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Direito Constitucional - Apostila - Aula 16

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Suzana Cristina Barbosa Fernandes - 32703965893
Prof. Nathalia Masson 
 Aula 16 
 
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Direito Constitucional - Auditor Tributário do ICMS-DF 
 
 
 
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Direito Constitucional – Processo Legislativo 
Auditor Tributário do ICMS-DF 
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Sumário 
SUMÁRIO 2 
PROCESSO LEGISLATIVO 3 
(1) RECADO INICIAL 3 
(A) PRIMEIRAS PALAVRAS SOBRE O TEMA 3 
(B) PROCESSO LEGISLATIVO: ESPÉCIES 5 
(C) ESPÉCIES NORMATIVAS 7 
(C.1) INTRODUÇÃO 7 
(C.2) LEIS ORDINÁRIAS – PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 7 
(1) FASE INTRODUTÓRIA 10 
(1.1) PRIMEIRAS PALAVRAS 10 
(1.2) INICIATIVA PRIVATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 12 
(1.3) INICIATIVA DE LEI DO PODER JUDICIÁRIO 13 
(1.4) INICIATIVA POPULAR 14 
(1.5) CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE INICIATIVA 15 
(2) FASE CONSTITUTIVA (ATOS DE DELIBERAÇÃO LEGISLATIVA, VOTAÇÃO E DELIBERAÇÃO EXECUTIVA – 
SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL) 22 
(2.1) A CASA INICIADORA 22 
(2.2) DELIBERAÇÃO 23 
(2.3) VOTAÇÃO PLENÁRIA 26 
(2.4) DELIBERAÇÃO EXECUTIVA (SANÇÃO OU VETO PRESIDENCIAL) 33 
(2.4.1) PRIMEIRAS PALAVRAS 33 
(2.4.2) SANÇÃO 33 
(2.4.3) VETO 35 
(3) FASE COMPLEMENTAR (OU DE INTEGRAÇÃO DE EFICÁCIA) 42 
(3.1) PROMULGAÇÃO 42 
(3.2) PUBLICAÇÃO 44 
(C.3) PROCEDIMENTO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU REGIME DE URGÊNCIA CONSTITUCIONAL (ART. 64, §§ 1º 
A 4º, CF/88) 46 
(C.4) LEIS COMPLEMENTARES 48 
(C.5) LEIS DELEGADAS 52 
(C.6) MEDIDAS PROVISÓRIAS 57 
(C.6.1) ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 57 
(C.6.2) LEGITIMIDADE PARA A EDIÇÃO 57 
(C.6.3) PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS LEGITIMADORES 61 
(C.6.4) LIMITES MATERIAIS À EDIÇÃO 65 
(C.6.5) PRODUÇÃO DE EFEITOS (EFICÁCIA DA MEDIDA) 68 
(C.6.6) PROCEDIMENTO 69 
(C.6.7) REJEIÇÃO E CONVERSÃO DA MP EM LEI 73 
(C.6.8) ÚLTIMAS OBSERVAÇÕES SOBRE AS MEDIDAS PROVISÓRIAS 82 
C.7. DECRETOS LEGISLATIVOS 84 
C.8. RESOLUÇÕES 85 
(2) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA 87 
(3) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR 109 
(4) RESUMO DIRECIONADO 118 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 131 
 
