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Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 Sugestão da Mesa Redonda de Critérios de Retorno ao Esporte pós RLCA Congresso SONAFE 2017 – Caldas Novas (GO) Participantes: Fábio Sprada de Menezes, Fabricio Rapello Alves Araújo, Luciana De Michelis Mendonça, Marcelo Bannwart Santos, Natália FN Bittencourt, Timothy E Hewett 1. Critérios de Retorno ao Esporte pós Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior 1.1. Lista de Critérios de retorno ao esporte (RESUMO): - Critérios clínicos: extensão ativa de joelho completa, ausência de edema/derrame articular, ausência de dor limitante em joelho, ausência de queixas de falseio do joelho, velocidade plena durante execução dos gestuais esportivos específicos. - KOS-ADLS: ≥ 90% - ACL-RSI: ≥ 77% - LSI extensores de joelho: ≥ 90 - LSI flexores de joelho: ≥ 90 - Salto unipodal para distância (single hop test): LSI ≥ 90 - Salto unipodal triplo para distância (triple hop test): LSI ≥ 90 - Salto unipodal cruzado para distância (cross over hop test): LSI ≥ 90 - Salto unipodal em 6m para tempo (6m timed hop test): LSI ≥ 90 - Teste de agilidade em figura de “T” < 11 seg* - Tempo de retorno: entre 6 e 9 meses atingindo as notas mínimas em todos os critérios acima** * ver item 1.7 ** ver item 1.8 Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 1.2. Critérios clínicos – Tempo aproximado de execução: 7 min Amplitude de movimento de extensão ativa de joelho: completa (avaliada em posição ortostática com goniômetro). Edema/derrame articular: ausência em comparação ao MI contra-lateral (avaliada objetivamente por meio de perimetria com fita métrica + subjetivamente por meio de palpação da fossa poplíteo e sinal da tecla da patela) Dor: ausência de dor articular intensa (limitante) e/ou difusa. Falseio: ausência de queixas de falseio durante AVDs e atividade funcionais. Realização de gestual esportivo em plena velocidade sem queixas limitantes. 1.3. Questionário de Função – Tempo aproximado de execução: 5 min KOS-ADLS (traduzido e adaptado ao português) - Nawasreh et al. BJSM 2017 / Gonçalves RS et al. Clin Rheumatol 2008 Nota de Corte para retorno ao esporte: ≥ 90% O IKDC pode ser utilizado como escala de avaliação funcional. A escolha da mesa pelo KOS- ADLS se deve ao fato de ter um melhor índice de responsividade mesmo em atletas. 1.4. Questionário de Cinesiofobia – Tempo aproximado de execução: 7 min ACL-RSI (traduzido e adaptado ao português) – Webster et al. Phys Ther in Sport 2008 / Silva LO et al. Braz J Phys Ther 2017 Nota de corte para retorno ao esporte: ≥ 77% 1.5. Déficit de força muscular: LSI – Limb Symmetry Index (Índice de Simetria do Membro) LSI = pico de torque do MI operado / pico de torque do MI não operado x 100 Nota de corte para extensores de joelho: LSI ≥ 90 - Grindem et al. BJSM 2016 Nota de corte para flexores de joelho: LSI ≥ 90 - Grindem et al. BJSM 2016 Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 Instrumentos de avaliação da força muscular: a. Avaliação isocinética (pico de torque a 60º/seg) – Padrão ouro / Tempo aproximado de execução: 20 min b. Avaliação isométrica no isocinético (Contração Isométrica Voluntária Máxima – CIVM) – Tempo aproximado de execução: 18 min c. Dinamômetro isométrico manual* - sentado, joelho a 60º de flexão com uso de uma faixa rígida para evitar pressão contrária por parte do terapeuta- Tempo aproximado de execução: 25 min d. Avaliação de 10 Repetições Máximas* - cadeira extensora/flexora (utilizar planilha em excel no anexo para conversão) – Tempo aproximado de execução: 25 min *Ainda não padronizados em pacientes submetidos à reconstrução do LCA, porém apresenta boa correlação com a avaliação isocinética em indivíduos sadios. Whitelev et al. J Sci Med Sport 2012 / Sabino et al. Motriz 2016. 