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Laura Coifman- Odontologia Asces Sistemas Adesivos · Adesão: É o produto de uma interação micromolécula em que os tecidos do dente (esmalte e dentina), parcialmente desmineralizados por soluções ácidas são infiltrados com resinas relativamente fluidas (adesivos) dando origem a uma nova estrutura chamada Camada Híbrida, que serve de Ancoragem para resina composta restauradora. vai depender de: · Presenças de irregularidades do substrato: isso trará uma maior superfície de contato, criando uma retenção mecânica. · Potencial dos monômeros em penetrar nas rugosidades: devendo ser fluida a substância, pois conseguirá se espalhar e penetrar nas irregularidades. · Possibilidade de escape do ar presente nos poros: depende da fluidez do adesivo. · Capacidade de polimerização nessa região: do monômero se transformar em polímero. · Características do Adesivo · Limpeza do Substrato: para o adesivo fixar-se melhor. · Molhamento · Escoamento: Ser fluido para adentrar em áreas de rugosidades. · Resistência de união: Mecânica: Adesivo penetra nas áreas retentivas do aderente por meio de suas irregularidades. Química: Adesivo possui afinidade química pela superfície do substrato, se entrelaça nas fibras colágenas. · Componentes principais · Ácido · Primer · Adesivo · Podem ou não estar no mesmo frasco. · Classificação dos Sistemas Adesivos · Adesivos Convencionais. Podem ser: · 3 Passos- Condicionamento Ácido + Primer + Adesivo. · 2 Passos (Simplificado) -Condicionamento Ácido + Primer/Adesivo. · Adesivos Autocondicionantes. Podem ser: · 2 Passos- Primer +Adesivo · 1 Passo (Simplificado)-Primer/Adesivo Adesivos Convencionais · Os sistemas adesivos convencionais caracterizam-se pela aplicação prévia e isolada de um ácido forte, o ácido fosfórico, sobre as estruturas dentais. Condicionamento Ácido · Feito com Ácido Fosfórico de 35 a 37% (gel) · Remoção total da smear layer. · Infiltração de monômeros resinosos pela camada superficial de dentina previamente desmineralizada e posterior polimerização. · Formação da camada híbrida. · Além de remover a smear layer, o condicionamento ácido na dentina elimina o conteúdo mineral da zona mais superficial (3 a 8μm) e reduz drasticamente o teor de hidroxiapatita nas camadas subjacentes; · O diâmetro dos túbulos aumenta, assim como a permeabilidade da dentina e a pressão intrapulpar, expondo um tecido conjuntivo rico em fibrilas de colágeno. Esmalte · No esmalte, condicionamento com ácido fosfórico promove a desmineralização deste substrato e a, consequente, criação de microporosidades. · Posteriormente, estas microporosidades são preenchidas pelos monômeros resinosos hidrofóbicos contidos no adesivo, formando os tags resinosos, que auxiliam na retenção micromecânica da restauração. Uma vez que o esmalte é um substrato homogêneo, a técnica do condicionamento ácido cria uma superfície ideal para a adesão, tornando-a duradoura e confiável. · Remove a película adquirida e a camada aprismática do esmalte, mudando o contorno superficial dessa região. Dessa forma, aumenta a energia do esmalte e a sua necessidade de ser recoberto por algum material. Dentina · Em dentina, a adesão é mais complexa. Esta dificuldade se deve à sua composição mais orgânica e à umidade contida nos túbulos dentinários. · observa-se a presença da smear layer. Esta camada de detritos reduz consideravelmente a permeabilidade da dentina, diminuindo o fluxo de fluido dentinário · O condicionamento da dentina com ácido fosfórico envolve a remoção completa da smear layer e a desmineralização deste substrato com consequente exposição das fibras colágenas que, posteriormente, serão infiltradas pelos monômeros resinosos para formação da camada híbrida · Para que haja uma adequada penetração dos monômeros resinosos por entre as fibras colágenas expostas é necessário manter a dentina