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Delegado Geral 2a Edição @legislacaodestacada 1 LEIS ABRANGIDAS NO PLANO DIREITO CIVIL LINDB CC/02 (Parte Geral, Obrigações, Direito das Coisas) DIREITO PROCESSUAL CIVIL CPC/15 DIREITO PENAL CP DIREITO PROCESSUAL PENAL CPP LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL LEI 8072/90 - Crimes Hediondos LEI 11343/06 – Lei de Drogas LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha LEI 9099/95 - JECCrim Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura LEI 12850/13 – Organização Criminosa LEI 9613/1998 – Lavagem de Dinheiro LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito LEI 9296/96– Interceptação Telefônica LEI 7960/89 – Prisão Temporária LEI 9605/98 - Crimes Contra o Meio Ambiente DIREITO CONSTITUCIONAL CF/88 (até art. 144) DIREITO EMPRESARIAL Empresarial no CC/08 DIREITO TRIBUTÁRIO Tributário na CF/88 DIREITO ADMINISTRATIVO LEI 8987/95 - Serviços Públicos LEI 9784/99 - Processo Administrativo LEI 8429/92 - Improbidade Administrativa LEI 8666/96 - Licitações e Contratos: LEI 11079 – PPP @legislacaodestacada 2 SUMÁRIO Dia 1 Constituição Federal: art. 1° - 5° LINDB Código Penal: art. 1° - 19 Código Processo Penal: art. 1° - 62 5 Dia 2 Constituição Federal: art. 6° - 13 Código Civil: art. 1° - 52 Código Penal: art. 20 - 42 Código Processo Penal: art. 63 - 91 25 Dia 3 Constituição Federal: art. 14-31 Código Civil: art. 53-103 Código Penal: art. 43-90 Código Processo Penal: art. 92-148 42 Dia 4 Constituição Federal: art. 32-58 Código Civil: art. 104-188 Código Penal: art. 91-129 Código Processo Penal: art. 149 - 201 68 Dia 5 Constituição Federal: art. 59-91 Código Civil: art. 189-285 Código Penal: art. 130-183 Código Processo Penal: art. 202-300 Empresarial (CC/02): art. 887-926 99 Dia 6 Constituição Federal: art. 92-126 Código Civil: art. 286-388 Código Penal: art. 184 - 234-B Código Processo Penal: art. 301-392 Empresarial (CC/02): art. 966-1038 145 Dia 7 Constituição Federal: art. 127-144 Código Civil: art. 389-420 Código Penal: art. 235 – 311-A Código Processo Penal: art. 394 - 475 Empresarial (CC/02): art. 1039-1065 177 Dia 8 Constituição Federal: art. 163-192 Código Civil: art. 1196-1237 Código Penal: art. 312 - 359-H Código Processo Penal: art. 476-555 Empresarial (CC/02): art. 1066-1149 Tributário na CF/88: art. 145-152 201 Dia 9 Código Civil: art. 1238-1287 LEI 8072/90 - Crimes Hediondos LEI 11343/06 – Lei de Drogas Código Processo Penal: art. 563-646 Empresarial (CC/02): art. 1150-1195 Tributário na CF/88: art. 152-162 246 Dia 10 Código Civil: art. 1288-1358-A Código Processo Penal: art. 647-667/791-809 LEI 8987/95 - Serviços Públicos LEI 9784/99 - Processo Administrativo 286 Dia 11 Código Civil: art. 1359-1411 LEI 10826/03 – Estatuto do Desarmamento LEI 8429/92 - Improbidade Administrativa 319 Dia 12 332 @legislacaodestacada 3 Código Civil: art. 1412-1450 LEI 11340/06 – Lei Maria da Penha Dia 13 Código Civil: art. 1451-1510-E LEI 8666/96 - Licitações e Contratos: Art. 1-19 LEI 10671/03 - Estatuto do Torcedor 339 Dia 14 LEI 13260/16 - Lei Antiterrorismo LEI 10741/10 - Idoso LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 60-95 LEI 8666/96 - Licitações e Contratos: Art. 20-37 348 Dia 15 Lei Nº 4.898/1965 - Abuso de Autoridade Lei Nº 9.455/1997 - Crimes de Tortura LEI 8666/96 - Licitações e Contratos: Art. 38-53 359 Dia 16 LEI 12850/13 – Organização Criminosa LEI 9613/1998 – Lavagem de Dinheiro LEI 9503/97 – Crimes de Trânsito LEI 8666/96 - Licitações e Contratos: Art. 54-124 365 Dia 17 LEI 12830/13 - Investigação criminal LEI 7210/84 – LEP: Art.1-119 381 Dia 18 DECRETO-LEI 3688/41 - Contravenções Penais (Parte Geral) LEI 11079 – PPP: art. 1-13 LEI 7210/84 – LEP: Art.120-204 392 Dia 19 LEI 11079 – PPP: art. 14-29 LEI 9296/96– Interceptação Telefônica LEI 8078/90 – Crimes no CDC LEI 8069/90 - Crimes no ECA LEI 7960/89 – Prisão Temporária 401 @legislacaodestacada 4 DIA 1 Constituição Federal: art. 1° - 5° LINDB Código Penal: art. 1° - 19 Código Processo Penal: art. 1° - 62 CONSTITUIÇÃO FEDERAL CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO Sociológica Lassale Soma dos fatores reais de poder. “Mera folha de papel” Para Lassale, coexistem em um Estado duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país; e outra, escrita, que consistiria apenas numa “folha de papel”. Política Schimtt Decisão política fundamental. Diferenciava Constituição de lei constitucional. Constituição: decisão política fundamental. Lei constitucional: pode ou não representar a Constituição, não dizendo respeito à decisão política fundamental. A Constituição seria fruto da vontade do povo, titular do poder constituinte; por isso mesmo é que essa teoria é considerada decisionista ou voluntarista. Jurídica Kelsen Norma hipotética fundamental. Sentido lógico-jurídico: fundamento transcendental de sua validade. Norma hipotética fundamental. Sentido jurídico-positivo: serve de fundamento para as demais normas. A Constituição é o pressuposto de validade de todas as leis Culturalista Michele Ainis Fato cultural, tomando por base os direitos fundamentais pertinentes à cultura Aberta Peter Haberle Pode ser interpretada por qualquer do povo, não só pelos juristas Pluralista Gustavo Zagrebelsky Princípios universais Força Normativa da Constituição Konrad Hesse Resposta à concepção sociológica de Lassale. A constituição escrita, por ter um elemento normativo, pode ordenar e conformar a realidade política e social, ou seja, é o resultado da realidade, mas também interage com esta, modificando-a, estando aí situada a força normativa da Constituição. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES Orgânico Estrutura do estado Limitativos Direitos fundamentais – limitam atuação estatal Sócioideológico Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao longo da CF. De estabilização Asseguram solução de conflitos institucionais e protegem a integridade da Constituição e do Estado Formais de Interpretação e aplicação da Constituição aplicabilidade MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL Jurídico/ Hermenêutico Clássico Ernerst Fosthoff Identidade entre Constituição e Leis. Utiliza critérios de Savigny Tópico problemático Theodor Viehweg Problema-norma. Estudo da norma através de um problema Hermenêutico Concretizador Hesse Norma-problema. Parte-se de pré-compreensões para se chegar ao sentido da norma. Interpretação concretizadora. Constituição tem força para compreender e alterar a realidade. Normativo estruturante Frederic Muller Parte-se do direito positivo para se chegar à norma. Colhe elementos da realidade social para se chegar à norma Científico espiritual Ruldof Smend Não utiliza-se