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CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA FUNDAMENTOS A CIÊNCIA DOS MATERIAIS AULA 2 – FORÇAS E ENERGIA DE LIGAÇÃO 2 1. Introdução Nesta aula serão trabalhados tópicos sobre os principais tipos de ligação encontradas nos materiais, bem como a influência em suas propriedades. 2. Forças e energia de ligação Uma compreensão de muitas das propriedades físicas dos materiais se deve pelo conhecimento das forças interatômicas que unem os átomos uns aos outros. Possivelmente, os princípios das ligações atômicas são mais bem ilustrados considerando-se como dois átomos isolados interagem conforme se aproximam um do outro a partir de uma distância de separação infinita. A grandes distâncias (entre os átomos vizinhos), as interações são desprezíveis, pois os átomos estão muito distantes para se influenciarem; no entanto, em pequenas distâncias de separação cada átomo exerce forças sobre o outro. Essas forças são de dois tipos, atrativa (FA) e repulsiva (FR), e a magnitude de cada uma depende da separação ou da distância interatômica (r) [1]. A Figura 1a é um diagrama esquemático de FA e FR em função de r (separação entre os átomos). A origem de uma força atrativa FA depende do tipo particular de ligação que existe entre os dois átomos, como será discutido em breve. As forças repulsivas surgem de interações entre as nuvens eletrônicas carregadas negativamente dos dois átomos e são importantes apenas para pequenos valores de r, na medida em que as camadas eletrônicas mais externas dos dois átomos começam a se sobrepor (Figura 1a) [1]. A força resultante F entre os dois átomos é simplesmente a soma das componentes de atração e de repulsão; isto é: F = FA + FR. Quando as forças são iguais e de sentido opostos, temos que FA + FR = 0 e existe um estado de equilíbrio. Os centros dos dois átomos permanecerão separados pela distância de equilíbrio r0, como indicado na Figura 1a. Para muitos átomos r0 é de aproximadamente 0,3 nm. Uma vez nessa posição, qualquer tentativa em mover os dois átomos para separá-los será contrabalançada pela força atrativa, enquanto uma tentativa de aproximar os átomos sofrerá a resistência da crescente força repulsiva [1]. 3 Figura 1: (a) Força de atração e repulsão versus distância interatômica. (b) Energias atrativas e repulsivas versus distância interatômica [1]. A Figura 1b mostra as energias potenciais atrativa, repulsiva e resultante em função da separação interatômica para dois átomos. A curva da energia resultante é a soma das curvas para as energias atrativa e repulsiva. O mínimo na curva da energia resultante corresponde à distância de equilíbrio, r0. Adicionalmente, a energia de ligação para esses dois átomos, E0, corresponde à energia nesse ponto de mínimo (também mostrado na Figura 1b); ela representa a energia que seria necessária para separar esses dois átomos até uma distância de separação infinita [1]. 4 Embora o tratamento anterior trate de uma situação ideal envolvendo apenas dois átomos, uma condição semelhante, porém mais complexa, existe para os materiais sólidos uma vez que devem ser consideradas as interações de força e de energia entre muitos átomos [1]. A Figura 2 mostra um esquema do gráfico da energia de ligação. Figura 2: Gráfico de energia de ligação para o H2. A magnitude dessa energia de ligação e a forma da curva da energia em função da separação interatômica variam de material para material, e ambas dependem do tipo da ligação atômica. Além disso, inúmeras propriedades dos materiais dependem do valor de da forma da curva e do tipo da ligação. Por exemplo, materiais que possuem grandes energias de ligação em geral também possuem temperaturas de fusão elevadas; à temperatura ambiente, a formação de substâncias sólidas é favorecida por energias de ligação elevadas, enquanto o estado gasoso é favorecido por pequenas energias de ligação; os líquidos prevalecem quando as energias de ligação possuem magnitude intermediária. Adicionalmente, como será discutido nas próximas aulas, a rigidez mecânica (ou módulo de elasticidade) de um material depende da forma da sua curva força versus separação Interatômica. Para um material relativamente rígido, a inclinação da curva