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AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CC COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS LIMINAR

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EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE DOM ELISEU - PA
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO – PESSOA IDOSA (Lei nº 10741/2003)
Tutela Provisória De Urgência Em Caráter Antecedente
CLIENTE DA COSTA, brasileiro, administrador de empresas, solteiro, portador do RG nº X.XXX.XXX-X, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na residente e domiciliado à Rodovia BR 222, km XX, s/n, Zona Rural, Dom Eliseu – PA e ABC ASSESSORIA LTDA – ME, inscrita no CNPJ nº XX.XXX.XXX/0001-11, com sede á Rua Marechal Costa e Silva, nº XXX, Toledo – PR , vem, por meio de seu procurador devidamente constituído, com endereço profissional á Rua Rio Grande do Norte, XXX, Juçara, Imperatriz - MA, onde recebe todas e quaisquer intimações e demais comunicados processuais, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor á presente:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃOLIMINAR DA TUTELA
Em face de COOPERATIVA DE CRÉDITO DOS EMPRESÁRIOS DA GRANDE CURITIBA E CAMPOS GERAIS – SICOOB SUL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-20, com sede á Rua XV de Novembro, Nº XXX, Centro de Curitiba- PR, pelas razões de fato como de mérito que passa, então, a aduzir:
DOS FATOS
A segunda Requerente denominada ABC ASSESSORIA LTDA – ME celebrou um contrato de CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO – ROTATIVO 4368 – CC com o Banco SICOOB SUL, ora Requerido, o segundo Requerente por nome de BRAZ APARECIDO DA COSTA, é avalista do contrato sendo este também sócio da Empresa Requerente.
O contrato, em anexo, foi firmado entre os Requerentes e o Requerido, em 23/09/2013,para financiamento da obra de um conjunto residencial no Município de Guaratuba – PR, de no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). Conforme proposta abaixo:
O valor do financiamento era para ser liberado de acordo com a evolução da obra, e a quitação do débito seria 12 meses após a finalização da obra, os juros eram pagos mês a mês, conforme ficha gráfica de operação em anexo.
A liberação dos recursos deveria obedecer a um cronograma mediante avaliação do perito contratado pelo agente financeiro, acontece que a construção não seguiu o cronograma estabelecido, por imperícia do Banco Requerido.
A paralisação da obra em abril/2014 por iniciativa da Requerida e/ou do construtor, sem nenhuma comunicação formal e/ou alegação de motivos ao Requerente.
O Requerente tentou por diversas vezes resolver o problema amigavelmente, inclusive contratou um engenheiro por conta própria para fazer um laudo da obra e demonstrar que a obra estava abandonada pelo agente financiador. (laudo em anexo)
Além disso, as liberações estavam ocorrendo sem a solicitação do Requerente e sem a avaliação do agente financiador, ou seja, os valores eram liberados repassados ao engenheiro da obra que nada fazia para executa-la, inclusive deixando estragar os materiais comprados para a construção.
Somando a este fato, o Requerente percebeu que estava pagando mais juros do que deveria, pagou R$ 77.903,07 (setenta e sete mil novecentos e três reais e sete centavos), sendo que deveria pagar R$ 68.072,66 (sessenta e oito mil setenta e dois reais e sessenta e seis centavos), conforme demostra ficha gráfica da operação e planilha em anexo.
Percebendo que seu direito estava sendo lesado, o Requerente procurou o Banco Requerido, para discutir a falta de zelo com a obra e os juros exorbitantes e não contratados cobrado pelo Requerido.
Com a inercia do Banco Requerido, o Requerente deixou de pagar os juros, acreditando que o banco estava analisando os juros discutidos por ele, porém houve liberação de valores que não seguiam o cronograma da obra.
A Instituição Requerida efetuou liberações de valores, R$1.872,00(mil oitocentos setenta e dois reais), R$6.000,00(seis mil reais) e R$2.636,00(dois mil seiscentos e trinta e seis reais), nas datas 23/09/2013, 07/07/2014 e 15/08/2014 respectivamente, não previstos no cronograma de desembolso, inclusive após a paralização da obra, sem solicitação do Requerente, com o objetivo de atender interesses próprios da Requerida, para pagamento de seguro e juros.
Em 04/05/2017, de forma incontestável, a Requerida apresentou ao Requerente documento denominado TERMO ADITIVO DE RATIFICAÇÃO À CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO Nº 24391-9 NO VALOR DE R$300.000,00(Trezentos mil Reais) EMITIDA em 23/09/2013, para sua anuência e validação, promovendo alterações descabidas, na tentativa de enquadramento contratual que possam dar respaldo às práticas irregulares apontados pelo Requerente, com reflexos também aplicáveis aos TERMOS ADITIVOS acordados e registrados em cartório em 29/09/2014 e 15/12/2015.
As principais alterações propostas pelo Banco Requerido no TERMO ADITIVO DE RATIFICAÇÃO e RETIFICAÇÃO À CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO Nº 24391-9, não foram discutidas e/ou aceitas na sua totalidade pelo requerente, são elas:
· FINALIDADE: Retificar e ratificar a Cédula de Crédito Bancário nº 24391-9, implica em aceitar as alterações com efeitos retroativos, inclusive sobre os aditivos, que dariam sustentação aos cálculos e cobranças indevidas efetuadas pela requerida. Assunto não tratado entre as partes.
