegetais. Formas clínicas © Após TGI - Translocada para tecidos mais profundos © São 2 tipos de listerilide invasiva e não invasiva e não invasiva 1. Invasiva localizada ou sistêmica: - Infecções no SNC: meningite e encefalite - Outras infecções: endocardite, peritonite, pneumonia e osteomielite. 2. Não invasina limitada ao intestino - Gastroenterite febril, sintomas não específicos. Acomete © Gestantes, RN, imunodeprimidos e idosos. Sintomas gastrointestinais: © Náusea, vômitos e diarreia, podem preceder ou acompanhar as manifestações mais graves da doença. Hepatócitos: sítio preferencial de multiplicação de listeria MAD-2 07.04.2020 Aula 18 2 Fatores de Virulências © Internalinas A e B: funcionam como invasinas – internalização da Listeria por células epiteliais através de receptores celulares (induz a fagocitose da Listeria) – consegue romper e lisar o vacúolo; © Listeriolisinas O (LLO): toxina – principal fator de virulência (Hemolisina: causa a lise da membrana do fagossomo) para que não ocorra fusão do lisossomo e digestão intracelular. © Fosfolipases (PlcA e PlcB): degradação dos fosfolipídeos presentes na membrana dos fagossomos. - Degrada os vaculos junto com a listeriolise © ActA (Actin Nucleating fator): polimerização da causa de actina que permite a movimentação através do citoplasma da célula hospedeira para outtras Gênero Clostridium Espécies © Clostridium botulinum (botulismo) © C. tetani (tétano) © C. perfringens (gangrena gasosa) MAD-2 07.04.2020 Aula 18 3 © C. difficile (colite) Características © Bacilo Gram+ esporulados © Aneróbios estritos © Móveis © Formadores de esporos (endósporos): resistência de até 100 graus célsius por várias horas © Fator de virulência: toxinas © Reservatório: solo e fezes de animais Esporos Bacterianos ou Endosporos São estruturas de sobrevivência quando a bactéria se encontra em condições ambientais desfavoráveis. © São produzidos pela própria bactéria e encontram-se livremente em seu interior © São resistentes ao calor, desidratação, a certos produtos ambientais favoráveis, o esporo absorve água até romper-se. Assim, ocorre a germinação, produzindo uma célula idêntica a célula parental (forma VEGETATIVA). Clostridium Botulinum – Botulismo © Bacilos gram + © Anaeróbio obrigatório © Móvel © Esporos © Exotoxina (neurotoxina – toxina botulínica) o Liberada com o crescimento e morte da bactéria • Toxinas de A e G, sendo as toxinas A, B, E e F – principais causas de doença humana • Diferentes alimentos © Toxina Botulínica o Mecanismo de ação: toxina é absorvida pelos enterócitos, caindo na corrente sanguínea. o As toxinas se ligam aos receptores de membranas pré-sinápticas de neurônios motores do sistema nervoso periférico e de nervos cranianos o A toxina nos neurônios inibe a liberação da acetilcolinaa na sinapse, resultando em paralisia muscular. © Alimentos que são mais contaminados pelo bacilo o Mel de origem suspeita o Alimentos em conserva o Carnes de porco e derivados Clostridium corado pelo método de Gram. Alguns bacilos apresentam esporos, que estão descorados ou em formas ovoides claras (setas). MAD-2 07.04.2020 Aula 18 4 o Salsichas, salsichões, linguiças o Frutos do mar e pescados ingeridos crus o Cogumelhos enlatados ou em recipiente de vidro o Palmitos enlatados ou em recipientes de vidro. o As células vegetativas produzem a toxina dentro do recipiente durante o armazenamento. © Prevenção Cozimento o Toxina botulínica é destruída pela fervura do alimento (a 100 graus célsius por 5 minutos); o Em 20 minutos em água clorada (destruição de 84%) o pH ácido (abaixo de 4,7 a toxina não se forma) o Embutido que contém nitrito impede a germinação bacteriana. © Patogênese 1. Botulismo Clássico o Ingestão da toxina pré-formada nos alimentos o A toxina penetra pela mucosa digestiva; a absorção da toxina ocorre principalmente no estômago e no intestino delgado. Também, os esporos ingeridos germinam e se multiplicam na via digestiva, com produção de toxina in situ. o Alimentos contaminados (defumados, embalados a vácuo ou enlatados, ingeridos sem cozimento) o Seringas contaminados (uso de drogas) 2. Botulismo infantil o Ingestão de mel com esporos de C.botulinum Causada pela ingestão de esporos da BACTÉRIA e posterior germinação, multiplicação e toxigênese no intestino de crianças menores de 1 ano de idade → Microbiota não estabelecida. © Sintomas o Fraqueza e tontura alguns dias após ingestão do alimento contaminado o Visão turva, pupilas fixas e dilatadas, boca seca, constipação e dor abdominal o Fraqueza progressiva o Morte por paralisia respiratória o A recuperação completa requer muitos meses a anos Clostridium Tetani – Tétano © Bacilos gram + © Anaeróbio obrigatório © Móvel © Esporos © Exotoxina (neurotoxina – tetanospamina) © Patogênese o Introdução de esporos através de lesão ou ferida, queimadura, coto umbilical, sutura cirúrgica. o A