condicionada úmida. · a remoção da smear layer e abertura dos túbulos dentinários ocasionadas pelo condicionamento ácido aumentam a permeabilidade dentinária e a condutância hidráulica, o que afeta diretamente o grau de umidade da superfície da dentina condicionada, e esse controle da umidade dentinária para o estabelecimento de uma adequada adesão é um desafio. · Túbulos dentinários: Inicia na câmara pulpar e termina na junção da dentina e esmalte. Por ele passa prolongamento dos odontoblastos · próximo a polpa: Dentina Peritubular · Próximo ao esmalte: Dentina Intertubular (melhor adesão) Primer · Composto por monômeros hidrofílicos, compatíveis com a umidade da dentina e um solvente orgânico (Álcool ou acetona) · Tem como função preparar a superfície da dentina de modo a permitir a formação da camada híbrida (Adesivos + Fibras Colágenas) · Ele reveste as fibras de colágeno para que seja infiltrado os monômeros hidrofílicos, ou preenche espaços interfibrilares. · Promove Recuperação da energia de superfície dentinária melhorando a adesão. · Materiais Restauradores são hidrofóbicos e a Dentina e o Esmalte são “úmidos”, tornando ruim a adesão, Os Primers ajudam, pois modificam a superfície aderente e aumenta a afinidade com o material restaurador. Adesivo · Formado predominantemente por monômeros hidrofóbicos com viscidez maior que a do primer, adequada para infiltrar a superfície dos tecidos dentais. · Composições adesivas hidrofóbicas, que promovem mais durabilidade da união, pois restringem a sorção de água a cavidade bucal. · Tem como função realizar a copolimerização entre os monômeros de primer e o material restaurador · Fazer ponte entre os materiais, proporcionando resistência coesiva e interação. · Por conter monômeros hidrofóbicos, a adesão é melhor no esmalte, que na dentina. · Devido às diferentes características morfofuncionais entre o esmalte e a dentina, os adesivos evoluíram muito, e passaram a apresentar caráter hidrofílico, imprescindível para penetrar nas porosidades do substrato dentinário. Tempo de condicionamento Ácido · No esmalte o ácido fosfórico deve permanecer de 15 a 30 segundos. · E deve ser removido por meio de lavagem abundante com água, por no mínimo 30 segundos, o ideal é lavar o dobro de tempo em que o ácido foi aplicado. · O esmalte estará devidamente condicionado quando ele estiver Poroso e opaco, deixando de refletir luz. Dificulta o condicionamento · Fluorose (esmalte rico em flúor) · Dentição Decídua (Esmalte Aprismático) · Idoso · Vão exigir um maior tempo de condicionamento. Camada Híbrida · Adesivo + Fibras Colágenas · Com o condicionamento ácido da dentina, ocorre a desmineralização dentinária, remoção do Smear Layer e a exposição das fibras colágenas. · É resultante da infiltração de monômeros resinosos entre as fibras colágenas expostas. · Sua função é propiciar a adesão do material restaurador ao dente, selar dentina e prevenir sensibilidade e cárie secundária · A camada híbrida, juntamente com os tags e microtags, é responsável por reduzir a sensibilidade pós-operatória, a microinfiltração e por aperfeiçoar a vedação dentinária em restaurações adesivas. Smear Layer/Smear Plugs · é uma camada de restos dentários provenientes de corte com instrumentos rotatórios, bactérias, sangue, saliva e fragmentos de óleo, que fica depositada na superfície da dentina e dentro dos túbulos dentinários (smearplug). · Classificação dos Sistemas adesivos quanto a sua interação com os Smear Layers: · Remoção Completa: Convencionais · Remoção parcial ou modificação: Autocondicionantes. · Adesivo Convencional de 3 Passos Cond. Ácido Primer Adesivo 1. Condicionamento Ácido de esmalte e de Dentina, seguido de lavagem 2. Aplicação do primer sobre o tecido úmido. O caráter hidrofílico do primer, permite a formação da camada hibrida pelo revestimento de fibras colágenas e preenchimento de espaços interfibrilares. · Aplica-se o primer esfregando contra as superfícies da parede de dentina · O solvente deve ser removido por meio de jato de ar aplicado distante, pois se aplicar próximo pode: - Agravar Sensibilidade pós operatória - ProvocarPulpite - Dificultar a penetração do adesivo. · Só aplicar o adesivo se estiver com superfície brilhosa (brilho= primer suficiente). Caso não esteja, deve refazer o processo aplicando o primer. · Quanto mais o adesivo é hidrofílico, a longo prazo ele terá uma menor durabilidade. 