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Portifólio como Ferramenta Metodológica e Avaliativa

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353
PORTFÓLIO COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA E AVALIATIVA
Gabriela Eyng Possolli 
Raphaela Gubert
1. BASES CONCEITUAIS: DEFININDO PORTFÓLIO, TIPOS E APLICAÇÕES NO 
CONTEXTO EDUCACIONAL
O sistema de documentação, acompanhamento e avaliação da aprendizagem que utiliza 
portfólios, é prática corrente na pedagogia norte-americana há décadas; adotado desde o início 
da década de 1980 em escolas públicas e privadas, atualmente é utilizado em mais de 40 
distritos como uma prática metodológica e avaliativa significativa. As primeiras referências dos 
pesquisadores brasileiros contemplavam estudos da escola dos EUA. Dentre essas referências, 
destaca-se Campbell (1996), que pontua que um portfólio não pode ser visto meramente como um 
arquivo de projetos e anotações, nem mesmo como uma coleção de atos de ensino. Ele destaca que 
um portfólio é uma documentação organizada visando ao crescimento do educando, pois registra 
conhecimentos construídos e processos importantes no complexo ato de aprender e ensinar. Essa 
atividade encoraja o aprendizado centrado na educando e no adolescente, e é aperfeiçoada por 
eles próprios, professores e família ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem.
A montagem de um portfólio cria condições para que o educando reflita sobre informações 
e conhecimentos que não adquiriu em sala de aula e sim no seu cotidiano, mas que podem 
enriquecer as atividades realizadas nas aulas normais da escola, como os relatos de experiências 
354
de seu cotidiano. As relações entre sua vida no cotidiano e a vida escolar são relevantes para 
seu aprendizado centrado. A atividade conduz o educando a refletir sobre as suas experiências, 
analisando os trabalhos realizados, possibilitando que se definam objetivos para seu aprendizado 
com seu professor.
Shores e Grace definem portfólio como “uma coleção de itens que revela, conforme o 
tempo passa, os diferentes aspectos do crescimento e do desenvolvimento de cada educando” 
(2001, p.43). Já Vilas Boas diz que o portfólio apresenta várias possibilidades; uma delas é a sua 
construção pelo aluno. Nesse caso, o portfólio é uma coleção de atividades, realizada em certo 
período de tempo e com um propósito determinado. (2004, p.38)
Behrens conceitua portfólio como “procedimento metodológico que permite envolver 
atividades didáticas de auto-avaliação que documentam aspectos multidimensionais do que os 
alunos aprenderam.” (2006, p.105). A autora ratifica esta vertente quando diz que “a proposição 
do portfólio pode ser utilizada com duas finalidades interconectadas, a da avaliação processual 
e a de registro do processo metodológico.” (2006, p. 104). Apresenta-se neste texto o portfólio 
segundo o viés de instrumento metodológico e de avaliação.
Nesse contexto, observa-se que esse instrumento possibilita a análise continua pelo aluno das 
atividades por ele desenvolvidas e em desenvolvimento mediante o registro de suas observações 
e sentimentos que ele pode de continuo estar revisitando. Recomenda-se que o portfólio esteja 
ancorado em um contrato didático-pedagógico entre as partes, em que fica implícito o que o aluno irá 
aprender e quais as responsabilidades de professores e alunos neste processo. O portfólio pode ser 
composto de registros de atividades e documentos, que também ao serem elaborados têm a opção 
de apresentar-se em variadas mídias, dentre os quais destacam-se alguns: relatórios escritos, vídeos, 
gráficos, esquemas e diagramas, produções individuais e coletivas e registros sobre as diferentes 
fases do educando para observar o seu desenvolvimento e, se necessário, auxiliar na resolução de 
dificuldades em seu processo de ensino e aprendizagem.
1.1 Tipos de Portfólio
A natureza da intenção que motiva a montagem de portfólios possibilita classificá-los em três 
tipos: portfólio particular, portfólio de aprendizagem e portfólio demonstrativo. 
O portfólio particular refere-se a um conjunto de registros ao longo da vida, contendo 
materiais sobre a vida pessoal e(ou) profissional.
O portfólio de aprendizagem é uma compilação de anotações, rascunhos e esboços de 
projetos em implantação, trabalhos escolares e diário da aprendizagem dos alunos. As pastas 
355
em forma de gaita são uma boa alternativa para guardar o material por serem resistentes, porém 
muitos professores se utilizam de pastas comuns.
O portfólio demonstrativo é composto de fotografias, gravações e cópias selecionadas de 
relatos de alunos. Refere-se a registros de avanços importantes ou de problemas persistentes, 
sendo desejável ser apresentado à professora da série seguinte. Este tipo pode ser instrumento 
para suscitar novos projetos, construções e reconstruções de saberes sobre as bases anteriores de 
conhecimento e interesse de cada educando.
1.2 Composição de um Portfólio
Os itens que compõem um portfólio normalmente são aqueles que apresentam informações 
sobre o crescimento e desenvolvimento da educando ou jovem. Como itens mais comuns se têm 
as amostras de trabalhos escolares. Entre estes estão os desenhos e trabalhos escritos.
Quanto mais variados forem os registros do processo de ensino-aprendizagem que compõe 
o portfólio, mais rico e de maior utilidade ele será. Para tanto, é relevante que o professor 
seja responsável pela análise e aprovação da maneira pela qual o portfólio se organiza. Além 
disso, o professor, em conjunto com a equipe pedagógica, deve assumir a responsabilidade de 
elaborar uma política composta por um conjunto de procedimentos para cada tipo de material a 
ser integrado ao portfólio, a fim de que se realize um registro eficaz, em consonância com o fim a 
que se destina. Segundo Shores e Grace, “a política do portfólio funciona como um guia para que 
haja um propósito claro para cada item desse material” (2001, p.46).
Um portfólio considerado como significativo deve apresentar registros que indiquem como 
cada aluno atingiu os objetivos pré-definidos para cada idade/série no projeto pedagógico da 
instituição, ou seja, deve fornecer subsídios sobre o aprendizado de forma que possibilite verificar 
os avanços. As amostras que são inseridas no portfólio representam a vertente principal do trabalho, 
pois, desenhos, redações e outras criações produzidas pelos alunos demonstram a criatividade e o 
desenvolvimento cognitivo alcançado, revelando, assim, o progresso da educando ou adolescente. 
Shores e Grace corroboram com a assertiva de que por meio dos registros documentados em um 
portfólio “pode-se identificar evidências de indicadores de desenvolvimento e de prática, ou do 
domínio, de objetivos curriculares.” (2001, p.46).
A coleta de amostras de trabalhos realizados preserva as fontes primárias, ou seja, fornece 
informações sobre o progresso das educandos. As fontes primárias são aquelas relativas aos 
materiais produzidos pelas educandos em sua instância original e que permanecem inalterados 
como os desenhos, as cartas, entre outros. Essas amostras devem ter registros de breves comentários 
356
do professor, primeiro passo para manter os registros, pois estes podem resultar em evidências 
quanto à prática, ao domínio, ou os objetivos curriculares que foram contemplados. 
1.3 Os registros escritos em Portfólios
Os registros escritos constituem as principais amostras em um portfólio por serem eles os 
meios pelos quais se documentam os comentários do professor, do aluno e dos pais.
