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Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros PRINCÍPIOS DE PRÓTESE (Aula 1) Pré requisitos, para o profissional, realizar o tratamento reabilitador de indivíduos que perderam os dentes: -Ter extrema empatia pelo problema alheio -Ter conhecimento pleno do alcance e das limitações técnicas que podem ser utilizadas para reabilitar esses indivíduos e devolver-lhes qualidade de vida O que avaliar se o paciente não tem dente? A) Boca 1. exames clínicos 2. exame radiográfico 3. modelo de estudo 4. exames complementares B) Fatores biológicos 1. geral 2. Local C) Indicação e contra-indicação D) Prognóstico 1. Favorável 2. Desfavorável Plano te tratamento: Importância de estabelecer um plano de tto adequado: -Para reverter situações desfavoráveis preexistentes e prever o êxito do tratamento que se prepõe executar O plano de tratamento deve ser elaborado dentro de um conceito multidisciplinar e em condutas diagnósticas resumidas em: 1) História médica e dentária 2) Exame clínico 3) Exames de imagem 4) Análise de modelos de estudo Perguntas básicas para o paciente: Está satisfeito com sua prótese? Entendeu as limitações do seu caso? Foi informado sobre os custos envolvidos no tto? Sabe que o sucesso da prótese está associado a manutenção posterior? (reembasamento + ou – 1x ao ano) Estratégias para coleta de dados: 1) Questionamento sobre estado de saúde do paciente 2) Exame clínico intra e exta-oral 3) Exames complementares Pesquisa o estado geral da saúde do paciente Sigilo profissional Pesquisa de hábitos parafuncionais Estar atento a queixa principal, pois, no final ela deve ser atendida ou, se não for pertinente, deve ser explicado ao paciente no início do tto para redimensionar suas expectativas, mesmo que isso o leve a desistir do mesmo -Inicia durante a anmnese, enquanto o paciente relata sua história, observamos aspectos faciais como: Dimensão vertical: principal parâmetro clínico a ser considerado na avaliação do espaço protético (em DVO deve ser avaliado a proximidade entre a papila piriforme e a tuberosidade da maxila para ver se existe espaço suficiente para as bases da prótese sup e inf). Suporte de lábio Linha do sorriso Altura incisal História médica e dentária (Anamnese): Exame extra oral: Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros Observar próteses pré- existentes 1. Grau de higiene e cuidado 2. Espaço protético (PT. Inf que não recobre papila piriforme pode indicar falta de espaço nessa região) 3. Área chapeável (extensão das bases das próteses) 4. Tolerância relatada ou uma característica especifica da prótese 5. Características estéticas 6. Características dos dentes artificiais 7. Hábitos parafuncionais (presença de desgaste e/ ou danificações) 8. Relações intermaxilares *É uma característica prudente reproduzir na nova prótese características que estão adequadas e com as quais o paciente já está acostumado! Avaliar: Tecidos moles Músculos Rebordo remanescente Mucosas, língua e tec de revestimento devem ser inspecionados e palpados; Aspectos que podem interferir na execução do caso devem ser corrigidos, como: exodontias, hipertrofia de rebordo. A mucosa, a forma dos arcos e como se relacionam, presença de áreas retentivas, língua, inserções musculares e saliva interferem na retenção da prótese Inserção das bridas próximas ao rebordo podem causar expulsão ou machucar, podendo ser necessário uma frenectomia Mucosas flácidas não devem ser moldadas com material rígido Em relação a retenção, a queixa maior é a inferior. A saliva: Remove resíduos de alimentos e metabólitos microbianos. Ação antibacteriana, antifúngica e antivirótica inicia a digestão, lubrifica e protege as mucosas. É o principal agente a promover a retenção das PTs à mucosa subjacente a saliva mais fluida (secreção serosa) gera uma película bem fina e uma boa retenção da prótese, já a saliva mais viscosa, (secreção mucosa) tende a formar uma película mais espessa e não favorece a retenção da prótese A falta de saliva pode facilitar a formação de ulcerações traumáticas pelo contato direto da prótese com a mesma Radioterapia, síndrome de Sjorgren, drogas que atuam no SNC e desequilíbrio hormonal, alteram o fluxo salivar causando xerostomia TTO: colocar pequenas quantidades de água na boca durante o dia e saliva artificial Patologias associadas ao uso de próteses mais comumente encontradas na cavidade bucal: Irritação crônica dos tecidos e ulceras traumáticas (hiperplasia fibrosa inflamatória ou epúlide fissurada) Câmara de sucção: hiperplasia fibrosa inflamatória. Tratada com preenchimento da câmara com resina e reembasamento da prétese, mucoabrasão com fresa metálica ou pedra de acabamento de resina ou cirurgia Perfil Polichinelo: Ponta do nariz caída – ângulo nasolabial maior que 90º *a flange da prótese que aumenta o volume labial e diminui o ângulo nasolabial. 