· ALTERAÇÃO DA MODALIDADE DO CONTRATO - Assunto não tratado entre as partes.
· ALTERAÇÃO DO PRAZO DE PAGAMENTO - Assunto tratado entre as partes (12, 24 e 36 meses).
· ALTERAÇÃO DE TAXA DE JUROS - Assunto sob o qual o requerente não possui nenhuma dúvida da obrigatoriedade de cumprimento, em face do contido e efetivamente contratado e descritos nos itens 5. ao 5.4. da CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO - ROTATIVO 24391-9 de 23/09/2013 e TERMOS ADITIVOS acordados e registrados em cartório em 29/09/2014 e 15/12/2015 - sendo desta forma o principal ponto de divergência entre requerida e requerente.
· ALTERAÇÃO DE INDICADOR DE CÁLCULO - Assunto não tratado entre requerente e requerida e que para cumprimento dos efeitos legais devem permanecer aqueles constantes da CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO- ROTATIVO 24391-9 DE 23/09/2013 e TERMOS ADITIVOS acordados e registrados em 29/09/2014 e 15/12/2015. itens 5. ao 5.4. 
· SEGURO PRESTAMISTA - Assunto não tratado entre requerente e requerida, sem aplicabilidade prática para o caso em face de não haver motivos potenciais. 
· RATIFICAÇÃO - Assunto não tratado entre requerente e requerida, desconexo e que evidencia a intenção precípua da requerida em dar sustentação legal às distorções, cobranças indevidas, uso de má fé e busca de benefícios espúrios.
Em 12/02/2017, o Requerente recebeu do SERASA EXPERIAN um comunicado, para que até o dia 22 de fevereiro, efetuasse o pagamento do valor de R$ 295.980,99(duzentos noventa e cinco mil novecentos e oitenta reais e noventa e nove centavos).
Buscando mostrar efetivo interesse na solução da pendência financeira, o Requerente efetuou em 21/02/2017 o pagamento de R$30.000,00(trinta mil reais) ao Requerido, conforme comprovante em anexo.
Em 18 de abril de 2017, o Requerente recebe outro comunicado do SERASA EXPERIAN, para que até o dia 27 de abril, efetuasse o pagamento do valor de R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais e quarenta e nove centavos). 
 Em 04/05/2017, o Requerente recebe do Requerido via e-mail os denominados TERMOS ADITIVOS DE RATIFICAÇÃO À CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO Nº 24391-9, com propostas para pagamentos parcelados em 12, 24 e 36 meses.
E em 08/05/2017, com as negociações do acordo ainda em pleno desenvolvimento, o SICOOB, banco Requerido, inclui o nome do Requerente nos quadros restritivos do SERASA.
Portanto é evidente que, as cláusulas contratuais estão sendo descumpridas pelo Banco Requerido, causando graves prejuízos aos Requerentes, pois construção de 4 sobrados no Município de Guaratuba-PR, está ate a presente data paralisada, o nome dos Requerentes encontra-se negativado.
O contrato estabelece em suas cláusulas Segunda e Terceira, que o valor indicado no item 4.4 do preâmbulo, ficará a disposição para ser utilizada, quando solicitada pelo Emitenteintegral ou parcialmente, que a solicitação se dará através de qualquer meio, escrito ou ate mesmo verbal.
Acontece que os valores eram liberados sem solicitação do Requerente e sem avaliação periódica da obra pelo agente financiador.
Além disso, a instituição financeira cobra além do que foi contratado nos itens 5, 5.1, 5.2, 5.3 e 5.4 da Cédula de Crédito Bancário, conforme demonstra a planilha de cálculo em anexo.
O Banco Requerido apresentou uma proposta aos Requerentes para quitação do débito no valor de R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais e quarenta e nove centavos).
Acontece que o valor está fora dos padrões contratados, o Requerido vem cobrando valores abusivos aos Requerentes, inclusive incluindo o nome de ambos no SERASA.
A Ficha Gráfica da Operação, em anexo, fornecida pela requerida, apresenta como características do contratado:
a. A operação foi inicialmente realizada no dia 23 de setembro de 2013 no valor total de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) com vencimento para 10 de março de 2017;
b. Taxa de juros 1% (um por cento)a.m.;
c. Os cálculos efetuados com relação às liberações, juros, multas, mora e valores totais a serem pagos.
Até a presente data foi liberado aos Requerentes o valor de R$ 196.523,74 (cento e noventa e seis mil quinhentos e vinte e três reais e setenta e quatro centavos), o Requerente pagou R$ 77.903,07 (setenta e sete mil novecentos e três reais e sete centavos), e o Requerido cobra dos Requerentes o valor de R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais e quarenta e nove centavos).
Ou seja, Excelência, os cálculos são inexatos, o Requerido tenta fazer uma “renegociação” forçada, conforme termo aditivo em anexo, a suposta renegociação mantem o valor de R$ 300.000,00(trezentos mil reais), parcela novamente o débito e ainda passa a cobrar CDI + 2% de juros ao mês.