Dessa maneira, os registros, ou seja, a comunicação escrita tem importante papel na medida 
em que pode fazer a ligação entre a escola e a casa. Vale destacar que existem uma variedade 
de registros escritos que podem proporcionar a comunicação entre alunos, pais e professores 
mesmo quando não há possibilidades de encontros. Registros sistemáticos documentam as ações 
planejadas com cada aluno como possibilitam decisões de currículo e instrução. (SHORES e 
GRACE, 2001).
Os comentários do professor nas amostras de trabalhos, imagens e diários de aprendizagem 
dos alunos também constituem registros escritos,sendo que os principais deles são classificados 
por Shores e Grace (2001) como entrevistas, registros sistemáticos, registros de caso, resumo de 
reuniões de análise de portfólio entre alunos, professor e pai e os relatos narrativos.
As entrevistas são momentos em que professor e aluno discutem um único assunto em 
profundidade. Exemplo: uma discussão do professor com o aluno sobre um livro lido pode 
desencadear uma ação do professor em direção ao interesse do aluno por aquele assunto. Como 
resultado dessa entrevista, o aluno pode ser orientado a pesquisar sobre o assunto e arquivar em 
seu portfólio de aprendizagem o material coletado. Durante uma reunião de análise do portfólio 
pode-se fazer uma revisão sobre o progresso da pesquisa.
Os registros sistemáticos são breves anotações feitas pelo professor das atividades casuais 
específicas que documentam o progresso do educando e podem envolver um grupo de alunos 
conforme a atividade. Como registros sistemáticos, têm-se: 1) Descrição Diária – o professor 
registra de forma regular um aluno documentando suas mudanças de comportamento e de seus 
interesses; 2) Registros Contínuos – o professor registra cada ato de um aluno durante um período 
de tempo.
Os registros de caso constituem anotações que o professor fez dos atos espontâneos de 
cada aluno ou de um grupo de alunos. São, segundo Shore e Grace, as chamadas “observações das 
educandos” (2001, p.66). Fotografias podem ser um bom instrumento para auxiliar no registro. 
Exemplo: observar uma educando brincando e analisar seu desenvolvimento.
357
Os resumos de reuniões de análise de portfólio consistem em uma síntese explicativa 
do que tratou a reunião de análise do portfólio, mediante um encontro privado entre aluno, pais e 
professor em que estes conversam sobre as experiências de aprendizado do aluno em um período 
de tempo. 
E, por último, os relatos narrativos, que são relatos periódicos escritos pelo 
professor do progresso global de cada aluno, podem complementar os tradicionais boletins 
de notas.
1.4 Outros tipos de registros em Portfólios
Existe uma infinidade de tipos de registros nas amostras de trabalho que podem compor 
um portfólio. Além dos mais comuns, já citados, existem ainda os que compreendem os chamados 
trabalhos artísticos. Observa-se que um registro pode apresentar elementos de mais de um dos 
tipos descritos a seguir. Exemplifica-se: amostra de escrita e de desenho.
Os trabalhos artísticos são amostras que representam uma importante ferramenta para o 
processo de interdisciplinaridade, assim como para o processo de avaliação. Estes devem ter 
a identificação do aluno, ou seja, o nome completo do aluno, a data em que foi realizado e 
comentários do professor.
Legendas em desenhos, cartas para pais e para outras pessoas, registros em diários, 
relatórios, histórias e livros originais são itens que podem compor o portfólio.
Outros registros são interessantes tipos de amostra na medida em que podem demonstrar 
pensamentos, sentimentos e reflexões do aluno. Relato de uma experiência ou explicações 
de desenhos podem conter informações substanciais. As fotografias são excelentes na medida 
em que representam a imagem de uma atividade do aluno e, quando acompanhadas de breves 
anotações do professor, podem contribuir para análises posteriores sobre o progresso do aluno. 
Já as gravações de áudio e vídeo são ricas fontes de informações sobre o aprendizado de um 
aluno ou do grupo.
As listagens e escalas de classificação de habilidades e conceitos são instrumentos 
utilizados para rápida avaliação e registro das habilidades de um aluno em um certo domínio 
do desenvolvimento; podem ser importantes para fomentar o pensamento para o professor em 
relação a sua prática. Os produtos de avaliações de desempenho são resultantes de avaliação 
do rendimento e podem compreender resenhas ditadas de livros, demonstrações de experimentos, 
atividades em pequenos grupos que quando inclusas no portfólio podem ser muito informativas 
quanto aos produtos finais. Os diários de aprendizagem vêm a contribuir na medida em que 
358
são os registros de desempenho do aluno. O diário pode ter o relato ou registros de experiências 
da educando e de sua família no lar, no local de trabalho dos pais, nos locais de férias. Este diário 
é ferramenta para capturar tipos de aprendizado que as amostras de trabalho não conseguem 
detectar, vindo a auxiliar no desenvolvimento curricular, possibilitando ao professor escrever 
comentários sobre as ideias e os interesses do aluno.
Esses tipos de registro, que podem compor um portfólio, são excelentes instrumentos para que o 
professor realize uma avaliação do processo de ensino e aprendizagem, mediante relatos narrativos 
que se apresentam como instrumentos mais adequados do que listas de desenvolvimento cognitivo, 
socioemocional e físico ou escalas de classificação.
2.	 PORTFÓLIO	COMO	METODOLOGIA	DE	ORGANIZAÇÃO	DO	PROCESSO	DE	ENSINO-
APRENDIZAGEM 
2.1 Princípios norteadores do trabalho com portfólio
O portfólio possibilita ao aluno participar da tomada de decisões levando-o a formular suas 
próprias ideias e realizar escolhas e não apenas a cumprir o que foi definido pelo professor e pela 
escola, servindo para vincular a avaliação ao trabalho pedagógico. Modifica-se, assim, o contexto, 
a avaliação deixa de ser classificatória e unilateral para se comprometer com a aprendizagem 
de cada aluno, onde o portfólio é uma das possibilidades de uma prática comprometida com a 
formação do aluno. (VILLAS BOAS, 2007).
Nota-se que, além das questões acima apontadas, há que se considerar outras de extrema 
relevância para a construção de um portfólio, tais como:
•	 A	orientação que o professor fará durante o caminhar do aluno frente a produção e 
a construção do portfólio, levando-se em consideração a idade dos educandos, o curso, 
o tempo para ser desenvolvido e outros; 
•	 O	 processo deve ser bem planejado e as famílias devem ser sempre bem 
informadas; 
•	 O	professor precisa ser preparado para desenvolver o trabalho, por isso é preciso 
estudar o referencial teórico e conhecer a bibliografia sobre portfólio e as iniciativas 
de sucesso;
•	 É	imprescindível	atentar	em	relação	à	forma	de	utilização	do	portfólio, não se trata de 
substituir a prova, ambos são procedimentos de avaliação, no entanto, cumprem 
propósitos diferentes;
359
•	 Trabalhar	as	relações desenvolvidas entre os participantes do processo de avaliação, 
professor e aluno, pois mudar práticas requer tempo e estabelecimento de confiança;
•	 Criar	um	clima	favorável	à	construção	do	portfólio – a percepção do professor e do 
aluno em relação a esta construção deverá ser que este é um aliado do processo de 
ensino e aprendizagem e não como uma dificultador;
•	 Compreensão por parte de todos (escola e pais) de que o portfólio é um procedimento 
avaliativo de construção pelos alunos e não pelos pais, ou seja pais não devem 
realizar tarefas de seus filhos.
