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Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Fisiologia do Exercício Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Músculo Esquelético: Estrutura e Função OBJETIVOS: 1) Compreender a estrutura do músculo estriado esquelético; 2) Compreender o funcionamento do músculo estriado esquelético; 3) Descrever as principais proteínas do MEE; 4) Descrever com detalhes a principal teoria da contração muscular; 5) Compreender a curva de comprimento x tensão muscular; 6) Descrever as características fisiológicas e mecânicas dos tipos de fibra muscular; 7) Compreender as diferenças dos tipos de fibra muscular entre grupos de atletas. Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O músculo esquelético pode ser considerado um órgão, uma vez que é composto por células de diferentes tecidos, como do tecido nervoso, do tecido conjuntivo e do tecido muscular. • O corpo humano tem mais de 600 músculos esqueléticos, os quais representam cerca de 40% a 50% do peso corporal total. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O músculo esquelético realiza algumas funções muito importantes: 1) geração de força para locomoção e respiração; 2) geração de força para sustentação postural; 3) produção de calor durante períodos de exposição ao frio. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O movimento humano resulta de forças desenvolvidas nos músculos, que, atuando em um sistema de alavancas do esqueleto, movimentam várias partes do corpo. • Os músculos estão sob o controle do córtex cerebral, que, trabalhando com os neurônios motores, ativa as fibras musculares esqueléticas. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O músculo é formado por vários fascículos, e cada fascículo é formado por várias fibras musculares, que são células multinucleadas que geram força quando estimuladas. • Cada fibra muscular é formada pelas miofibrilas, que são compostas por diversas proteínas, destacando-se os filamentos finos (actina, troponina e tropomiosina) e grossos (miosina), que participam da contração muscular. • O músculo esquelético é conectado aos ossos por tendões, que são bandas fibrosas de tecido conjuntivo. • O movimento humano é causado pela ação dos músculos por meio dos tendões, que movem também os ossos (MCARDLE et al., 2016). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O tecido conjuntivo no músculo esquelético exerce um papel fundamental, ajudando a estabilizar e dar suporte para vários componentes organizacionais do músculo esquelético. • Quando o tecido conjuntivo é afetado por razão de uma lesão ou ainda por dano induzido pelo exercício, perdem-se força muscular e potência. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O tecido conjuntivo especificamente no músculo recobre vários níveis organizacionais: • Epimísio: recobre o músculo todo. • Perimísio: recobre os fascículos. • Endomísio: recobre as fibras musculares individuais. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • As bainhas de tecido conjuntivo do músculo se unem para formar os tendões em cada extremidade do músculo, assegurando que qualquer força gerada pelo músculo será transferida para o tendão e, finalmente, para o osso. • O endomísio ajuda a prevenir que o sinal de ativação muscular se espalhe de uma fibra para outra fibra adjacente. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Isso é necessário para permitir o controle fino da ativação das fibras musculares, permitindo ao corpo controlar a geração de força. • O tecido conjuntivo muscular constitui parte do componente elástico do músculo que contribui para a produção de força e potência, sendo vital para o ciclo alongamento-encurtamento, que consiste no alongamento muscular controlado, seguido de um encurtamento rápido (MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Fibras musculares: têm muitas das organelas que estão presentes em outras células. • São organizadas em membrana celular, citoplasma e núcleo, entretanto com diferenciações importantes, de acordo com o objetivo principal da célula – a contração muscular. • Destaca-se que as células musculares são multinucleadas, ou seja, têm muitos núcleos. • A membrana celular que envolve a célula muscular é denominada de sarcolema.. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Acima do sarcolema e abaixo da lâmina externa, localiza-se um grupo de células musculares precursoras denominadas células satélites. • Células satélites: exercem um papel importante no crescimento e na reparação muscular. • O sarcolema apresenta presença de canais membranosos que se estendem até o interior da célula denominados de túbulos transversos. • Túbulos transversos: permitem que o potencial de ação se difunda do sarcolema para o interior da célula, promovendo a contração muscular. • Abaixo do sarcolema, encontra-se o sarcoplasma (citoplasma da célula muscular), que contém proteínas celulares, organelas e miofibrilas. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Miofibrilas: numerosas estruturas fusiformes que contêm as proteínas contráteis, as quais serão descritas nos próximos subtópicos. • Retículo sarcoplasmático: presente no sarcoplasma, é uma rede de canais membranosos que envolvem cada miofibrila e correm paralelamente a elas. São locais de armazenamento de cálcio, tendo papel importante na contração muscular (MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Nas extremidades do retículo sarcoplasmático, são formadas as cisternas terminais, que ficam adjacentes a um túbulo transverso. Esse padrão se repete paralelamente, com cada conjunto de túbulos transversos e cisternas terminais formando uma tríade (um túbulo transverso entre duas cisternas terminais). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A tríade funciona como uma rede de micro transporte para propagar o potencial de ação da membrana externa da fibra para as regiões mais profundas da célula e permitir a estimulação das cisternasterminais a liberarem cálcio (MCARDLE et al., 2016). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • As miofibrilas podem ser subdivididas em segmentos individuais, separados entre si por uma camada de proteínas estruturais denominada linha Z. • É próximo da linha Z que se encontra a tríade. • Entre duas linhas Z, existe um padrão de proteínas que se repete, além de essas duas linhas Z serem também adjacentes a duas tríades. • O espaço entre duas linhas Z é denominado de sarcômero (POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O sarcômero é a menor ou mais básica unidade contrátil do músculo esquelético capaz de produzir força e encurtamento. • O músculo esquelético é conhecido como músculo estriado por causa do arranjo sequencial (entre as linhas Z) dos filamentos proteicos que dão a esse tecido o aspecto de estrias. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O sarcômero é limitado por duas linhas Z (uma de cada lado), ou seja, o sarcômero está contido entre duas linhas Z. • Em repouso: quando analisada a estrutura do músculo esquelético, é possível observar a existência de zonas ou bandas que caracterizam o sarcômero. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A zona H é localizada no meio do sarcômero, o qual contém apenas filamentos da proteína miosina – filamento grosso. • As bandas I localizadas no final de cada sarcômero contêm filamentos da proteína actina – filamento fino. • Na banda A, é possível observar a sobreposição de filamentos de actina e miosina. • Esta banda percorre toda a extensão dos filamentos de miosina. Existe, ainda, a linha Z no meio da banda I (MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Essa disposição das proteínas é fundamental para que a contração e o alongamento muscular sejam possíveis. • Durante a contração muscular, ocorre o encurtamento do sarcômero, e o filamento de actina desliza sobre o filamento de miosina. • Esse movimento causa o desaparecimento da zona H, dando um aspecto mais escuro à região. • A banda I se torna menor, trazendo a miosina para dentro da banda I, e as linhas Z se aproximam. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Quando o sarcômero relaxa, retorna ao tamanho original, e a zona H e a banda I retornam ao seu tamanho original e aparência. • Durante o alongamento muscular, ocorre o alongamento da sarcômero, caracterizado por aumento da banda I e zona H. • A banda A não modifica seu tamanho nem durante a contração nem durante o alongamento, indicando que o filamento de miosina não modifica sua posição (MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O filamento fino é formado por uma agregação de moléculas de actina (g actina ou actina globular), formando um filamento de dois cordões torcidos em hélice denominado de actina F ou actina filamentar. • Cada actina G tem um sítio ativo. • Este sítio ativo é o local onde as cabeças das pontes cruzadas de miosina podem ligar-se ao filamento de actina para promover o encurtamento do músculo. • Envoltas ao redor do filamento de actina estão a tropomiosina e a troponina, duas moléculas reguladoras. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A tropomiosina é uma molécula na forma de tubo que envolve o filamento de actina, encaixando-se em um sulco criado pelo entrelaçamento de hélices e moléculas. • Estendem-se por todo o filamento de actina, cobrindo os sítios ativos de ligações da miosina nas moléculas de actina. • Cada dímero de tropomiosina se estende sobre sete moléculas de actina G. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Um complexo de troponina constituído de três subunidades (troponina T, troponina I e troponina C) está presente sobre cada dímero de tropomiosina e influencia a posição da molécula de tropomiosina no filamento de actina. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A troponina I (ligada a actina) tem alta afinidade com a actina e segura o complexo troponina- tropomiosina à molécula de actina. • A troponina T (ligada a tropomiosina) tem afinidade pela tropomiosina e segura a troponina à molécula de tropomiosina. • A troponina C tem afinidade pelos íons cálcio, e a ligação do cálcio com a troponina C causa mudança conformacional em todo o complexo troponina-tropomiosina que irá expor o sítio ativo. • É a exposição do sítio ativo da actina G que permite a ligação com o filamento grosso, a miosina, seguida de contração muscular (MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Filamento grosso: a miosina - é composto por seis diferentes polipeptídios com um par de cadeias grandes e pesadas e dois pares de cadeias leves. • As cadeias pesadas se enovelam em uma configuração alfa-hélice, formando um longo segmento em bastão, com a porção N-terminal de cada cadeia pesada configurando uma grande cabeça globular. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A região da cabeça se estende do filamento grosso em direção ao filamento fino de actina. • Esta é a porção de molécula à qual se pode ligar a actina G. A miosina também é capaz de hidrolisar ATP. • As duas cabeças têm um local específico para ligação do ATP e, nesse mesmo local, a enzima ATPase hidrolisa a molécula de ATP. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Existem diferentes isoformas da enzima ATPase, e a isoforma específica expressa por cada fibra determina o tipo e as características contráteis da fibra. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • As caudas fibrosas da molécula de miosina que constituem as pontes cruzadas se entrelaçam para formar o filamento de miosina. • A ponte cruzada é parte do filamento de miosina que vai interagir com actina para desenvolver força necessária para que ocorra o deslizamento do filamento de actina sobre o filamento de miosina (MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Existem proteínas estão presentes no sarcômero, entretanto sem função contrátil. • São denominadasde proteínas não contráteis e dão a estrutura necessária para os filamentos de actina e miosina permanecerem em suas respectivas posições. • As proteínas não contráteis, em razão de sua função de suporte, estão localizadas muito próximas das proteínas contráteis. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A titina é uma proteína não contrátil, antigamente denominada conectina. • Ela é uma proteína elástica e é a principal responsável pela elasticidade muscular, oferecendo tensão passiva ao alongamento muscular, além de dar suporte aos filamentos de miosina. • Ela percorre toda a extensão da linha Z até a linha M (o centro do sarcômero), estabilizando no eixo longitudinal a miosina. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Outra importante proteína não contrátil é a nebulina. • Estende-se da linha Z até a banda I, estabilizando a actina pela ligação com os monômeros de actina. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O processo básico de contração muscular é explicado pela teoria dos filamentos deslizantes. Esta teoria propõe que, para a contração muscular ocorrer, deve existir a interação entre os filamentos de actina e miosina, resultando no encurtamento do músculo ou, mais especificamente, a aproximação das linhas Z dos sarcômeros. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Esta teoria foi proposta por dois grupos de pesquisadores em 1954 (pesquisadores Andrew Huxley, Rolf Nierdergeke, Hugh Huxley e Jean Hansen). • A essência da teoria do filamento deslizante requer a mudança do comprimento do músculo causado pelo deslizamento do filamento de actina sobre o filamento de miosina para produzir força sem que estes filamentos mudem o seu comprimento. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Antes que esse processo possa acontecer, o cálcio deve ser liberado dentro do sarcoplasma, para que possa se ligar à troponina C (MACLAREN e MORTON, 2011; MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Antes que esse processo possa acontecer, o cálcio deve ser liberado dentro do sarcoplasma, para que possa se ligar à troponina C (MACLAREN e MORTON, 2011; MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O potencial de ação se espalha através da membrana da fibra muscular ou sarcolema, descendo pelos túbulos transversos, que penetram no interior da fibra muscular atingindo o retículo sarcoplasmático. • O potencial de ação percorre os túbulos transversos, ocorre a liberação dos íons cálcio das cisternas terminais do retículo sarcoplasmático. • Para este processo acontecer, é necessária a ativação de uma proteína voltagem dependente, que são os receptores de diidropiridina (receptor DHP). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Quando ocorre a ativação desses receptores, ocorre a interação com os receptores de rianodina (receptor RYR) localizados na membrana do retículo sarcoplasmático. • Os receptores de rianodina são canais que, quando estimulados pelos receptores DHP dos túbulos transversos, se abrem para permitir a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático para dentro do sarcoplasma. • Estes íons de cálcio liberados irão se ligar à troponina C. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Essa interação entre os íons cálcio e a troponina C promove a mudança conformacional do complexo troponina-tropomiosina, permitindo a exposição do sítio ativo. • Com a exposição do sítio ativo da actina G, as cabeças das pontes cruzadas da miosina podem começar o processo de ligação com a actina G, que vai resultar no encurtamento da fibra muscular e na produção de força. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Esta fase tem duas fases distintas: a primeira é um estado de ligação fraca, a qual, em situações de não fadiga, é seguida pela fase de ligação forte, que permite a produção de força de forma robusta e rápida. • Fadiga: a transição do estado fraco para o estado de ligação forte não ocorre, resultando em menor e mais lenta produção de força (MACLAREN e MORTON, 2011; MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Quando os filamentos de actina e miosina interagem entre si, é formado o complexo acto-miosínico. • Interação: as cabeças das pontes cruzadas da miosina empurram os filamentos de actina para o centro do sarcômero por meio de uma mudança conformacional denominada “ação de engrenagem”. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva a) No estado de repouso, a miosina hidrolisou parcialmente o ATP; b) Quando o cálcio é liberado da cisterna terminal do retículo sarcoplasmático, ele se liga à troponina C, que, por sua vez, promove movimento do complexo troponina-tropomiosina sobre o filamento de actina, tal que os sítios da ligação miosina-actina são expostos. Isso permite que a cabeça energizada da miosina se ligue à actina G adjacente; Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva c) A miosina sofre, então, uma mudança conformacional, denominada “ação de engrenagem”, que puxa o filamento de actina em direção ao centro do sarcômero; d) A miosina, então, liga um novo ATP, e essa ligação resulta no desligamento das cabeças da miosina do filamento de actina. A miosina hidrolisa novamente o ATP, e parte da energia é utilizada para recolocar a cabeça da miosina na posição inicial e retornar ao estado de repouso. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • O ciclo continuará até que a bomba SERCA (Sarco/Endoplasmic Reticulum Ca-ATPase) transporte o cálcio de volta para o retículo sarcoplasmático. • À medida que o nível de cálcio cai, o complexo troponina-tropomiosina se movimenta e bloqueia os sítios de ligação da miosina no filamento de actina (MACLAREN e MORTON, 2011; MCARDLE et al., 2016; POWERS e HOWLEY, 2017). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A magnitude da força gerada em uma única fibra muscular está relacionada ao número de pontes cruzadas de miosina em contato com a actina. • Quando as fibras musculares de um motoneurônio são estimuladas por um único potencial de ação, a força contrátil resultante produz uma contração simples (MACLAREN e MORTON,2011). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Período de latência: durante essa fase, os íons cálcio são liberados do retículo sarcoplasmático, sinalizando, assim, o aparato contrátil para permitir a ligação da miosina com a actina. Período de contração, o sarcômero altera o seu comprimento até ao ponto em que a máxima tensão é realizada. Período de relaxamento quando o sarcômero retorna ao seu tamanho original. Nesta última fase, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo sarcoplasmático, para estarem disponíveis para a contração muscular no próximo potencial de ação Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A tensão desenvolvida por uma fibra muscular durante a contração é uma função do comprimento do sarcômero no início da contração, ou seja, o número de pontes cruzadas formadas entre a miosina e a actina. • Resumindo: a tensão gerada durante a contração muscular é dependente do comprimento do sarcômero (MACLAREN e MORTON, 2011; TORTORA e DERRICKSON, 2012). • Esta relação é conhecida como a relação comprimento-tensão Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Contração muscular iniciada a partir do comprimento de repouso do sarcômero: máxima tensão será desenvolvida. • Essa posição inicial é conhecida como o comprimento ótimo de repouso do sarcômero. • Contração for iniciada com os sarcômeros alongados ou encurtados em relação à sua posição de repouso, a tensão gerada será bem menor. • Isto porque, quando os sarcômeros estão alongados, existe menor sobreposição dos filamentos finos com os grossos e, quando estão encurtados, o espaço para o deslizamento dos filamentos é muito pequeno. • Nas duas formas, a força gerada pela contração muscular será bem menor quando comparada à força gerada a partir • do comprimento ótimo de repouso do sarcômero Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Durante o exercício as contrações musculares se devem a múltiplos potenciais de ação que estimulam a fibras musculares em um curto período. Como resultado do aumento da frequência de potencias de ação, a fibra muscular não tem tempo para relaxar entre cada contração simples, e a força produzida no último potencial de ação é adicionada à força produzida nos potenciais de ação anteriores, para criar uma força ainda maior do que uma contração simples. • Esse fenômeno se chama de somação (MACLAREN e MORTON, 2011). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Se a frequência de estímulos (número de potenciais de ação por segundo) for aumentada ainda mais, as contrações individuais serão unificadas em uma única contração sustentada, denominada de tétano, considerado o estado de contração máxima. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • É importante observar que a tensão produzida por uma fibra muscular não depende apenas do tipo de fibra, mas também da relação entre a velocidade de encurtamento e a carga imposta ao músculo. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • A fadiga muscular pode ser definida simplesmente como a inabilidade de manter determinada força ou potência durante contrações musculares repetidas. Existem basicamente dois tipos de fadiga: • Fadiga central: o processo de sustentar o declínio da força se deve a distúrbios acima da junção neuromuscular. • Fadiga periférica: por causa de distúrbios metabólicos abaixo da junção neuromuscular. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • Vários sistemas de classificação do tipo de fibra, com base nas diferenças histoquímicas, bioquímicas e características físicas da fibra muscular. • De forma geral, as fibras musculares humanas são classificadas em dois tipos (tipo I e tipo II), de acordo com a sua estrutura e propriedades bioquímicas e contráteis. • A classificação só foi possível pela utilização de técnicas de biópsia associadas a procedimentos bioquímicos. Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva • As fibras musculares humanas são classificadas em: a) Fibras do tipo I (lentas oxidativas); b) Fibras do tipo IIa (rápidas oxidativas glicolíticas); c) Fibras do tipo IIx (rápidas glicolíticas). Músculo Esquelético: Estrutura e Função Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva O nome das fibras está altamente associado às características relacionadas com a capacidade contrátil e metabolismo. • As fibras lentas têm uma baixa velocidade de contração, e as rápidas, uma alta velocidade de contração. • As fibras oxidativas apresentam um predomínio do metabolismo oxidativo, e as fibras glicolíticas têm predomínio do metabolismo glicolítico. Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio Fisiologia do Exercício Profº Me. Ignácio A. Seixas da Silva Fisiologia do Exercício