Como se não fosse o bastante, a paralização da obra, impede que os imóveis fiquem prontos para venda e aluguel, o Requerido negativou o nome dos Requerentes nos quadros do SERASA, o que vem impedindo que o Requerente exerça suas atividades profissionais, mais especificamente vem impedindo que o que o Requerente financie junto ao Banco da Amazônia S/A, um reflorestamento em uma área rural de sua propriedade. Cujo processo encontra-se em anexo, porém paralisado por conta da negativação.
É importante destacar que a negativação em nome dos Requerentes é totalmente indevida e opressora, tendo vista que o Requerido está cobrando mais do que o débito dos Requerentes, pois foi liberado aos Requerentes apenas o valor de R$ 196.523,74 (cento e noventa e seis mil quinhentos e vinte e três reais e setenta e quatro centavos),o Requerido cobra e negativa o nome dos Requerentes no valor de R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais e quarenta e nove centavos), baseado em juros ilegais e exorbitantes.
A negativação constitui-se em verdadeira coação para que o Requerente efetue o pagamento de valores indevidos, embora seja o Requerido sabedor que existem várias outras pendências relativas à obra, objeto do crédito cobrado, que devem ser solucionadas antes ou simultaneamente com as pendencias financeiras.
Portanto, não restam dúvidas que a negativação é indevida, por exceder o valor do débito de forma considerável, impedindo que os Autores regularizem as pendencias financeiras, pois o Banco quer cobrar R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais e quarenta e nove centavos), o crédito foi de R$ 300.000, 00 (trezentos mil reais) e o os Requerentes já pagaram R$ 77.903,07 (setenta e sete mil novecentos e três reais e sete centavos).
Portanto requer em sede de liminar que o Requerido retire a negativação em nome dos Requerentes, sendo visível a urgência do pedido, tendo em vista que a negativação vem impedindo até que o Requerente regularize o débito perante o Requerido e como pedido principal requer a revisão contratual, para uma possível renegociação do valor, dentro dos parâmetros contratuais e consumerista.
DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE
Precipuamente, deve-se observar que, por tratar-se de situação em que o perigo na demora para a concessão da tutela definitiva satisfativa pode ocasionar danos irreparáveis aos Requerentes, e ainda, demonstrada a robustez das provas a esta exordial anexadas, resta caracterizada a possibilidade do pleito da tutela de urgência satisfativa em caráter antecedente, conforme o nosso novo Código de processo Civil brasileiro nos oportuna em seu art. 294, § único, in verbis:
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Desta forma, observa-se que o novo Código Processual Civil estabeleceu alguns requisitos para que a tutela provisória de urgência satisfativa seja concedida, notadamente, a demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou ilícito.
DIDIER JUNIOR (p. 595, 2015)[1] em magistral lição, versa sobre o requisito da probabilidade do direito, explicando que:
A probabilidade do direito a ser provisoriamente satisfeito/realizado ou acautelado é a plausibilidade de existência desse mesmo direito. O bem conhecido fumus boni iuris (ou fumaça do bom direito).
O magistrado precisa avaliar se há "elementos que evidenciem" a probabilidade de ter acontecido o que foi narrado e quais as chances de êxito do demandante (art. 300, CPC). Vejamos:
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
O fumus boni iuris está caracterizado através de toda a documentação acostada, as alegações do Requerente, e ainda, o deferimento da liminar pleiteada em nada prejudicará a situação da Requerida uma vez que o imóvel objeto do financiamento está alienado e averbado em caráter Fiduciário junto a Matricula nº 4.182, Ficha 01 do Ofício do Registro de Imóveis de Guaratuba-PR.
Desta forma, mediante os fatos narrados, o contrato, a planilha de cálculo, a negativação indevida e demais provas que assistem os Requerentes, bem como os documentos com as alegações do Requerido em cobrar valor irreal para quitação do débito (todos anexados), resta cristalina a probabilidade do direito, ou a “fumaça do bem direito” dos Requerentes em ter seu nome fora dos cadastros de inadimplentes (SERASA).
Ademais pela documentação inclusa, verifica-se com facilidade que a liberação dos recursos do financiamento não obedeceu ao planejamento inicial uma vez que a avaliação era formalmente entregue a instituição financeira que acabou por atrasar a conclusão da obra.
Quanto ao Requisito do Perigo da demora, DIDIER JÚNIOR[2] (p. 597, 2015) assim leciona:
A tutela provisória de urgência pressupõe, também, a existência de elementos que evidenciem o perigo que a demora no oferecimento da prestação jurisdicional (periculum in mora) representa para a efetividade da jurisdição e a eficaz realização do direito.
Importante é registrar que o que justifica a tutela provisória de urgência é aquele perigo de dano: i) concreto (certo), e, não, hipotético ou eventual, decorrente de mero temor subjetivo da parte; ii) atual, que está na iminência de ocorrer, ou esteja acontecendo; e, enfim, iii) grave, que seja de grande ou média intensidade e tenha aptidão para prejudicar ou impedir a fruição do direito. Além de tudo, o dano deve ser reparável ou de difícil reparação.
O periculum in mora, está igualmente caracterizado, pois, o Requerente sofrerá danos irreparáveis continuar com a restrição, e por obvio o financiamento que pleiteia será indeferido.