apenas valores consagrados na Constituição, mas também valores extra- constitucionais, como a realidade social e cultura do povo. Interpretação sistêmica. Concretista da Constituição Aberta Peter Haberle Interpretação por todo o povo, não apenas pelos juristas Comparação Peter Haberle Comparar com as diversas Constituições. Princípios da interpretação constitucional Princípio da supremacia da Constituição Toda interpretação constitucional se assenta no pressuposto da superioridade jurídica da Constituição sobre os demais atos normativos no âmbito do Estado. Assim, em razão da supremacia constitucional, nenhum ato jurídico ou manifestação de vontade pode subsistir validamente se for incompatível com a Lei Fundamental. Em razão da superlegalidade formal (Constituição como fonte primária da produção normativa, identificando competências e procedimentos para a elaboração dos atos normativos inferiores) e material da Constituição (subordina o conteúdo de toda a atividade normativa estatal à conformidade com os princípios e regras da Constituição), surge o controle de constitucionalidade ( judicial review ), que nada mais é do que uma técnicade atuação da supremacia da Constituição. Princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público a) Não sendo evidente a inconstitucionalidade, havendo dúvida ou a possibilidade de razoavelmente se considerar a norma como válida, deve o órgão competente abster-se da declaração de inconstitucionalidade. b) Havendo alguma interpretação possível que permita afirmar-se a compatibilidade da norma com a Constituição, em meio a outras que carreavam para ela um juízo de invalidade, deve @legislacaodestacada 5 o intérprete optar pela interpretação legitimadora, mantendo o preceito em vigor. O princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público (presunção juris tantum, frise-se) é uma decorrência do princípio geral da separação dos Poderes e funciona como fator de autolimitação da atividade do Judiciário que, em reverência à atuação dos demais Poderes, somente deve invalidar os atos diante de casos de inconstitucionalidade flagrante e incontestável. Princípio da interpretação conforme a Constituição Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição (ainda que não seja a que mais obviamente decorra de seu texto) e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional. Princípio da unidade da Constituição A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados (interpretação sistêmica) em um sistema unitário de regras e princípios. Princípio do efeito integrador ou da eficácia integradora Na resolução dos problemas jurídico- constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política, ou seja, as normas constitucionais devem ser interpretadas com o objetivo de integrar política e socialmente o povo de um Estado Nacional Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade Consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico. Tal princípio exige a tomada de decisões racionais, não abusivas, e que respeitem os núcleos essenciais de todos os direitos fundamentais. Como parâmetro, é possível destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes elementos: a) Necessidade: por alguns denominada exigibilidade, a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por outra menos gravosa. b) Adequação: também chamada de pertinência ou idoneidade, quer significar que o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido. c) Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em máxima efetividade e mínima restrição. Princípio da máxima efetividade Também chamado de princípio da eficiência ou da interpretação efetiva, o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social. Princípio da força normativa Os aplicadores da Constituição, entre as interpretações possíveis, devem adotar aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais, conferindo-lhes sentido prático e concretizador, em clara relação com o princípio da máxima efetividade ou eficiência. Princípio da justeza ou da conformidade (exatidão ou correção) funcional O STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. O seu intérprete final não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido. Princípio da concordância prática ou harmonização Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e interna- cional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. • O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâ- metro de controle da constitucionalidade de uma norma. • O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. • Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que permearão a textualização a seguir, apresentando o pro- cesso que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. • O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em segui- da e até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e indi- viduais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. • Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se configura como um elemento que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídico ao conectar os valores do passado - a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo le- gislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a chegar. • A invocação à proteção de Deus não tem força normativa. • O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém rele- @legislacaodestacada 6 vância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor inter- pretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade (STF). • N ão tem força normativa, embora provenha do mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a constituição; • É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF); • Não integra o bloco de constitucionalidade; • Não cria direitos nem estabelece deveres; • Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da constituição; • Está sujeito à incidência de EC; • A jurisprudência do STF vem adotando, quanto ao valor jurídi- co do preâmbulo constitucional, a TEORIA DA IRRELEVÂNCIAJURÍDI- CA. Natureza Jurídica do Preâmbulo Tese da irrelevância jurídica O preâmbulo situa-se no domínio da política, sem relevância jurídica (posição do STF). ATENÇÃO: Apesar de o preâmbulo não possuir força normativa, ele traz as intenções, o sentido, a origem, as justificativas, os objetivos, os valores e os ideais de uma Constituição, servindo de vetor interpretativo. Trata-se, assim, de um referencial interpretativo-valorativo da Constituição. Tese da plena eficácia O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de forma não articulada. Tese da relevância jurídica indireta Ponto intermediário entre as duas, já que, muito embora participe "das características jurídicas da Constituição'', não deve ser confundido com o articulado TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais PRINCÍPIOS REGRAS Normas mais amplas, abstratas, genéricas. Normais mais específicas, delimitadas, determinadas. Alexy: princípios são mandamentos de otimização, que devem ser cumpridos na maior intensidade possível. Devem ser cumpridas integralmente (all or nothing). Ex: dignidade da pessoa humana. Ex: eleição para Presidente da República. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos (SO-CI-DI-VA-PLU): I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Consti- tuição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (regra do verbo): I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações inter- nacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, vi- sando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Historicidade O que se entende por direitos fundamentais depende do entendimento de uma sociedade em um determinado tempo, variam de acordo com o correr da história, não são conceitos herméticos e fechados. Há uma variação no tempo e no espaço. Inalienabilidade São direitos sem conteúdo econômico patrimonial, não podem ser comercializados ou permutados. Imprescritibilidade São sempre exigíveis, não é porque não foram exercidos que deixam de pertencer ao indivíduo. Irrenunciabilidade O indivíduo pode não exercer os seus direitos, mas não pode renunciar a eles. Também deve ser relativizada pela vida moderna. Relatividade Não são direitos absolutos. Se houver um choque entre os direitos fundamentais, serão resolvidos por um juízo de ponderação ou pela aplicação do princípio da proporcionalidade. Personalidade Os direitos fundamentais não se transmitem. Concorrência e cumulatividade Os direitos fundamentais são direitos que podem ser exercidos ao mesmo tempo. Universalidade Os direitos fundamentais são universais, independentemente, de as nações terem assinado a declaração, devem ser reconhecidos em todo o planeta, independentemente, da cultura, política e sociedade. Essa característica é polêmica, porque existem os relativistas culturais que afirmam que os direitos fundamentais não podem ser universais porque devem ser reconhecidos na medida da cultura de cada sociedade. Proibição de retrocesso Não se pode retroceder nos avanços históricos conquistados. Segundo Canotilho, o núcleo essencial dos direitos sociais já realizado e efetivado através de medidas legislativas deve considerar-se constitucionalmente garantido, sendo inconstitucionais quaisquer medidas que, sem a criação de outros esquemas alternativos e compensatórios, se traduzam na prática numa “anulação”, “revogação” pura e simples. @legislacaodestacada 7 Constitucionalização A locução direitos fundamentais é reservada aos direitos consagrados em diplomas normativos de cada Estado, enquanto a expressão direitos humanos é empregada para designar pretensões de respeito à pessoa humana, inseridas em documentos de direito internacional. TEORIA DOS STATUS (Georg Jellinek) Status passivo (ou status subjectionis) O indivíduo é detentor de deveres perante o Estado. O indivíduo não está em uma posição de ter direitos exigíveis perante o Estado, mas pelo contrário, está em uma posição de subordinação perante ele (por exemplo, alistamento eleitoral e voto). Trata-se de um status de sujeição do indivíduo perante o Estado. Status negativo (ou status libertatis) O indivíduo goza de um espaço de liberdade diante das ingerências do Estado. Não pode haver influência estatal na liberdade do indivíduo. Estão localizados principalmente no art. 5º da Constituição. Status positivo (ou status civitatis) O indivíduo tem o direito de exigir do Estado determinadas prestações materiais ou jurídicas. Enquanto no status negativo o indivíduo goza de um espaço de liberdade no qual o Estado não pode intervir, no status positivo é o contrário, pois, para que os direitos sejam garantidos o Estado deve atuar positivamente, oferecendo prestações materiais. Status ativo (ou status da cidadania ativa) O indivíduo possui competências para influenciar a formação da vontade estatal. Status em que o indivíduo tem de participar, influenciar nas escolhas políticas do Estado incluindo, sobretudo, os direitos políticos. DIMENSÕES (OU GERAÇÕES) DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 1a Têm como titular o indivíduo e são oponíveis, sobretudo, ao Estado, impondo-lhe diretamente um dever de abstenção (caráter negativo). Ligados ao valor liberdade. Direitos civis e políticos. 2a Ligados à igualdade material. Direitos sociais, econômicos e culturais. 3a Ligados à fraternidade (ou solidariedade). Direitos relacionados ao desenvolvimento (ou progresso), ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de comunicação. Os direitos de terceira dimensão são direitos transindividuais destinados à proteção do gênero humano. 4a Direitos à democracia, informação e pluralismo. Paulo Bonavides observa que esses direitos compendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado social, sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política. 5a Paulo Bonavides: direito à paz, enquanto axioma da democracia participativa e supremo direito da humanidade, como um direito fundamental de quinta dimensão. Dimensão objetiva Dimensão Subjetiva Direito fundamental como norma cogente e irradiante, como norte e Direito fundamental dentro de uma relação jurídica, considerando-se limite considerando-se o direito de forma abstrata. Reflexos importantes:- Eficácia irradiante da CF. - Imposição ao Estado do dever de proteção dos direitos fundamentais - Definição de limites de interpre- tação e de aplicação de normas, com procedimento formais que respeitem os direitos materiais. um titular e um destinatário, de forma concreta. Eficácia Vertical Eficácia Horizontal Eficácia Diagonal Refere-se à aplicação dos direitos funda- mentais na relação en- tre o Estado e os parti- culares. Refere-se à aplicação dos direitos funda- mentais na relação en- tre os particulares. Refere-se à aplicação dos direitos funda- mentais na relação en- tre os particulares, sendo que, tais parti- culares estão em nível de desigualdade, ha- vendo uma parte mais vulnerável. Estado x Particular Particular x Particular Particular x Particular Vulnerável CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer nature- za, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País (STF: abrange não residentes) a inviolabilidade do direito à vida, à liber- dade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- ternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de co- municação, independentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou mo- ral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pene- trar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determi- nação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações tele- gráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; SIGILO BANCÁRIO Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras? (Dizerodireito) POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial. @legislacaodestacada 8 MP NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 19/09/2011). Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015). TCU NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 9/5/2012). Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 26/5/2015). Receita Federal SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das informações dos bancos para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário". Fisco estadual, distrital, municipal SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001. CPI SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001). Prevalece que CPI municipal não pode. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi- das as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, poden- do qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais aber- tos ao público, INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas IN- DEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no pri- meiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer asso- ciado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudi- cialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces- sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; SÚMULAS SOBRE DESAPROPRIAÇÃO STF STJ Súmula 157-STF: É necessária prévia autorização do presidente da república para desapropriação, pelos estados, de empresa de ener- gia elétrica. Súmula 476-STF: Desapropriadas as ações de uma sociedade, o po- der desapropriante, imitido na pos- se, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respecti- vos títulos. Súmula 354-STJ: A invasão do imóvel É CAUSA DE SUSPENSÃO do processo expropriatório para fins de reforma agrária. Súmula 67-STJ: Na desapropria- ção, cabe a atualização monetá- ria, ainda que por mais de uma vez, independente do decurso de prazo superior a um ano entre o cálculo e o efetivo pagamento da indenização. Súmula 23-STF: Verificados os pressupostos legais para o licenci- amento da obra, NÃO o IMPEDE a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapro- priação for efetivada. Súmula 416-STF: Pela demora no pagamento do preço da desapro- priação NÃO CABE indenização complementar além dos juros. Súmula 561-STF: Em desapropria- ção, é devida a correção monetária até a data do efetivo pagamento da indenização, devendo proceder- se à atualização do cálculo, ainda que por mais de uma vez. Súmula 617-STF: A base de cálcu- lo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente. Súmula 378-STF: Na indenização por desapropriação incluem-se ho- norários do advogado do expropri- ado. Súmula 164-STF: No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipa- da imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência. Súmula 652-STF: Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública) Súmula 131-STJ: Nas ações de de- sapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas re- lativas aos juroscompensatórios e moratórios, devidamente corrigi- das. Súmula 141-STJ: Os honorários de advogado em desapropriação dire- ta são calculados sobre a diferença entre a indenização e a oferta, cor- rigidas monetariamente. Súmula 102-STJ: A incidência dos juros moratórios sobre os compen- satórios, nas ações expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei. Súmula 114-STJ: Os juros com- pensatórios, na desapropriação indireta, incidem A PARTIR DA OCUPAÇÃO, calculados sobre o valor da indenização, corrigido mo- netariamente Súmula 113-STJ: Os juros com- pensatórios, na desapropriação direta, incidem A PARTIR DA IMISSÃO NA POSSE, calculados sobre o valor da indenização, corri- gido monetariamente. Súmula 69-STJ: Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imis- são na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupa- ção do imóvel. Súmula 12-STJ: Em desapropria- ção, são cumuláveis juros compen- satórios e moratórios. • Polêmica. Súmula 56-STJ: Na desapropriação para instituir servidão administrati- va são devidos os juros compensa- tórios pela limitação de uso da propriedade. XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po- derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário inde- nização ulterior, se houver dano (requisição); XXVI - a PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para paga- mento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu- ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respec- tivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem- porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distin- tivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regula- da pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (direito do consumidor é princípio da ordem econômica); @legislacaodestacada 9 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que se- rão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direi- tos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame- aça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberda- des fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles res- pondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos ar- mados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; CRIMES IMPRESCRITÍVEIS Racismo Ação de grupos armados, civis ou milita- res, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada (modalidade fuzilamen- to), nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma- necer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprova- do envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; EXTRADIÇÃO Nato: nunca Naturalizado • Crime comum – praticado antes da naturaliza- ção • Tráfico de drogas – a qualquer tempo LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilíci- tos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; CADH: Art. 8, 2: Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi- nal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal (ação penal privada subsidiária da públi- ca); LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu- nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de per- manecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de ad- vogado;LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua pri- são ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judi- ciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; SV25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. STF: o art. 7º, item 7, da CADH teria ingressado no sistema jurídico nacional com status supralegal, inferior à CF/1988, mas superior à legislação interna, a qual não mais produziria qualquer efeito naquilo que conflitasse com a sua disposição de vedar a prisão civil do depositário infiel. Eficácia paralisante. LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de lo- comoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quan- do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pú- blica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos in- teresses de seus membros ou associados; @legislacaodestacada 10 LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberda- des constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe- rania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades go- vernamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; HD MS Conhecimento de informações re- lativas à pessoa do impetrante Conhecimento de informações re- lativas a terceiros LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Previsão constitucional de isenção de custas • Habeas Corpus • Habeas Data • Ação Popular (salvo se comprovada má-fé do autor) • Exercício da cidadania • Direito de petição • Obtenção de certidões LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS QUANTO AO GRAU DE APLICABILIDADE (José Afonso da Silva) Normas de eficácia plena São aquelas que desde o seu nascimento, ou seja, desde a sua entrada em vigor, produz os seus efeitos, sem que para isso seja necessária a intervenção do legislador ordinário. Exatamente por essa sua “autossuficiência” elas são normas de aplicabilidade direta, imediata e integral. Normas de eficácia contida São normas que possuem, inicialmente, as mesmas características das normas de eficácia plena, mas que guardam a peculiaridade de poderem ter sua eficácia restringida. Daí serem normas de aplicabilidade direta, imediata e não integral (porque podem ser restringidas). A restrição das normas de eficácia contida pode acontecer de três formas: 1) por meio do legislador infraconstitucional (art. 5º, XIII e art. 95, parágrafo único, IV); 2) por outras normas constitucionais (arts. 136 a 141: vigência de estado de sítio e estado de defesa); 3) através de conceitos jurídicos indeterminados, como bons costumes, utilidade pública etc. (art. 5º, XXIV e XXV). Não conseguem produzir de imediato todos os seus Normas de eficácia limitada efeitos. Será necessária uma força integrativa a ser exercida ou pelo legislador infraconstitucional ou por outro órgão a quem a norma atribua tal incumbência. Possuem, assim, aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. Subespécies a) Normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo: são normas por meio das quais o constituinte originário traça as linhas mestras de uma determinada instituição, delimitando sua estrutura e atribuições, as quais, contudo, só serão detalhadas por meio de lei. Essas normas podem ser impositivas ou facultativas. Impositivas são aquelas normas que determinam que o legislador crie a mencionada norma integrativa. Ex.: art. 20, § 2º, art. 32, § 4º (“Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.”) Facultativas ou permissivas são normas que não impõem ao legislador o dever de editar normas integrativas, mas apenas criam a possibilidade de elas serem elaboradas. Ex.: art. 22, parágrafo único (“Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.”) b) Normas definidoras de princípio programático: são normas nas quais o constituinte não regulou diretamente as matérias nelas traçadas, limitando-se a estabelecer diretrizes (programas) a serem implementados pelos poderes instituídos, visando à realização dos fins do Estado. Disciplinam interesses econômico-sociais de que são exemplos a realização da justiça social, a valorização do trabalho, o combate ao analfabetismo etc. As normas programáticas não têm como destinatários os indivíduos, mas sim os órgãos estatais, no sentido de que eles devem concretizar os programas nelas traçados. São normas que caracterizam uma constituição como sendo dirigente. Elas não produzem todos os seus efeitos no momento da promulgação da Constituição. Contudo, isso não significa que tais normas sejam desprovidas de eficácia jurídica até o momento em que os programas nelas definidos sejam implementados. Embora não produzam seus plenos efeitos de imediato, elas possuem o que se chama de eficácia negativa, que se desdobra em eficácia paralisante e eficácia impeditiva. Eficácia paralisante: é a propriedade jurídica que as normas programáticas têm de revogar as disposições legais contrárias aos seus comandos, ou seja, as normas infraconstitucionais anteriores não serão recepcionadas se com ela incompatíveis. Eficácia impeditiva: a norma programática tem o condão de impedir que sejam editadas normas contrárias ao seu espírito, é dizer: as normas programáticas servem de parâmetro para o controle de constitucionalidade. A norma programática serve, ainda, como diretriz interpretativa da Constituição, vez que o intérprete não pode desprezar seu comando quando da interpretação do texto constitucional. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou- tros decorrentesdo regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tra- tados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. @legislacaodestacada 11 § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 tur- nos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. TRATADOS INCORPORADOS COM STATUS DE EC Convenção de Nova Iorque sobre os Direitos das Pessoas com Deficiên- cia Protocolo facultativo à Convenção de Nova Iorque sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Tratado de Marrakesh INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS Antes da EC/45: status supralegal Após EC/45: Rito normal - status supralegal Após EC/45: Rito de EC - status de EC DEMAIS TRATADOS INTERNACIONAIS Status legal § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. SÚMULAS SOBRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS STF STJ Súmula vinculante 1-STF: Ofende a garantia constitucional do ato ju- rídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante do termo de adesão instituído pela Lei Complementar nº 110/2001. Súmula vinculante 25-STF: É ilíci- ta a prisão civil de depositário infi- el, qualquer que seja a modalidade do depósito. Súmula 654-STF: A garantia da ir- retroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha edi- tado. Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra "a") se não houve recusa de informa- ções por parte da autoridade ad- ministrativa Súmula 280-STJ: O art. 35 do De- creto-Lei n° 7.661, de 1945, que es- tabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988. Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econô- micos ou comerciais. Súmula 419-STJ: Descabe a prisão civil do depositário infiel. Súmula 444-STJ: É vedada a utili- zação de inquéritos policiais e ações penais em curso para agra- var a pena-base. DECRETO-LEI Nº 4.657 - LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DI- REITO BRASILEIRO Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. § 1o § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada. Entrada em vigor Brasil Estado estrangeiro 45 dias, salvo disposição em contrário 3 meses § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteri- ores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue – Princípio da Continuidade ou Permanência § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o decla- re, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei anterior. Revogação total Ab-rogação Revogação parcial Derrogação § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (Repristinação). Repristinação Efeito Repristinatório/ Repristinação Oblíqua ou Indireta É um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamente em vigor de uma norma efetivamente revo- gada, pela revogação da norma que a revogou. Contudo, a repristi- nação deve ser expressa dada a dicção do artigo 2º , § 3º da LICC É a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, ocorren- do quando uma norma que a revo- gou é declarada inconstitucional. STF: “A declaração de inconstitucio- nalidade em tese encerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competência de rejeição deferida ao Supremo Tribunal Federal, con- siste em remover do ordenamento positivo a manifestação estatal in- válida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com to- das as conseqüências daí decorren- tes, inclusive a plena restauração de eficácia das leis e das normas afetadas pelo ato declarado in- constitucional” Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a co- nhece - PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se di- rige e às exigências do bem comum. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato ju- rídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vi- gente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou al- guém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício @legislacaodestacada 12 tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a ar- bítrio de outrem. § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento interno. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasilei- ra quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebra- ção. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nubentes. § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do 1° domi- cílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judi- cial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imedi- ato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regi- mento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, deci- sões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros,a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende- se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou cura- dor aos incapazes sob sua guarda. § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domicilia- da no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transpor- te para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regula- da pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasilei- ros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorá- vel a lei pessoal do de cujus. § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constitu- írem. § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou estabeleci- mentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo bra- sileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de fun- ções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou suscep- tíveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos pré- dios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agen- tes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admi- tindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à re- velia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de apli- car a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem conside- rar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer de- clarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consu- lares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos fi- lhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a se- paração consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não haven- do filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos le- gais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento § 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamente consti- tuído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com am- bas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado @legislacaodestacada 13 próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos le- gais. Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recu- sada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mes- mo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação desta lei. Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se deci- dirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam conside- radas as consequências práticas da decisão. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequa- ção da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis al- ternativas. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou ju- dicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou nor- ma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequên- cias jurídicas e administrativas. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interes- ses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou per- das que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou exces- sivos. Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão con- siderados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigên- cias das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos ad- ministrados. § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, con- trato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as cir- cunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gra- vidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a admi- nistração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os an- tecedentes do agente. § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosime- tria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabele- cer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo inde- terminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, de- verá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. Art. 24. A revisão, nas esferasadministrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma adminis- trativa cuja produção já se houver completado levará em conta as ori- entações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plena- mente constituídas. Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurispru- dência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de ex- pedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. § 1º O compromisso referido no caput deste artigo: I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e com- patível com os interesses gerais; III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condici- onamento de direito reconhecidos por orientação geral; IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. § 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. § 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado com- promisso processual entre os envolvidos. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão - Entrará em vigor após decorridos 180 dias da publicação da Lei n° 13.655/18. § 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e re- gulamentares específicas, se houver. Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segu- rança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regula- mentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se desti- nam, até ulterior revisão. CÓDIGO PENAL CONCEITO DE DIREITO PENAL Aspecto Formal/ Estático Direito Penal é o conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais, define os seus agentes e fixa sanções a serem-lhes aplicadas. Aspecto Material O Direito Penal refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação e progresso da sociedade. Aspecto Sociológico/ Dinâmico O Direito Penal é mais um instrumento de controle social, visando assegurar a necessária disciplina para a harmônica convivência dos membros da sociedade. Aprofundando o enfoque sociológico - A manutenção da paz social demanda a existência de normas destinadas a estabelecer diretrizes. - Quando violadas as regras de conduta, surge para o Estado o dever de aplicar sanções (civis ou penais). ATENÇÃO: Nessa tarefa de controle social, atuam vários ramos do direito, como o Direito Civil, Direito Administrativo, etc. O Direito Penal é apenas um dos ramos do controle social. - Quando a conduta atenta contra bens jurídicos especialmente tutelados merece reação mais severa por parte do Estado, valendo-se do Direito Penal. @legislacaodestacada 14 IMPORTANTE: O que diferencia a norma penal das demais é a espécie de consequência jurídica, ou seja, PPL. - O Direito Penal é norteado pelo princípio da intervenção mínima, só atuando quando os outros ramos do direito falham. Direito Penal Criminologia (Ciência Penal) Política Criminal (Ciência Política) Analisa os fatos hu- manos indesejados, define quais devem ser rotulados como crime ou contraven- ção, anunciando as penas. Ciência empírica que estuda o crime, o cri- minoso, a vítima e o comportamento da so- ciedade. Trabalha as estratégias e os meios de controle social da criminalida- de. Ocupa-se do crime enquanto norma. Ocupa-se do crime en- quanto fato social. Ocupa-se do crime en- quanto valor. ex.: define como cri- me lesão no ambien- te doméstico e famili- ar. ex.: quais fatores contri- buem para a violência doméstica e familiar ex.: estuda como dimi- nuir a violência do- méstica e familiar. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL Princípios relacionados com a MISSÃO FUNDAMENTAL DO DIREITO PE- NAL Princípio da EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS: O direito penal deve servir apenas para proteger bens jurídicos relevantes, indispensáveis ao convívio da sociedade. Decorrência do princípio da ofensividade. Princípio da INTERVENÇÃO MÍNIMA: O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente ne- cessário, de modo que sua intervenção fica condici- onada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídi- co tutelado (caráter fragmentário). a) Princípio da fragmentariedade (ou caráter fragmentário do Direito Penal): estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que atentam contra valores funda- mentais para a manutenção e o progresso do ser humano e da sociedade. Em razão de seu caráter fragmentário, o Direito Penal é a última etapa de proteção do bem jurídico. Deve ser utilizado no plano abstrato, para o fim de permitir a criação de tipos penais somente quando os demais ramos do Direito tiverem falhado na tare- fa de proteção de um bem jurídico. Refere-se, assim, à atividade legislativa. # O que é fragmentariedade às avessas? Situações em que um comportamento inicialmente típico dei- xa de interessar ao Direito Penal, sem prejuízo da sua tutela pelos demais ramos do Direito. IMPORTANTE! O princípio da insignificância é desdobramento lógico da fragmentariedade. b) Princípio da subsidiariedade: a atuação do Di- reito Penal é cabível unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de con- trole social tiverem se revelado impotentes para o controle da ordem pública. Assim, o Direito Penal funciona como um executor de reserva ( ultima ra- tio ), entrando em cena somente quando outros mei- os estatais de proteção mais brandos, e, portanto, menos invasivos da liberdade individual não forem suficientes para a proteção do bem jurídico tutelado. Projeta-se no plano concreto, isto é, em sua atuação prática o Direito Penal somente se legitima quando os demais meios disponíveis já tiverem sido empre- gados, sem sucesso, para proteção do bem jurídico. Guarda relação, portanto, com a tarefa de aplicação da lei penal. Princípios relacionados com o FATO DO AGENTE Princípio da EXTERIORIZAÇÃO ou MATERIALIZA- ÇÃO DO FATO: O Estado só pode incriminar condu- tas humanas voluntárias, isto é, fatos. ATENÇÃO! Veda-se o Direito Penal do autor : con- sistente na punição do indivíduo baseada em seus pensamentos, desejos e estilo de vida. Conclusão: O Direito Penal Brasileiro segue Direi- to Penal do Fato. Resquíciosde direito penal do autor no direito brasi- leiro: Até 2009, mendicância era crime. Vadiagem é contravenção penal. ATENÇÃO: Identifica-se a aplicação do direito pe- nal do autor em detrimento ao direito penal do fato: fixação da pena, regime de cumprimento da pena e espécies de sanção. Princípio da LEGALIDADE Art. 5º , II, C.F. – “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;” Art. 