1/3 inferior da face diminuído Mento proeminente (queixo de bruxa) Exame intra-oral Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros Causa: -Sobreestensões da base da prótese -Pontos de pressão exagerada sob a base da pótese -Interferência oclusal grosseira que faça a prótese se movimentar horizontalmente durante a mastigação TTO: Redução da porção sobrestendida da base da prótese e/ou correção das discrepâncias oclusais e em alguns casos remoção cirúrgica da lesão *Reabsorção do tecido ósseo alveolar (rebordo residual) A mandíbula, geralmente, sofre maior reabsorção óssea que a maxila; A perda óssea é maior nos primeiros 6 meses e depois tende a reduzir; Fatores sistêmicos como diabetes não controlada e osteoporose (rebordo em lâmina de faca) agravam o processo *Candidíase eritematosa ou atrófica crônica Fatores predisponentes: -A presença da própria prótese que diminui a ação antimicrobiana da saliva na mucosa sob a base da mesma; -A má higienização; -Uso contínuo da prótese, especialmente a noite quando a saliva diminui; -Fatores locais como traumatismos mecânicos causados por irregularidade ou porosidades na base da prótese -Hipersensibilidade aos componentes da resina acrílica Queilite angular: lesões inflamatórias nas comissuras labiais, indicativa de prótese com dimensão vertical diminuída. TTO:consiste em: -Condicionamento Tecidual -Uso tópico de substâncias antimicrobianas como nistatina (100.000 U/ml) ou a clorexidina a 0,12% em forma de gel ou bochecho -Em casos graves ou persistente o uso de medicações sistêmicas é indicado. -Em casos lesões com forma papilomatosa, os procedimentos descritos podem regredir o quadro inflamatório da lesão sem regularização completa dos tecidos, sendo indicado a remoção cirúrgica com a técnica de muco-abrasão ou por meio da raspagem com lâmina de bisturi. Condicionamento Tecidual consiste em: 1) Adaptar, regularizar e polir a superfície interna da prótese que entra em contato com a mucosa 2) Orientar o paciente para que se consiga uma melhoria da higienização da prótese e das estruturas bucais; e 3) Aumentar o tempo em que o paciente não utiliza a prótese, especialmente à noite, para diminuir as tensões sobre a mucosa Não há relação de prótese com o câncer bucal Síndrome da combinação ou Síndrome de Kelly: 1. Perda de suporte ósseo sob a base da PPR; (processo lento raramente percebido pelo paciente) 2. Reposicionamento espacial da mandíbula anterior 3. Reabsorção anterior da maxila (região da arcada superior menos resistente a tensões) 4. Hiperplasia inflamatória na região do palato duro e fundo de vestíbulo5. Crescimento das tuberosidades maxilares (devido a pressão negativa exercida pela PT) 6. Alterações periodontais (aumento da tensão impostas aos dentes, fatores irritantes locais, hábitos parafuncionais- por si só, o uso da PPR não altera significativamente o quadro -reduzir a pressão excessivas, implantes osteo-integrados são uma boa alternativa, principalmente na maxila) *nem sempre ocorrerão de forma simultânea, pois são reguladas por fatores predisponetes. Radiografia periapical Exames complementares: Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros Avaliar o estado do elemento dentário, altura do rebordo. Ela tem boa qualidade, baixo custo e facilidade de obtenção Radiografia oclusal: Possibilita a observação da mandíbula em uma só tomada radiográfica. Panorâmica: Condição geral dos dentes e diagnóstico de possíveis alterações patológicas, visualiza-se mandíbula e maxila em uma só tomada radiográfica com mínima exposição do paciente a radiação e seu uso na avaliação da densidade óssea é pouco confiável e causa distorções MOLDAGEM EM PTR (Aula 3) Conceitos: Moldagem: é o ato, o procedimento que visa a obtenção do molde, deve abranger toda a área chapeável; Molde:Cópia em negativo, do