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Ordem de vocação hereditária Problemática do artigo 1829, I do Código Civil

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Para os fins da análise pedida, nos limitaremos à sucessão legítima, 
declinando algumas hipóteses descritas (ou não) no texto legal, acerca da ordem de 
vocação hereditária. 
A norma contida no artigo 1829 do Código Civil descreve a ordem de vocação 
hereditária, compreendida como o rol de pessoas que deverão ser chamadas a 
participar da transferência de titularidade das relações patrimoniais 
pertencentes ao falecido. 
Então, o artigo 1829 determina o seguinte: 
Artigo 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem 
seguinte: 
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge 
sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime 
da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de 
bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da 
comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado 
bens particulares; 
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; 
IV - aos colaterais. 
Não é demais apontar que a truncada redação do artigo 1829, inciso I, impôs 
algumas dúvidas interpretativas que têm sido dirimidas pelos Tribunais, em especial 
pelo Superior Tribunal de Justiça. 
O equívoco legislativo já pode ser notado na diferença legal imposta entre a 
sucessão do cônjuge e a do companheiro, cuja situação jurídica advém de união 
estável. Vale dizer, a sucessão da união estável foi regulamentada pelo Poder 
Legislativo diferenciando-o do regime do casamento, estando ela disciplinada no artigo 
1790 do Código Civil. 
O equívoco legislativo foi levado ao Supremo Tribunal Federal que 
reconheceu a repercussão geral da questão (Temas 498 e 809) e, por maioria de 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/L10406.htm#art1640
votos declarou, de forma incidental, a inconstitucionalidade do artigo 1790 do 
Código Civil, equiparando o direito do companheiro de participar da herança, em caso 
de união estável, adotando-se o mesmo regime jurídico estabelecido para os 
cônjuges. As decisões referenciadas se encontram assim ementadas: 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. 
APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.790 DO CÓDIGO CIVIL À 
SUCESSÃO EM UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA. 
INCONSTITUCIONALIDADE DA DISTINÇÃO DE REGIME 
SUCESSÓRIO ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. 
1. A Constituição brasileira contempla diferentes formas 
de família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse 
rol incluem-se as famílias formadas mediante união estável, 
hetero ou homoafetivas. O STF já reconheceu a “inexistência 
de hierarquia ou diferença de qualidade jurídica entre as duas 
formas de constituição de um novo e autonomizado núcleo 
doméstico”, aplicando-se a união estável entre pessoas do 
mesmo sexo as mesmas regras e mesas consequências da 
união estável heteroafetiva (ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. 
Ayres Britto, j. 05.05.2011) 
2. Não é legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os 
cônjuges e os companheiros, isto é, a família formada pelo 
casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização 
entre entidades familiares é incompatível com a Constituição 
de 1988. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar 
as Leis nº 8.971/1994 e nº 9.278/1996 e discriminar a 
companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos 
sucessórios bem inferiores aos conferidos à esposa (ou ao 
marido), entra em contraste com os princípios da igualdade, da 
dignidade humana, da proporcionalidade como vedação à 
proteção deficiente e da vedação do retrocesso. 
3. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica, o 
entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários 
judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado da 
sentença de partilha e às partilhas extrajudiciais em que ainda 
não haja escritura pública. 
4. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, em 
repercussão geral, da seguinte tese: “No sistema constitucional 
vigente, é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios 
entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em 
ambos os casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do 
CC/2002” (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso 
Extraordinário 646.721. Relator: BARROSO, Luís Roberto. 
Publicado no DJ de 11-09-2017). 
 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E CIVIL. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. 
 INCONSTITUCIONALIDADE DA DISTINÇÃO DE REGIME 
SUCESSÓRIO ENTRE CÔNJUGES E COMPANHEIROS. 
1. A Constituição brasileira contempla diferentes formas 
de família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse 
rol incluem-se as famílias formadas mediante união estável. 