Suzana Cristina Barbosa Fernandes - 32703965893
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PROCESSO LEGISLATIVO 
(1) Recado Inicial 
Lembre-se que esta aula, datada de junho de 2019, foi produzida para os concursos de Auditor 
Tributário do ICMS/DF, banca CESPE. Como o conteúdo de Direito Constitucional é o que mais se altera 
no mundo jurídico (em razão das constantes mudanças legislativas e, em especial, das incessantes novas 
decisões do STF), não desperdice seu tempo ou arrisque sua aprovação estudando um material 
desatualizado. Busque sempre a versão oficial da aula no site do nosso curso! 
(A) Primeiras palavras sobre o tema 
Você sabe o que essa expressão “Processo legislativo” significa, caro aluno? 
Ela designa um conjunto de atos pré-ordenados que devem ser praticados para que possamos 
elaborar as espécies normativas primárias (aquelas que retiram seu fundamento de validade 
diretamente da Constituição e que podem inovar o ordenamento jurídico), descritas no art. 59, CF/88. 
A atividade de legislar, regulada pelo poder constituinte originário em seção especial (Tít. IV, Cap. 
I, Seção VIII, que engloba os artigos 59 a 69, CF/88), é exercida com primazia, mas não com exclusividade, 
pelo Poder Legislativo. Já que este último Poder não exerce essa atribuição de forma isolada e exclusiva, 
poderemos identificar em nosso ordenamento jurídico situações nas quais outro Poder exercerá, de 
modo atípico ou secundário, função de natureza legislativa: pensemos, por exemplo, na atribuição 
presidencial de editar medida provisória ou lei delegada. Ambas são espécies primárias (estão listadas 
pelo art. 59, CF/88) e não são confeccionadas pelo Legislativo, mas, sim, pelo Poder Executivo. 
Outro detalhe introdutório importante é o seguinte: como a disciplina jurídica do processo de 
formação das leis tem matriz essencialmente constitucional – pois os princípios que regem o 
procedimento de elaboração das espécies normativas estão no texto da Constituição –, vale registrar que 
as linhas básicas do modelo constitucional federal referente ao processo legislativo são de absorção 
compulsória pelas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas, conforme entendimento do Supremo 
Tribunal Federal1. 
Da mesma forma, também em homenagem ao princípio da simetria, as matérias nas quais a 
iniciativa pertencer de forma reservada ao Presidente da República (art. 61, § 1°, CF/88) deverão ser 
atribuídas aos Governadores e Prefeitos, no que couber2. 
 
1. Conforme ADI 637 – MA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, noticiada no Informativo 358, STF. 
2. Conforme ADI 822-RS, STF, Rel. Min. Octavio Gallotti. 
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Eventuais desobediências às regras constitucionais de processo legislativo vão gerar inequívoca 
inconstitucionalidade formal da lei ou do ato normativo elaborado. Essa inconstitucionalidade, fruto de 
um processo legislativo ilegítimo, poderá ser: 
(i) reconhecida pelo Poder Judiciário no exercício do controle repressivo de constitucionalidade – tanto 
no âmbito do controle difuso como no do concentrado; 
(ii) evitada no controle de constitucionalidade político preventivo, desenvolvido externamente ao 
Poder Judiciário, pelo Poder Legislativo (através da atuação das Comissões de Constituição e Justiça) e 
pelo Poder Executivo, por meio do veto jurídico presidencial; 
(iii) refreada pelo Poder Judiciário, por meio do excepcional controle de constitucionalidade 
jurisdicional preventivo, no qual os parlamentares defendem seu direito líquido e certo ao devido 
processo legislativo, o que os permite manejar o mandado de segurança individual (impetrado pelos 
parlamentares federais perante o Supremo Tribunal Federal) em todas as oportunidades em que forem 
desrespeitadas as normas constitucionais procedimentais referentes à elaboração das espécies 
normativas. Conforme posicionamento estável do STF, o “parlamentar tem legitimidade ativa para 
impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de 
leis e emendas constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo constitucional”3. 
Para auxiliar na fixação, visualize o esquema4 posto abaixo: 
 
 
3. Conforme MS 24.642, STF, Rel. Min. Carlos Velloso, noticiado no Informativo 337, STF. 
4. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 940. 
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Não custa destacar que o STF5 tem reafirmado esse entendimento, ao considerar que o sistema 
constitucional pátrio não autoriza que o controle de constitucionalidade judicial prévio seja utilizado 
como regra. A jurisprudência da Corte está consolidada no sentido de, ordinariamente, não serem 
admitidas as demandas judiciais com essa finalidade. 
O STF, portanto, segue reconhecendo somente duas exceções a essa regra: (1) proposta de 
emenda à Constituição manifestamente ofensiva a cláusula pétrea; e (2) projeto de lei ou de emenda 
em cuja tramitação se verifique evidente afronta a cláusula constitucional que disciplina o 
correspondente processo legislativo. Percebe-se que, em ambos os casos, o vício de 
inconstitucionalidade está diretamente relacionado aos aspectos formais e procedimentaisda 
atuação legislativa. Nessas circunstâncias, a impetração de segurança é admissível porque busca 
corrigir vício efetivamente concretizado, antes e independentemente da final aprovação da norma. 
(B) Processo Legislativo: Espécies 
Existem diversas classificações possíveis para o processo legislativo. Uma muito importante e 
constante em prova, futuro Auditor do ICMS do DF, é aquele referente às suas fases e ritos 
procedimentais. Nesse contexto, o processo legislativo pode ser: 
(i) Ordinário: utilizado para a elaboração de lei ordinária. É o procedimento básico previsto na 
Constituição da República e caracteriza-se pela total ausência de prazos para a realização dos atos de 
deliberação e votação; 
(ii) Sumário ou abreviado: assemelha-se ao ordinário, pois possui as mesmas fases e os mesmos atos, 
mas distingue-se deste por possuir prazo para a deliberação e votação. Sua utilização fica na 
dependência da vontade do Presidente da República, a quem a Constituição confere, com exclusividade, 
legitimidade para solicitar a tramitação dos projetos de sua iniciativa no regime de urgência 
constitucional; 
(iii) Especial: utilizado para a feitura das demais espécies normativas, a saber, emenda constitucional, lei 
complementar, lei delegada, medida provisória, decreto legislativo, resolução e as Leis Financeiras (PPA 
– Plano Plurianual, LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, LOA – Lei Orçamentária Anual). Os 
procedimentos especiais baseiam-se em ritos diferenciados, que se afastam (ao menos em algum 
aspecto) da normativa geral estabelecida para a elaboração das leis ordinárias. 
 