3. Aplicar o adesivo e polimerizá-lo (Vai se ligar quimicamente ao primer que está ligado as fibras colágenas) · Tudo isso vai formar uma camada híbrida que vai: I. Reduzir a sensibilidade pós operatória. II. Reduzir a Microinfiltração III. Melhorar a vedação dentinária no caso da restauração adesiva · Restauração Adesiva =Restauração em resina composta. · A modificação para o sistema de dois passos aumentou o caráter hidrofílico dos adesivos, trazendo implicações clínicas a longo prazo. · Adesivo Convencional de 2 passos Cond. Ác Primer/Adesivo 1. Condicionamento Ácido. 2. Adesivo frasco único, deve ser removido o solvente e realizar fotoativação durante tempo recomendado pelo fabricante. · Como o primer e o adesivo estão no mesmo frasco, isso diminuirá o caráter hidrofóbico do adesivo, logo terá uma menor durabilidade a longo prazo. Vantagens · 3 Passos: •Várias indicações: restaurações adesivas, cimentação de coroas e pinos; • Possibilidade de ativação química; • Compatível com cimentos resinosos; • Menos degradação ao longo do tempo. · 2 Passos: •Técnica mais simples; • Valores de resistência de união semelhantes ao de três passos. Desvantagens · 3 Passos: •Maior número de frascos; • Técnica mais complicada; • Necessário aplicar múltiplas camadas de primer para saturar a dentina desmineralizada. · 2 Passos: •Menor número de indicações; • Não podem ser ativados quimicamente; • São incompatíveis com resinas e cimentos resinosos quimicamente ativados ou duais; • Sistemas mais hidrofílicos e tendem a ter maior degradação ao longo do tempo. · O papel da Água na Permeação dos Adesivos · Os sistemas adesivos se comportam de forma diferente frente à condição de umidade da dentina: • Adesivos sem água na composição (à base de acetona) devem ser aplicados em superfícies mais úmidas do que os que contêm água ou solução água/álcool. •O excesso de água também tem efeito negativo na infiltração do adesivo, pois atua como barreira física e impede a penetração deste produto, além de causar a diluição do material ou formar micelas pela separação dos monômeros hidrofóbicos ou hidrofílicos, dificultando a polimerização dentro da camada híbrida. • A presença de água também afeta a polimerização dos monômeros, reduzindo o seu grau de conversão. • Isso tem consequência direta na retenção e longevidade da união. • Camadas de adesivo menos polimerizadas absorvem mais água ao longo do tempo, se degradando mais rapidamente. · A forma de aplicação do adesivo também influencia o seu desempenho: • Os adesivos devem ser ‘esfregados’ na dentina para facilitar a penetração nas fibrilas de colágeno. • Adesivos à base de água demoram mais a evaporar do que aqueles à base de acetona ou álcool. • Evitar excesso de adesivo (espessura ideal 50-200 μm). · A presença de água e solvente remanescente na estrutura do adesivo reduz as propriedades mecânicas do polímero formado, o que pode resultar em mais microinfiltração. • Assim a aplicação CUIDADOSA de jato de ar à distância facilita a evaporação da água e dos solventes (20 cm, por 10s). · Variabilidade Regional do Substrato Dentinário · Maiores valores de resistência de união são encontrados quando a adesão é feita em substrato dentinário superficial; · Quantidade de dentina intertubular disponível para formação da camada híbrida. · Dentina sadia é melhor que a dentina esclerosada