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Imunidade à Neoplasias Sarah Falcão Universidade de Brasília Departamento de Biologia Celular Disciplina: Imunologia Geral 2019/2 Definições Literalmente quer dizer “novo crescimento” - NEOPLASMA TUMOR: originalmente vem da inflamação aguda (intumescimento= inchaço) ONCOLOGIA: do grego oncos = tumor ; estudo de tumores ou neoplasmas CÂNCER: termo utilizado para neoplasias malignas (Latim- caranguejo) Câncer: doença genética caracterizada pelo acúmulo progressivo de mutações no genoma das células alteradas. Células alteradas: vantagens quanto à proliferação e∕ou à resistência a mecanismos de indução de morte celular. Mutações em sistemas de reparo do DNA: predisposição a mutações. Aspectos gerais Células alteradas tem capacidade de invasão local e indução de alterações no microambiente tecidual (Ex: formação de novos vasos - angiogênese). Capacidade de metastatização. Aspectos gerais Biologia do crescimento tumoral Invasão e Metástase A célula tumoral sendo do próprio organismo induz resposta imune? Figure 17-1 Lymphocytic inflammation associated with certain tumors. A, Medullary breast carcinoma. B, Malignant melanoma. Red arrows indicate malignant cells. Yellow arrows indicate lymphocyte-rich inflammatory infiltrates. Células malignas Infiltrado inflamatório linfocítico Linfócitos infiltrados em alguns melanomas e carcinomas do cólon e câncer de mama = prognóstico melhor. Tumores estimulam respostas imunes adaptativas Especificidade e memória. Linfócitos T sendo as células mais importantes no controle de tumores. Aspectos Gerais - Resposta Imune Há antígenos tumorais que são reconhecidos como estranhos pelo SI do indivíduo. A RI geralmente é ineficiente na prevenção do crescimento neoplásico. Aspectos Gerais - Resposta Imune A maioria dos tumores tendem a ser fracamente imunogênicos. Tumores que provocam resposta forte são induzidos por vírus oncogênicos. Características dos antígenos tumorais Antígenos tumor - específico: expresso apenas em células tumorais, ausentes em células normais. Antígenos associados à tumores: também são expressos em células normais (expressão aberrante ou desregulada). Antígenos: produto de genes mutados Oncogenes Mutações pontuais, deleções, translocações cromossômicas ou inserções de genes virais. Expressão de genes cujos produtos são necessários para a transformação maligna ou para manutenção do fenótipo maligno. Antígenos mutados aleatoriamente: antígenos tumorais cujos produtos não estão relacionados ao fenótipo maligno. Antígenos: proteínas mutadas Antígenos: proteínas celulares anormalmente expressadas Antígenos de vírus oncogênicos Antígenos de vírus oncogênicos O vírus induz mesma mutação gênica – antígenos tumorais são compartilhadas pelos tumores que foram induzidos pelos mesmo vírus. O SI responde contra tumores induzidos por vírus pois reconhecem e destroem as células infectadas para o vírus. Antígenos oncofetais Respostas imunológicas contra tumores Macrófagos Papel demonstrado in vitro Ativação via IFN- Liberação de enzimas lisossômicas. Produção de reativos de oxigênio e de óxido nítrico Secreção TNF (trombose nos vasos sanguíneos do tumor). M1 x M2 (progressão do tumor, TGF-b) Resposta Imune Inata Células NK Eliminam várias células tumorais com redução na expressão de MHC de classe I e que escapam da lise por CTLs. Resposta Imune Inata ∕ adquirida Células NK Resposta Imune Inata ∕ adquirida Produtos de genes mutados Produto do oncogene Produtos de genes mutados Produto do oncogene Processamento do antígeno Produtos de genes mutados MHC classe I Processamento do antígeno Produto do oncogene Produtos de genes mutados APC Célula tumoral morta Produtos de genes mutados APC Produtos de genes mutados APC Processamento do antígeno Produtos de genes mutados MHC classe II APC Processamento do antígeno Resposta Imune Adaptativa APCs: apresentação de antígenos para ativação de LTs (em casos de co- estimulação insuficiente – tolerância). Linfócitos T Mecanismo principal: lise por CD8+ CTLs. Cross-priming Reconhecimento de antígeno mesmo sem