Nesse sentido, há que se observar princípios norteadores que irão orientar sua construção, 
tais como:
1. A construção pelo aluno possibilitando as escolhas e decisões de sua parte;
2. A construção é realizada por meio da reflexão, assim o aluno tem a possibilidade de 
decidir o que incluir e ao mesmo tempo analisar sua produção, podendo refazê-las ou 
não (recomenda-se que todas as versões permaneçam no portfólio mesmo as que forem 
reconstruídas, documenta-se assim o processo de aprendizagem do aluno);
3. O desenvolvimento da criatividade. O professor deverá organizar o trabalho com a 
turma de forma criativa, oportunizando a formulação de ideias variadas.
2.2	 Os	 princípios	 da	 construção,	 reflexão	 e	 criatividade	 abrem	 o	 caminho	 para	 a	
autoavaliação
Estes princípios conduzem o aluno a desenvolver a capacidade de avaliar seu próprio 
desempenho com o sentido de avançar, ou seja, requer o desenvolvimento da habilidade crítica. 
Esta autoavaliação auxilia o aluno a estabelecer comparação com osparâmetros que foram 
formulados pelo professor, a conhecer e compreender os objetivos específicos da aprendizagem 
e os critérios de avaliação que serão utilizados para avaliar seus trabalhos. E ainda, a reconhecer 
suas potencialidades e fragilidades, reagindo ao seu trabalho e fornecendo suas percepções quanto 
à sua aprendizagem de forma a trabalhar visando alcançar outros objetivos.
2.3 A montagem de um portfólio passo a passo 
Para a montagem de um portfólio apresentam-se a seguir os dez passos que compreendem 
este processo: 
360
1. Estabelecer a política de um portfólio.
2. Coletar amostras de trabalho.
3.	 Tirar	fotografias.
4. Realizar consultas nos diários de aprendizagem.
5. Conduzir entrevistas.
6. Realizar registros sistemáticos.
7. Realizar registros de casos.
8. Preparar relatórios narrativos.
9. Conduzir reuniões de análise de portfólio em três vias.
10. Usar o portfólio em situações de transição.
1. Estabelecer a política de um portfólio
Uma política de portfólio compreende “um pequeno conjunto de regras básicas para a 
coleta dos itens a serem guardados”. (SHORES; GRACE; 2001, p.88). Vale destacar que todas as 
regras apresentadas a seguir são orientações que devem ser adaptadas à realidade dos alunos, da 
escola,	dos	conteúdos	e	dos	objetivos	do	portfólio.	É	importante,	ainda,	ressaltar	que	a	intenção	em	
estabelecer normas para a construção não é burocratizar o processo, mas planejá-lo e organizá-lo.
Para o estabelecimento desse conjunto de regras, deve-se:
a) identificar os propósitos do portfólio;
b) identificar os tipos de itens a serem coletados;
c) estabelecer que professor, educando e pais colaborem na escolha de itens para portfólios 
permanentes;
d) identificar no cronograma a coleta de cada tipo de item;
e) examinar a missão e(ou) os objetivos da escola ou do programa de ensino;
f) adicionar os seus objetivos profissionais e os objetivos de sala de aula;
g) relacionar o que é coletado na pesquisa com os objetivos educacionais globais;
h) expressar como a avaliação com este material complementará a avaliação padronizada e 
os métodos de relatório;
i) construir critérios específicos para a coleta de certos itens que irão compor o portfólio, 
ou seja, padronizar algumas escolhas (desenhos e amostras de trabalhos);
j) definir quais são os possíveis resultados, padrões e(ou) critérios pelos quais determinados 
itens como tarefas relacionadas ao desempenho podem ser avaliados;
k) estipular horários para as reuniões de análise de portfólio em horários adequados para 
os pais de forma que possibilitem seu comparecimento;
361
l) identificar procedimentos que preservem informações quando confidenciais;
m) identificar mecanismos que liberem itens de registros aos pais mas que ao mesmo 
tempo garantam a integridade do todo do portfólio, descartando a possibilidade de 
desorganização do mesmo de ano para ano; 
n) garantir que o professor irá coletar amostras consideradas básicas. 
O estabelecimento da política se dará mediante:
a) discussões realizadas no âmbito da escola com gestores, professores e pais;
b) composição de comitê por gestores, professores e pais com vistas a revisar as anotações 
provenientes das discussões elaborando esboço das políticas;
c) divulgação do esboço e realização reunião para novas avaliações do material;
d) realização as revisões adicionais necessárias e adoção da política. Anotar a data de 
adoção para evitar possíveis problemas;
e) divulgação da política adotada para gestores, professores e pais;
f) testagem durante um período da política estabelecida;
g) definição data de revisão da política e do processo em curso.
2. Coletar amostras de trabalho
Quando o professor for coletar as amostras de trabalho deve ter em mente que sua política 
de portfólio é um guia geral para a definição do tipo de amostras de trabalho que irá compor.
a) coletar amostras de trabalho que o aluno produz voluntariamente;
b) o estabelecimento de critérios e a seleção de um item para inclusão no portfólio devem 
ser precedidos das seguintes ações: o aluno deve assinar e colocar a data na amostra, 
escrevendo breves anotações sobre este item e o professor também deverá realizar 
anotações;
c) num próximo passo o educando pode realizar autoavaliação e avaliação entre colegas em 
que uns fazem comentários dos trabalhos dos outros;
d) compartilhar amostras de trabalho com a família e a comunidade escolar – quadro de 
avisos, informativos, power points e reuniões – sempre com a permissão do educando. 
3. Tirar fotografias
Quando um portfólio possuir registro fotográfico, é necessário observar que ao realizar uma 
foto não é preciso preocupar-se demasiadamente com a qualidade, mas, sobretudo, com o que 
ela irá transmitir. Após anotar o objeto fotografado, incluir a data, o cenário e nome dos alunos 
362
envolvidos. Sempre revise os detalhes anotados e verifique se os comentários são suficientes. 
Pode-se usar a fotografia como elo em outra evidência com os alunos ajudando a construir os 
comentários. Outra estratégia é compartilhar as fotos com os pais.
4. Realizar consultas nos diários de aprendizagem
A coleta de mostras e fotos já deve ter estabelecido o mecanismo de reflexão sobre o que 
tem sido aprendido, assim, o próximo passo é marcar encontros regulares com cada educando 
para conversar sobre a variedade de suas atividades e rever os registros contínuos de cada 
parte, do professor e do aluno. Esses registros de pensamentos e planos do professor e do aluno 
podem ser realizados em um caderno que pode ser chamado de diário de aprendizagem, em 
que se registram de maneira contínua novas descobertas e novos entendimentos, evidências dos 
processos realizados.
5. Conduzir entrevistas
Esta técnica é utilizada para averiguar com profundidade o que o aluno sabe em uma 
área específica. Pode ser usada para planejar uma investigação sobre determinado tópico. Após 
consultas aos diários, a entrevista pode ser usada para auxiliar, por exemplo, na avaliação de uma 
unidade de estudo particular de maneira mais sistemática. As anotações devem conter comentários 
importantes sobre o educando, o local, a data e os registros de impressões do professor.