germinação do esporo e o desenvolvimento de microrganismos na forma vegetativa que produzem toxinas são favorecidos: § Pela presença de tecido necrótico § Por infecções piogênicas associadas MAD-2 07.04.2020 Aula 18 5 © Neurotoxina: tetanospasmina o Toxina liga-se a receptores na membrana pré- sinaptica dos neurônios motores o Chega a medula espinal e tronco cerebral o Se difunde para terminações de neurônios inibitórios o Bloqueia liberação de GABA e glicina – inibitórios o Neurônios motores não são inibidos – continua a liberar acetilcolina – causa espasmos musculares. © Patogênese/ Sintomas o Período de incubação: 4/5 dias a muitas semanas o Contração tônica dos músculos voluntários o Espasmos musculatura involuntária o Óbito o A doença não induz imunidade © Tratamento o Desbriamento o Antibióticos o Vacina com toxóide (3 doses e reforço a cada 10 anos) Espasmo Facial – riso sardônico MAD-2 07.04.2020 Aula 18 6 Quando essa bactéria esporulada tem contato com uma ferida, essa bactéria encontra nutriem e volta a ser a forma vegetativa, libera toxinas que causará a neurotransmissao de neutrotransmissores inibitórios, continua a produção de Acetil-Coa. Caso Clínico Paciente, 25 anos, branca, com idade gestacional de 31 semanas, foi internada na Maternidade do Hospital São Lucas da PUC-RS com contrações que evoluíram para trabalho de parto prematuro. Recebeu somente uma dose de corticoterapia, a fim de prevenir insuficiência respiratória e evoluiu rapidamente para parto vaginal sem intercorrências. As membranas romperam uma hora antes do parto. O recém- nascido (RN) era do sexo masculino, pesou 1.510 g e apresentou o índice de Apgar de 8/10 no primeiro e quinto minutos, respectivamente. O RN apresentou gemência e taquipnéia leve, que evoluíram para disfunção respiratória precoce; além disso, teve episódios de apnéia com cianose importante. Foi iniciada a antibioticoterapia (vancomicina e amicacina). Alguns exames foram colhidos, entre eles, raios X de tórax, que evidenciou hiperexpansão pulmonar, e hemocultura, que mostrou crescimento de germe gram-positivo compatível com Listeria. O esquema de antibióticos foi substituído por ampicilina. O RN apresentou melhorado quadro clínico e laboratorial e teve alta hospitalar com o diagnóstico de listeriose congênita. 1. O que é listeriose na gravidez? R: infecção uterina, tropismo no bebe por acometimento do SNC causando encefalite, em muitos casos pode levar ao aborto espontâneo 2. Defina o agente etiológico da doença citada no caso clínico com suas características morfológicas e tintoriais. R: L.monocytogenes, bactéria gram positiva, desprovida de cápsula, que apresenta motilidade por meio de flagelos peritríquios, não forma esporos, anaeróbio facultativo, fermentadora de glicose e capaz de se multiplicar de 4 a 45 graus, suporta pH de 4,3 a 9,4. 3. Quais os fatores de virulência do agente etiológico? R: internalinas – proteínas que induzem à internalização, fazem fosfolipases e produzem enzimas fazendo com que a bactéria fique dentro da célula, produzem filamentos de actina que conseguem entrar no útero. listeriolisina O (LLO) – é uma hemolisina codificada pelo gene hly e pertencente à família das toxinas formadoras de poros colesterol dependentes (cholesterol-dendent pore-forming toxin), necessária para a sobrevivência e proliferação das listerias dentro de ma- crófagos e fagócitos não profissionais; Fator nucleador de actina (ActA) - é capaz de se mover através do citoplasma da célula hospedeira impulsionada por uma longa cauda de actina polimerizada (motilidade). 4. Quem são os acometidos por listeriose? R: acometidos por imunodeprimidos, idosos, grávidas. Encontrados em alimentos cus, queijos, carnes. 5. Como ocorre o botulismo? Qual o patógeno e o fator de virulência? Qual é a forma de prevenção e tratamento? R: ocorre a partir da ingestão de alimentos ou machucados contaminados por clostridium botulinum. Fatores de virulência: toxinotipos Bacilos gram-positivo Fatores de virulência: toxina butolinica PREVENÇÃO: Cozimento dos alimentos, acidificar inativando o bacilo. TRATAMENTO: o tratamento para botulismo é feito por meio de medicamentos específicos, chamados antibotulínicos, que agem diretamente contra a toxina liberada pela Clostridium botulinum. 6. Como ocorre o tétano? Qual o patógeno e o fator de virulência? Qual é a forma de prevenção e tratamento? R: Introdução de esporos através de lesão ou ferida, queimadura, coto umbilical, sutura cirúrgica. Tratamento: antibiótico, vacina e desbridamento Prevenção: evitar andar descalço Fator de virulência: neurotoxina (liga a junções neuromusculares dos neurônios motores para ser então endocitadas, através dos axônios, chega ao SNC e libera toxina inibindo a ligação entre vesiuclas simpaticas) e hemolisina – causa contração dos músculos.
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