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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS

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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS 
 ( Prof. Luiz Alberto C. Marinho ). 
 
ACIDENTES POR SERPENTES 
 
1) Acidentes por serpentes do grupo botrópico ( Bothrops ). 
 Nossa representante : jararaca ( responsável por 90% dos acidentes ). 
 1.a) Fisiopatogenia do veneno botrópico : ações coagulante, proteolítica e 
vasculotóxica. 
 1.a.1) Ação coagulante : conhecida por "ação coagulante do tipo trombina", 
transforma o fibrinogênio em fibrina. Ocorrendo o consumo do fibrinogênio haverá 
incoagulabilidade sanguinea. Eventualmente, pode acontecer a ativação do fator X, e 
também consumo de fatores V, VII e plaquetas, um verdadeiro quadro de coagulação 
intravascular disseminada. Como consequencia, haverá formação e deposição de 
microtrombos na rede capilar, com possibilidade de insuficiência renal aguda. 
 1.a.2) Ação proteolítica ( ou necrosante ): decorre da ação citotóxica direta nos 
tecidos. É possível liponecrose, mionecrose e lise das paredes vasculares. Há nítida 
relação com a quantidade de veneno inoculado. Trata-se de uma ação local, com calor, 
tumor, rubor e dor. Posteriormente, formação de bolhas, úlcera e possibilidade de 
infecção secundária. 
 1.a.3) Ação vasculotóxica : pode causar hemorragias local ou sistêmica em nível 
de pulmões, cérebro e rins. As chamadas hemorranginas agem sobre vasos capilares. 
 1.b) Quadro clínico no acidente botrópico : manifestações locais : logo após a picada, 
dor imediata, de intensidade variável e geralmente progressiva. Além de edema, calor 
e vermelhidão. A instalação de bolhas, equimoses e necrose podem acontecer nas 
primeiras 24 horas. : manifestações sistêmicas : as 
hemorragias, principalmente decorrente da ação coagulante, na maioria das vezes são 
benignas ( gengivorragia, epistaxe, hematúria ). Nos casos mais graves, o sangramento 
pode ser visceral grave. Nos acidentes por filhotes de jararaca ( ou a nossa espécie 
Bothrops erythromelas ), é mais comum alterações no tempo de coagulação e no 
tempo de tromboplastina parcial ativada, com pouca ou nenhuma hemorragia. 
 
 
 1.c) Diagnóstico laboratorial : aumento do tempo de coagulação, indo à 
incoagulabilidade. As plaquetas podem estar normais ou diminuidas. 
1.d) Tratamento específico : é de boa norma tentar classificar o acidente em leve, 
moderado e grave. Um acidente leve tem discretas manifestações locais, tempo de 
coagulação normal ou aumentado e sem sangramento. No moderado, as queixas locais 
são evidentes, tempo de coagulação aumentado e hemorragias discretas. Nos casos 
considerados graves, as manifestações locais são graves, o tempo de coagulação está 
bastante alterado e hemorragias viscerais graves ocorrem. A soroterapia específica, 
com o soro anti-botrópico ( SAB ) é preconizada : casos leves : 2 a 4 ampolas IV 
 : casos moderados : 4 a 8 ampolas IV 
 : casos graves : 8 a 12 ampolas IV. 
 
 
2) Acidentes por serpentes do grupo crotálico ( Crotalus ). 
 Nossa representante : cascavel ( responsável por 5 a 7 % dos acidentes ). 
 2.a) Fisiopatogênia do veneno crotálico : ações miotóxica, neurotóxica, coagulante e 
hepatotóxica. 
 2.a.1) Ação miotóxica : essa atividade miotóxica sistêmica, caracterizada pela 
liberação de mioglobina para o sangue e a urina, está bem estabelecida com base em 
observações clínicas, dados laboratoriais e comprovação por meio de biópsia 
muscular. Há elevação dos níveis séricos de creatinaquinase, desidrogenase lática e 
aspartato aminotransferase. 
 2.a.2) Ação neurotóxica : a principal fração neurotóxica do veneno causa paralisia 
em todas as espécies animais estudadas, semelhante ao efeito causado pelos curares. 
As paralisias motoras e respiratórias são decorrentes do bloqueio da junção 
neuromuscular, permitindo concluir que esta neurotoxina atue na pré-sinapse, 
inibindo a liberação de acetilcolina. 
 2.a.3) Ação coagulante : menos importante do que no acidente botrópico. 
 2.a.4) Ação hepatotóxica : aumento das transaminases. 
 