6. Realizar registros sistemáticos
São anotações que se realizam sobre as ações de certo aluno em situações determinadas 
sistematicamente. Recomenda-se que se planeje quando e quantas vezes se fará este tipo de 
registro. Deve-se evitar especular e sim registrar as atitudes do aluno, em sequência correta, com 
detalhes e de maneira precisa, informando o aluno o que está fazendo, e se necessário obtenha a 
permissão dos pais. Estes registros podem ser expandidos adicionando-se comentários, reflexões 
ou planos de continuidade. 
7. Realizar registros de casos
Reconhecimento de eventos importantes para o desenvolvimento de determinados alunos 
escrevendo narrativas breves e claras. Devem ser registrados apenas os fatos nos quais a informação 
apoia-se em outro registro, tais como fotos e amostras de trabalhos. Comentários sobre algum 
incidente significativo ocorrido com algum educando devem estar em uma seção separada da ficha 
de registro de caso. O professor funciona como um repórter, pois ele irá se limitar a um incidente 
registrando apenas os fatos. 
363
8. Preparar relatórios narrativos
Estes relatórios não precisam ser longos, deve conter um resumo do progresso do aluno. 
Sua preparação envolve a revisão dos conteúdos do portfólio e a correlação das atividades do 
aluno com os padrões e critérios extrínsecos. Recomenda-se guardar uma versão no portfólio e 
enviar uma cópia aos pais.
9. Conduzir reuniões de análise de portfólio em três vias
Deve-se agendar previamente a reunião para análise do portfólio com os pais, informando 
sempre o aluno do que será tratado em cada reunião. Durante a reunião solicite aos pais e alunos 
que	comentem	itens	individuais	ou	o	portfólio	como	um	todo.	Tome	notas	ou,	ainda,	forneça	um	
formulário para comentários escritos. Essas reuniões podem servir tambémcomo instrumento 
para envolver pais em atividades de classe, projetos específicos ou saídas de campo.
10. Usar o portfólio em situações de transição
O portfólio pode ser usado ainda como instrumento em situações de transição, por isso 
sugere-se preservá-los ano a ano. Vale destacar que eles podem ser enviados com o aluno se forem 
transferidos para outros programas ou escolas.
A melhor maneira de realizar um planejamento prévio para o processo de montagem de 
um portfólio é começar a escrever um diário de ensino. Este diário possibilitará a reflexão das 
aprendizagens do aluno e possibilitará ao professor começar a praticar a escrita. Nesse planejamento, 
além do passo a passo de como será construído o portfólio, podem ser desenvolvidas listas de 
habilidades e interesses a serem usadas durante o ano. Esta fase deverá ser realizada acordando 
com os pais e os alunos os itens que irão compor o portfólio e como será a construção e qual como 
será a participação de cada um.
3. ORGANIZANDO PORTFÓLIOS: DO PAPEL AOS RECURSOS DIGITAIS
Para a compreensão operacional do valor de se trabalhar com portfólios, além das bases 
conceituais, de se entender a aplicação de portfólios na educação e entendê-lo como uma 
metodologia que auxilia na organização das ações didático-pedagógicas, deve-se também perceber 
em termos práticos as principais contribuições que os modelos de registro e estruturação de 
portfólio em papel e em meios digitais têm a oferecer ao professor e a equipe pedagógica como 
um todo.
364
Com base nos argumentos de Campbell (1996), um portfólio é uma evidência tangível que 
irá registrar aprendizagens, disposições, informações e habilidades, sendo que tal registro pode 
se dar em papel ou com o auxílio de meios digitais. Lembrando que uma abordagem não exclui a 
outra e que é comum encontrar portfólios que conjugam estratégias de documentação em papel, 
juntamente com ferramentas digitais.
3.1 Organização de situações de ensino-aprendizagem com Portfólios em Papel
O primeiro item do texto trabalhou uma classificação variada sobre os tipos de registros 
que podem compor um portfólio e forneceu orientações importantes para se organizar, sobretudo, 
portfólio em papel.
Pensar em trabalhar com portfólios em papel remete à própria origem do termo, já que 
a palavra portfólio, do italiano portafoglio, significa invólucro para se guardar folhas soltas. 
(TORRES,	2008).	Grande	parte	dos	educadores	que	utilizam	portfólios	na	educação	básica,	o	
faz com a utilização de portfólios em papel, que devem ser entendidos como algo que vai além de 
simplesmente organizar papéis (documentos, atividades, textos, imagens etc.) em uma pasta ou 
arquivo físico.
O portfólio em papel aplicado ao cotidiano escolar possibilita, aos professores, versatilidade 
para conhecer as competências dos alunos, documentar seu processo de aprendizagem e avaliar 
suas produções, e com base nos registros feitos pelos alunos, direcionar as ações pedagógicas 
e repensar suas estratégias em sala de aula. Aos alunos, o trabalho com portfólio auxilia na 
autoavaliação, na percepção de suas capacidades e na consolidação do processo de seu próprio 
caminho de aprendizagem. 
Desse modo, a maneira de se documentar os papéis que comporão o portfólio não pode 
ser engessada em modelos praticados por outras escolas ou outros professores, cada professor 
deverá compor um modelo próprio segundo os conteúdos trabalhados, suas estratégias didáticas 
e o perfil dos alunos envolvidos. O principal desafio para aplicação é fazer com que o aluno 
seja responsável por seu próprio processo de aprendizagem. Como não é possível estabelecer 
um modelo único e fechado, seguem algumas dicas para que o professor possa pensar em um 
modelo próprio:
•	 Um portfólio pode apresentar atividades artísticas, produção de textos verbais e não 
verbais, imagens e desenhos, sínteses de pesquisas etc.
365
•	 Para os alunos menores, até o quinto ano do ensino fundamental, a vinculação afetiva 
com o seu portfólio é importante. Assim, uma sugestão é que logo no início do processo 
cada um elabore e personalize a capa do seu portfólio, que pode ser feita em sala de aula 
com materiais selecionados por eles.
•	 Algo que não pode faltar em um portfólio é um sumário indicando os documentos que 
o compõem, uma apresentação e o registro de cada elemento contido com data de 
realização, temática e objetivo. 
•	 O aspecto motivacional é relevante, assim um portfólio deve ser alegre aos olhos de 
quem o folhear. Ao elaborar seu portfólio com a orientação do professor, o aluno 
precisa mostrar, de forma lúdica e significativa para ele, sua criatividade em expressar o 
conhecimento que está construindo. Mesmo havendo um modelo definido pelo professor, 
o aluno deve ser conduzido a criar um modo próprio de comunicação, deixando sua 
marca no portfólio.
•	 Todo	portfólio	precisa	conter	uma	conclusão	ou	reflexão	final,	em	que	o	próprio	aluno	
avaliará qualidade e quantidade de informações registradas e atribuirá valor e significado 
aos conhecimentos construídos no processo.