arco dentado ou edentado. Modelo: cópia fiel do arco dentado ou edentado, obtida pelo preenchimento do molde com gesso. Área chapeável: Linha imaginaria, irregular que determina até onde pode ir a borda da prótese para conseguir um selamento perfeito, sem causar irritação e nem atrapalhar a nutrição dos tecidos, não alterando a fonação e nem provocando traumatismos. Ela deve ser recoberta pela base da prótese. Sua correta delimitação proporcionará uma prótese bem assenta, conferindo uma boa retenção e estabilidade; Delimitação de área basal ou chapeável para maxila freio mediano freios laterais inserção do bucinador sulco hamular ou pterigopalatino limite entre palato duro e mole contorno da musculatura periférica Delimitação de área basal ou chapeável para mandíbula freio mediano freios laterais linha oblíqua externa triângulo retromolar linha milohídea freio lingual contorno musculatura periférica Continuidade do Plano de tratamento: 5) obtenção dos modelos de trabalho Tipos de moldagem em PTR: 2 sessões (mais confiável/utilizada) moldagem anatômica preliminar (estática) moldagem funcional (definitiva) Sessão única moldagens duplas Moldagem Preliminar: Funções: Fornecer todos os detalhes da anatomia topográfica da área basal a ser preenchida pela PTR Obtenção do modelo de estudo Construção da moldeira individual Materiais mais utilizados: Moldeira de estoque tipo HDR Godiva e Alginato GODIVA ALGINATO Moldagem preliminar Modelo de estudo Moldeira individual Modelo de trabalho Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros -Material anelástico -Moldagem compressiva -Indicado para arcadas inferiores com rebordos mais rígidos e grande atividade da musculatura paraprotética -Menor riqueza de detalhes e maior afastamento de tecidos -Cuidado: distorções e queimaduras -Moldeiras: vernes modificadas- lisas para desdentados ou HDR -Material elástico -Compressão mínima -material de escolha -Maior riqueza de detalhes -Vazamento imediato -Moldeiras perfuradas para desdentados tipo HDR Moldeira Individual: 1) Moldeira individual em resina acrílica, existe a termo, feita em laboratório 2) Com ou sem perfurações 3) Com ou sem alívio do modelo com cera 4) O material de moldagem deve fornecer compressão mínima dos tecidos Alívio: serve para depois ter espaço para o molde. A cera deve ser cortada ao meio e colocada na área de moldeira. Materiais: Alginato: moldeira com perfurações e alívio com duas Materiais Moldeiras Alívio Lâminas alginato Com perfurações com 2 Pasta Zinco- Enólica (Lizandra) Perfurações mínimas Com ou sem 1 no máx Elastômeros (silicona) Com ou sem 1no max +adesivo próprio Existe um outro que a faculdade vai fornecer, específico para rebordos não favoráveis Moldagem Periférica: Tem objetivo de permitir que os tecidos paraprotéticos em função estabeleçam suas próprias relações de contato com o material de moldagem PTR vedada e com máxima retenção e com menor sobre-extensão. Moldagem funcional propriamente dita Funções: a) Fornecer, sem desalojamento dos tecidos, os mínimos detalhes do rebordo alveolar b) Determinar os limites da área chapeável, de acordo com a fisiologia dos elementos anatômicos envolvidos c) Obtenção do modelo de trabalho A moldagem deve ter compressão mínima Materiais: Alginato: Para mucosa Flácida Pasta de Zinco e eugenol: tem boa aderência à moldeira individual, excelente fidelidade de cópia, excelente estabilidade dimensional e baixo custo. Pode ocorrer o aparecimento da moldeira através do material, o que é comum e é de difícil reparo. Moldagem dupla ou mista: Paciente com ânsia: Acarmar o paciente Respirar pela boca Abaixar a cabeça do paciente e segurar a moldeira Moldagem preliminar Material de moldeira Material de moldagem Modelo de trabalho Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros => o gesso é vazado no molde de escolha e confeccionado o modelo de trabalho - é necessário fazer um encaixotamento para vazar o gesso para obtermos uma margem de trabalho adequada para confecção da chapa de prova Confecção da chapa de prova: Com o modelo de trabalho, confeccionamos a chapa de prova em resina acrílica que deve ficar exatamente no limite da área de moldeira Não esquecer de acrescentar cera nas áreas retentivas (O procedimento é igual ao de confecção de moldeira individual, exceto que neste não há o cabo nem alívio.) Adaptamos na chapa de