na posição r = ro será bastante íngreme; as inclinações são menos íngremes para materiais mais flexíveis. Além disso, o quanto um material se expande durante o aquecimento ou se 5 contrai no resfriamento (isto é, seu coeficiente linear de expansão térmica) está relacionado à forma da sua curva de E0 versus r0 [1]. Um "vale" profundo e estreito, que ocorre tipicamente para os materiais que possuem energias de ligação elevadas, está relacionado normalmente a um baixo coeficiente de expansão térmica e a alterações dimensionais relativamente pequenas em resposta a mudanças na temperatura [1]. Desta forma, uma vale estreito representa um material que se expande pouco com a temperatura e um vale largo representa um material que se expande muito com a temperatura (Figura 3). Figura 3: Energia de ligação Três tipos diferentes de ligações primárias ou ligações químicas são encontrados nos sólidos: iônica, covalente e metálica. Para cada tipo, a ligação envolve necessariamente os elétrons de valência; além disso, a natureza da ligação depende das estruturas eletrônicas dos átomos constituintes Em geral, cada um desses três tipos de ligação origina-se da tendência dos átomos adquirirem estruturas eletrônicas estáveis como aquelas dos gases inertes, preenchendo completamente a camada eletrônica mais externa [1]. Também são encontradas forças e energias secundárias, ou físicas, em muitos materiais Sólidos; elas são mais fracas que as primárias, mas ainda assim influenciam as propriedades físicas de alguns materiais. 6 3. Ligações interatômicas primárias 3.1. Ligação iônica Talvez a ligação iônica seja a mais fácil de ser descrita e visualizada. Ela é encontrada sempre nos compostos cuja composição envolve tanto elementos metálicos quanto não metálicos, ou seja, elementos que estão localizados nas extremidades horizontais da tabela periódica. Os átomos de um elemento metálico perdem com facilidade seus elétrons de valência para os átomos de elementos não metálicos. Nesse processo, todos os átomos adquirem configurações estáveis ou de gás inerte e, além disso, uma carga elétrica; isto é, eles se tornam íons. O cloreto de sódio (NaCI) é o material iónico clássico. Um átomo de sódio pode assumir a estrutura eletrônica do neônio (e uma carga resultante positiva unitária) pela transferência do seu único elétron de valência 3s para um átomo de cloro. Após essa transferência, o íon cloro adquire uma carga resultante negativa e uma configuração eletrônica idêntica àquela do argônio. No cloreto de sódio, todo o sódio e todo o cloro existem como íons. Este tipo de ligação está ilustrado esquematicamente na Figura 4. Figura 4: Esquema da representação do cloreto de sódio (NaCl) [1,2]. A ligação iónica é denominada não direcional; isto é, a magnitude da ligação é igual em todas as direções ao redor do íon. Um exemplo de ligação não direcional está representado na Figura 4 pelo NaCl. Observa-se um arranjo tridimensional onde todos os íons vizinhos exercem influência sobre os outros. A contribuição de todos os átmos 7 fazem com que eles sejam estáveis como estrutura. A ligação predominante nos materiais cerâmicos é a ligação iônica [1]. As energias de ligação, que variam geralmente entre 600 e 1500 kJ/mol (3 e 8 eV/átomo), são relativamente grandes, o que se reflete em temperaturas de fusão elevadas: A Tabela 1 contém as energias de ligação e as temperaturas de fusão para vários materiais iônicos. Os materiais iônicos são, caracteristicamente, duros e frágeis e, além disso,isolantes elétricos e térmicos [1]. Tabela 1: Energias de ligação e temperatura de fusão. Observe pela Tabela 1 que quanto maior a energia de ligação entre os átomos, maior a temperatura de fusão. Em outras palavras, você precisará de mais energia para fundir materiais que possuem uma grande energia aproximando às moléculas. 