3.2 Organização de situações de ensino-aprendizagem com Portfólios Digitais
Portfólios eletrônicos, portfólios digitais, portfólios informatizados, esses termos são variações 
encontradas na literatura que denominam a categoria de portfólios que se estrutura com base em 
recursos digitais.
Ao utilizar o portfólio como metodologia para estruturar e registrar um processo de 
aprendizagem uma grande quantidade de informações e materiais são gerados, o que cria 
dificuldades para manusear e catalogar registros em papel. Empresas da área de informática 
têm se dedicado a desenvolver ferramentas que visam automatizar as tarefas relativas à criação 
e manutenção de portfólios, buscando diminuir o esforço de armazenamento e gestão de 
documentos diversos. Essas ferramentas podem ser qualificadas como Bancos de Dados1 que 
administram um conjunto de documentos, adicionando instrumentos para reprodução de imagens 
e sons, recuperação e edição de conteúdos, recursos gráficos, emissão de relatórios, entre 
outras facilidades, que auxiliam o professor nos processos de condução de atividades de ensino-
aprendizagem e avaliação dos alunos. O quadro a seguir apresenta alguns softwares2 existentes 
nos EUA, Canadá e Brasil utilizados para estruturação de portfólios digitais.
366
Quadro 1 – Exemplo de Softwares de Portfólio Digital
PRODUTO ELEMENTOS/	RECURSOS
PLATAFORMA,	
DESENVOLVEDOR E PAÍS
Grady Profile Um dos mais completos na área de portfólio. O produto 
funciona como um registro integrado de dados pessoais do 
estudante, dados médicos/emergências, familiares e os de 
portfólio propriamente dito (artefatos), usando para isso um 
conjunto de hypercards personalizados para cada artefato. 
Traz	no	seu	escopo	elementos	de	multimídia	que	apoiam	as	
atividades do aluno, tais como escrever, ler, comportamento 
intelectual etc. Fornece módulo de relatórios e tem suporte 
para realização de testes padronizados.
Macintosh 
Auerbach & Associates
EUA
Learner Profile Enfoque comportamentalista. Por meio da observação 
do comportamento dos alunos, o professor faz uso de um 
conjunto de códigos de barras pré-identificados com as 
características às quais ele selecionou segundo os artefatos 
do aluno. Após identificar uma determinada característica 
em dado aluno, o professor lê o código do aluno e em seguida 
o comportamento que ele observou. Ao final do período de 
observação, é emitido um relatório como os dados colhidos. 
Não apresenta recursos multimídia integrados.
Macintosh 
Vitoria Learner Society
Canadá
ChalkBoard Fornece recursos de geração de textos e observações sobre 
o processo a aprendizagem dos alunos, disponibilizando-os 
para impressão. Fazendo uso de recursos de multimídia 
externos, pode-se criar apontadores para atividades e 
registrá-las.
Windows / Macintosh
ASCD (Association for
Supervision and Curriculum 
Development)
EUA
POETA	(Portfolio	
Eletrônico 
Temporale	Ativo)
Metodologia de gerenciamento de portfólio em que alunos, 
professores, pais e a instituição alimentam o sistema por 
meio de uma rede local e também são disponibilizadas 
informações para consulta e acompanhamento via intenet.
Windows
SISTÊLOS	(UFPB)
Brasil
Fonte: Adaptado de Sistêlos (1999).
3.2.1 POETA (Portfólio Eletrônico Temporal e Ativo)
Nesta	 seção,	 serão	 apresentadas	 características	 do	 software	 de	 portfólio	 digital	 POETA,	
iniciativa	brasileira	para	gerenciamentos	de	portfólios	educacionais.	É	relevante	que	professores	
e coordenadores conheçam uma iniciativa brasileira para gerenciamento de portfólio para possuir 
uma base técnica que possibilite fazer a melhor escolha quando forem trabalhar com um portfólio 
digital. O	POETA	 faz	 uso	 de	 uma	metodologia	 de	 elaboração	 de	 software	 e	 banco	 de	 dados	
367
orientados a objetos. A linguagem de programação3 é Delphi e a plataforma4	é	Windows.	O	POETA	
funciona em uma Rede local de computadores e possui também aplicação para consultas via 
internet. A disponibilização de informações e relatório via internet flexibiliza o acompanhamento 
das atividades registradas no portfólio e proporcionada a integração entre os agentes participantes 
do processo de ensino-aprendizagem: Aluno, Professor, Família e Instituição. A Figura a seguir 
esquematiza	a	arquitetura	de	funcionamento	do	POETA:
Figura 01 – Arquitetura do Sistema POETA
 Fonte: Adaptado de Sistêlos (1999).
O	sistema	POETA	entende	que	o	processo	de	aprendizagem	do	educando	excede	o	contexto	
de sala de aula, extrapolando a relação professor-aluno e agregando outros componentes de 
seu desenvolvimento, como a família e a instituição de ensino em sua totalidade. Na construção 
do portfólio eletrônico a interação professor-aluno ocorrerá em um processo contínuo a ser 
documentado pelo sistema por meio de um trabalho conjunto: professores elaboram tarefas, 
alunos as executam, professores fornecem feedback5 aos alunos, alunos acessam o feedback e 
observações, reestruturam suas produções. Ao final de um determinado período de tempo, tanto 
o professor como o aluno podem selecionar as atividades registradas para compor como relatório 
o portfólio de apresentação das aprendizagens de um determinado aluno.
A família, como agente participante do processo, terá a possibilidade de observar o progresso 
do aluno e seu desempenho diante dos conteúdos propostos em sala de aula pela visualização dos 
368
trabalhos	documentados	e	recuperados	pelo	sistema	POETA.	A	instituição	poderá	acompanhar	
a metodologias e as estratégias didáticas adotadas pelos professores e acompanhar a evolução 
acadêmica de seus alunos. 
Por	meio	da	análise	do	sistema	POETA	reflete-se	sobre	a	metodologia	de	implementação	
de portfólios digitais em geral e que benefícios eles trazem. Dentre esses benefícios, destacam-
se: 1) Aquisição e desenvolvimento de competências na área da tecnologia multimídia6; 2) Efeito 
isomórfico e multiplicador sobre os alunos: quando o professor usa o portfólio eletrônico e motiva 
seus os alunos, eles também passam a usá-lo.
Quatro aspectos básicos precisam ser levados em consideração no que se refere à viabilidade 
da proposta de utilização de portfólios digitais em contexto educativo: 1) O acesso às tecnologias 
de	 informação	 e	 comunicação	 (TIC)	 em	geral,	 objetivando	notar	 o	 nível	 de	 generalização	dos	
computadores	na	sociedade	e	do	acesso	à	Internet;	2)	Políticas	na	área	das	TIC	em	Educação,	
considerando um contexto macro e fazendo referência nomeadamente ao “clima” mais ou menos 
favorável	para	o	seu	uso	em	contexto	educativo;	3)	Uso	de	TIC	em	Educação,	visando	compreender	
a relevância de se trabalhar com computadores; 4) Utilização efetiva dos portfólios digitais para 
fins educativos, tentando caracterizar os contextos em que existe experiência consolidada e que 
princípios	 pode-se	 extrair	 para	 a	 estruturação	 de	 outros	 portfólios.	 (COSTA,	 RODRIGUES,	
PERALTA,	2006).