2. Não é legítimo desequiparar, para fins sucessórios, os 
cônjuges e os companheiros, isto é, a família formada pelo 
casamento e a formada por união estável. Tal hierarquização 
entre entidades familiares é incompatível com a Constituição 
de 1988. 
3. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as 
Leis nºs 8.971/94 e 9.278/96 e discriminar a companheira (ou o 
companheiro), dando-lhe direitos sucessórios bem inferiores 
aos conferidos à esposa (ou ao marido), entra em contraste 
com os princípios da igualdade, da dignidade humana, da 
proporcionalidade como vedação à proteção deficiente, e da 
vedação do retrocesso. 
4. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica, o 
entendimento ora firmado é aplicável apenas aos inventários 
judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado da 
sentença de partilha, e às partilhas extrajudiciais em que ainda 
não haja escritura pública. 
5. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, em 
repercussão geral, da seguinte tese: “No sistema constitucional 
vigente, é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios 
entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em 
ambos os casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do 
CC/2002”. (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso 
Extraordinário 878694/MG. Relator: BARROSO, Luís Roberto. 
Publicado no DJ de 06-02-2018). 
Não havendo mais dúvida acerca da equiparação do regime jurídico 
sucessório de cônjuges e companheiros, estabelecem-se os parâmetros 
interpretativos que devem permear a sucessão legítima, em consideração a ordem 
legalmente imposta. 
É de fácil constatação que a ordem sequencialmente conferida à sucessão 
legítima deverá observar a seguinte sequência: 
1º) São chamados a suceder os descentes, em concorrência com os 
cônjuges ou companheiros sobreviventes; 
2º) na falta de descendentes, chamar-se-á os ascendentes, em 
concorrência com os cônjuges ou companheiros sobreviventes; 
3º) Caso não haja descendentes ou ascendentes, os cônjuges ou 
companheiros sobreviventes herdarão sozinhos; 
4º) Por fim, inexistindo descendentes, ascendentes e cônjuge/companheiro, 
serão chamados a suceder os colaterais até quarto grau. 
A truncada redação apresentada pelo artigo 1829, I, do Código Civil trouxe 
como já dita, alguns problemas interpretativos que vem sendo paulatinamente 
dirimidos pelos tribunais. Em regra, as dúvidas e questionamentos possuem 
nascedouro no regime de bens escolhido pelos cônjuges e companheiros. 
Pela letra fria do artigo 1829, I, do Código Civil tem-se, por exclusão, que a 
concorrência entre descendentes e cônjuges não ocorrerá quando o falecido for 
casado no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens 
(art. 1.640, parágrafo único), ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da 
herança não houver deixado bens particulares. 
Em suma, adotando-se interpretação literal da lei, a concorrência somente 
existiria quando o casamento (ou união estável) fosse regrado pelo regimento da 
comunhão parcial de bens e o autor da herança tivesse deixado bens particulares, 
hipótese em que, o cônjuge ou companheiro, além de meação concorreria com os 
descendentes, como herdeiro, no tocante aos bens particulares. 
Impõe-se clara a omissão legislativa quanto a dois regimes: o da 
participação final nos aquestos e na separação de bens,adotada por meio de pacto 
antinupcial. 
Diante de tais imperfeições legislativas, o Superior Tribunal de Justiça 
estabeleceu parâmetros de interpretação, até porque, a omissão legislativa não 
poderia redundar na ausência de produção de efeitos sucessórios para os regimes da 
separação convencional de bens e participação final nos aquestos. 
Quanto aos cônjuges casados sob o regime da separação convencional 
total de bens (pacto antenupcial), o Superior Tribunal de Justiça reconheceu que o 
cônjuge sobrevivente concorre com os descendentes do falecido, afastando-se a 
concorrência apenas quanto ao regime da separação legal de bens prevista no 
artigo 1641 do Código Civil. É o que se extrai da decisão prolatada no Recurso 
Especial nº. 1382170/SP, disponibilizado no DJe em 25/05/2015, que se encontra 
assim ementada: 
CIVIL. DIREITO DAS SUCESSÕES. CÔNJUGE. 
HERDEIRO 
NECESSÁRIO. ART. 1.845 DO CC. REGIME DE 
SEPARAÇÃO 
CONVENCIONAL DE BENS. CONCORRÊNCIA COM 
DESCENDENTE. POSSIBILIDADE. ART. 1.829, I, DO CC. 
