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Dados sobre refúgio no Brasil

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Brasil
 
 Segundo dados divulgados pelo Cômite Nacional para os Refugiados (CONARE) na Dados sobre refúgio no 4º edição do relatório “Refúgio em Números”, o Brasil reconheceu, apenas em 2018, um total de 1.086 refugiados de diversas nacionalidades. Com isso, o país atinge a marca de 11.231 pessoas reconhecidas como refugiadas pelo Estado brasileiro.
Desse total, os sírios representam 36% da população refugiada com registro ativo no Brasil, seguidos dos congoleses, com 15%, e angolanos, com 9%. 
O ano de 2018 foi o maior em número de solicitações de reconhecimento de condição de refugiado. Isso porque o fluxo venezuelano de deslocamento aumentou exponencialmente. No total, foram mais de 80 mil solicitações no ano passado, sendo 61.681 de venezuelanos. Em segundo lugar está o Haiti, com 7 mil solicitações. Na sequência estão os cubanos (2.749), os chineses (1.450) e os bengaleses (947).
Os estados com mais solicitações em 2018 são Roraima (50.770), Amazonas (10.500) e São Paulo (9.977).
Para se ter uma ideia do crescimento de solicitações, Roraima recebeu quase 16 mil solicitações em 2017 – um aumento de mais de 300% se comparado com o ano passado.
ttps://www.acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/dados-sobre-refugio-no-brasil/
Os termos “refugiado” e “migrante” são substituíveis entre si?
Não. Apesar de ser cada vez mais comum os termos “refugiado” e “migrante” serem utilizados como sinônimos na mídia e em discussões públicas, há uma diferença legal crucial entre os dois.
Confundi-los pode levar a problemas para refugiados e solicitantes de refúgio, assim como gerar entendimentos parciais em discussões sobre refúgio e migração. Atualmente existem 6 milhões de refugiados , requerente de asilos e deslocamentos internos, quse o dobro do número de 10 anos atrás. É uma maré crescente, trasnbordando através das fronteiras , são 15 conflitos , novos ou ressurgindo nos últimos 5 anos. Os megas conflitos na síria e no Iraque deslocaram cerca de 15 milhões de pessoas. Esses conflitos obrigam os migrantes a fugir. Em 2015 os números de mortes foram de quase 3 mil pessoas e continua subindo no mundo todo. Essa forma desesperada de encontrar segurança está sobrecarregando alguns países e esgotando recursos, mas também despertando a generosidade das pessoas. Outra necessidade urgente é proteger os refugiados contra o racismo e a xenofobia. ´´Eles precisam de mais esperança´´. A principal diferença entre refugiados e migrantes está no motivo pelo qual essas pessoas se deslocam de um lugar para o outro. Enquanto os refugiados precisam de ajuda por motivos de guerra ou perseguição em seus países de origem, os migrantes geralmente saem por vontade própria, para buscar melhores condições de vida.
A Convenção de 1951, convocada pela ONU para estabelecer quem eram os refugiados e quais os seus direitos legais, assim define: “o termo ‘refugiado’ se aplicará a qualquer pessoa que temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”. Os refugiados devem respeitar a legislação e as autoridades do país de destino, e podem usufruir dos mesmos direitos e da mesma assistência básica que qualquer outro estrangeiro que resida legalmente no país.
Os migrantes podem deixar os seus países em busca de melhores condições econômicas, para reencontrar familiares ou por questões naturais, como é o caso das pessoas que fogem do processo de desertificação da região do Sahel (norte da África). Mas não precisam necessariamente sair de um país para o outro: mudar de cidade ou estado já é considerado um movimento migratório. Assim como os refugiados, possuem direitos e deveres, diferentes em cada caso. Os migrantes, por exemplo, devem conseguir se sustentar durante o tempo de permanência no local. Muitos países preferem tratar qualquer pessoa estrangeira que chegue para ficar como migrante, já que as pessoas enquadradas nessa categoria podem ser deportadas caso não possuam os documentos legais. O mesmo não pode ser feito com refugiados.
Qual a especificidade sobre a terminologia “refugiado”?
Refugiados são especificamente definidos e protegidos no direito internacional. Refugiados são pessoas que estão fora de seus países de origem por fundados temores de perseguição, conflito, violência ou outras circunstâncias que perturbam seriamente a ordem pública e que, como resultado, necessitam de “proteção internacional”. As situações enfrentadas são frequentemente tão perigosas e intoleráveis que estas pessoas decidem cruzar as fronteiras nacionais para buscar segurança em outros países. Eles são assim reconhecidos por ser extremamente perigoso retornar a seus países de origem e, portanto, precisam de refúgio em outro lugar. Essas são pessoas às quais a recusa de refúgio pode ter consequências potencialmente fatais para suas vidas.
 De que forma refugiados são protegidos pelo direito internacional?
O regime legal específico que protege os direitos dos refugiados é conhecido como “proteção internacional dos refugiados”. A lógica que sustenta a necessidade deste regime reside no fato de que os refugiados são pessoas em uma situação específica que exige salvaguardas adicionais. Solicitantes de refúgio e refugiados carecem da proteção de seus países. A Convenção da ONU de 1951 e seu Protocolo de 1967, assim como instrumentos legais regionais, como a Convenção de 1969 da Organização de Unidade Africana. 
 