4. O PORTFÓLIO COMO ESTRATÉGIA EFETIVADORA DE PROCESSOS DE AVALIAÇÃO 
CONTINUADA
Os processos avaliativos legitimam as ações de ensino-aprendizagem, desse modo, a 
avaliação tornou-se um campo de discussões e inquietações para professores, alunos, gestores, 
pesquisadores e profissionais da educação como um todo. Como seres humanos, estamos 
frequentemente avaliando tudo à nossa volta. Analisamos e classificamos situações, pessoas e 
objetos. Quanto mais vivências diversas um indivíduo possui, mais ele se sente capaz de avaliar. 
As experiências e os conhecimentos adquiridos ao longo da vida permitem que uma pessoa tenha 
condições de emitir pareceres sobre os dados que a realidade apresenta. Porém é preciso tomar 
cuidado para que esses pareceres não sejam colocados como verdades absolutas.
A ação de avaliar está presente na história da humanidade desde a antiguidade quando 
as civilizações primitivas passaram a destacar determinados focos de atenção que passavam a 
servir como referencia para variados aspectos da vida. Sabe-se que o homem define critérios de 
avaliação a partir de valores fundamentais repousados e conservados nos grupos sociais em certo 
contexto histórico/cultural.
369
Com base nos estudos de Hadji (2001), é possível definir avaliação como uma intervenção 
intencional de leitura da realidade, por meio da qual o avaliador analisa conhecimentos e atitudes 
considerados como ideais e que servem como foco do olhar e da apreciação dessa realidade. No 
âmbito educacional o professor irá “ler” o seu aluno e indicar em que estágio ele se localiza em 
relação àquela compreensão ideal. Desse modo, é imprescindível que a leitura seja orientada, 
uma vez que avaliar não se limita a simplesmente descrever o que se apresenta, sendo necessário 
estabelecer relações com um objeto de saber.
A literatura contemporânea sobre avaliação se fundamenta na busca por novos paradigmas 
de avaliação escolar que sejam coerentes com a abordagem do processo de ensino-aprendizagem 
como fundamento teórico-prático para a vida em sociedade. Mesmo que um educador 
procure estabelecer práticas avaliativas que sejam imparciais, objetivas e padronizadas, estará 
inevitavelmente afetado pela releitura própria da realidade por meio de suas concepções de 
mundo,	educação,	escola,	aluno	e	do	saber	que	está	sendo	processado.	É	importante	frisar	que	
essa releitura feita pelo educador deve respeitar a diversidade e por esse motivo é complexa. 
Como pontuava Paulo Freire, o ato educativo, e também a avaliação, é um ato político e como 
tal desvia-se da neutralidade: “não há educação neutra, todo ato de educar é um ato político” 
(FREIRE, 1983, p.47).
Entende-se que a prática da avaliar não pode estar disposta somente ao final de um conteúdo 
ou em momento estanque na proposta curricular. A avaliação deve ocorrer durante o processo 
[introdução/disposições prévias, desenvolvimento e conclusão], levando em conta as diferenças 
individuais entre os educandos e a natureza do conhecimento que está sendo tratado. Avaliar 
o processo possibilita ao professor elaborar parâmetros na busca de metodologias variadas que 
levem o aluno a refletir sobre seus processos de aprendizagem e mobilizem ações para construção 
efetiva de conhecimentos significativos.
Nessa perspectiva, a avaliação continuada (também chamada de avaliação formativa, 
avaliação permanente ou avaliação processual) é entendida como um ato contínuo em que o 
professor reflete sobre todo o caminhar dos processos de ensinar e aprender, procurando por 
alternativas para modificar o porvir, assumindo uma postura proativa e antecipatória. Aprender a 
avaliar é aprender a modificar o planejamento. No processo de avaliação contínua o educador agiliza 
sua leitura de realidade podendo assim criar encaminhamentos adequados para seu constante 
replanejar. (FREIRE, 1997, p.37). Assim, deve-se romper definitivamente com qualquer ideia 
de que avaliar é um olhar do professor sobre o aluno e seu conhecimento. Deve-seampliar os 
horizontes para perceber a avaliação como uma atividade de repensar todo o processo, em que 
o professor reflete sobre si mesmo, sobre os educandos e sobre todo o contexto educacional, 
funcionando como uma ferramenta de apoio à decisões.
370
Hadji (2001), ao abordar aspectos fundamentais da avaliação, destaca seis questões 
importantes, sintetizadas no quadro a seguir:
Quadro 2 – Aspectos Fundamentais da Avaliação do processo de ensino-aprendizagem
QUESTÕES ASPECTOS	RELACIONADOS
1. Conceito de 
avaliação que 
permeia a prática
A ideia de avaliação como medir comportamentos e quantificar acertos precisa ser revista 
e modificada. Essa ideia provoca graves equívocos pedagógicos, uma vez que avaliar é 
pronunciar-se, ou seja, “tomar partido sobre a maneira como expectativas são realizadas; 
sobre a medida na qual uma situação real corresponde a uma situação desejada. A avaliação 
é uma operação de leitura orientada da realidade” (HADJI, 2001, p.128).
2. Avaliação 
Objetiva
Hadji questiona a realização de avaliações objetivas, uma vez que entende que o ato de avaliar 
ocorre em um contexto social e deve ser mediada por uma ‘comunicação/negociação’ que 
envolve um ‘avaliador’, que pode ter seu julgamento alterado por fatores sociais (sua história e 
leitura de contexto), e um ‘avaliado’, também sujeito a interferências do meio. Aponta, porém, 
para a possibilidade de delimitar o objeto da avaliação e buscar minimizar a influência social. 
Mais do que a objetividade, a pertinência e a justiça precisam ser perseguidas.
3. Importância 
da Avaliação
A avaliação possuir efeitos importantes no sistema educacional vigente, uma vez que orienta 
o destino dos alunos por indicar seu êxito ou fracasso, bem como possui poder social na 
negociação didática. Possui ainda poder de regulação por seu caráter formativo, o aluno 
precisa apreendê-la e dominá-la de “modo tal que possa fazer parte de um autocontrole quase 
automático, que faz a grande força do especialista. Do novato ao especialista, é necessária, sem 
dúvida, a passagem por fases automatizadas, e trabalhadas, de avaliação instrumentalizada 
com vocação formativa” (HADJI, 2001, p.130).
4. Avaliação 
como Arma
A avaliação não pode ser usada como arma do avaliador para coagir e manipular o aluno frente 
à autoridade que lhe é conferida. Para evitar incorrer nessa armadilha, “o professor pode se 
valer de técnicas para aproximar-se da ação de avaliar em sua essência, na constituição de 
uma ética do agir avaliativo” (HADJI, 2001, p.131).
5. Avaliação 
como 
Instrumento 
Formativo
A avaliação tornar-se formativa quando atrelada à coragem dos professores em expor suas 
dúvidas e limitações quanto ao ato avaliativo. O professor precisa questionar-se quanto aos 
seus julgamentos de avaliação. O aluno pode ser visto como alguém que irá sofrer uma 
avaliação, uma vez que esta precisa estar a serviço de uma dinâmica que permita ao aluno 
ser agente construtor de seu processo de avaliação, e não mais somente submeter-se a ações 
pré-definidas. Ao se optar pela avaliação formativa esta só se converte em prática pedagógica 
com segurança se os professores aderirem a ela emocional e intelectualmente uma vez que é 
preciso conseguir uma adesão consciente para inovar.
