Prévia do material em texto
Ligações Atômicas Estruturas Cristalinas e Amorfas Uma melhor compreensão de muitas propriedades físicas dos materiais está baseada no conhecimento das forças inter-atômicas que unem os átomos. Para que possamos entender melhor esse assunto vamos considerar a interação de dois átomos isolados. Ao aproximar dois átomos cada um exerce uma força sobre o outro que é de dois tipos: força de atração (FA) e fora de repulsão (FR). A magnitude dessas forças depende da distância entre os átomos, o equilíbrio entre a força de atração e de repulsão determina a força resultante (FRT), ou seja, os átomos não se aproximam ou se afastam mais, porque as forças que os atraem e os afastam estão em equilíbrio. Quando isso ocorre uma distância entre os átomos é estabelecida, está distância é determinada pela magnitude das forças de atração e repulsão. Como é mais conveniente trabalhar com a energia potencial entre dois átomos do que suas forças, podemos determinar matematicamente a energia de ligação para esses dois átomos e é esta que mantém a ligação entre eles. O gráfico abaixo relaciona essas forças e energias com a distância inter - atômica. Embora esta discussão seja simplificada para apenas dois átomos na natureza a situação não é tão simples. Temos que considerar as interações entre vários átomos. Obviamente uma energia de ligação será associada a cada átomo, e sua magnitude vai depender do tipo de ligação atômica do material e seu estado físico. Por exemplo, material que possuem grande energia de ligação, em geral, também possuem temperaturas de fusão elevadas; a temperatura ambiente, a formação de substâncias sólidas, é favorecida por energia de ligação elevadas enquanto que energia de ligação pequenas favorecem o estado gasoso. Seguindo esse raciocínio é possível relacionar diversas propriedades físicas e mecânicas com a energia de ligação como; rigidez mecânica, temperatura de fusão, coeficiente de expansão térmico linear entre outros. Três tipos diferentes de ligação primária ou ligação química estão presentes nos sólidos. São elas: iônica, covalente e metálica e envolvem os elétrons de valência e como eles formam estruturas eletrônicas estáveis. Para melhor elucidar esse assunto vejamos isoladamente os tipos de ligação primária. Ligação iônica: Caracterizada pela composição de elementos metálicos com elementos não-metálicos, como os elementos metálicos perdem os elétrons de valência para os não metálicos isso permite que todos os átomos adquiram configurações estáveis. Um exemplo característico é o do sal de cozinha (cloreto de sódio). Como a ligação iônica é considerada não direcional, isto é, a magnitude da ligação é igual em todas as direções ao redor do íon. A consequência disso é a de que os íons positivos devem ser circundados por íons negativos para que a estrutura seja estável. Isso impede a movimentação atômica o que caracteriza esses materiais como duros e frágeis.Já que a energia de ligação é considerada alta esses materiais apresentam elevada temperatura de fusão, além disso, são isolantes térmicos e elétricos. Ligação covalente: Neste tipo de ligação as configurações estáveis são adquiridas com o compartilhamento de elétrons entre os átomos. Estes elétrons podem ser considerados como pertencentes a ambos os átomos, dessa forma a ligação covalente é direcional. Ligações covalentes podem ser muito fortes, como no caso do diamante, que é muito duro e possui temperatura de fusão e levada (3550Ë¿C), ou podem ser muito fracas como ocorre com o bismuto onde a temperatura de fusão é muito baixa (270ºC). Como característica das ligações direcionais os elétrons não estão livres para se movimentar no interior da estrutura sólida, portanto esses materiais são maus condutores elétricos e térmicos. Ligação metálica: A ligação metálica é encontrada nos metais e nas suas ligas. Em um modelo simples que explica esse tipo de ligação os elétrons de valência não estão ligados a um átomo em particular no sólido, mas se encontram relativamente livres para se movimentar por todo o metal. Eles podem ser considerados como um “mar de elétrons” ou uma “nuvem de elétrons” o restante da estrutura é formada por núcleos iônicos. Os elétrons livres protegem os núcleos iônicos, carregados positivamente das forças eletrostáticas mutuamente repulsivas que eles iriam, de outra forma exercer uns sobre os outros; consequentemente a ligação metálica exibe uma natureza não direcional. São, então, os elétrons livres que mantém unidos os núcleos iônicos. Como alguns comportamentos gerais dos sólidos podem ser explicados pelo tipo de ligação. Os metais, por terem elétrons livres são bons condutores térmicos e elétricos, outra característica implícita da ligação metálica é o comportamento dúctil, a temperatura ambiente, da maioria dos metais e suas ligas. Ligações secundárias: As ligações secundárias ou forças de Van der Walls são ligações fracas, em comparação as ligações primarias. Produzidas por dipolos atômicos ou moleculares como exemplo mais comum temos a “ponte de hidrogênio”. Essas interações, atômicas ou moleculares fracas são responsáveis por diversas propriedades dos sólidos com grande influência nos polímeros.