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/Leis/2002/L10406.htm#art1640
1. O cônjuge, qualquer que seja o regime de bens adotado 
pelo casal, é herdeiro necessário (art. 1.845 do Código Civil). 
2. No regime de separação convencional de bens, o 
cônjuge sobrevivente concorre com os descendentes do 
falecido. A lei afasta a concorrência apenas quanto ao regime 
da separação legal de bens prevista no art. 1.641 do Código 
Civil. 
Interpretação do art. 1.829, I, do Código Civil. 
3. Recurso especial desprovido. 
Na mesma linha é o entendimento lançado no Recurso Especial 
1.472.945/RJ, disponibilizado no DJe em 18/11/2014, cuja ementa da decisão 
apresenta-se abaixo: 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DAS SUCESSÕES. 
INVENTÁRIO E PARTILHA. REGIME DE BENS. SEPARAÇÃO 
CONVENCIONAL. PACTO ANTENUPCIAL POR ESCRITURA 
PÚBLICA. CÔNJUGE SOBREVIVENTE. CONCORRÊNCIA NA 
SUCESSÃO HEREDITÁRIA COM DESCENDENTES. 
CONDIÇÃO DE HERDEIRO. RECONHECIMENTO. EXEGESE 
DO ART. 1.829, I, DO CC/02. AVANÇO NO CAMPO 
SUCESSÓRIO DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. PRINCÍPIO DA 
VEDAÇÃO AO RETROCESSO SOCIAL. 
1. O art. 1.829, I, do Código Civil de 2002 confere ao 
cônjuge casado sob a égide do regime de separação 
convencional a condição de herdeiro necessário, que concorre 
com os descendentes do falecido independentemente do 
período de duração do casamento, com vistas a garantir-lhe o 
mínimo necessário para uma sobrevivência digna. 
2. O intuito de plena comunhão de vida entre os cônjuges 
(art. 1.511 do Código Civil) conduziu o legislador a incluir o 
cônjuge sobrevivente no rol dos herdeiros necessários (art. 
1.845), o que reflete irrefutável avanço do Código Civil de 2002 
no campo sucessório, à luz do princípio da vedação ao 
retrocesso social. 
3. O pacto antenupcial celebrado no regime de separação 
convencional somente dispõe acerca da incomunicabilidade de 
bens e o seu modo de administração no curso do casamento, 
não produzindo efeitos após a morte por inexistir no 
ordenamento pátrio previsão de ultratividade do regime 
patrimonial apta a emprestar eficácia póstuma ao regime 
matrimonial. 
4. O fato gerador no direito sucessório é a morte de um 
dos cônjuges e não, como cediço no direito de família, a vida 
em comum. As situações, porquanto distintas, não comportam 
tratamento homogêneo, à luz do princípio da especificidade, 
motivo pelo qual a intransmissibilidade patrimonial não se 
perpetua post mortem. 
5. O concurso hereditário na separação convencional 
impõe-se como norma de ordem pública, sendo nula qualquer 
convenção em sentido contrário, especialmente porque o 
referido regime não foi arrolado como exceção à regra da 
concorrência posta no art. 1.829, I, do Código Civil. 
6. O regime da separação convencional de bens escolhido 
livremente pelos nubentes à luz do princípio da autonomia de 
vontade (por meio do pacto antenupcial), não se confunde com 
o regime da separação legal ou obrigatória de bens, que é 
imposto de forma cogente pela legislação (art. 1.641 do Código 
Civil), e no qual efetivamente não há concorrência do cônjuge 
com o descendente. 
7. Aplicação da máxima de hermenêutica de que não pode 
o intérprete restringir onde a lei não excepcionou, sob pena de 
violação do dogma da separação dos Poderes (art. 2º da 
Constituição Federal de 1988). 