Fonte: elaborado com base em Hadji (2001).
Com base nessas questões percebe-se que para a concretização de um processo de avaliação 
continuada e emancipatória é preciso haver mudança de postura do professor e do aluno, uma vez 
371
que é essencial que haja um relacionamento de proximidade e confiança. O aluno precisa ter a 
liberdade para revelar, sem temores, sanções ou até mesmo nota baixa, quais as suas dificuldades 
e incompreensões. Com base nessa vinculação satisfatória entre educador e educando, a avaliação 
continuada passa a ser uma bússola que direciona o processo de ensino-aprendizagem.
A partir das discussões realizadas durantes décadas sobre modelos de avaliação, educadores 
e pesquisadores insatisfeitos com as formas habituais de avaliação e aferição do desempenho dos 
educandos, questionando as limitações de métodos tradicionais baseados muito mais na verificação 
de respostas do que no acompanhamento de produções e construções do aluno que demonstrem 
seu desenvolvimento, optaram pelo uso de portfólios como uma valiosa ferramenta de avaliação. 
O portfólio utilizado comumente nas artes plástica (artistas utilizam portfólios para apresentar 
amostras de seu trabalho, registrando momentos significativos de sua trajetória em uma ordem 
cronológica) passou a ser aplicado na avaliação da aprendizagem escolar. No que se refere à 
trabalhos ou produções escolares, de uma turma, disciplina ou aluno, o portfólio é um repositório 
que agrupa amostras de atividades e de construções, individuais e coletivas, construídas pelos 
alunos	com	as	devidas	anotações	do	professores	sobre	os	documentos	em	questão.	Trata-se	de	
uma ferramenta versátil que pode ser utilizadas desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino 
Fundamental e Médio e até mesmo na Educação Superior. Em alguns casos o próprio professor 
monta o portfólio de seus alunos, porém de modo mais participativo e ideal, deve-se contar 
com a contribuição dos alunos criando uma metodologia processual de arquivamento e registro 
das produções, respeitando-se sempre o nível de desenvolvimento do aluno segundo sua idade/
série. O portfólio pode ser considerado um elemento de comunicação, registro e reflexão sobre 
aprendizagens e metodologias de ensino, como destaca Smole (1996):
o portfólio constitui importante elemento de comunicação entre aluno e professor, entre professor e pais, 
entre alunos e pais funcionando ao mesmo tempo como regulação do processo educativo e como instrumento 
de	avaliação	eficiente,	uma	vez	que	propicia	uma	análise	contínua	dos	progressos	individuais	dos	alunos.	É	
exatamente nessa confluência comunicativa que o portfólio pode contribuir para levar o aluno a ver e ver-se 
na ação de aprender, sendo responsável por ela (p.185). 
Eis algumas razões a serem pontuadas como motivadoras para a utilização de portfólios 
como instrumento de avaliação (CARVALHO, 2007):
•	 Permite	a	avaliação	formativa	do	aluno;
•	 Possibilita	a	reflexão	por	parte	de	todos	os	participantes	do	processo:	alunos,	professores,	
pais e gestores;
372
•	 Fornece	suporte	à	continuidade	do	trabalho	em	caso	de	troca	de	professor,	ou	caso	o	
aluno mude de escola;
•	 Apresenta-se	 como	 ótima	 ferramenta	 metodológica	 para	 registro	 do	 ensino	 e	
acompanhamento da aprendizagem;
•	 Propicia	 aos	 pais	 compreender	 o	 processo	 escolar	 por	meio	 do	 acompanhamento	 do	
desenvolvimento dos filhos.
A utilização de portfólio nas escolas, especialmente como instrumento de avaliação ainda 
é recente, no entanto, inovações no modo de aplicação já têm sido descritas, especialmente com 
o uso de tecnologias de informação (os portfólios digitais abordados anteriormente). Um cuidado 
fundamental que professores devem tomar ao compor portfólios como ferramentas de avaliação 
é estar consciente de que um portfólio difere em muito de um mero agrupamento organizado 
de produções dos alunos. Esses agrupamentos são realizados há bastante tempo, sobretudo na 
Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, para apresentar as atividades 
realizadas	pelos	alunos.	Tais	agrupamentos	de	atividades	arquivam	os	trabalhos	e,	depois	de	certo	
período (bimestral, semestral ou anualmente), enviam as produções para casa sem ter um objetivo 
claro, uma vez que os professores não fornecem parecer sobre o desenvolvimento do aluno, não 
retomam o processo vivenciado, nem analisam sua prática de ensino a partir deles, assim não 
podem ser chamados de portfólios.
O conceito de portfólio como ferramenta de avaliação se expande ao propiciar ao professor 
a possibilidade de reflexão sobre o desenvolvimento de cada aluno em relação a seus progressos e 
dificuldades, contribuindo para definir a atuação didática nosconteúdos trabalhados, nas tarefas 
propostas e nos projetos desenvolvidos. Desse modo, atua como testemunha da ação educacional, 
sobretudo nas dimensões pedagógica e psicológica:
o portfólio é uma testemunha da ação pedagógica, o registro de como o trabalho ocorreu, a memória de uma 
mesma proposta desenvolvida em diferentes momentos. A utilização desta forma de documentação envolve 
interpretações das dimensões pedagógica e psicológica. Pedagógica porque o portfólio surge como um objeto 
fundamental de ensino, da valorização da reflexão e da ação do aluno. Psicológica porque mostra um pouco da 
personalidade de cada aluno, da sua forma de ser e de pensar. Através dessa documentação o professor pode 
compreender alguns anseios, algumas dificuldades e as conquistas de cada aluno (SMOLE, 1996, p.186).
O sucesso da adoção do portfólio como ferramenta de avaliação vincula-se fortemente 
aos registros realizados em momentos específicos em que as mediações de construção de 
conhecimentos ocorrem. Ou seja, o portfólio deve estar inserido no processo de aprendizagem 
real, não sendo compostos ao final de um período, uma vez que não podem estar descolados 
373
das	 práticas	 e	 construções	 diárias	 na	 relação	 professor-aluno-conhecimento.	 Trata-se	 de	 uma	
prática inovadora e emancipatória ao permitir o ensino centrado no aluno, em suas ações de 
aprendizagem, sem comparações com outros estudantes, uma vez que as análises são feitas com 
relação ao seu próprio desenvolvimento físico, cognitivo e socioemocional segundo os objetivos 
comuns propostos. Assim, o portfólio deve ser entendido como uma ferramenta eficaz para se 
registrar, por meio de mídias e estratégias variadas, a expressão do que os alunos pensam, sentem 
e sabem fazer. Uma documentação de saberes construídos dentro e fora da escola, possibilitando 
reflexões sobre o seu próprio processo de aprender e o estabelecimento de vinculações entre os 
temas de estudo.