As disposições da Convenção de 1951 continuam sendo o padrão internacional para o julgamento de qualquer medida para a proteção e tratamento dos refugiados. Sua disposição mais importante, o princípio de non-refoulement (que significa ‘não devolução’), contido no Artigo 33, é o alicerce do regime. De acordo com este princípio, refugiados não podem ser expulsos ou devolvidos a situações onde suas vidas ou liberdade possam estar sob ameaça. Os Estados são os primeiros responsáveis por assegurar essa proteção. O ACNUR trabalha estreitamente com governos, aconselhando-os e os apoiando conforme suas necessidades a fim de implementar suas responsabilidades. De acordo com este princípio, refugiados não podem ser expulsos ou devolvidos a situações onde suas vidas ou liberdade possam estar sob ameaça. Os Estados são os primeiros responsáveis por assegurar essa proteção. O ACNUR trabalha estreitamente com governos, aconselhando-os e os apoiando conforme suas necessidades a fim de implementar suas responsabilidades 
A palavra “migrante” pode ser utilizada como um termo genérico para também abranger refugiados?
Uma definição legal uniforme para o termo “migrante” não existe em nível internacional. Alguns formuladores de políticas, organizações internacionais e meios de comunicação compreendem e utilizam o termo “migrante” como um termo generalista que abarca migrantes e refugiados. Por exemplo, estatísticas globais em migrações internacionais normalmente utilizam uma definição de “migração internacional” que inclui os movimentos de solicitantes de refúgio e de refugiados.
Em discussões públicas, no entanto, essa prática pode facilmente gerar confusão e pode também ter sérias consequências para a vida e segurança de refugiados. Portanto, misturar os conceitos de “refugiados” e “migrantes” pode enfraquecer o apoio a refugiados e ao refúgio institucionalizado em um momento em que mais refugiados precisam de tal proteção.
Nós precisamos tratar todos os seres humanos com respeito e dignidade. Nós precisamos garantir que os direitos humanos dos migrantes sejam respeitados. Ao mesmo tempo, nós também precisamos fornecer uma resposta legal e operacional apropriada aos refugiados, por conta de sua situação difícil e para evitar que se diluam as responsabilidades estatais direcionadas a eles. Por essa razão, o ACNUR sempre se refere a “refugiados” e “migrantes” separadamente, para manter clareza acerca das causas, dos movimentos de refúgio e para não perder de vistaas obrigações específicas voltadas aos refugiados nos termos do direito internacional. Nem todos os migrantes escolhem migrar, muitas vezes as buscas por maiores condições de vida e melhores empregos. Eles também para aliviar as dificuldades ocasionadas pelos desastres naturais , fome e extrema pobreza , esses normalmente não são considerados refugiados. Qual é a melhor forma de se referir a grupos mistos em deslocamento que incluam tanto refugiados quanto migrantes?
Qual é a melhor forma de se referir a grupos mistos em deslocamento que incluam tanto refugiados quanto migrantes?
 A prática adotada pelo ACNUR é se referir a grupos de pessoas viajando em movimentos mistos como “refugiados e migrantes”  Essa é a melhor forma de permitir a compreensão de que todas as pessoas em deslocamento possuem direitos humanos que devem ser respeitados, protegidos e satisfeitos; e que refugiados e solicitantes de refúgio possuem necessidades específicas e direitos que são protegidos por uma estrutura legal específica. E quanto aos refugiados que deixam o país em que se refugiaram e entram em outro? Eles não são melhores descritos como “migrantes” por conta de realizarem viagens subsequentes a partir do primeiro país de acolhida?
Um refugiado não deixa de ser refugiado ou torna-se “migrante” simplesmente por deixar um país de refúgio para viajar a outro país. Um indivíduo é refugiado por conta da falta de proteção em seu país de origem. Mudar-se para um novo país de refúgio não muda essa situação.
Portanto, o status de refugiado do indivíduo não é afetado. Uma pessoa que satisfaz os critérios para o status de refugiado permanece sendo refugiada, independentemente da rota realizada na busca de proteção ou das oportunidades para reconstruir sua vida e mesmo das várias etapas envolvidas nessa jornada.
 ttps://www.acnur.org/portugues/dados-sobre-refugio/dados-sobre-refugio-no-brasil/
 
As transformações no mundo do trabalho nas últimas décadas do século XX e no limiar do século XXI refletem nas condições de vida, de trabalho e na organização política da classe operária, cujas implicações são nefastas para os trabalhadores, uma vez que significa racionalização de trabalho vivo, crescimento exponencial da força de trabalho excedente, solapa o trabalho organizado e, por conseguinte, os direitos sociais e trabalhistas a ele atinentes, retrocesso da ação sindical, expresso no “sindicalismo de envolvimento, sindicalismo manipulado e cooptado”

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