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DESENVOLVIMENTO FETAL ENFERMEIRA VERÔNICA MONTEIRO INTRODUÇÃO Após verificarmos o processo de fecundação e as alterações anatómo fisiológicos do organismo materno vamos conhecer alguns aspectos da evolução do concepto e de seus anexos (placenta, líquido em membranas amnióticas e cordão umbilical). Após o processo de nidação, o ovo assemelha-se, no início, a uma esfera. Apenas ao término do primeiro mês consegue-se distinguir a cabeça e os rudimentos de olhos, ouvidos e nariz; o coração e alguns outros órgãos encontram-se em formação (pulmões, sistema geniturinário), bem como as raízes dos braços e pernas. Anexos embrionários Os anexos embrionários são estruturas ligadas ao embrião, relacionados com a adaptação desses ao ambiente. Os principais anexos embrionários são: Âmnio → bolsa contendo líquido amniótico, favorecendo ambiente úmido ao desenvolvimento do embrião, amortecendo os choques térmicos e mecânicos. Cório→ membrana de natureza celular. Envolvendo o embrião e o saco vitelino, protegendo-os. Alantoide → bolsa membranosa que realiza o armazenamento das excretas do embrião até o momento do nascimento do organismo. Saco vitelínico → bolsa contendo substâncias de reserva energética (vitelo), responsável pela nutrição do embrião. Nos mamíferos placentários, o saco vitelínico possui pequenas dimensões, sendo a nutrição desempenhada pela placenta. Anexos embrionários Processo embrionário Em torno da 6ª-8ª semana, a cabeça apresenta-se desproporcionalmente grande em relação ao corpo, devido ao desenvolvimento cerebral – nessa fase é possível visualizar com maior nitidez os olhos. A posição embrionária assume uma curvatura do dorso para frente, como que protegendo os órgãos viscerais em desenvolvimento. Nesta fase, o embrião tem cerca de 2,5 cm de comprimento e, aproximadamente, 10 g de peso. Ao término da 8ª semana o embrião passa à condição de feto. Esta fase é muito delicada para a vida de o novo ser, pois seus tecidos embrionários são muito tenros e frágeis, passíveis de sofrerem alterações. Considerando tal fato, a mulher deve ser orientada para evitar o uso de drogas e medicações contra indicadas, bem como exposição a radiações (raios X, radioativos, entre outros). Processo embrionário Ao término da 12ª semana, o feto tem perto de 9 cm e 40 g de peso. O tamanho de sua cabeça já em pouco menor em relação ao corpo, distinguindo-se facilmente os olhos, nariz e boca, com presença de pálpebras e lábios. Os órgãos sexuais apresentam as características nítidas do futuro bebê. Inicia-se o período fetal, em que os órgãos e sistemas estão basicamente formados. Nas semanas subsequentes, ocorrerá a maturação. A placenta e as membranas fetais são estruturas indispensáveis à vida e ao bem-estar do feto. Desenvolvem-se ao mesmo tempo em que o embrião e aumentam em complexidade e tamanho simultaneamente ao crescimento e desenvolvimento do feto, inserindo-se, na maioria dos casos, no corpo do útero. Proporcionam a proteção contra traumatismos, oxigenação, nutrição e eliminação de resíduos degradados do metabolismo fetal. Após o nascimento da criança, essas estruturas separam-se do útero e são expelidas. Placenta árvore da vida A placenta permite a passagem de várias substâncias do sangue materno para o sangue fetal, necessárias ao desenvolvimento do feto, entre elas: oxigênio, água, eletrólitos, glicídios, lipídios, proteínas, aminoácidos, vitaminas, hormônios, anticorpos e alguns medicamentos; Da mesma forma, a placenta recebe do sangue fetal o gás carbônico, água, hormônios e resíduos metabólicos (ureia, creatinina, ácido úrico, fosfatos, sulfatos) que serão excretados através dos sistemas circulatório e renal maternos. Sabemos que a barreira placentária faz uma espécie de “seleção” dos elementos necessários ou não ao concepto. Contudo, alguns destes elementos conseguem “driblar” a barreira e chegar à circulação fetal, causando danos que, dependendo da idade gestacional, serão de maior ou menor intensidade. Como exemplos, temos: as drogas, a nicotina e o álcool, alguns medicamentos e microrganismos. A circulação materno-fetal se estabelece a partir da 4ª semana gestacional, por meio da circulação sanguínea entre o útero e a placenta (circulação útero placentária) e entre a placenta e o embrião (circulação feto placentária). O feto está em contato com a placenta através do cordão umbilical, o qual geralmente está inserido junto à área central desta. O cordão umbilical apresenta duas artérias e uma veia - as artérias transportam o sangue fetal (venoso) para a placenta e a veia leva o sangue materno (arterial) da placenta para o feto. Principais microrganismos . Vírus – principalmente nos três primeiros meses da gravidez, o vírus da rubéola pode comprometer o embrião, causando má- formação, hemorragias, hepatoesplenomegalia, pneumonias, hepatite, encefalite e outras. Outros vírus que também podem prejudicar o feto são os da varicela, da varíola, da herpes, da hepatite, do sarampo e da AIDS. Bactérias – as da sífilis e tuberculose congênita. Caso a infecção ocorra a partir do quinto mês de gestação, há o risco de óbito fetal, aborto e parto prematuro. Protozoários – causadores da toxoplasmose congênita. A diferença da toxoplasmose para a rubéola e sífilis é que, independentemente da idade gestacional em que ocorra a infecção do concepto, os danos podem ser irreparáveis. Processo embrionário Referências CAIXIAS, M.N.; DUARTE, F.I.; RIBEIRO O. P. enfermagem no processo embrionário: saúde da mulher. Manual ministério da saúde. 2014. PINHEIRO, G.E.; et al, Desenvolvimento fetal saudavel. São Paulo, ReV saúde da mulher. P665-752 dez. 2014.
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