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mandado de injucao - caso concreto

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA
SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS ESTADUAIS DO ESTADO BETA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob nº, com sede à Rua, nº, bairro, município, estado beta, CEP, e por seu representante legal, nome nacionalidade, estado civil, profissão, portador de identidade nº, inscrito no CPF sob nº, residente e domiciliado, (endereço completo), por intermédio de seu advogado que este subscreve, com endereço profissional, (endereço completo), onde recebe suas comunicações de praxe e estilo no endereço eletrônico , para fins do art. 106,I do CPC, vem respeitosamente perante Vossa Excelência , com fulcro no artigo 5º LXXI, da Constituição Federal, e ainda no art. 24§ único da Lei 8038/90 , impetrar o presente,
MANDADO DE INJUNÇÃO
Em face de ato omissivo do Estado Beta, pessoa jurídica de direito público, com sede na, bem como de seu Governador, que poderá ser encontrado na sede funcional, pelos fatos e fundamentos a seguir:
· DOS FATOS
Os servidores públicos do Estado Beta, inconformados com a falta de recebimento do Adicional Noturno, procuram o Sindicato da qual são associados em virtude de obter seus devidos direitos. O estado, por seu turno, se recusa a pagar o adicional com fundamento na ausência de dispositivo que regulamente as normas constitucionais que a asseguram o seu pagamento.
De todo o exposto, convém ressaltar que é direito constitucionalmente assegurado ao trabalhador, o adicional na remuneração quando se labora no período noturno. Desse modo, a não regulamentação desse direito acabou por propiciar um quadro insatisfatório por parte dos servidores o qual se legitima face aos fundamentos de direito a seguir expostos.
· DO DIREITO
Conforme bem definido no art. 5º, LXXI da Constituição Federa, o mandado de injunção é o remédio constitucional responsável pela defesa em juízo de direito fundamental previsto na Constituição Federal ainda pendente de regulamentação.
Dito isto, a Constituição Federal assegura ao trabalhador urbano e rural o adicional noturno, agregando esta parcela a remuneração do servidor como forma de garantir a real contraprestação dos serviços prestados em circunstância específica de trabalho, de acordo com o Art. 7º, IX.
Também em consonância com a Carta Magna de 1988, a CLT também confirma no seu artigo 73 a previsão para os celetistas a garantia do debatido Adicional Noturno.
Sendo assim, se mostra impreterível a necessidade em caráter de urgência de mandado injunção coletivo com o provimento dos requerimentos que seguem.
MANDADO DE INJUNÇÃO. SERVIDORES ESTADUAIS. ADICIONAL NOTURNO. ADEQUAÇÃO DA VIA PROCESSUAL. OMISSÃO LEGISLATIVA CONFIGURADA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1 - Verificada a ocorrência de omissão legislativa estadual a obstar o direito dos servidores públicos integrantes da entidade classista impetrante de receberem o adicional noturno (CF, arts. 7º, IX e 39, § 3º e CE, art. 95, IV), não se há falar em inadequação do Mandado de Injunção, eis tratar-se do remédio correto para debelar a inoperância de direito constitucionalmente assegurado em razão de ausência normativa. 2 - A aplicação do princípio da reserva do possível, que preconiza que as ordens judiciais devem ponderar a capacidade econômico-financeira da pessoa estatal para suportar os efeitos do ato decisório, demanda prova robusta não só da alegada limitação material do Estado para arcar com o resultado da demanda, mas também de que essa decorra de causas legítimas, justificáveis e incontornáveis, sob pena de convolar-se em salvo conduto para o descompromisso estatal em relação ao adimplemento de direitos e obrigações constitucionalmente assegurados. 3 - O fato de o servidor público receber subsídio fixado em lei não obsta o direito constitucionalmente assegurado dele de auferir adicional noturno quando a referida parcela não estiver contemplada na forma de cálculo de sua remuneração. 4 - O deferimento de ordem injuncional não implica ofensa ao princípio da separação dos poderes conquanto preservada a autonomia legislativa para suprir a lacuna normativa declarada no julgamento. 5 - O mandado de injunção não é a via adequada para a obtenção de efeitos patrimoniais pretéritos à data de sua impetração. 6 - Ordem parcialmente deferida, com concessão de prazo de 180 dias para o suprimento da omissão legislativa, com fixação, em caso de permanência dessa situação, do comando normativo a incidir sobre o tema, in casu, o artigo 75, da Lei Federal n.º 8.112/90. ORDEM INJUNCIONAL PARCIALMENTE DEFERIDA.
(TJ-GO - MI: 01189940520168090000, Relator: DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA, Data de Julgamento: 26/10/2016, CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJ 2159 de 30/11/2016)
· . Doutrina
A Ilustre Professora Claudia Salles Vilela Vianna[1], entendendo pelo cabimento da hora extra noturna, elucida a forma de cálculo nos seguintes termos:
I – Aplicar o percentual noturno sobre o salário-hora do empregado (20% sobre o salário contratual horário do empregado);
II – Somar o valor encontrado (adicional noturno) ao salário hora do empregado, encontrando-se, assim, a base de cálculo (hora noturna);
III – Aplicar sobre a hora noturna o percentual de hora extra (no mínimo 50%). (PAG 428)
· DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
a) a notificação da autoridade omissa para que preste informações pertinentes do caso;
b) a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada;
c) a condenação do Impetrado em custas processuais;
d) a intimação do Representante do Ministério Público
e) que o pedido seja ao final julgado procedente para que o Tribunal determine prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora
f) seja suprida a omissão normativa garantindo-se a efetividade do direito à percepção do adicional noturno no percentual de 20% em relação à hora normal de trabalho, conforme disposições, aplicáveis por analogia, contidas no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho, com eficácia para todos os servidores estaduais no exercício de atividade laboral noturna, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado (Art. 8º, incisos I e II, e Art. 13, ambos da Lei 13.300/16.
· VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ para fins procedimentais
Termos em que pede deferimento
Local e Data
Advogado/Nº da OAB

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