O dano que os Requerentes estão na iminência de sofrer, está relacionado à sua atividade profissional, visto que a probabilidade destes perderem o projeto de financiamento junto ao BASA e ainda perder totalmente o imóvel que estava sendo construído em parceria com o agentefinanceiro, por culpa exclusiva do Requerido.
Cabe ressaltar ainda, que o novo Código impõe também, como uma das condições de deferimento do pleito de tutela provisória de urgência, a devida constatação do perigo de irreversibilidade da decisão, instituto chamado de “perigo na demora in reverso”, art. 300, § 3º, in verbis:
Art. 300. § 3º. A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Haja vista o pedido de tutela de urgência de caráter antecedente se fundamentar retirada de negativação do nome dos Requerentes dos quadros do SERASA, para liberação de financiamento em outra instituição financeira, não há, pois, que se falar em irreversibilidade dos efeitos da concessão do pedido em face do Réu, que nada sofrerá com a efetivação da liminar, pois não há perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Portanto, está nítido o direito que a Requerente possui em ter seu pleito de tutela satisfativa de urgência antecedente concedido, para que, retirem o nome dos Requerentes do cadastro de devedores (SERASA). 
DO CONTRATO SINALAGMÁTICO
De origem da palavra grega "synnalagmatikos", significa uma relação de obrigação contraída entre duas partes de comum acordo de vontades. Cada parte condiciona a sua prestação a contraprestação da outra.O contrato sinalagmático é aquele que a prestação de uma das partes é causa da prestação da outra, causalidade da prestação.
 De acordo com o artigo 476 do Código Civil prevê:
“Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.”
No presente caso, o contrato estabelecido entre o Requerido e os Requerentes ésinalagmático, conclui-se então que Banco só poderia o exigir a continuidade do pagamento do financiamento se estivesse cumprindo com as clausulas contratuais pré-estabelecidas, pois a continuidade do pagamento depende única e exclusivamente da prestação de serviço a cargo do Banco.
Ambas as partes possuem obrigações reciprocas, o Requerente de pagar o financiamento da cédula de crédito, e o Requerido de cumprir com as clausulas contratuais, como cobrar os juros contratados, fiscalizar a obra objeto do financiamento, liberar os valores de acordo o cronograma da obra e assim por diante.
Desde o inicio da relação contratual a Instituição Financeira vem descumprido o contrato, como por exemplo, a cobrança de juros abusivos e liberação de valores para obra sem as devidas medições, o Requerente vinha cumprido com suas obrigações, pagando os juros do financiamento, mas quando percebeu que não estava recebendo a contraprestação do seu pagamento, deixou de pagar, entrou em contato com o banco que ficou inerte diante das indagações do Requerente.
Em 12/02/2017, o Requerente recebeu do SERASA EXPERIAN um comunicado, para que até o dia 22 de fevereiro, efetuasse o pagamento do valor de R$ 295.980,99(duzentos noventa e cinco mil novecentos e oitenta reais e noventa e nove centavos). Buscando reestabelecer a prestação de serviço do banco e mostrando interesse na solução da pendência financeira, o Requerente efetuou em 21/02/2017 o pagamento de R$30.000,00(trinta mil reais) ao Requerido, conforme comprovante em anexo.Em 18 de abril de 2017, o Requerente recebe outro comunicado do SERASA EXPERIAN, para que até o dia 27 de abril, efetuasse o pagamento do valor de R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais e quarenta e nove centavos). 
Ou seja, o Banco está cobrando de forma ilegal, tendo em vista que o dever de pagar do Requerente depende do dever de cumprir o contrato do Requerido, o Banco NÃO PODE cobrar se também não estiver cumprindo o contrato.
Em meio às renegociações com o Banco Requerido, o Requerente tomou conhecimento que seu nome estava negativado, mas como negativado? Se o Banco também não estava cumprindo com sua parte? 
O Banco negativou o nome dos Requerentes de forma ilegal e abusiva, tendo em vista que não cumpriu com sua parte no contrato e por isso os Requerentes suspenderam o pagamento do financiamento.
Portanto Excelência, a prestação do Requerente, depende da contraprestação do Requerido, estando o Requerente no seu direito de pagar apenas pelo que contratou e como o Banco descumpriu com o contrato, não pode exigir cumprimento por parte do Requerente.
DIREITO
DA DESOBEDIENCIA AO CONTRATO
Cobrança de juros excessivo não contratado pelo Requerente;
Liberação de valores sem anuência/solicitação do Requerente;
Liberação de valores sem avaliação do agente financiador da obra (SICOOB); e
Liberação de valores desobedecendo ao cronograma da obra; 
DA OBRIGAÇAO DE FAZER – OBEDECENDO OS TERMOS DO CONTRATO
A presente ação visa efetivar as cláusulas contratuais da CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO - ROTATIVO 4368 –CC, paraassim evitar o locupletamento ilícito do Banco Requerido, evitando-se prejuízo maior ao Requerente, enquadrado com consumidor.