5º, XXXIX, C.F. – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação le- gal;” Art. 1º, C.P. - “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA LEGALI- DADE: a) não há crime ou pena sem lei (MP não pode cri- ar crime, nem cominar pena) b) não há crime ou pena sem lei anterior (princí- pio da anterioridade) c) não há crime ou pena sem lei escrita (proíbe costume incriminador) d) não há crime ou pena sem lei estrita (proíbe-se a utilização da analogia para criar tipo incriminador - analogia in malam partem). e) não há crime ou pena sem lei certa (Princípio da Taxatividade ou da determinação; Proibição de criação de tipos penais vagos e indeterminados) f) não há crime ou pena sem lei necessária (des- dobramento lógico do princípio da intervenção mínima) Princípio da OFENSIVIDADE /LESIVIDADE: Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de le- são ao bem jurídico tutelado. Somente condutas que causem lesão (efetiva/poten- cial) a bem jurídico, relevante e de terceiro, podem estar sujeitas ao Direito Penal. -CRIME DE DANO: ocorre efetiva lesão ao bem ju- rídico. Ex: homicídio. -CRIME DE PERIGO: basta risco de lesão ao bem jurídico. Ex.: embriaguez ao volante; porte de arma. a) Perigo abstrato: o risco de lesão é absolutamen- te presumido por lei. b) Perigo concreto: De vítima determinada: o risco deve ser de- monstrado indicando pessoa certa em peri- go. De vítima difusa: o risco deve ser demons- trado dispensando vítima determinada. @legislacaodestacada 15 Princípios relacionados com o AGENTE DO FATO Princípio da RESPONSABILIDADE PESSOAL: Pro- íbe-se o castigo pelo fato de outrem. Está vedada a responsabilidade penal coletiva. DESDOBRAMENTOS: a) Obrigatoriedade da individualização da acusa- ção (é proibida a denúncia genérica, vaga ou evasi- va). O Promotor de Justiça deve individualizar os comportamentos. OBS: Nos crimes societários, os Tribunais Superiores flexibilizam essa obrigatoriedade. b) Obrigatoriedade da individualização da pena (é mandamento constitucional, evitando responsabi- lidade coletiva). Princípio da RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, ficando a sua responsabilidade condici- onada à existência da voluntariedade (dolo/culpa). Está proibida a responsabilidade penal objetiva, isto é, sem dolo ou culpa. Temos doutrina anunciando casos de responsabili- dade penal objetiva (autorizadas por lei): 1- Embriaguez voluntária Crítica: a teoria da actio libera in causa exige não so- mente uma análise pretérita da imputabilidade, mas também da consciência e vontade do agente. 2- Rixa Qualificada Crítica: só responde pelo resultado agravador quem atuou frente a ele com dolo ou culpa, evitando-se responsabilidade penal objetiva. 3- Responsabilidade penal da pessoa jurídica nos crimes ambientais Princípio da CULPABILIDADE: Postulado limita- dor do direito de punir. Só pode o Estado impor sanção penal ao agente im- putável, isto é, penalmente capaz, com potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do comportamento), quando dele exi- gível conduta diversa. Princípio da ISONOMIA: A isonomia que se garan- te é a isonomia substancial. Deve-se tratar de forma igual o que é igual, e desigualmente o que é desi- gual. Princípio da PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA Convenção Americana de Direitos Humanos - Artigo 8º .2: “Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o pro- cesso, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:” Art. 5º, LVII C.F. – “ninguém será considerado culpa- do até o trânsito em julgado de sentença penal con- denatória;” OBS: Prisão após condenação em 2a instância não vi- ola o princípio da presunção de inocência (STF). Princípios relacionados com a PENA Princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA: A ninguém pode ser imposta pena ofensiva à dignida- de da pessoa humana, vedando-se a sanção indigna, cruel, desumana e degradante. Princípio da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA A individualização da pena deve ser observada em 3 momentos: 1- FASE LEGISLATIVA: observada pelo legislador no momento da definição do crime e na cominação de sua pena. Pena abstrata. 2- FASE JUDICIAL: observada pelo juiz na fixação da pena. Pena concreta. 3- FASE DE EXECUÇÃO: garantindo-se a individuali- zação da execução penal (art. 5°, LEP). Princípio da PROPORCIONALIDADE: Trata-se de princípio constitucional implícito (desdobramento da individualização da pena). Curiosidade: foi durante o Iluminismo, marcado pela obra “Dos delitos e das penas” (Beccaria) que se despertou maior atenção para a proporcionalidade na resposta estatal (Beccaria propunha a retribuição proporcional). RESUMO: a pena deve ajustar-se à gravidade do fato, sem desconsiderar as condições do agente. Dupla face do princípio da proporcionalidade (Lenio Streck): 1a Face: Impedir a hipertrofia da punição; Garantis- mo negativo (Ferrajoli); Garantia do indivíduo contra o Estado. 2a Face: Evitar a insuficiência da intervenção do Es- tado (evitar proteção deficiente); Imperativo de tute- la; Garantismo positivo (Ferrajoli); Garantia do indiví- duo em ver o Estado protegendo bens jurídicos com eficiência. Princípio da PESSOALIDADE “Artigo 5º, XLV CF – nenhuma pena passará da pes- soa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e con- tra eles executadas, até o limite do valor do patrimô- nio transferido.” Princípio da VEDAÇÃO DO “BIS IN IDEM”: veda- se segunda punição pelo mesmo fato. TÍTULO I DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL Anterioridade da Lei Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sen- tença condenatória transitada em julgado. Tempo da conduta Lei Posterior (IR) Retroatividade Fato atípico Fato típico Irretroatividade Fato típico Aumento de pena, p.ex. Irretroatividade Fato típico Supressão de figura criminosa Retroatividade Fato típico Diminuição de pena, p.ex. Retroatividade Fato típico Migra o conteúdo criminoso para outro tipo penal Princípio da conti- nuidade normativo- típica Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, com- pete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. Lei excepcional ou temporária @legislacaodestacada 16 Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o perí- odo de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (ultratividade) Tempo do crime Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. TEMPO DO CRIME TEORIA DA ATIVIDADE TEORIA DO RESULTADO TEORIA MISTA / UBIQUIDADE Considera-se praticado o crime no momento da conduta (A/O) – Adotada Considera-se praticado o crime no momento do resultado. Considera-se praticado o crime no momento da conduta (A/O) ou do resultado. Territorialidade
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