3.2. Ligação Covalente Na ligação covalente as configurações eletrônicas estáveis são adquiridas pelo compartilhamento de elétrons entre átomos adjacentes. Dois átomos, que estão ligados de maneira covalente, contribuirão cada um com pelo menos um elétron para a ligação e os elétrons compartilhados podem ser considerados como pertencentes a 8 ambos os átomos A ligação covalente está ilustrada esquematicamente na Figura 5 para uma molécula de metano (CH4). Figura 5: Esquema da representação do cloreto de sódio (NaCl) [3]. O átomo de carbono possui quatro elétrons de valência, enquanto cada um dos quatro átomos de hidrogênio possui um único elétron de valência. Cada átomo de hidrogênio pode adquirir uma configuração eletrônica igual à do hélio (dois elétrons de valência 1s) quando o átomo de carbono compartilha com ele um elétron. O carbono possui agora quatro elétrons compartilhados adicionais, um de cada átomo de hidrogênio, completando um número total de oito elétrons de valência, e a estrutura eletrônica do neônio. A ligação covalente é direcional; isto é, ela ocorre entre átomos específicos e pode existir apenas na direção entre um átomo e o outro que participa do compartilhamento dos elétrons. Muitas moléculas elementares de ametais (H2, Cl2, F2 etc.), assim como moléculas que contêm átomos diferentes tais como CH4, H2O e HF estão ligadas covalentemente. Além disso, esse tipo de ligação é encontrado em sólidos elementares, tais como o diamante (carbono), o silício e o germânio, assim como em outros compostos sólidos cuja composição inclui elementos localizados no lado direito da tabela periódica. O número de ligações covalentes que é possível para um átomo particular é determinado pelo número de elétrons de valência. Para N' elétrons de valência, um átomo pode ligar-se covalentemente a, no máximo, 8 - N' outros átomos. Por exemplo, N' = 7 para o cloro e 8 - N' = 1, 0 que significa que um átomo de cloro pode ligar-se a 9 apenas outro átomo, como ocorre no Cl2. De maneira semelhante, para o carbono, N' = 4 e cada átomo de carbono possui 8 - 4, ou quatro, elétrons para compartilhar. O diamante é simplesmente a estrutura tridimensional de interconexão na qual cada átomo de carbono se liga covalentemente a outros quatro átomos de carbono. Esse arranjo está representado na Figura 6 [1]. Figura 6: Estrutura do diamante [4]. As ligações covalentes podem ser muito fortes, como no diamante, que é muito duro e que possui uma temperatura de fusão muito elevada, > 3550 ºC (6400ºF), ou podem ser muito fracas, como no bismuto, que se funde aproximadamente a 270ºC (518 ºF). As energias de ligação e as temperaturas de fusão de uns poucos materiais ligados covalentemente estão apresentadas na Tabela 1. Os materiais poliméricos são típicos desse tipo de ligação, sendo a estrutura molecular básica desses materiais frequentemente composta por uma longa cadeia de átomos de carbono que estão ligados covalentemente uns aos outros por meio de duas das quatro ligações disponíveis em cada átomo. As duas ligações restantes são normalmente compartilhadas com outros átomos, que também estão ligados aos átomos de carbono por ligações covalentes [1]. É possível a existência de ligações interatômicas que são parcialmente iônicas e parcialmente covalentes e, de fato, muito poucos compostos exibem ligações puramente iônicas ou covalentes. Para um composto, o grau de cada tipo de ligação depende das posições relativas dos átomos constituintes na tabela periódica ou da diferença entre as suas eletronegatividades. Quanto maior for a separação (tanto horizontalmente quanto verticalmente) do canto inferior esquerdo para o canto superior direito (isto é, quanto maior for a diferença entre as eletronegatividades), mais iônica será a ligação. De maneira contrária, quanto mais próximos estiverem os átomos (isto é, 10 quanto menor for a diferença entre as eletronegatividades), maior será o grau de covalência. O percentual de caráter iônico (%CI) de uma ligação entre dois elementos A e B (na qual A é o elemento mais eletronegativo) pode ser aproximado pela expressão [1]: %𝐶𝐼 = {1 − exp[−(0,25)(𝑋𝐴 − 𝑋𝐵) 2]} . 100 Onde XA e XB são as eletronegatividades de A e B, respectivamente. 