Fernandes (1994) considera que a avaliação baseada em portfólio como prática inovadora 
proporciona que se atinjam variadas vantagens, dentre as quais destacam-se:
a) Contribuição para a adequação do currículo às metodologias aplicadas e à avaliação, por 
meio de uma maior vinculação das atividades de avaliação com as aprendizagens;
b) Diversificação de processos e objetivos de avaliação por meio da contextualização, isto é, 
ligação mais profunda da avaliação às situações em que a aprendizagem se desenvolveu, 
contribuindo para: 1) reflexão dos alunos acerca do seu próprio trabalho; 2) participação 
ativa dos alunos no processo de avaliação; 3) identificação dos progressos alcançados 
e das dificuldades encontradas; 4) Apoio ao processo de tomada de decisão pelos 
professores, pois passam a perceber melhor a maneira como o currículo é desenvolvido e 
as características de cada aluno;
c)	 Ênfase	no	caráter	positivo	e	formativo	da	avaliação,	uma	vez	que	os	educandos	conseguem	
mostrar com mais facilidade e fidedignidade o que realmente sabem.
Trabalhar	com	portfólios	na	educação	escolar	desperta	e	motiva	os	estudantes	que	muitas	
vezes se encontram apáticos e com pouco interesse em aulas tradicionais, chamando-os para um 
papel ativo em sua própria aprendizagem, como responsáveis pelo seu caminho na relação com 
os conteúdos curriculares. Fomenta ainda a criatividade, a proatividade; desperta o interesse pela 
pesquisa e por novos modos de comunicação.
Mesmo diante de vantagens tão evidentes é preciso pontuar que o uso do portfólio com 
ferramenta metodológica e de avaliação não é um projeto simples. Despende investimento 
considerável de tempo e esforço por parte de estudantes e professores, demandando organização 
e planejamento criteriosos, assim como é preciso que estejam claros os parâmetros de construção 
374
do portfólio e de sua avaliação. Não há como garantir que a utilização de portfólios conduza, 
por si só, a uma avaliação autêntica, continuada, participativa e reflexiva. Pois muitas práticas 
emprestam o nome de portfólio, mas na verdade não passam de pastas com meras coleções de 
trabalhos dos alunos. 
Para que a utilização dos portfólios alcance as vantagens anteriormente referidas, a 
capacitação de professores para utilização de portfólios e o acompanhamento da aplicação 
dessa	ferramenta	deve	ser	uma	preocupação	prática	dos	gestores	escolares.	É	imprescindível	
que professores e alunos se mantenham motivados para a renovação das práticas pedagógicas e 
criem hábitos de trabalho organizado como preconiza a metodologia de utilização de portfólios 
de aprendizagem.
RESUMINDO E DESTACANDO
Este texto tratou da utilização de Portfólios como uma ferramenta metodológica e avaliativa, 
apresentando as bases conceituais, tipos e aplicações no contexto educacional. Destaca-se o 
processo de elaboração, as possibilidades de ajuda ao profissional da educação e ao educando 
de forma a desenvolver a capacidade de reflexão sobre o trabalho pedagógico e a aprendizagem. 
Elucidaram-se ainda, os passos para a construção de Portfólios em um contexto de construção 
processual da aprendizagem que suporta práticas de avaliação continuada, elencando suas 
formas de organização para estruturar e registrar a aprendizagem centrada no educando, com a 
participação dos educadores e da família.
Ressaltou-se que os itens que irão compor um portfólio são aqueles que apresentam 
informações significativas sobre o educando, de forma que indiquem como o mesmo atingiu os 
objetivos na política pré-definida. Para tanto, devem estar neste conjunto de regras a forma e 
os tipos de amostra a serem coletados, relacionando-os com os objetivos educacionais globais, 
definindo-se também como esta metodologia será avaliada e os critérios para se apresentar um 
relatório de aprendizagens.
Visando ao entendimento do valor operacional de se utilizar o portfólio, além das bases 
conceituais e de se perceber a sua aplicação como uma metodologia inovadora que auxilia na 
organização das ações didático-pedagógicas, estudaram-se também as principais contribuições 
que os modelos de registro e estruturação de portfólios em papel e em meios digitais proporcionam 
ao processo educativo escolar.
O conceito de portfólio como ferramenta de avaliação continuada expande as possibilidades 
de prática docente, propiciando reflexões documentadas sobre o desenvolvimento de cada aluno 
375
sobre potencialidades e dificuldades existentes, levando à definição de uma atuação didática 
embasada na realidade que irá guiar os conteúdos trabalhados, as atividades diárias e os projetos 
propostos. O êxito em se adotar o portfólio como ferramenta de avaliação relaciona-se muito à 
natureza dos registros feitos quando as interações para construção de conhecimentos ocorrem. 
Desse modo, o portfólio deve estar inserido no processo prático de aprendizagem, não sendo 
montado em um determinado momento, já que não há como estar desconectado das práticas e 
construções diárias na relação professor-aluno-conhecimento.
REFERÊNCIAS
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formação de professores: um estudo comparativo. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2006.
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FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1983.
FREIRE, Madalena et al. Avaliaçãoe planejamento: a prática educativa em questão. Instrumentos 
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HADJI, Charles. A avaliação desmistificada. Porto Alegre: ArtMed, 2001.
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Autêntica:	Projeto	POETA	(Portfolio	Eletrônico	Temporal	e	Ativo).	Campina	Grande:	UFPB,	1999.	
SMOLE, K. C. S. A matemática na Educação Infantil: a teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
TORRES,	Sylvia	Carolina	Gonçalves.	Portfólio como instrumento de aprendizagem e suas implicações 
para a prática pedagógica reflexiva. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 24, p. 549-561, maio/ago. 2008.
VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 
2004. 
376
DEFINIÇÕES E NOTAS EXPLICATIVAS
1 Banco de dados – Pode representar qualquer conjunto de dados, desde uma lista de compras até um vasto 
conjunto de informações sobre um cliente em um sistema de informação. Expressão comumente utilizada para 
descrever um repositório que armazena e gerencia os registros de informações computadorizadas.
2 Softwares – São programas de computador, entendidos como uma coleção de instruções que descrevem uma 
tarefa a ser realizada pelo computador. O termo pode ser uma referência ao código fonte, escrito em alguma 
linguagem de programamação, ou ao arquivo que contém a forma executável deste código fonte.
3 Linguagem de programação – Conjunto de instruções logicamente encadeadas para indicar ao computador uma 
série	de	operações	a	executar.	Trata-se	de	um	método	padronizado	para	comunicar	instruções	a	um	computador	
por meio de um conjunto de regras sintáticas e semânticas, permitindo ao programador especificar quais dados 
serão armazenados ou transmitidos e quais ações devem ser tomadas em um programa de computador.
4 Plataforma – Expressão utilizada para denominar a tecnologia empregada em determinada infraestrutura de 
tecnologia da informação ou telecomunicações, garantindo facilidade de integração dos diversos elementos 
dessa infraestrutura.
5	 Feedback	–	É	o	processo	de	fornecer	dados	a	uma	pessoa	ou	grupo	como	retorno	a	uma	ação	ou	comportamento	
verificado, ajudando na melhorar de desempenho para que se atinjam objetivos pré-definidos
6	 Mídia	–	É	um	meio	para	se	transmitir	os	dados	que	a	realidade	nos	apresenta.	Atribuí-se	a	designação	
multimídia para um instrumento que é rico em informação por reunir em um único elemento propriedades 
de diversas mídias, como textos, sons e imagens.