De acordo com os itens 5 do contrato, a taxa de juros mensal é de 1%, anual 12.6825%, a capitalização é mensal e o indexador para operação com taxa pós é o CDI. Vejamos:
Acontece que a instituição financeira cobra além daquilo que foi contratado conforme se demonstra cálculo em anexo, com base no contrato o Requerente deveria ter pago R$68.072,66(sessenta e oito mil setenta e dois reais e sessenta e seis centavos) de juros, porém pagou 77.903,07 (setenta e sete mil novecentos e três reais e sete centavos), totalizando R$9.830,41 (nove mil oitocentos e trinta reais e quarenta e um centavos) a mais que o devido.
O saldo apresentado pela Instituição Requerida para quitação é de R$ 284.270,49 (duzentos e oitenta e quatro mil, duzentos e setenta reais quarenta e nove centavos), calculado até o dia 10/03/2017, portanto ainda parcial, desobedecendo novamente os juros contratado entre as partes.
A ficha gráfica da operação em anexo, demonstra claramente a cobrança abusiva dos juros, a cada lançamento.
Ressaltasse ainda que a liberação dos valores não obedeceu ao cronograma da obra que deu origem ao crédito, e não foi solicitada pelo Requerente, agindo o Banco de má fé, para cobrar juros não contratados pelo Requerente.
DOS DANOS MATERIAIS - CULPA EXCLUSIVA DO REQUERIDO
a) Dano Material por Cobrança de Juros Não Contratados – infringência do item 5.1 do contrato:
Como já mencionado a cobrança dos juros feita pelo Requerido, presentes na ficha gráfica da operação, desobedece os temos contratados pelo Requerente, que deveria ser de 1% ao mês, os juros não estão sendo cobrados mês a mês e sim a cada liberação realizada pelo Banco. Onerando o valor do contrato, sem anuência do contratante.
Até a presente data o Requente pagou R$ 77.903,07 (setenta e sete mil novecentos e três reais e sete centavos) de juros, quando na verdade deveria pagar R$68.072,66(sessenta e oito mil setenta e dois reais e sessenta e seis centavos), ou seja, R$ 9.830,41 (nove mil oitocentos e trinta reais e quarenta e um centavos) a mais que o devido.
Portanto merece o Requerente, ser restituído do valor que pagou a mais ao Requerido, o que seja pelo menos abatido no débito que tem com o Requerido.
b) Dos Danos Materiais: Pela liberação dos valores sem a solicitação do Requerente, sem avaliação do Banco na obra e desobedecendo ao cronograma da obra - infringência da clausula segunda e quinta do contrato:
A cláusula segunda do contrato prevê que o crédito indicado no item 4.4 do preambulo (R$ 300.000,00), ficará a disposição do Emitente para ser utilizada QUANDO SOLICITADA, integral ou parceladamente, e ainda em seu paragrafo único que a solicitação se dará através de qualquer meio escrito ou verbal.
O final da clausula quinta, dispõe que as liberações seguem um cronograma de investimento, devendo ocorrer mediante reavaliação do imóvel com agregação de valor de no mínimo 125% do crédito liberado e autorização da cooperativa.
Como já exposto, o Banco Requerido liberava os valores para obra de forma discricionária, sem solicitação do Requerente e sem avaliação do imóvel, transgredindo ao cronogramade investimento da obra.
Em decorrência destas liberações sem autorização do Requerente, sem avaliação do imóvel, desrespeitando ao cronograma da obra, a obra ficou paralisada, materiais foram desperdiçados.
Incontáveis foram às vezes que o Requerente procurou o Banco e o engenheiro contratado pelo banco para reestabelecer a obra, que estava em completo abandono. 
Em março de 2016 o Requerente contratou um engenheiro para fazer um relatório sobre a obra, relatório que foi enviado ao banco para que o mesmo tomasse as providencias, porém o banco Requerido tornou-se inerte.
No laudo, em anexo, consta que o empreendimento está em total abandono desde abril/2014 sem qualquer aviso de paralisação por parte do construtor e em função disto, pode-se verificar com os registros fotográficos que a higiene e os cuidados com os materiais a serem empregados na obra não estão de acordo com o proposto no contrato de prestação de serviços. A falta de cuidados com os materiais, higiene, segurança e conservação do ambiente das obras em condições favoráveis de uso, causam prejuízos financeiros diretos e indiretos ao investidor, geram retrabalhos, atrasos no cronograma de execução, além do aspecto visual da obra que transmite a real sensação de abandono.
Outro item citado no laudo é que o esquadro das paredes internas dos sobrados ultrapassa 10 cm de espessura, o que deve causar prejuízos significativos ao investidor não só com a aplicação de massa para reboco, mas também com os demais materiais de acabamento e perda de qualidade final do imóvel. Tal situação ocorre em função do desalinhamento das vigas baldrame e/ou das paredes em relação ao esquadro do terreno ou da própria construção.
Ou seja, obra está praticamente perdida por descaso do Requerido, devendo este ressarcir os danos materiais que causou ao Requerente, devolvendo o valor investido pelo Requerente até a presente data, inclusive lucros cessantes pelo tempo que a obra está paralisada.
c) Dos Lucros Cessantes:
A obra objeto de investimento do contrato é para construção de um conjunto residencial de quatro casas, para venda dos imóveis situados em Guaratuba – PR, a construção estava prevista para ser feita em 10 meses, se não fosse o descaso do Requerido com a obra.