8. O novo Código Civil, ao ampliar os direitos do cônjuge 
sobrevivente, assegurou ao casado pela comunhão parcial cota 
na herança dos bens particulares, ainda que os únicos 
deixados pelo falecido, direito que pelas mesmas razões deve 
ser conferido ao casado pela separação convencional cujo 
patrimônio é, inexoravelmente, composto somente por acervo 
particular. 
9. Recurso especial não provido. 
A mesma linha interpretativa segue o Enunciado n. 270 do Conselho da 
Justiça Federal, aprovado na III Jornada de Direito Civil: 
'O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o 
direito de concorrência com os descendentes do autor da 
herança quando casados no regime da separação 
convencional de bens ou, se casados nos regimes da 
comunhão parcial ou participação final nos aquestos, o falecido 
possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência 
se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meação) 
ser partilhados exclusivamente entre os descendentes. 
Em que pese o Código Civil de 2002 ter dado especial proteção ao cônjuge, a 
legislação não excepcionou a situação jurídica do casamento contraído sob o regime 
da separação convencional de bens, de maneira que o Superior Tribunal de Justiça 
vem conferindo a interpretação acima colacionada, estabelecendo ao cônjuge casado 
sob esse regime, direito sucessório, sem as ressalvas contidas inclusive para o regime 
da comunhão parcial de bens, impostas pelo legislador. 
Com o devido respeito ao entendimento do Tribunal, a interpretação conferida 
não se mostra a melhor opção, pois, pressupõe-se que a escolha do regime da 
separação convencional de bens, dentre outros motivos, possui razão de ser também 
na linha sucessória a ser adotada em caso de falecimento do titular da herança. 
Tratando-se de relação patrimonial, muitas vezes o titular da relação jurídica 
visa, com a escolha do regime da separação convencional de bens, resguardar a 
herança de sua prole, na totalidade dos bens amealhados, para que não passem os 
filhos por dificuldade. Demonstra-se, ainda, a intenção de excluir da partilha os bens 
adquiridos na constância do casamento, nos termos do artigo 1641 do Código Civil, 
apontando-se esta, com o devido respeito a entendimentos contrários, a melhor 
orientação interpretativa a ser seguida. Entretanto, não foi este o posicionamento 
sufragado pelo Superior Tribunal de Justiça. 
Por fim, apresenta-se o que atualmente é aplicado em razão da interpretação 
conferida pelo STJ, em que se compreende que a concorrência do cônjuge e do 
companheiro com os descendentes ocorrerá da seguinte forma: 
1) Não há concorrência quando o casamento for da comunhão universal de 
bens e separação obrigatória de bens. 
2) Quando o casamento for o da comunhão parcial de bens, o cônjuge ou 
companheiro concorrerá com o autor da herança em hipótese de ter sido deixado pelo 
falecido bens particulares, estando a concorrência limitada a esses bens. 
3) Quando o regime for o da separação convencional de bens, por ser o 
acervo patrimonial composto somente por acervo particular, a concorrência com os 
descendentes se dará sobre a totalidade da herança deixada. 
E, finalmente, no regime da participação final nos aquestos o entendimento 
prevalecente é que a concorrência deverá ocorrer nos mesmos moldes da comunhão 
parcial de bens, ou seja, quanto aos bens particulares. 
Referências 
 
SIMÃO, José Fernando. Direito Civil – Direito de Família. 2ª Edição, 2012, 
Atlas, São Paulo. 
Conteúdo Jusbrasil. Disponível em: < 
https://gabrielajusto.jusbrasil.com.br/artigos/189005763/vocacao-hereditaria-e-analise-critica-do-artigo-1829-do-codigo-civil > . São Paulo. Acesso em 07/03/2020. 
https://gabrielajusto.jusbrasil.com.br/artigos/189005763/vocacao-hereditaria-e-analise-critica-do-artigo-1829-do-codigo-civil
https://gabrielajusto.jusbrasil.com.br/artigos/189005763/vocacao-hereditaria-e-analise-critica-do-artigo-1829-do-codigo-civil

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