5. No julgamento do MS 32.033/DF, relatado pelo Min. Gilmar Mendes, noticiado no Informativo 711, STF. 
 
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Esquematicamente6: 
 
Um detalhe importante: em se tratando do procedimento de elaboração das leis 
complementares, é certo afirmar que, em termos constitucionais7, seguem o mesmo processo de 
formação das leis ordinárias, só havendo uma única diferença constitucionalmente estabelecida: a 
maioria para a aprovação – afinal, para a validação dos projetos de leis complementares é exigida 
manifestação favorável de maioria absoluta (art. 69, CF/88), enquanto a aprovação das leis ordinárias 
exige, tão somente, a manifestação favorável de maioria simples (art. 47, CF/88). Por isso, já se discutiu 
se o procedimento de feitura de leis complementares segue o procedimento ordinário, em razão da 
semelhança, ou se o procedimento é especial, em virtude da distinção constitucional referente à maioria 
de aprovação. Somos partidários da segunda corrente: o procedimento é especial, porque específico em 
face daquele previsto para a lei ordinária. 
 
 
 
6. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 942. 
7. Diz-se “em termos constitucionais” porque os regimentos internos das Casas Legislativas estipulam outras distinções para 
os procedimentos das duas espécies normativas. Por exemplo: regimentalmente há a previsão de que as leis ordinárias 
possam ser votadas e aprovadas nas comissões, enquanto as leis complementares precisam necessariamente ir à plenário. 
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Observe o esquema abaixo8: 
 
 
(C) Espécies normativas 
(C.1) Introdução 
Temos sete espécies normativas primárias, a saber: (1) emendas constitucionais; (2) leis 
complementares; (3) leis ordinárias; (4) leis delegadas; (5) medidas provisórias; (6) decretos legislativos; 
e (7) resoluções. 
Uma vez que o procedimento das emendas constitucionais é estudado em aula pertinente 
(referente à reforma e revisão constitucional), iniciaremos nosso estudo com a análise do procedimento 
de elaboração das leis ordinárias. 
(C.2) Leis ordinárias – processo legislativo ordinário 
Parece básico demais, todavia, não custa começar o tópico lhe lembrando que o processo 
legislativo ordinário é aquele que deve ser observado na elaboração das leis ordinárias. 
Trata-se do procedimento mais básico e completo; caracteriza-se pela ausência de prazos para a 
realização dos atos de deliberação e votação. Apesar de mais demorado, este procedimento comporta 
uma maior oportunidade para o exame, o estudo e a discussão do projeto. Divide-se em três fases, a 
saber: 
(1) introdutória; 
(2) constitutiva; e 
(3) complementar. 
 
8. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 942. 
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A cada uma das fases corresponde a prática de certos atos. Na fase introdutória um único ato é 
praticado, qual seja, a iniciativa. Já na fase constitutiva temos a realização de três atos, a deliberação, a 
votação e a sanção ou veto (deliberação executiva). Por fim, na fase complementar, também denominada 
“fase de integração de eficácia”, realizam-se a promulgação e a publicação. 
Esquematicamente9 podemos resumir o processo ordinário da seguinte forma: 
 
 
Vejamos algumas questões que já cobraram os pontos referentes ao processo legislativo: 
Questões para fixar 
[FCC - 2015 - TCM-RJ - Auditor-Substituto de Conselheiro - Adaptada] Julgue a assertiva: 
Lei ordinária e lei complementar guardam relação de hierarquia entre si, porque a primeira subordina-se à 
segunda. 
[MPE-BA - 2015 - MPE-BA - Promotor de Justiça Substituto - Adaptada] No que tange à disciplina normativo-
constitucional expressa do processo legislativo (artigo 59 e seguintes da Constituição Federal de 1988), 
julgue a assertiva: 
 
9. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 943. 
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Existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária, bem como entre lei federal e estadual. 
Comentário: 
Você bem sabe que, segundo o STF, não há hierarquia entre LO e LC, pois ambas são espécies normativas 
primárias infraconstitucionais. Por esta razão, as duas assertivas devem ser marcadas como falsas. Em 
complemento a resposta, lembremos que também não há hierarquia entre lei federal e lei estadual, como 
afirma a segunda assertiva. A distinção entre elas refere-se ao campo material de atuação 
constitucionalmente estabelecido. 
Gabarito: Errado/Errado 
[CETRO - 2013 - ANVISA - Técnico Administrativo - Área 1 - Adaptada] Sobre o previsto na Constituição 
Federal acerca do processo legislativo, julgue a assertiva: 
As leis complementares, assim como as leis ordinárias, são aprovadas por maioria simples dos presentes em 
sessão da Câmara dos Deputados. 
[FUNCAB - 2015 - PC-AC - Perito Criminal] Em relação ao processo legislativo, julgue o item: 
As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. 
[VUNESP - 2016 - IPSMI - Procurador - Adaptada] Julgue a assertiva: 
No processo legislativo, as leis complementares serão aprovadas por dois terços dos membros do Congresso 
Nacional. 
[CONSULPLAN - 2017 - Câmara de Nova Friburgo-RJ - Agente Legislativo - Adaptada] Sobre o Processo 
Legislativo previsto na Constituição da República Federativa do Brasil, julgue a assertiva: 
As leis complementaresserão aprovadas por maioria relativa. 
[VUNESP - 2016 - Prefeitura de Alumínio – SP - Procurador Jurídico - Adaptada] No que se refere ao processo 
legislativo, julgue a assertiva: 
Lei complementar deve ser aprovada por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. 
Comentário: 
A solução adequada para estas cincos assertivas depende de você se lembrar de algumas informações 
básicas que foram ensinadas nesta aula: 
(i) De acordo com o art. 47 da CF/88, leis ordinárias são aprovadas por maioria simples (maioria relativa); 
(ii) Leis complementares, nos termos do art. 69 da CF/88, são aprovadas por meio de maioria absoluta. 
Com estas simples informações você já é capaz de identificar que somente a segunda assertiva é verdadeira 
e todas as demais são falsas. 
Gabarito: Errado/Certo/Errado/Errado/Errado 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito] Dentre as espécies normativas 
passíveis de serem manejadas no ordenamento jurídico brasileiro estão a lei ordinária e a lei complementar. 
Como semelhança ou distinção, dentre outras, pode-se mencionar: 
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A) Assemelham-se em razão da necessidade de tramitação pelo Legislativo competente em dois turnos, 
exigindo-se quórum de maioria simples, para posterior submissão à sanção. 
B) Distinguem-se em razão das matérias que devem ser objeto de cada uma dessas espécies normativas, 
sendo portanto, critério material, não havendo hierarquia entre os atos normativos. 
C) A necessidade de quórum qualificado de aprovação mais rígido para a lei ordinária, em razão de sua 
tramitação mais ágil, exigindo-se menos horas de debate na fase de deliberação. 
D) A necessidade de quórum diferenciado para aprovação da lei complementar, exigido apenas a depender 
da iniciativa dessa espécie normativa. 
E) São semelhantes porque o processo de tramitação legislativo observa exatamente as mesmas 
formalidades, à exceção da sanção, que demanda ato complexo entre Presidência da Câmara do Legislativo 
e Chefe do Executivo no caso da lei complementar. 
Comentário: 
Estudamos o processo legislativo de feitura dessas duas espécies normativas simultaneamente. 
Justificativa: a óbvia semelhança entre eles, afinal, a Constituição Federal de 1988 somente apresenta uma 
única distinção formal entre essas duas espécies normativas, a saber, a maioria de aprovação (que, em lei 
complementar, é absoluta; e, para lei ordinária, é simples; ver artigos 47 e 69, ambos da CF/88). Vale 
destacar que nos regimentos internos das Casas Legislativas existem outras distinções 
formais/procedimentais entre LO e LC. 
Ressalte-se, ademais, que uma outra distinção que a Constituição Federal de 1988 estabelece entre essas 
duas espécies normativas é referente ao aspecto material. Enquanto LC tem matéria taxativa, LO tem 
matéria residual. 
Por fim, lembremos que entre elas não existe hierarquia. 
Em conclusão, podemos assinalar a alternativa ‘b’ como sendo nossa resposta, já que as demais não estão 
sintonizadas com o texto constitucional. 
Gabarito: B 
 