3.3. Ligação Metálica A ligação metálica é encontrada nos metais e nas suas ligas. Um modelo relativamente simples foi proposto, que muito se aproxima da configuração dessa ligação. Os materiais metálicos possuem um, dois, ou no máximo três elétrons de valência. Nesse modelo, esses elétrons de valência não estão ligados a qualquer átomo em particular no sólido e estão mais ou menos livres para se movimentar ao longo de todo o metal. Eles podem ser considerados como pertencentes ao metal como um todo, ou como se formassem um "mar de elétrons" ou uma "nuvem de elétrons". Os elétrons restantes, os que não são os elétrons de valência, juntamente com os núcleos atômicos, formam o que é denominado como núcleos iónicos, os quais possuem uma carga resultante positiva com magnitude equivalente à carga total dos elétrons de valência por átomo. A Figura 7 é uma ilustração esquemática da ligação metálica [1]. Figura 7: Esquema da ligação metálica [5]. 11 Os elétrons livres protegem os núcleos iônicos carregados positivamente das forças eletrostáticas mutuamente repulsivas que os núcleos iriam, de outra forma, exercer uns sobre os outros; consequentemente, a ligação metálica exibe uma natureza não direcional. Adicionalmente, esses elétrons livres atuam como uma "cola", que mantém unidos os núcleos iônicos. As energias de ligação e as temperaturas de fusão para vários metais estão listadas na Tabela 1. A ligação pode ser fraca ou forte; as energias variam entre 68 kJ/mol (0,7 eV/átomo) para o mercúrio e 849 kJ/mol (8,8 eV/átomo) para o tungstênio. As respectivas temperaturas de fusão para esses metais são de -39 ºC e 3410 °C (-38 ºC e 6170 ºF) [1]. Alguns comportamentos gerais dos vários tipos de materiais podem ser explicados pelo tipo de ligação. Por exemplo, os metais são bons condutores tanto de calor quanto de eletricidade, como uma consequência dos seus elétrons livres. Em contraste, os materiais ligados ionicamente e covalentemente são tipicamente isolantes elétricos e térmicos, devido à ausência de grandes números de elétrons livres. Nas próximas aulas vamos observar que à temperatura ambiente a maioria dos metais e suas ligas falha de uma maneira dúctil; isto é, a fratura ocorre após os materiais apresentarem níveis significativos de deformação permanente. Esse comportamento é explicado em termos do mecanismo da deformação, o qual está implicitamente relacionado às características da ligação metálica. De maneira contrária, à temperatura ambiente os materiais que apresentam ligações iónicas são intrinsecamente frágeis, em consequência da natureza eletricamente carregada dos íons que os compõem. 4. Ligações interatômicas secundárias ou de van der Waals As ligações secundárias, de van der Waals, ou físicas são ligações fracas quando comparadas às ligações primárias ou químicas; as energias de ligação são tipicamente da ordem de apenas 10 kJ/ mol (0,1 eV/átomo). As ligações secundárias existem entre virtualmente todos os átomos ou moléculas, mas sua presença pode ficar obscurecida se qualquer um dos três tipos de ligação primária estiver presente. A ligação secundária fica evidente nos gases inertes, que possuem estruturas eletrônicas estáveise ainda entre as moléculas em estruturas moleculares que são ligadas covalentemente. As forças de ligação secundárias surgem a partir de dipolos atômicos ou moleculares. Essencialmente, um dipolo elétrico existe sempre que há alguma 12 separação entre as partes positiva e negativa de um átomo ou molécula. A ligação resulta da atração de Coulomb entre a extremidade positiva de um dipolo e a região negativa de um dipolo adjacente, como indicado na Figura 8. Figura 8: Ilustração da ligação entre dois dipolos. As interações de dipolo ocorrem entre dipolos induzidos, entre dipolos induzidos e moléculas polares (que possuem dipolos permanentes) e entre moléculas polares. A ligação de hidrogênio, um tipo especial de ligação secundária, é encontrada entre algumas moléculas que possuem hidrogênio como um dos seus átomos constituintes. 4.1. Dipolo induzido flutuante Um dipolo pode ser criado ou induzido em um átomo ou molécula que, normalmente, é eletricamente simétrico; isto é, a distribuição espacial global dos elétrons é simétrica em relação ao núcleo carregado positivamente, como mostrado na Figura 9a. Todos os átomos apresentam movimentos constantes de vibração, que podem causar distorções instantâneas e de curta duração nessa simetria elétrica em alguns átomos ou moléculas com a consequente criação de pequenos dipolos elétricos, como representado na Figura 9b. Um desses dipolos pode, por sua vez, produzir um deslocamento na distribuição eletrônica de uma molécula ou átomo adjacente, o que induz a segunda molécula ou átomo a também tornar-se um dipolo, que fica então fracamente atraído ou ligado ao primeiro; este é um tipo de ligação de van der Waals. Essas forças atrativas podem existir entre grandes números de átomos ou moléculas, cujas forças são temporárias e flutuam ao longo do tempo. 