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AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CC IDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE LIMINAR

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE IMPERATRIZ (MA). 
	CLIENTE MILHOMEM, brasileira, advogada, divorciada, inscrita no CPF nº XXX.XXX.XXX-20 e RG nº XXXXXXXXX-7 SSP-MA, residente e domiciliado na Rua Rui Barbosa, nº XXX, Parque São Jose, CEP XX.XXX-XXX, Imperatriz/MA, vem, por meio de seu procurador, Dr. SUCESSO, OAB/MA 3333, com endereço profissional localizado na Rua Rio Grande do Norte, nº XXX, bairro Juçara, cidade de Imperatriz, estado do Maranhão, onde recebe as notificações, com endereço eletrônico: SUCESSO@SUCESSO.COM propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE LIMINAR
	Em face de CAIXA ECONOMICA FEDERAL, empresa pública federal, pessoajurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob o n.º 00.360.305/0001-04, com sede no Setor Bancário Sul, Qd. 4, Lt. ¾, Entrada Norte, Ed. Sede Matriz I, Asa Sul, CEP 70.070-030, Brasília/DF, pelos motivos fáticos e de direito que seguem.
DOS FATOS
	A Autora procurou o banco em que é correntista quando, para sua surpresa e desapontamento, foi informada que havia uma restrição em seu nome e que, devido a este fato, seu crédito sofreria algumas limitações, como: suspensãodo fornecimento de talões de cheque, cartões de crédito, limite de cheque especial, etc.
	Logo em seguida diligenciou junto ao Sistema de Pesquisa Cadastral do banco Réu (doc. 04), descobrindo que a referida restrição cadastral era interna e se deu unicamente em razão do processo de execução fiscaln°. 5922-84.2015.4.01.3701,que tramitou na 2ª Vara Federal de Imperatriz, no qual a Autora figurava no polo passivo por ter dívida ativa junto à Fazenda Nacional referente ao imposto de renda. 
	Ocorre, Vossa Excelência, que a referida lide foi resolvida ainda em 2016 com o parcelamento administrativo da dívida executada, fato que suspende a exigibilidade do crédito tributário, conforme decisão e despacho proferidos pelo MM. Juiz competente (doc. 05). 
	Portanto, tendo em vista o parcelamento da dívida e a diligência da Requerente em adimplir tais parcelas (doc. 06), bem como a necessidade da Autora em ter acesso às linhas de crédito e a situação vexatória ocasionada pelo banco Réu que acarretou inúmeros danos de ordem moral, é que a mesma, em busca de justiça, procura a tutela do Poder Judiciário.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Constituindo-se esse instituto jurídico como meio útil a tutelar, “intio litis”, o interesse de uma das partes, exige a lei processual o cumprimento das condições essenciais ao seu reconhecimento, a saber, o “fumus boni iuris”, consistente na viabilidade de o suplicante obter êxito no processo, e o “periculum in mora”, que é a possibilidade de que, antes de se atender o direito pleiteado, se positivo for o resultado do julgamento da lide ao suplicante, seja lhe causada lesão grave de difícil reparação de acordo com o art. 300 do CPC.
Mormente, caso os serviços bancários não sejam reestabelecidos à situação de normalidade, a Autora continuará impossibilitada de obter cheques, linhas de crédito, bem como utilizar cartões, o que acarretará grandes dificuldades financeiras. Essa percepção decorre da singela observação da realidade, pois o uso do cartão de crédito e meios alternativos está cada vez mais difundido, substituindo o uso do papel moeda, tornando-se verdadeira necessidade no cotidiano de muitos consumidores, para a realização de compras, bem como outras transações e necessidades creditícias.
A pretensão da requerente é legítima, vez que a recusa em fornecer linhas de crédito anteriormente disponíveis em razão de um litígio que já foi resolvido é ilícita e está lhe prejudicando gigantescamente.
O "perigo da demora", ou seja, o "periculum in mora", emerge do fato de que, caso não seja esta deferida, aRequerente continuará sem ter acesso a talões de cheques e cartões de crédito, sendo impossibilitada de realizar pagamentos parcelados e/ou a prazo, bem como realizar compras e contratar serviços que não aceitam pagamento em papel moeda. Ressalta-se também o perigo ao qual a Autora é exposta por ter que andar com dinheiro em espécie para realizar seus pagamentos pela cidade que, como todos sabem, é palco de inúmeros assaltos todos os dias. 