1.6. Hop tests – Tempo aproximado de execução: 22 min - Nawasreh et al. BJSM 2017 LSI – Limb Symmetry Index (Índice de Simetria do Membro) Realizar 1 tentativa de familiarização e 2 tentativas para registro: utilizar a média das 2 Para distância: LSI = MI operado /MI não operado x 100 Para tempo (6m timed hop test): LSI = MI não operado / MI operado x 100 Single Hop test: LSI ≥ 90 Triple hop test: LSI ≥ 90 Cross over hop test: LSI ≥ 90 6m timed hop test: LSI ≥ 90 Observação da mesa: os hop tests podem ser realizados a partir do 5o mês de PO desde que o paciente apresente LSI ≥ 80 no teste de força (para alta o LSI ≥ 90) e que apresente bom controle de salto e aterrissagem durante o tratamento. O padrão de movimento esperado deve ser: pouco ou nenhum valgismo dinâmico do joelho; bom controle de tronco (evitar flexão lateral) e aterrissagem com bom amortecimento (flexão dos MMII) Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 1.7. Teste de agilidade em figura de “T” – Tempo aproximado de execução: 8 min * Não foi desenvolvido como teste isolado para retorno ao esporte, mas sim como parte de uma bateria de testes desenvolvida pelo autor, sendo a nota de corte para o retorno ao esporte com tempo de execução abaixo de 11 segundos. Kyritsis et al. BJSM 2016. Observação da mesa: opção de realização deste teste para atletas de esportes com mudanças de direção em velocidade. 1.8. Tempo de cirurgia - Grindem et al. BJSM 2016 ** Estudo de Grindem et al, demonstrou que no retorno ao esporte após 9 meses de RLCA o índice de re-lesão foi de 19,4%, e quando o retorno ocorreu antes dos 9 meses este índice foi de 39,5%. Observação da mesa: para o retorno ao esporte entre 6 e 9 meses o atleta deve atingir todos os critérios de alta (notas de corte), mas devemos adaptar esses critérios conforme as demandas biomecânicas de cada modalidade esportiva. 2. Critérios de Risco de lesão do Ligamento Cruzado Anterior / Entorse de joelho 2.1. Lista de Critérios de Risco de lesão: - Força muscular de abdutores de quadril: ≤ 35,4% do peso corporal - Força muscular de rotadores laterais de quadril: ≤ 20,3% do peso corporal - SEBT modificado: déficit ≥ 4 cm na direção anterior e escore composto ≤ 94% - LESS: pontuação total < 5, menor risco de lesão de LCA. 2.2. Força muscular de Abdutores de quadril - Khayambashi et al. AJSM 2015 Dinamômetro manual: pico de torque isométrico em kg / peso corporal X 100 Nota de corte: ≤ 35,4% do peso corporal (quanto menor o percentual, maior o risco) 2.3. Força muscular de rotadores laterais de quadril - Khayambashi et al. AJSM 2015 Dinamômetro manual: pico de torque isométrico em kg/peso corporal X 100 Nota de corte: ≤ 20,3% do peso corporal (quanto menor o percentual, maior o risco) Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 2.4. Star Excursion Balance Test modificado (SEBT modificado) - Plisky et al. JOSPT 2006 Nota de corte: diferença ≥ 4 cm na direção anterior em relação ao lado não operado (quanto maior a diferença maior o risco) e SEBT modificado - escore composto ≤ 94% 2.5. Landing Error Scoring System (LESS) – Padua et al. J Athl Train 2015 Nota de corte: pontuação total abaixo de 5 correnponde a um menor risco de lesão de LCA Nota de corte com pontuação total acima de 5 correspondea um maior risco de lesão de LCA 3. Perspectivas Futuras Algumas informações são identificadas na literatura em artigos isolados e precisam de mais estudos para serem mais consolidadas. Tuck jump: teste de saltos com contramovimento, repetitivos, onde o atleta projeta os joelhos o mais próximo possível do tórax. É determinado um tempo, por exemplo 10 segundos, no qual o fisioterapeuta conta o máximo de saltos dados pelo cliente e este sempre é encorajado a reduzir o tempo de contato com o solo. Uma revisão sistemática sobre testes de triagem publicada Fox et al. (2016) não recomendou o uso do Tuck Jump como método para identificar risco de lesão de LCA. Read et al (2016) demonstraram um índice de confiabilidade intra-examinador de 0.88 e Fox et al. (2016) indicam que o Tuck Jump tem uma aplicabilidade mínima na identificação de risco para lesão de LCA em atletas. Read et al. 2016, Myer et al. 2008, Fox et al, 2016 - LEFT: teste de agilidade, velocidade e coordenação motora para membros inferiores, em que o atleta executa 16 gestos esportivos, de forma sequencial, no menor tempo possível, entre 04 cones posicionados em um formato e dimensões específicas. Em um estudo prospectivo, Brumitt (2013) avaliou 193 atletas universitários (110 mulheres) e detectou que aquelas que realizaram o teste com um tempo igual ou maior que 118 segundos apresentaram 06 vezes mais risco de lesão em joelho ao longo da temporada. Brummitt et al. 2013. Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 Referências: Nawasreh Z, Logerstedt D, Cummer K, Axe M, Risberg MA, Snyder-Mackler L. Br J Sports Med. 2017 Sep 27. [Epub ahead of print]. Functional performance 6 months after ACL reconstruction can predict return to participation in the same preinjury activity level 12 and 24 months after surgery. Gonçalves RS, Cabri J, Pinheiro JP. Clin Rheumatol. 2008;27(11):1445-9. Cross-cultural adaptation and validation of the Portuguese version of the Knee Outcome Survey-Activities of Daily Living Scale (KOS-ADLS). Webster KE, Feller JA, Lambros C. Phys Ther Sport. 2008;9(1):9-15. Development and preliminary validation of a scale to measure the psychological impact of returning to sport following anterior cruciate ligament reconstruction surgery. Silva LO, Mendes LMR, Lima POP, Almeida GPL. Braz J Phys Ther. 2017 12. pii: S1413- 3555(17)30417-3. [Epub ahead of print]. Translation, cross-adaptation and measurement properties of the Brazilian version of the ACL-RSI Scale and ACL-QoL Questionnaire in patients with anterior cruciate ligament reconstruction. Grindem H, Snyder-Mackler L, Moksnes H, Engebretsen L, Risberg MA. Br J Sports Med. 2016;50(13):804-8. Simple decision rules can reduce reinjury risk by 84% after ACL reconstruction: the Delaware-OsloACL cohort study. Sabino G S, Felício D C, Guimarães C Q, Abdreu B, Vieira W. Motriz 2016; 22(3): 133-137, Validity analysis of one-repetition maximum strength test for determining the hamstrings-to-quadriceps ratio. Whiteley R, Jacobsen P, Prior S, Skazalski C, Otten R, Johnson A. J Sci Med Sport. 2012 Sep;15(5):444-50. Correlation of isokinetic and novel hand-held dynamometry measures of knee flexion and extension strength testing. Kyritsis P, Bahr R, Landreau P, Miladi R, Witvrouw E. Br J Sports Med. 2016;50(15):946-51. Likelihood of ACL graft rupture: not meeting six clinical discharge criteria before return to sport is associated with a four times greater risk of rupture. Khayambashi K, Ghoddosi N, Straub RK, Powers CM. Am J Sports Med. 2016;44(2):355-61. Hip Muscle Strength Predicts Noncontact Anterior Cruciate Ligament Injury in Male and Female Athletes: A Prospective Study. Plisky PJ, Rauh MJ, Kaminski TW, Underwood FB. J Orthop Sports Phys Ther. 2006;36(12):911-9. Star Excursion Balance Test as a predictor of lower extremity injury in high school basketball players. Padua DA, DiStefano LJ, Beutler AI, de la Motte SJ, DiStefano MJ, Marshall SW. J Athl Train. 2015;50(6):589-95. The Landing Error Scoring System as a Screening Tool for an Anterior Cruciate Ligament Injury-Prevention Program in Elite-Youth Soccer Athletes. Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva – SONAFE www.sonafe.org.br Rua Manacá, 131 – Bairro Campestre – CEP. 09080-350 – Santo André – SP CNPJ. 06.329.324/0001-54 – TEL. (11) 4421.4411/4421.4789 Gregory D. Myer, MS, CSCS, Kevin R. Ford, MS, and Timothy E. Hewett, PhD . Athl Ther Today. 2008 September 1; 13(5): 39–44. Tuck Jump Assessment for Reducing Anterior Cruciate Ligament Injury Risk. Fox AS, Bonacci J, McLean SG, Saunders N.. A Systematic Evaluation of Field-Based Screening Methods for the Assessment of Anterior Cruciate Ligament (ACL) Injury Risk. Sports Med. 2016 May;46(5):715-3, Read PJ, Oliver JL, de Ste Croix MB, Myer GD, Lloyd RS. Reliability of the Tuck Jump Injury Risk Screening Assessment in Elite Male Youth Soccer Players. J Strength Cond Res. 2016 Jun;30(6):1510-6. Fox AS, Bonacci J, McLean SG, Saunders N. Efficacy of ACL injury risk screening methods in identifying high-risk landing patterns during a sport-specific task. Scand J Med Sci Sports. 2017 May;27(5):525-534 Brumitt J, Heiderscheit BC, Manske RC, Niemuth PE, Rauh MJ. Lower extremity functional tests and risk of injury in division iii collegiate athletes. Int J Sports Phys Ther. 2013 Jun;8(3):216-27.
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