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Resenha: Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA (UEPG)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
PROFESSORA ANGELA DE QUADROS MONGRUEL
RESENHA DO LIVRO “CRIMINOLOGIA CRÍTICA E CRÍTICA DO DIREITO PENAL” DE ALESSANDRO BARATTA
CRIMINOLOGIA – 2º ANO M.A
EDUARDO LEVANDOSKI HALILA
O livro “Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal”, trata-se de uma introdução à sociologia jurídica penal. Escrito por Alessandro Baratta, foi publicado na sua versão em espanhol pela Editora Siglo, em 2004.
Dividido em capítulos, o livro se moldam em 264 páginas, onde Baratta analisa teorias criminológicas, mostrando onde é que se deslegitimarão os princípios que formam o Direito Penal. As teorias trabalhadas são consideradas parte da criminologia liberal contemporânea.
Para o autor do livro, a resposta penal para como se enfrenta o problema da criminalidade, seria na possibilidade de individualizar os sinais antropológicos da criminalidade, observando os indivíduos assim assinalados circunscritos no âmbito do universo social, ou seja, cárcere ou manicômio judiciário. (p. 29)
Dessa forma, pode-se compreender que a criminologia positiva, estuda as causas ou fatores que levaram ao crime, além de buscar soluções para corrigir o sujeito criminoso. Baratta cita a Escola positiva como responsável por buscar no delito, todo o complexo das causas, ou seja, buscar no indivíduo a sua totalidade biológica e psicológica, bem como a sua totalidade social que determina a sua vida, e que por sua vez, pode interferir no crime.
“Em sua origem, pois, a criminologia tem como específica função cognoscitiva e prática, individualizar as causas dessa diversidade, os fatores que determinam o comportamento criminoso, para combate-los com uma série de práticas que tendem, sobretudo, a modificar o delinquente. A concepção positivista da ciência, como estudo das causas batizou a criminologia.” (p. 29- 30)
Diferentemente da Criminologia Clássica, que acredita no ato do crime como livre vontade do sujeito, num sistema penal baseado na ‘objetividade’ do delito, a Positivista acredita que o crime tem todo um contexto patológico (individualização metafísica). Por isso, Baratta cita Lombroso, Ferri e Gorofalo.
Segundo o autor, Lombroso com sua obra “Tratado Antropológico Experimental do Homem Delinquente”, de 1876, considerava o delito como um ente natural, um fenômeno necessário, determinado por causas hereditárias.
Lombroso não via o lado psicológico e social do indivíduo, já Ferri, cria um quadro dos fatores do delito dividido em três etapas:
· Fatores antropológicos;
· Fatores físicos;
· Fatores sociais;
E Garofalo, em sua teoria da criminalidade, fundamenta o comportamento e o ‘tipo’ do criminoso, em um déficit de um desenvolvimento da sensibilidade moral, o que seria algo condicionado e não natural.
Dessa forma, se critica o sistema penal, pois ele se sustentava seguindo a concepção da escola positiva, que não observa tanto o delito e a sua classificação, consideradas abstratas e fora da personalidade do delinquente, mas sim sobre o autor do delito e a classificação tipológica.
Segundo Baratta, tanto a Escola Clássica, quanto as Escolas Positivas realizam um modelo na qual a ciência jurídica e a concepção geral do homem e da sociedade, estão ligados. Através disso, ele explica os seguintes princípios:
· Princípio de Legitimidade: “O Estado, como expressão da sociedade, está legitimado para reprimir a criminalidade, da qual são responsáveis determinados indivíduos, por meio de instâncias oficiais de controle social (legislação, polícia, magistratura, instituições penitenciárias). Estas interpretam a legítima reação da sociedade, ou da grande maioria dela, dirigida à reprovação e condenação do comportamento desviante individual e à reafirmação dos valores e das normas sociais”. (p. 36)
· Princípio do Bem e do Mal: “O delito é um dano para a sociedade. O delinquente é um elemento negativo e disfuncional do sistema social. O desvio criminal, é pois, o mal; a sociedade constituída, o bem”. (p.36)
· Princípio de Culpabilidade: “O delito é a expressão de uma atitude interior reprovável, porque contrária aos valores e às normas, presentes na sociedade mesmo antes de serem sancionadas pelo legislador”. (p. 36)
· Princípio da Finalidade ou da Prevenção: “A pena não tem, ou não tem somente, a função de retribuir, mas a de prevenir o crime”. (p. 37)
· Princípio de Igualde: “A criminalidade é a violação da lei penal e, como tal, é o comportamento de uma minoria desviante. A lei penal é igual para todos. A reação penal se aplica de forma igual aos autores de delitos”. (p.37)
· Princípio do Interesse Social e do Delito Natural: “Os interesses protegidos pelo direito penal são interesses comuns a todos os cidadãos. Apenas uma pequena parte dos delitos representa violação de determinados arranjos políticos e econômicos, e é punida em função da consolidação destes (delitos artificiais)”. (p. 37)
Esses princípios acima ganham no livro de Baratta um novo enfoque onde ele analisa essas teorias que são a inversão da perspectiva da investigação criminológica.
Uma das teorias é a de Freud, relacionada ao comportamento do criminoso com relação à neurose. 
Em uma das análises, Baratta questiona o princípio de legitimidade da ideologia da defesa social, assim, a própria legitimação do Direito Penal. Ele analisa e critica outras teorias também, como a de Merton e de Sutherland.
No capítulo XIV, o sociólogo italiano, Alessandro Baratta, fala sobre as características do modelo carcerário nas sociedades capitalistas contemporâneas, fazendo uma análise critica sobre a comunidade carcerária: ela está longe de realizar tarefas de socialização e de inserir o detendo nas mesmas. As modernas técnicas surgiram para tentar mudar as funções dos institutos carcerários, que não são efetivas.
O livro também mostra a relação entre o preso e a sociedade.
Essa relação é entre a sociedade (quem exclui), e quem é excluído (que no caso é o preso). 
Nessa mesma visão, o autor reflete sobre os presidiários serem vistos como uma parte negativa da sociedade e discriminados por isso, cuja sociedade dispensa os cuidados com o com o encarcerado quando o indivíduo sai da prisão, podendo isso, ser uma influência para a volta do indivíduo ao mundo do crime. Seguindo essa linha, é importante que ocorra um acompanhamento do em seu período de detenção e depois dela.
Por fim, vale ressaltar, que o autor comenta também, sobre a atual política criminal, refletindo sobre o sistema das imunidades e criminalização seletiva de acordo com as relações de poder entre as classes.
O livro “Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal”, tenta mostrar os erros de vários pensamentos criminológicos, pois muitos parecem ser subjetivos, ou seja, leva a imparcialidade no diálogo de cada autor.
Alessandro Baratta foi um jurista e sociólogo italiano. No presente trabalho, ele reconstrói estudos criminológicos a partir da mudança de paradigma trazida pela Criminologia Crítica, e nos mostra com dinamismo e dialética a sua interpretação sobre a Criminologia, dissertando sobre as Teorias Liberais Contemporâneas.

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