13 Figura 9: (a) átomo eletricamente simétrico e (b) dipolo induzido A liquefação e, em alguns casos, a solidificação dos gases inertes e de outras moléculas eletricamente neutras e simétricas, tais como H2 e o Cl2, são consequências desse tipo de ligação. As temperaturas de fusão e de ebulição são extremamente baixas para os materiais em que há uma predominância da ligação por dipolos induzidos; dentre todos os tipos de ligações intermoleculares possíveis, essas são as mais fracas As energias de ligação e as temperaturas de fusão para o argônio e o cloro também estão listadas na Tabela 1 [1]. 4.2. Ligações entre Moléculas Polares e Dipolos Induzidos Momentos dipolares permanentes existem em algumas moléculas, em virtude de um arranjo assimétrico de regiões carregadas positivamente e negativamente; tais moléculas são denominadas moléculas polares. A Figura 10 é uma representação esquemática de uma molécula de ácido clorídrico; um momento dipolar permanente surge das cargas positiva e negativa resultantes, que estão associadas, respectivamente, às extremidades contendo o hidrogênio e o cloro na molécula de HCℓ. Figura 10: Representação do dipolo de uma molécula de HCℓ. 14 As moléculas polares também podem induzir dipolos em moléculas apolares adjacentes e uma ligação se formará como resultado das forças de atração entre as duas moléculas. Além disso, a magnitude dessa ligação será maior que aquela associada aos dipolos induzidos flutuantes. 4.3. Ligações de Dipolos Permanentes Forças de van der Waals também existirão entre moléculas polares adjacentes. As energias de ligação associadas são significativamente maiores que para as ligações que envolvem dipolos induzidos. O tipo mais forte de ligação secundária, a ligação de hidrogênio, é um caso especial de ligação entre moléculas polares. Ela ocorre entre moléculas nas quais o hidrogênio está ligado covalentemente ao flúor (como no HF), oxigênio (como na H2O) e nitrogênio (como no NH3). Em cada ligação H—F, H—O ou H—N, o único elétron do hidrogênio é compartilhado com o outro átomo. Dessa forma, a extremidade da ligação contendo o hidrogênio é essencialmente um próton isolado carregado positivamente, que não é neutralizado por qualquer elétron. Essa extremidade carregada, altamente positiva, da molécula é capaz de exercer uma grande força de atração sobre a extremidade negativa de uma molécula adjacente, como demonstrado na Figura 11 para o HF. Essencialmente, esse único próton forma uma ponte entre dois átomos com cargas negativas. Figura 11: Representação de uma ligação de hidrogênio entre duas moléculas de HF. A magnitude da ligação de hidrogênio é geralmente maior que aquela para os outros tipos de ligações secundárias e pode ser tão elevada quanto 51 kJ/moI (0,52 eV/moIécuIa), como mostrado na Tabela 1. As temperaturas de fusão e de ebulição 15 para o HF e a água são anormalmente elevadas para os seus baixos pesos moleculares, em consequência da ligação de hidrogênio. 5. Referências [1] Callister, William D., Rethwisch, David G. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma introdução, 8ª Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2012. [2] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ionlattice-fcc.svg [3] https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Covalent.svg [4] https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Diamond_and_graphite2.jpg [5] https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/Metallic_bonding.svg [6] Askeland, Donald R., Fulay, Pradeep P., Wright, Wendelin J., The Science and Engineering of Materials, 6ª edição, Cengage Learning: Stanford, 2011. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ionlattice-fcc.svg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Covalent.svg https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d9/Diamond_and_graphite2.jpg
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