Caso não seja deferida a tutela, antecipa a fim de compelir judicialmente a empresa Ré a proceder aretirada da restrição interna, a Requerida pode vir a sofrer danos financeiros.
Portanto, diante de tais fatos, o deferimento da tutela antecipada é a única forma satisfatória que aRequerente possui para cessar a inércia do Requerido em retirar a referida restrição interna e assim ver-se protegidade maiores danos causadospor esta.
DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão do ônus da prova ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor.
“Art. 6°. São direitos básicos do consumidor:
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.”
Nesse sentido caminha o entendimento do STJ:
“STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 1181447 PR 2010/0031847-3 (STJ)
Data de publicação: 22/05/2014
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA COM BASE NO ART. 6º , INCISO VIII , DO CDC . CABIMENTO. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A aplicação da inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, não é automática, cabendo ao magistrado singular analisar as condições de verossimilhança da alegação e de hipossuficiência, conforme o conjunto fático-probatório dos autos. 2. Dessa forma, rever a conclusão do Tribunal de origem demandaria o reexame do contexto fático-probatório, conduta vedada ante o óbice da Súmula 7/STJ. 3. Recurso a que se nega seguimento.”
Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto pelaAutora. Assim, as demais provas que se acharem necessárias para resolução da lide, deverão ser observadas o exposto na citação acima, pois se trata de direito básico do consumidor.
DO DIREITO
Da restrição interna
	É inegável que as instituições financeiras possuem o direito de inserir os dados dos consumidores inadimplentes em cadastros restritivos de crédito, tais como Serasa e SPC. Também é mais do que natural que o credor queira saber da idoneidade de seus clientes para que possa minimizar os riscos de uma concessão mal feita. Não são essas as condutas questionadas pela Autora na presente lide.
	O que se traz à presença deste excelentíssimo juízo é o fato de a dívida que ensejou a referida restrição ter sido parcelada (o parcelamento foi inclusive reconhecido pela Fazenda Nacional, determinando o arquivamento do processo de execução), mas a restrição cadastral permanecer no sistema do banco Requerido e, assim, negar fornecimento de produtos e serviçosà Requerente, mesmo esta adimplindo religiosamente as parcelas. 
	Como é bem sabido e corroborado pelo próprio Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a partir do parcelamento da dívida, a Execução merece ser suspensa e os bens desbloqueados:
“TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PARCELAMENTO DO DÉBITO. SUSPENSÃO EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. DESBLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS. POSSIBILIDADE. 1. O parcelamento da dívida suspende a exigibilidade do crédito tributário (CTN, art. 151/VI), caso em que não subsiste legitimidade para a manutenção da indisponibilidade de ativos financeiros. 2. Ainda que o art. 11 da Lei 11.941/2009 preveja a manutenção das garantias já existentes no caso de parcelamento posterior à penhora, essa norma não se sobrepõe ao CTN, lei complementar e, portanto, hierarquicamente superior. 3. Agravo da executada provido para liberar os valores bloqueados. (TRF-1 – AG:519892620134010000, Relator: JUIZ FEDERAL MARK YSHIDABRANDÃO (CONV.), Data de Julgamento: 27/06/2014, OITAVA TURMA, Data de publicação: 11/07/2014).”
	Esse entendimento ainda encontra respaldo no Código Tributário Nacional em seu artigo 151:
“Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
(...)
VI – o parcelamento.”
Portanto, não se tratando de dívida exigível, tendo em vista o parcelamento, não há situação que justifique a manutenção de qualquer restrição cadastral pelo banco Réu, seja interna ou externa.
Tal conduta do banco mostra-se, no mínimo, abusiva, vez que num primeiro momento forneceu limites de credito à Autora através das mais diversas linhas de crédito, tais como cartão de crédito, talões de cheque e cheque especial, fazendo incutir na mesma a legítima expectativa de confiança na utilização dos mesmos, para num segundo momento, apesar da absoluta diligência em adimplir as parcelas do acordo, negar-lhe tais linhas de crédito, causando-lhe inegável abalo.
	Sendo o Réu um banco aberto ao público em geral, não pode discriminar os seus clientes, podendo recusar ou cancelar serviço somente quando há situação específica que legitime tal recusa, conforme dita o Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
(...)
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
(...)