Cada unidade seria revendida pelo valor de R$ 354.000,00 (trezentos e cinquenta e quatro mil reais).
A obra iniciou em Novembro de 2013 e até a presente data encontra-se parada por culpa exclusiva do Requerido, causando graves prejuízos ao Requerente, que esta deixando lucrar com a venda dos apartamentos.
A obra tinha previsão de 10 meses, portanto era para estar pronta até Setembro de 2014, porém em Abril de 2014 foi abandonada pelo agente financiador, responsável pela obra.
 Lucros cessantes que se presumem diante do atraso na entrega das unidades imobiliárias, sendo desnecessária a prova de sua ocorrência, pois a indisponibilidade do bem, por si só acarreta a perda dos frutos que ele geraria no período. 
Nesse sentido entende os Tribunais Superiores. Vejamos:
COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA.Atraso na entrega das chaves. Atrasocomprovado, de 8 meses desde a data quedeveria ter sido entregue a obra. Lucroscessantes devidos em patamar de 0,5% sobre ovalor atualizado do imóvel (e que corresponde aovalor atualizado do contrato, por se tratar deimóvel novo), tal qual fixado na sentença. ( Ap.n. 1038524-55.2014.8.26.0100, rel. Des.EnioZuliani, j. 12.2.2015 ).
Compromisso de compra e venda. Imóvel emconstrução. Atraso na entrega da obra. Lucroscessantes se fazem presentes, ante o atraso naentrega da obra. Indenização correspondente a0,5% ao mês, tendo como base de cálculo ovalor total do contrato, mostra-se adequada. ( Ap. n. 0007549-59.2013.8.26.0114, rel. Des.Natan Zelinschi de Arruda, j. 12.3.2015 ).
Pelo tempo que a obra está paralisada o Requerente deixou de lucrar R$ 1.416.000,00 (um milhão quatrocentos e dezesseis mil reais), com a venda dos imóveis, portanto merece o Requerente ser ressarcido pelas perdas que o Requerido vem lhe causando.
DOS DANOS MORAIS 
Ultrapassados os aspectos acima mencionados, tem-se que no Direito Privado, a responsabilidade civil, consubstanciada no dever de indenizar o dano sofrido por outrem, advém do ato ilícito, resultante da violação da ordem jurídica com ofensa ao direito alheio e lesão ao respectivo titular. O pedido indenizatório, fundado em prejuízo material ou moral, exige à sua eficácia a prova de ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente, além do nexo causal entre o comportamento danoso e a lesão que resultará. Estas características se assentam na teoria subjetiva ou da culpa, em cuja etiologia encontram-se presentes esses três elementos essenciais, a saber, o evento contrário ao direito, o prejuízo e o liame causal.
Nesse sentido, pontifica Humberto Theodoro Júnior:
“O dever de reparar o prejuízo gerado pelo ato ilícito assenta-se na conjugação necessária de três elementos fundamentais:
- a culpa lato sensu, de maneira que só o fato lesivo intencional ou imputável ao agente por omissão de dever autoriza a responsabilidade civil;
- o dano, ou seja, a lesão provocada no patrimônio da vítima; e
- o nexo de causalidade entre o dano e o comportamento censurável do agente”
Para fins de demonstração dos danos de natureza moral, tem-se que, no momento da assinatura do contrato de financiamento para construção da obranormas pré-estabelecidos aos Autores, os quais continham, dentre inúmeras outras coisas, os juros que seriam cobrados, as liberações dos valores obedeceriam a um cronograma ligado a avaliações periódicas na obra, ou por solicitação dos Requerentes.
Ocorre que, a despeito de terem os Requerentes, cumprido para com todas as obrigações que lhe cabiam até o presente momento, não obteve a correspondente contraprestação, pela Instituição Financeira Requerida.
Além de juros não contratados, liberação de valores de sem as devidas avaliações, o descaso com a obra, abalou grandemente a moral dos Requerentes, pois a obra ficou abandonada, como se não tivesse dono, materiais foram desperdiçados, e o sonho dos Requerentes foram interrompidos por culpa exclusiva do Requerido que não cumpriu com as clausulas contratuais e não atendeu as solicitações dos Requerentes em regularizar a obra.
Ou seja, o ato ilícito, para fins demonstração da existência da responsabilidade extrapatrimonial decorre do descumprimento do pacto firmado entre as partes, pelo Banco Requerido.
O dano, no caso em tela, também é flagrante. Isso porque, ao financiara obra de um imóvel, detém os Requerentes inúmeras expectativas referentes à finalidade que será dada àquele bem, como no presente caso o investimento, que não ocorreu ate a presente data por imperícia do agente financiador, o que acaba por causar grande constrangimento aos Requerentes.
O dano decorre, portanto, do fato dos Requerentes, terem sido iludidos pelos Requeridos que estavam cobrando juros não contratados e ainda ficarem impedidos de utilizar o patrimônio, que estava sendo construído.
Por fim, tem-se como claro o nexo de causalidade, vez que o evento danoso, decorreu, de forma única e exclusiva, de atos ilícitos praticados pelo Banco Requerido, acima mencionado.