(1) Fase introdutória 
(1.1) Primeiras palavras 
A fase introdutória é a que inaugura o processo de elaboração das leis ordinárias, por meio do ato 
“iniciativa” – termo que pode ser conceituado como sendo a capacidade de deflagrar o processo 
legislativo, de iniciá-lo. 
Nossa Constituição Federal estabelece um rol amplo daqueles que são legitimados a estrear o 
processo legislativo ordinário, afinal a prerrogativa foi atribuída a qualquer membro ou Comissão da 
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao 
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos 
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(art. 61, caput, CF/88). 
Essa capacidade de apresentar um projeto de lei, dando início ao processo legislativo, pode ser 
classificada em diferentes tipologias, para melhor ser compreendida: 
(i) Iniciativa parlamentar: presente na nossa Constituição Federal, é extraída da concessão aos membros 
e comissões do Poder Legislativo da prerrogativa para apresentação de projetos de lei. Assim, a iniciativa 
pode ser, por exemplo, de um Deputado Federal, de um Senador da República, das Mesas Diretoras, das 
Comissões internas, da Presidência das Casas. 
(ii) Iniciativa extraparlamentar: quando a iniciativa pode ser exercida por autoridades ou instituições que 
não integram o Poder Legislativo. Visualiza-se essa hipótese, no nosso texto constitucional, quando a 
iniciativa é concedida ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, 
ao Procurador-Geral da República e, ainda, aos cidadãos. 
(iii) Iniciativa concorrente ou plúrima: é a que pertence simultaneamente a mais de um legitimado. 
Exemplo no atual texto constitucional: a iniciativa de lei sobre a organização do Ministério Público da 
União é da competência concorrente entre o Presidente da República e o Procurador-Geral da República 
(art. 61, § 1º, II, “d” c/c art. 128, § 5º, ambos da CF/88). 
(iv) Iniciativa vinculada: absolutamente excepcional e dependente de previsão constitucional expressa, 
envolve as situações nas quais o legitimado é obrigado a dar início ao processo legislativo, na forma e nos 
prazos estabelecidos pela Constituição. Exemplo: são vinculadas as iniciativas para apresentação dos 
projetos das leis orçamentárias (Lei do Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, 
Lei do Orçamento Anual – LOA), que devem ser apresentados ao Legislativo, privativamente pelo chefe 
do Executivo, nos prazos estabelecidos pela Constituição10. 
Nos dizeres do STF, a teoria geral do processo legislativo, ao versar sobre a questão da iniciativa 
vinculada das leis, 
adverte que esta somente se legitima – considerada a qualificação eminentemente 
constitucional do poder de agir em sede legislativa – se houver, no texto da própria Constituição, 
dispositivo que, de modo expresso, a preveja. Em consequência desse modelo constitucional, 
nenhuma lei, no sistema de direito positivo vigente no Brasil, dispõe de autoridade suficiente 
para impor, ao chefe do Executivo, o exercício compulsório do poder de iniciativa legislativa.11 
(v) Iniciativa geral: é a regra geral no processo legislativo. Outorgada a certos legitimados para 
 