prova um rolete de cera 7 (que pode ser confeccionado na ferradura ou a cera pode ser aquecida com a lamparina para ficar plástica e enrolada em uma placa de vidro) Rolete de cera 7 plastificada na lamparina Rolete de cera 7 + cera utilidade derretidas e colocadas na ferradura previamente lubrificada com vaselina Com a chapa de prova pronta, realizamos seu acerto RELAÇÕES INTERMAXILARES EM PTR (Aula 4) Acerto da chapa de prova e plano de orientação (plano de cera) Acerto Superior =>Acerto Inferior =>Articulação dos planos 10 PASSOS: ACERTO DOS PLANOS DE ORIENTAÇÃO 1.Perfil do Paciente; Com o plano superior na boca, observar: Ângulo Nasolabial que deve ter 90° Caimento do lábio Perfil do paciente Reposicionamento dos músculos orbiculares Sulcos nasolabiais harmoniosos. 2. Comprimento do Plano Superior; Fatores: Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros idade e tipo de sorriso Pacientes jovens: 1 a 2 mm abaixo do tubérculo do lábio. Pacientes idosos: ao nível do tubérculo labial. Sorriso alto: ao nível do tubérculo labial Lábios arqueados: ao nível do tubérculo labial 3. Paralelismo dos Planos com a Régua de Fox; Ajuste do plano oclusal- plano de camper e Ajuste do plano incisal- plano de fox 4. Corredor Bucal; É o espaço entre a face vestibular dos dentes posteriores e a mucosa jugal. Ele é definido pela posição do canino e cria um sorriso natural 5. Regularização do Plano com Placa de Just; 6. Tomada da DVR- com o plano superior em boca a) Compasso de Willis (Willis, 1930) e Compasso de ponta seca (Método fisiológico) mede-se a distância do canto externo do olho até a comissura labial e diminui-se cerca de 3 a 4 mm EFL para se estabelecer a altura na qual o plano de orientação inferior será ajustado para de chegara DVO, posição na qual a reabilitação será realizada. Anotar medida DVR Diminuir de 3 a 6 mm= EFL DVR- EFL= DVO b) Método fonético (Silverman, 1953). Muito útil para conferência final da prótese, quando os dentes artificiais estiverem fixados. c) Harmonia facial DVO alterada provoca: Hipertonicidade muscular Desarmonia facial Fonética prejudicada Queilite angular Cansaço muscular 7. Acerto do Plano Inferior com relação ao superior; Registro da DVO Trespasse com plano superior; 8. Relação Cêntrica; Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros Método Manual-guiar a mandíbula para RC e estabilizar a base de prova com uma das mãos enquanto de manipula a mandíbula com a outra. Método da Deglutição ou de Monson – o paciente engole a saliva Método do Levantamento da Língua – o paciente coloca a ponta da língua no palato PTR = Montagem de dentes em ROC 9. Linhas de Orientação; Linha média Deve ser realizada levando-se em conta a metade do filtrum labial. Deve estar posicionada verticalmente (perpendicular) ao plano de cera. Guia a posição dos IC superiores. Na maioria dos casos coincide com o freio labial. Não levar em conta o nariz. Linha distal Canino – linha comissura labial Paciente com os lábios relaxados Vai fornecer a largura dos dentes anteriores em arco Refere-se à posição da face distal dos caninos Linha alta sorisso; Linha do sorriso forçado. Acompanha-se a linha do lábio superior, quando do sorriso normal. Vai fornecer o comprimento dos dentes anteriores. Preferencialmente, deve-se mostrar mais dentes do que gengiva. 10.Check-Bite. com os planos em boca realiza a união dos deles com um grampo de grampeador Montagem no ASA • O uso do arco facial pode ser realizado mas é dispensável, pois o plano oclusal já foi determinado pelo acerto do plano de cera. Uso da mesa de montagem e articulador com medidas médias Os guias condilares devem estar ajustados com o ângulo de lateralidade (Benett) em 15o e o ângulo de protrusão (α) em 30º A mesa de montagem do articulador deve estar com a linha média paralela com a linha média do plano de cera Montagem dos dentes O comprimento e largura dos dentes serão determinados pela medidas entre a parte incisal da cera e a linha de sorriso e pela linha média e a linha de comissura labial, respectivamente, onde ficaram os IC,IL e C. O formato levará em conta o perfil facial e o sexo do paciente e a cor será determinada pela idade e cor da pele do paciente. A cor da gengiva da prótese será determinada pela cor do lábio Odontologia/ Prótese PTR e PPR Charlayne Medeiros
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