Com tais considerações, resta inconteste a necessidade de se impor, à Instituição Ré a obrigação de indenizar os Autores.
Neste sentido, é o entendimento jurisprudencial:
Danos morais configurados. Inadimplência cronológica ocasiona angústia e desgosto, além de ampliar a aflição psicológica do adquirente do bem. Verba reparatória fixada com base nas peculiaridades da demanda. ( Ap. n.4.010.624-46.2013.8.26.0564, rel. Des. Natan Zelinschi de Arruda, j. 9.4.2015 ).
Os fatos narrados na inicial causaram patente desconforto e preocupação para os adquirentes, os quais permaneceu, pois, em longo estado de espera, em razão da indevida conduta da ré. Assim, é possível concluir que tais fatos ensejaram verdadeiros abalos anímicos, os quais não se resumiram a merosaborrecimentos”( Ap. n.0006546-38.2013.8.26.0577, rel. Des. Milton Carvalho, j. 9.4.2015).
Portando, a situaçãoaqui descrita não pode ser considerada como meros contratempos sofridos pelos Requerentes, motivo pelo qual requer seja o Banco Requerido condenado ao pagamento de indenização por danos de natureza moral, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), levando em consideração a COBRANÇA DE JUROS NÃO CONTRATADOS PELOS REQUERENTES, A LIBERAÇÃO DOS VALORES SEM REQUERIMENTO DO REQUERENTE DESOBEDECENDO AO CRONOGRAMA DA OBRA E AINDA PELO ATRASO E DESCASO COM A OBRA.
DA RELAÇÃO DE CONSUMO
Inicialmente cabe ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor incide sobre a relação de consumo, ou seja, quando de um lado figura o consumidor (ou quem lhe seja equiparado) e de outro o fornecedor, tendo como objeto a aquisição de um produto ou a utilização de um serviço, e, conforme disposição do parágrafo segundo do artigo 3º, do referido diploma legal, “serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária”.
Assim também entende nossos Tribunais Superiores. Vejamos:
TJ-SP - Agravo de Instrumento AI 22467984520168260000 SP 2246798-45.2016.8.26.0000 (TJ-SP)Data de publicação: 10/03/2017Ementa: "PRESTAÇÃO DE CONTAS – Contrato bancário – Abertura de crédito em conta corrente - Ingresso com ação para obter informações de lançamentos efetuados pelo banco – Interesse de agir verificado – Súmula 259 do STJ – Hipótese em que o envio dos extratos ao correntista não lhe retira o direito de requerer esclarecimentos sobre sua conta – Jurisprudência remansosa que admite a prestação de contas do banco para com seu correntista – Relação de consumo configurada, estando o direito do consumidor e o dever do banco em prestar as contas baseados no art. 6º, III, do CDC – Recurso improvido.".
Portanto, a relação do banco com os Requerentes é considerada relação de consumo, e sua responsabilidade é objetiva em relação àquele. Quando se fala de responsabilidade objetiva, quer-se dizer que não é exigida a demonstração da culpa do agente causador do prejuízo, sendo suficiente a comprovação do dano causado e a verificação da relação de causalidade entre este dano e o ato praticado pelo agente, no caso, o SICOOB.
DA COMPETÊNCIA TERRITORIAL DOS REQUERENTES – CDC
O Primeiro Requerente, sendo este também sócio e proprietário da Empresa Requente, está morando em Dom Eliseu – PA, como já pacificado pela Jurisprudência Pátria e também pelo Código de Defesa do Consumidor, o foro competente para a presente ação é o domicilio do consumidor.
Com vistas a promover a proteção do vulnerável consumidor — inc. I do art. 4º do CDC — foi estabelecido como direito básico estampado na primeira parte do inc. VIII do art. 6ºa facilitação da defesa de seus direitos, a qual permite ao legislador, bem como ao julgador, a adequação de normas processuais com vistas à proteção do consumidor para equilibrar a relação processual.
Assim, como consequência deste direito básico, o dispositivo do art. 101, inc. I, do Código de Defesa do Consumidor possibilita que as ações de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sejam promovidas pelo consumidor no foro do seu domicílio.
Nesse sentido diz respeito o Tribunal de Justiça de Santa Catarina:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. AÇÃO REVISIONAL PROMOVIDA PELO CONSUMIDOR EM SEU DOMICÍLIO. POSSIBILIDADE. EXEGESE DAS DISPOSIÇÕES DOS ARTS. 94 DO CPC E 101, I, DO CDC. RELAÇÃO DE CONSUMO RECONHECIDA. RECURSO DESPROVIDO. AG 20120842151 SC 2012.084215-1. Terceira Câmara de Direito Comercial Julgado.
Importante ressaltar que a regra acima estabelecida, por ser regra de competência relativa, gera ao consumidor a prerrogativa de, querendo, promover a ação no foro do seu domicílio. 
No presente caso, apesar do contrato ter sido celebrado em Curitiba - PR o primeiro Requerente está morando em Dom Eliseu – PA, portanto merece que sua ação seja ajuizada em seu domicílio. Portanto, requer que seja declarado o foro competente para propor a presente ação à comarca de Dom Eliseu – PA.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A inversão do ônus da prova no Código de Defesa do Consumidor pretende estabelecer um equilíbrio nas relações jurídicas entre consumidor e fornecedor. De acordo com o art. 6º. Do CDC, é direito básico do consumidor “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências” (MARINONI, 2006, p277).