10. Conforme dispõe o art. 35, § 2º, ADCT. 
11. MS 22.690, Rel. Min. Celso de Mello. 
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apresentação de projeto de lei sobre matérias variadas, indeterminadas, isto é, para apresentação de 
projetos que tragam direito novo sobre diversas matérias, com exceção daquelas que estão reservadas a 
alguma autoridade ou órgão. No nosso atual diploma constitucional, os legitimados possuidores de 
iniciativa geral são os membros ou comissões da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
Congresso Nacional e, ainda, o Presidente da República e os cidadãos. 
Mas saiba, estimado aluno, que possuir iniciativa geral não significa possuir competência 
irrestrita para apresentar projetos de lei sobre qualquer matéria, qualquer assunto. Em verdade, quem 
tem iniciativa geral detém a prerrogativa de apresentar projetos de lei sobre diversas matérias, 
ressalvadas as hipóteses de iniciativa reservada. Por exemplo: como nossa Constituição reservou ao 
Supremo Tribunal Federal a iniciativa para apresentar o projetode lei complementar que disporá sobre 
o Estatuto da Magistratura (art. 93, CF/88), nenhum outro legitimado, mesmo os que tenham iniciativa 
geral, poderão apresentar projeto de lei relativamente a este assunto. Do contrário, se o fizerem, 
estarão violando uma regra da Constituição e, consequentemente, estarão construindo um projeto 
inconstitucional. 
(vi) Iniciativa privativa (exclusiva ou reservada): ocorre quando o processo legislativo só pode ser 
deflagrado por determinadas autoridades ou órgãos, sob pena de se configurar um vício formal de 
iniciativa, caracterizador da inconstitucionalidade do ato normativo. A iniciativa privativa do Presidente da 
República para os temas elencados no art. 61, § 1º, CF/88 é um clássico exemplo de iniciativa reservada, 
afinal, ou o projeto é apresentado pelo Presidente ou então, se apresentado por qualquer outra autoridade 
ou entidade, será inconstitucional. Outros exemplos: a iniciativa da Câmara dos Deputados (art. 51, IV, 
CF/88) e do Senado Federal (art. 52, XIII, CF/88) para apresentar o projeto de lei fixando a remuneração de 
seus servidores12. 
(1.2) Iniciativa privativa do Presidente da República 
Nossa Constituição Federal (em seu art. 61, § 1º) reservou algumas matérias à iniciativa privativa 
do Presidente da República, de modo a colocar a regulamentação dos assuntos na sua dependência única 
e exclusivamente, não podendo haver, em nenhuma hipótese, regulamentação destas matérias por 
iniciativa de outras autoridades ou órgãos. 
Em homenagem ao princípio da simetria, o dispositivo que agrega as matérias que são de 
iniciativa privada do Presidente da República é de repetição obrigatória para os demais entes federados. 
 
12. Vale lembrar que a competência para fixar o subsídio para os Deputados Federais e os Senadores da República é do 
Congresso Nacional, nos termos do art. 49, VII, CF/88. 
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Estes, ao regulamentarem o processo legislativo nos seus documentos fundamentais (Constituições 
estaduais e Leis Orgânicas municipais e distrital), devem observar rigorosamente a previsão expressa da 
Constituição Federal e reservar, ao chefe do Poder Executivo respectivo, a possibilidade de deflagrar o 
processo legislativo. 
Vou exemplificar este cenário com a iniciativa de projeto de lei que cria cargos, funções ou 
empregos públicos na administração federal direta e autárquica ou promove o aumento de sua 
remuneração (art. 61, § 1°, II, ‘a’, CF/88). Como em âmbito federal a iniciativa é presidencial, o poder 
decorrente deverá, necessariamente, reservar essa mesma iniciativa em âmbito estadual ao Governador 
do Estado-membro. 
(1.3) Iniciativa de lei do Poder Judiciário 
Vejamos os casos em que o processo legislativo somente poderá ser exercido por iniciativa dos 
órgãos integrantes do Poder Judiciário: 
(i) a Constituição reservou aos Tribunais em geral a proposta de criação de novas varas (art. 96, I, “d”, 
CF/88); 
(ii) separou, somente para o Supremo Tribunal Federal, a iniciativa para apresentar o projeto de lei 
complementar que disporá sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93, CF/88); 
(ii) ressalvou, para o STF, Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça (art. 96, II, CF/88): 
– a alteração do número de membros dos Tribunais inferiores; 
– a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem 
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos Tribunais 
inferiores, onde houver; 
– a criação ou extinção dos Tribunais inferiores; 
– a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
(iv) por fim, a Constituição outorgou aos Tribunais de Justiça a iniciativa de elaboração de lei que 
regulamenta a organização judiciária em âmbito estadual (art. 125, § 1º, CF/88). 
 