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;”
Da mesma forma caminha o entendimento jurisprudencial pátrio:
“AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. C.C. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DA AUTORA EM ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. SENTENÇA JUDICIAL RECONHECEU O ERRO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. RESTRIÇÃO INTERNA AO NOME DA AUTORA. Banco. Manutenção indevida, de restrição interna, com relação ao nome da autora. Recusa do banco em fornecer cartão de crédito, cartão de débito e demais produtos. Inadmissibilidade. Aplicação do CDC (Lei nº 8.078/90). Banco não impugnou seu próprio erro, tão-somente alega que a autora possui restrições internas. Restrição interna comprovada pela autora. Danos morais evidenciados (damnum in reipsa). Indenização arbitrada em R$ 30.000,00. Sentença mantida. INDENIZAÇÃO DEVIDA. QUANTUM MANTIDO. COMINAÇÃO DE MULTA DIÁRIA PARA HIPÓTESE DE DESCUMPRIMENTO DA DETERMINAÇÃO DE IMEDIATA RETIRADA DAS RESTRIÇÕES INTERNAS EXISTENTES. Admissibilidade de imposição da astreintes como meio coercitivo para concretização da obrigação de fazer. Inteligência do art. 461, §§ 4º e 6º, do CPC. Sentença mantida. RECURSO DESPROVIDO. (TJ-SP - APL: 00137318020108260562 SP 0013731-80.2010.8.26.0562, Relator: Alberto Gosson, Data de Julgamento: 24/11/2014, 20ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 26/11/2014)”
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ORDINÁRIA. RESTRIÇÃO CADASTRAL INTERNA PERANTE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. PROIBIÇÃO DA MANUTENÇÃO DE CADASTROS RESTRITIVOS POR OPERAÇÕES JÁ SATISFEITAS. DIREITO ASSEGURADO PELO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. EXISTÊNCIA DE RESOLUÇÕES, PORTARIAS E CIRCULARES DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL E DO BANCO CENTRAL NÃO DERROGAM PREVISÃO DO CDC. 1 - O "cadastro interno", de que trata o litígio, é o designado SCRSisbacen, que leva em consideração operações já findas, em afronta ao art. 43 do Código de Defesa do Consumidor, norma cogente e de ordem pública, que diz ser inadmissível a inserção/manutenção de cadastro restritivo, em nome de consumidor, por dívida inexistente ou já satisfeita. 2 - A se admitir que as instituições financeiras, e outras entidades a elas conveniadas, troquem entre si informações sobre negócios findos, considerando-os na indicação da "taxa de risco" referente ao "cliente", decretada estará a morte civil do indivíduo ou da empresa que se viu em dificuldades em determinado momento, pois estaria impossibilitada, diante da dependência da avaliação do risco, de obter crédito junto ao sistema financeiro. 3 - Esse é, justamente, o efeito que o estatuto consumerista busca evitar, ao proibir a manutenção de cadastros restritivos por operações já satisfeitas, ainda que com atraso e mediante a obtenção de descontos, como no presente caso. 4 - Vale ressaltar que não infirma o raciocínio acima exposto a suposta circunstância de resoluções, portarias e circulares do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil chancelarem tal cadastro, pela simples e boa razão de não representarem, aqueles atos, espécie normativa capaz de derrogar o Código de Defesa do Consumidor. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-AL - Agravo de Instrumento AI 08013178120148020000 AL 0801317-81.2014.8.02.0000, Relator: Des. TutmésAiran de Albuquerque Melo, Data de Julgamento: 15/07/2015, Data de Publicação: 21/07/2015).” 
Não é este o caso, vez que o nome da Autora não está inscrito em qualquer dos órgãos de restrição ao crédito!
Além disso, à luz do princípio da função social do contrato, pelo qual este não deve ser utilizado como instrumento de opressão, mas sim de realização, verifica-se que a negativa e/ou restrição na prestação de serviços bancários pela chamada "restrição interna", apesar do adimplemento pelo consumidor, configura-se como uma conduta abusiva e desproporcional, em flagrante ofensa ao sinalagma obrigacional.
Da responsabilidade do banco Réu
Ficou evidente que através de seus atos, o banco Réu não vem prestando o serviço nos moldes adequados à lei, sendo totalmente responsável pelos danos advindos da má prestação do serviço, nos termos dos artigos 14 do Código de Defesa do Consumidor:
“Art.14. O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.”
Prescreve o artigo 186 do Código Civil que aquele que por ação ou omissão culposa e negligente, como a perpetrada pelo banco Réu, violar direito, causando assim dano à vítima prejudicada, comete ato ilícito. Dentro dessa perspectiva, o artigo 927 do mesmo Código preceitua que o autor do ato ilícito que causa dano ao lesado, fica legalmente obrigado a repará-lo.