Obviamente, no que tange às relações de consumo, deve-se compreender amplamente o sentido contido nas questões de hipossuficiência e de vulnerabilidade expandidos no CDC. A hipossuficiência não trata simplesmente do cunho econômico, mas sim, quanto ao conhecimento de normas técnicas e à informação. Isso, sem esquecer que a hipossuficiência remete à ideia de vulnerabilidade, no âmbito de direito material, uma vez ser a vulnerabilidade um traço universal de todos os consumidores, independentemente de sua situação financeira, educadores ou ignorantes, bem como crédulos ou espertos.
Nesse sentido temos as palavras de Rizzatto Nunes:
“(...) hipossuficiência, para fins da possibilidade de inversão do ônus da prova, tem sentido de desconhecimento técnico e informativo de produto ou do serviço, de suas propriedades, de seu funcionamento vital e/ou intrínseco, de sua distribuição, dos modos especiais e controle, dos aspectos que podem ter gerado o acidente de consumo e o dano, das características do vício etc”.
É da análise do artigo 6°, inciso VIII, do CDC, que se extrairão os requisitos para a inversão do ônus da prova, in verbis:
“Art. 6°. São direitos básicos do consumidor: (...)
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.”.
No presente caso os Requerentes não dispõem de capacidade técnica para tanto, em se tratando disso o consumidor que se enquadre na moldura da hipossuficiência, aplicável será a regra do art. 6º, VIII, do CDC. A inversão do ônus da prova pode, então, se verificar em prol do Consumidor Réu.
Pelo exposto, podemos concluir que o instituto da inversão do ônus da prova, caracterizado como direito de facilitação da defesa, tem como pretensão colimada a de franquear ao consumidor, majorada capacidade de debate em confronto judicial com o fornecedor. 
Constatando-se no presente caso a verossimilhança das alegações e a hipossuficiência do consumidor, sendo o permissivo legal inclusivo e não exclusivo, sendo de direito inverter o ônus da prova, não sendo caso de discricionariedade, sua aplicação ou não ao processo, tendo em vista o direito subjetivo da parte e a natureza pública das normas de proteção ao consumidor.
DO INTERESSE EM CONCILIAR
Vale ressaltar que os Requerentes possuem interesse em conciliar com o Banco Requerido inclusive fazer um acordo, sendo a medida satisfativa para ambas as partes e consequentemente a satisfação do contrato.
Ficando amplamente demostrado o interesse de acordo e consequentemente composição amigável do feito.
DOS REQUERIMENTOS
Requer a Autora se digne Vossa Excelência de determinar:
a) A concessão da tutela antecipada de urgência tendo em vista a verossimilhança das alegações, que é extraída dos fatos narrados e das provas que acompanham a presente ação, bem como o fundado receio de dano irreparável diante do risco do Autor ser apontado indevidamente no serviço de proteção ao crédito, e ser indeferido o pedido de financiamento junto ao Banco da Amazônia S/A, e nos termos dos artigos. 294, 297, 300, 536 e 537 todos do Código de Processo Civil, digne-se Vossa Excelência de antecipar a tutela ora requerida determinado seja impedido ou caso já tiver se efetivado, o levantado do apontamento do nome do Autor junto ao serviço de proteção ao crédito SERASA EXPERIAN;
b) A citação da Requerida na forma do art. 246,I do CPC para querendo apresente sua defesa dentro do prazo legal, sob pena de confissão e revelia nos termos do art. 344 do CPC;
c) Seja julgada procedente a ação para OBRIGAR o Banco Requerido a cumprir as cláusulas contratuais, cobrando os juros devidamente contratados, reestabelecer a construção da obra, respeitando o cronograma contratado, liberando os valores após avaliação do imóvel ou quando solicitado pelo Requerente;
d) A condenação do Banco Requerido a pagar Indenização por Danos Materiais e Morais sofridos pelos Requerentes.
e) Expressamente, que lhe seja APLICADO O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR no presente caso, concedendo a inversão do ônus da prova em favor dos Requerentes, como também declarando a competência do presente feito no atual domicilio do autor;
f) Seja confirmada a tutela antecipada quando da prolação da sentença;
g) Requer ainda, a condenação do Réu ao pagamento de honorários advocatícios a serem arbitrados em até 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação;
h) Nos termos do art. 319, inciso VII do CPC, o autor manifesta desde já, seu interesse na realização de audiência de conciliação oumediação. 
i) Requerentes protestam provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, sem a exclusão de quaisquer delas, especialmente pelo depoimento do requerente e requerido na pessoa de seu representante legal, provas documentais, periciais, e tudo mais que se fizer necessário para elucidação do presente feito, bem como, juntada posterior de documentos e oitiva de testemunhas.
Dá-se ao valor da Ação de R$ 77.903,07 (setenta e sete mil novecentos e três reais e sete centavos).
Nestes Termos,
Pede-se Deferimento.
Imperatriz – MA, 28 de Junho de 2017.
DR SUCESSO
OAB 3333

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