co- estimulação. Anticorpos específicos contra antígenos tumorais opsonizam as células tumorais. Ativação do complemento. Fagocitose - Macrófagos (receptor Fc). Facilita o reconhecimento pelas células NK (via receptor Fc) – destruição da célula tumoral. Imunidade Adquirida- Humoral (auxílio de CD4+) Derivam de células do hospedeiro. Tendem a ser fracamente imunogênicas. Tumores com RI forte: induzidos por vírus oncogênicos. Crescimento e disseminação rápidos do tumor - SI incapaz de eliminar todas as células malignas. Falhas no controle das células tumorais Pressão seletiva Tumores são formados por populações dinâmicas e de instabilidade genética nas células tumorais. ↓ Escape e progressão de subpopulações resistentes mesmo que o SI represente uma pressão seletiva negativa. Mecanismos de Evasão Mecanismos de Evasão Mecanismos de Evasão Ausência de indução de células T efetoras por baixa expressão de moléculas co- estimuladoras e MHC de classe II. Baixa apresentação cruzada. Expressão de proteínas inibidoras da apoptose. Resistência à perforina. Supressão celular da imunidade anti-tumoral Macrófagos M2. Células T reguladoras. Representation of immune interactions at the site of the tumor. Effector cells generated in the draining lymph nodes migrate to the tumor (black arrows) and mediate anti-tumor immunity through the secretion of cytokines and cytolytic mechanisms (red lightning bolts). T-reg cells suppress effector cell migration, cytokine production, and cytolytic capacity, and suppressed cytokine production impacts other immune effectors including macrophages. Orentas et al. Seminars in Cancer Biology 2007 Supressão da imunidade anti-tumoral pelas Tregs Extirpação cirúrgica Quimioterapia Radioterapia Imunoterapia Possíveis condutas em Pacientes com câncer Por que vale a pena investir nas pesquisas de imunoterapia? Por que vale a pena investir nas pesquisas de imunoterapia? RI a tumores podem ser específicas para os antígenos tumorais e não causar danos às células normais. Imunoterapia Estimuladores da resposta imune do hospedeiro (imunoterapia ativa): Imunização do indivíduo com células tumorais mortas ou antígenos derivados. Células dendríticas dos pacientes + antígenos tumorais. Vacinas de DNA (cDNA). Transfecção de genes de coestimuladores e de citocinas Vacinas tumorais Terapia celular adotiva: Células T CAR CARs: receptores construídos geneticamente com locais de ligação específicos para antígenos tumorais codificados por genes Ig-variáveis e caudas citoplasmáticas contendo domínios de sinalização. Bloqueio das vias inibidoras Inibição do CTLA-4 – surgimento de doenças autoimunes. Depleção de Tregs – testes em modelos animais. Bloqueio das vias inibidoras – PD-1 Imunologia dos Transplantes Sarah de Athayde Couto Falcão Universidade de Brasília Departamento de Biologia Celular Disciplina: Imunologia Geral 2019/2 Processo de retirada de células, tecidos ou órgãos (enxerto) de um indivíduo e a sua inserção em um indivíduo (geralmente) diferente. O que é transplante? Pessoas vivendo com transplantes nos USA Breve Introdução 1967 – Descoberta dos genes do complexo MHC (rejeição alogênica) Incompatibilidadedo Sistema ABO – rejeição hiperaguda (minimizado na atualidade) HLA matching – caracterização molecular das moléculas de HLA - doador e receptor Testes imuno funcionais – Mixed Leukocyte Reaction Rejeição do enxerto Genética da rejeição de enxerto Expressão do MHC é polimórifica e codominante. Reconhecimento de aloantígeno CD28-B7 CD40-CD40L Rejeição aguda Rejeição tardia Reconhecimento direto do aloantígeno Reconhecimento direto de aloantígeno Estrutura do MHC alogênica pode ser similar ao MHC próprio – reconhecimento fraco pelo LT (como se fosse MHC próprio). O peptídeo alogênico é interpretado como um antígeno microbiano. Reconhecimento forte ao MHC alogênico. Reconhecimento ao peptídeo alogênico. Evolução dos enxertos cutâneos Ativação de células T alorreativas e mecanismo de rejeição Mecanismos efetores de rejeição Goldsby et al. Kuby Immunology, 5th ed, 2003 Ativação CD8+: Direta: morte celular Indireta: citocinas - inflamação Mecanismos de rejeição Strom T B , Koulmanda M JASN 2009;20:1677-1680 Treg Rejeição Hiperaguda Células endoteliais secretam fator de agregação plaquetária – coagulação e trombose - Oclusão trombocítica - lesão isquemica irreversível. Rara! Hoje os transplantes são feitos com órgãos de doadores compatíveis quanto ao grupo sanguineo. Rejeição Aguda Início após a 1ª semana de transplante. Mas pode ocorrer a qualquer momento, mesmo anos após o transplante, principalmente no paciente com baixa adesão ao tratamento imunossupressor. Atualmente apresenta baixa incidência – resposta boa a imunossupressores. Rejeição Aguda Aloanticorpos ligam-se a aloantígenos (MHC) em células endoteliais - ativação do complemento - recrutamento e ativação PMNs – lise celular - formação de trombos - lesão tecidual - trombose intravascular - destruição do enxerto. Rejeição Crônica Como a terapia para rejeição aguda melhorou, rejeição crônica tem sido a principal causa de rejeição dos aloenxertos. Não tem tratamento, mas pode ser evitada ou adiada pela imunossupressão. Rejeição Crônica LTs alorreativas produzem IFN-g e TNF-a - células endoteliais, células musculares lisas e MOs secretam fatores de crescimento e quimiocinas - crescimento células musculares internas – oclusão do vaso. Reação Mista de Linfócitos (MLR) Mecanismos de drogas imunossupressoras A terapia imunossupressora leva ao aumento da susceptibilidade para vários tipos de infecções intracelulares e os tumores associados a vírus. As drogas são tóxicas ao organismo. Indução de tolerância doador-específica Medawar e colaboradores: camundongos neonatos de uma cepa (receptor) ao receber células de baço de outra linhagem (doador) – enxerto de pele do doador não rejeitado. Pacientes transplantados renais que receberam uma transfusão sanguínea – menor incidência de rejeição aguda. A transfusão deve conter DCs imaturas que não induzem resposta aos aloantígenos dos doadores. O pré-tratamento de receptores com as transfusões de sangue é agora utilizado como terapia profilática para reduzir a rejeição. Indução de tolerância doador-específica Alguns receptores de aloenxertos de fígado são capazes de reter enxertos saudáveis, mesmo após a retirada da imunossupressão. O mecanismo subjacente a esta tolerância espontânea não é conhecido e parece ser exclusivo para enxertos de fígado. Indução de tolerância doador-específica Bloqueio de moléculas coestimuladoras: - Experimentos em animais: tolerância. - Experiência clínica: supressão da resposta e não indução de tolerância. Quimerismo hematopoiético: transfusão de células da medula óssea. - Células do doador sobrevivendo no receptor – quimera. - Sucesso em alguns casos de transplante renal. - Riscos de transplante de medula óssea e a disponibilidade de doadores são fatores limitantes. Transferência ou indução de Tregs. Ortópico: o enxerto é inserido em sua localização anatômica habitual. Heterotópico: se inserido em local diferente. Quais os tipos de transplantes? Quais os tipos de transplantes? Burmester GR et al. Color Atlas of Immunology. Thieme, 2003 Tipos de transplantes Burmester GR et al. Color Atlas of Immunology. Thieme, 2003 Burmester GR et al. Color Atlas of Immunology. Thieme, 2003 Tipos de transplantes Ou heterólogo Burmester GR et al. Color Atlas of Immunology. Thieme, 2003 Aloantígenos/ Linf. alorreativos Xenoantígenos/ Linf. xenorreativos Tipos de transplantes Porque um transplante xenogênico? Maior disponibilidade de doadores de órgãos. Transplante de órgãos de outros mamíferos tem atraído interesse. Compatibilidade anatômica: os porcos são preferidos para doação para órgãos e primatas superiores, como chimpanzé. Preocupações éticas e logísticas tem limitado esse procedimento. Quais os principais transplantes? Goldsby et al. Kuby Immunology, 5th edition, 2003 Transfusão Transplante de células sanguíneas circulantes ou de plasma de um individuo a outro. Antígenos do grupo ABO Hidratos de carbono Transplante de Células Tronco- alogênico Transplante de Células Tronco- heterólogo
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