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
A conduta do banco Réu mostra-se abusiva, pois, tendo sido suspendida a exigibilidade do crédito tributário e resolvida a questão, o mesmo deveria proceder a retirada de qualquer restrição em nome da Autora de seus cadastros. 
Em assim sendo, resta demonstrada a responsabilidade da parte Requerida pelos transtornos sofridos pela Requerente.
Do dano sofrido pela Autora
O princípio constitucional da dignidade da pessoa humana abarca toda e qualquer proteção à pessoa. Tanto que dele decorrem os direitos individuais e dentre eles encontra-se a proteção à imagem e à personalidade, cabendo indenização em caso de dano, conforme estabelece o art. 5º, incisoX:
Art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”
Tem-se ainda o que está preceito no artigo 6º, inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor, que consagra direitobásico do consumidor à plena reparação de todos os danos contra si causados pelo ato ilícito inconsequente praticado pelo demandado:
“Art. 6°. São direitos básicos do consumidor:
(...)
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;”
Todos estes dispositivos vêm demonstrar que a proteção à personalidade está plenamente presente em nosso ordenamento jurídico pátrio, privilegiando o Estado Democrático de Direito e o indivíduo como sujeito principal da proteção estatal.
Nesse sentido, é merecedor de indenização por danos morais. Maria Helena Diniz explica que dano moral:
“É a dor, angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo que sofre a vítima de evento danoso, pois estes estados de espírito constituem o conteúdo, ou melhor, a consequência do dano”. (Curso de Direito Civil – Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª ed., 7º v. c.3.1, p.92).
Fácil éperceber que o dinheiro não terá, na reparação do dano moral, uma função de equivalência própria do ressarcimento do dano sofrido, mas um caráter concomitantemente satisfatório para a vítima lesada e punitivo para o lesante, sob uma perspectiva funcional.
No caso vertente, é cristalino o grande abalo moral sofrido pela Autora, que enfrenta limitações de crédito impostas pelo banco Réu sem qualquer justificativa plausível. Além disso, vale citar a quebra da expectativa e da confiança que a Autora depositava na utilização das linhas de crédito do Requerido. 
Para mais, ressalta-se que a finalidade da condenação pelas lesões de natureza moral desencadeadas na vítima, além da reparação dos danos, é a devida e exemplar punição a que deve se sujeitar o infrator, de forma que se sinta realmente desestimulado em continuar infringindo a Constituição Federal e os Códigos supracitados sem qualquer freio ou respeito para com os direitos do cidadão. Com isso busca-se compelir o ofensora se preocupar em agir com maior zelo e cuidado ao adotar procedimentos que causem danos às pessoas.
A jurisprudência fornece elucidativos precedentes sobre a utilização dos citados critérios de mensuração do valor reparatório:
“A indenização do dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento sem causa, com manifestos abusos e exageros, devendo o arbitramento operar-se com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte econômico das partes, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência, e do bom-senso, atendo à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso. Ademais, deve ela contribuir para desestimular o ofensor repetir o ato, inibindo sua conduta antijurídica (RSTJ 137/486 e STJ-RT 775/211).”
Portanto, provado o fato ilícito, vedado pelo ordenamento jurídico, o dano moral provocado por tal conduta decorrem diretamente da ilegalidade e abuso do ato praticado (nexo de imputabilidade causal), do qual o banco Réu não pode, de forma alguma, se aproveitar.
DO PEDIDO
Diante dos fatos expostos, vem com o devido respeito à presença de Vossa Excelência REQUERER:
I -O deferimento da tutela antecipada, determinando que o banco Réu proceda a retirada da restrição cadastral para que a Autora tenha acesso às linhas de crédito, sob pena de multa;
II - O deferimento do pedido da inversão do ônus da prova,tratando-se de relação de consumo amparada no Código de Defesa do Consumidor;
III -A citação do Requerido, para, querendo, apresentar resposta;
IV -Seja julgada totalmente PROCEDENTE a presente demanda, a fim de condenar o banco Requerido a consolidar a retirada da restrição cadastral interna, tendo em vista a resolução da lide que deu razão à mesma;
V - A fixação de danos morais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais);
VI - A condenação da Requerido aopagamento das despesas processuais e honorários advocatícios.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial pelo depoimento pessoal dos representantes legais doRequerido, oitiva de testemunhas, prova documental e pericial e outras cabíveis a espécie.
Dá-se à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).
São os termos em que,
Pede e espera deferimento.
Imperatriz (MA), 01 de agosto de 2017.
DR. SUCESSO
OAB 3333

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