para penetração, pois a esclerosada é mais mineralizada, uma vez que é produzida devido a um trauma e também expõe menos fibras colágenas, ruim pro condicionamento. · Contaminação: · Isolamento absoluto SEMPRE, para evitar contato com saliva e/ou sangue. • Caso haja contaminação após o condicionamento ácido em esmalte: Este deve ser lavado abundantemente e seco antes da aplicação do adesivo. · A dentina condicionada exibe menos sensibilidade à contaminação por saliva, provavelmente devido à presença de fluido dentinário e à necessidade de mantê-la úmida antes de aplicar o sistema adesivo. · Assim como no esmalte, deve-se fazer lavagem abundante da dentina. • Um novo condicionamento é contraindicado. · Contaminação após aplicação do primer: lavagem + secagem + reaplicação do adesivo. Adesivos Autocondicionantes · Os passos de condicionamento ácido prévio da dentina e posterior lavagem e secagem são eliminados. · O ácido foi incorporado ao primer, tornando-o autocondicionante. · Consequência: a smear layer não é totalmente dissolvida, e sim incorporada à interface de união. • A interface de união formada é menos espessa que a de sistemas adesivos de condicionamento ácido total. · Classificação dos Sistemas Autocondicionantes · A smear layer pode neutralizar a acidez dos primers autocondicionantes e reduzir a sua capacidade de penetração até a dentina subjacente. • A camada híbrida possui dois componentes distintos: • Smear layer hibridizada; • Dentina subjacente hibridizada. · Adesivo Autocondicionante de 2 passos Primer Adesivo 1. Primer: • Com monômeros ácidos e hidrofílicos, solventes. Apresenta fluidez para formação da camada híbrida. · Em virtudes de solventes no primer, deve ser aplicado jato de ar para volatilização do solvente. • Aplica com agitação por 20seg (com microbrush friccionando contra a superfície) • Evapora o solvente durante 20seg · Avalia se ficou brilhoso, se não, repete ateficar. 2. Adesivo: · Com monômeros hidrofóbicos · Aplica e Polimeriza · União ao esmalte pouco satisfatória · Durabilidade x convencional 3 passos equivalente · Adesivo Autocondicionante de passo único Primer + Adesivo · Aplica solução com monômeros hidrofílico, ácido, monômeros hidrofóbicos, fotoindicadores, presença ou não de carga e água Durabilidade · Autocondicionante 2P= Convencional 3P · Autocondicionante 1P= Convencional 2P Adesivo Universal · Evoluíram para sistemas mais versáteis, universais ou multimodo, que permitem escolher a estratégia de adesão a ser usada: • Convencional • Autocondicionante · Características • Redução de tempo clínico; • Instabilidade fisico-quimica pela mistura de solventes e monômeros; • Resistência de união a longo prazo insatisfatória. Incompatibilidade Sistemas adesivos simplificados X Cimentos Resinosos quimicamete ativados ou duais · Resinas e cimentos resinosos quimicamente ativados ou de dupla ativação que utilizam aminas terciárias como agentes de iniciação da polimerização são incompatíveis com os sistemas adesivos convencionais de dois passos e sistemas adesivos autocondicionantes de passo único. Protocolo para aplicar o adesivo · Condicionamento Ác. No esmalte de 15 a 30 seg. e na dentina 15 seg. · Adesivo 3P convencional: · Aplica o primer-> fricciona por 20 seg c/ microbrush -> Jato de ar a distância para evaporar o solvente -> Aplica o adesivo e polimeriza · Adesivo 2P Convencional: · Aplica o adesivo fricciona p/ 20seg-> Evapora o solvente-> aplica novamente e fricciona por 20 seg -> evapora solvente e polimeriza. · A segunda camada separada da primeira. · Adesivo 2P autocondicionate: · (da mesma forma que o outro) · Primer, fricciona e evapora o solvente, repetidas vezes até a dentina saturar -> aplica o adesivo e polimreriza · Universal · Aplica tudo junto, evapora o solvente e polimeriza -> reaplica, evapora e polimeriza.
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