 
 
2.b) Quadro clínico no acidente crotálico : manifestações locais : discretas ou 
nenhuma. : manifestações sistêmicas : mialgias 
generalizadas, podendo ser acompanhada de edema muscular discreto. Diminuição ou 
perda da visão, ptose palpebral bilateral, sonolência e obnubilação. O facies pode ser 
característico, denominado "facies neurotóxico". O comprometimento dos III, IV e VI 
pares cranianos é evidenciado por ptose palpebral bilateral, diplopia, plegia de 
músculos da pálpebra, midríase bilateral semiparalítica e diminuição de reflexos 
fotomotores. É possível encontrar movimentos nistagmóides, plegia dos movimentos 
do olhar conjugado, tontura, alterações da gustação e hiposmia e/ou anosmia. 
Insuficiência renal, devida à mioglobinúria, representa maior gravidade. 
1.c) Diagnóstico laboratorial : os níveis séricos de CK, TGO e DHL aumentam entre 8 a 
24 horas pós-acidente. A elevação da TGP denota agressão hepática. 
1.d) Tratamento específico : tenta-se igualmente classificar o acidente em : leve, 
ausencia de facies neurotóxica, visão turva e mialgias ausentes ou tardias, urina de 
coloração normal. Os casos moderados, todas alterações citadas presentes, mas pouco 
evidentes. Nos graves, as alterações são evidentes e intensas. A soroterapia 
específica, com o soro anti-crotálico ( SAC ) é preconizada : casos leves : 5 ampolas IV. 
 : moderados: 10 ampolas IV. 
 : Graves : 20 ampolas IV. 
 
 
3) Acidentes por serpentes do grupo elapídico ( Micrurus ). 
 Nossa representante : coral ( responsável por 2 a 3 % dos acidentes ). 
 3.a) Fisiopatogenia do veneno elapídico : ação neurotóxica. 
 3.a.1) As neurotoxinas elapídicas podem atuar na pré ou na pós-sinapse, podendo 
haver, no último caso, reversão do bloqueio pela administração de 
anticolinesterásicos. O desenvolvimento dos sintomas de bloqueio da junção 
mioneural em geral é rápido, em decorrencia do baixo peso molecular dessas 
neurotoxinas. 
 3.b) Quadro clínico no acidente elapídico : o doente exibe facies neurotóxica ( ou 
miastênica ), com ptose palpebral bilateral, paralisia flácida dos membros. 
 
 
 O quadro tente a ser mais grave do que o dos acidentes crotálicos, devido à elevada 
incidência de paralisia respiratória de instalação súbita. 
3.c) Diagnóstico laboratorial : nenhuma contribuição. 
3.d) Tratamento específico : todo acidente deve ser considerado potencialmente 
grave. A soroterapia específica com soro anti-elapídico (SAE )é preconizada : 10 
ampolas IV . 
 
 
 
ACIDENTES POR ARANHAS VENENOSAS 
1) Acidentes por aranhas do gênero Loxosceles (aranha marrom). 
 1.a) Fisiopatogenia do veneno de loxosceles : o veneno contém enzimas hidrolíticas 
que degradam moléculas constituintes da membrana basal. Em decorrencia, o 
loxoscelismo pode evoluir com lesão cutânea-necrótica na região da picada. Além 
disso, agem sobre proteinas da membrana de hemácias, levando à hemólise. 
 1.b) Quadro clínico no acidente pela aranha loxosceles : dor, eritema e edema no 
local da picada. Pode evoluir para necrose seca, onde se forma úlceracom bordas 
elevadas. Febre, cefaléia, náuseas, mal-estar e exantema, podem aparecer. Na forma 
cutânea-hemolítica, manifestações clínicas devidas à hemólise intravascular- anemia, 
icterícia e hemoglobinúria- aparecem. Nos casos graves, há possibilidade de 
insuficência renal aguda. 
 
 
 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES 
 1.a) Fisiopatogênia do veneno escorpiônico : trata-se de um veneno composto por 
uma mistura de proteinas básicas de baixo peso molecular, com atividade sobre canais 
iônicos. Sua ação sobre canais de sódio leva à despolarização de membranas de 
músculos e nervos. Há liberação maciça de neurotransmissores ( adrenalina e 
acetilcolina ). 
 
 1.b) Quadro clínico no acidente escorpiônico : manifestações locais : dor, com 
intensidade variável, referida como ardor, queimação ou agulhada. Hiperestesia, 
parestesia, hiperemia, edema, sudorese e piloereção. 
 : manifestações sistêmicas: náuseas, 
vômitos, mal-estar, sudorese, cólicas, diarréia e até pancretite. Hipertensão ou 
hipotensão arterial, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia 
ou bradicardia. Taquipnéia, dispnéia e edema agudo de pulmão. Agitação psicomotora, 
sonolência, tremores, confusão mental, contrações musculares, convulsões, priapismo, 
dentre outros. 
 1.c) Tratamento específico : soro anti-escorpiônico: 4 a 6 ampolas IV.

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