 
 
 
 
 
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(1.4) Iniciativa popular 
Vou começar lhe informando que em nosso ordenamento o rigor excessivo das exigências 
constitucionais postas no art. 61, § 2° dificulta muito a apresentação, na Câmara dos Deputados, de 
projetos de lei (ordinária ou complementar) de iniciativa popular. Alguns autores, por isso mesmo, 
afirmam tratar-se a iniciativa popular de “instituto decorativo”13. 
Exatamente por causa disso, são poucas as leis resultantes desse mecanismo de deflagração. 
Somente a Lei nº 11.124/2005 (que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e 
cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) e a Lei Complementar nº 135/2010 (conhecida 
como “Lei da ficha limpa”) foram frutos dessa específica modalidade de iniciativa. 
Pois bem. Vejamos agora quais são esses tais requisitos: de acordo com a Constituição, o projeto 
de lei de iniciativa popular deve ser subscrito por pelo menos um por cento do eleitorado nacional (só 
cidadãos podem assinar), distribuídos em pelo menos cinco Estados-membros sendo que, em cada um 
dos Estados-membros participantes, não se pode reunir menos que três décimos por cento do número 
total de eleitores de cada um deles (art. 61, § 2º, CF/88). Para lhe ajudar a gravar esses detalhes, sugiro 
a memorização do número “1503”14: 
 
 
 
No mais, saiba que por aplicação do princípio da simetria, o poder derivado decorrente, ao 
elaborar as Constituições estaduais, deve prever a iniciativa popular de lei em âmbito estadual (art. 27, § 
4º, CF/88). E, pelo mesmo princípio, existe também iniciativa popular em âmbito municipal, com a 
apresentação de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de 
 
13. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do Processo Legislativo. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 208. 
14. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 952. 
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manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado, conforme art. 29, XIII, CF/88. 
Observe o esquema15 abaixo: 
 
 
 
 
 
(1.5) Considerações finais sobre iniciativa 
Em finalização ao estudo do ato “iniciativa”, uma última questão precisa ser examinada. Saiba 
que o vício de iniciativa é um vício de forma, que mostra que houve uma clara violação ao trâmite 
legislativo constitucionalmente previsto e ocasiona a inconstitucionalidade total da lei produzida. Assim, 
quando a iniciativa for conferida de forma privativa a alguém, só temos dois caminhos: (1) ou a 
exclusividade para a propositura é respeitada ou (2) a lei resultante do projeto será inconstitucional. Não 
há meio termo. 
Apesar disso, a doutrina discute o efeito da sanção presidencial em relação a projetos viciados 
por usurpação de iniciativa reservada: seria essa manifestação de concordância presidencial dada a um 
projeto de lei capaz de sanar o vício de iniciativa? O que você acha? 
Olhe, quando a iniciativa violada é aquela conferida de forma reservada aos Tribunais ou ao PGR 
 
15. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 953. 
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creio que não haja qualquer discussão digna de destaque. A sanção não pode convalidaro projeto 
simplesmente porque ela é resultado de um ato praticado pelo Presidente da República e este não pode, 
com sua concordância manifestada na sanção, suprir a necessária manifestação da entidade a quem a 
Constituição conferiu a possibilidade de deflagração do processo legislativo. 
O problema, no entanto, ganha contornos distintos quando a iniciativa está reservada ao 
Presidente da República, é usurpada e, posteriormente, ele mesmo sanciona (expressa ou tacitamente) 
o projeto de lei. 
Será que neste último caso, teria a sanção presidencial força normativa para corrigir o projeto de 
lei apresentado por quem não estava constitucionalmente autorizado para tanto? Em outras palavras: a 
iniciativa do Presidente foi usurpada, mas ele depois concordou com o projeto (tanto que o sancionou). 
Essa concordância dada posteriormente não resolve o problema? 
Segundo a doutrina majoritária não. A sanção não acarreta a convalidação do projeto de lei. O 
argumento, que me parece irrefutável, é a supremacia da Constituição, que torna nula (e não 
simplesmente anulável) qualquer lei adversa ao documento constitucional. E como todo ato nulo, essa 
lei terá por característica fundamental a impossibilidade de ser convalidada. 
Em conclusão, e exemplificando, quando um projeto de lei que trata de tema para o qual a 
Constituição reservou iniciativa exclusiva para o Presidente da República é apresentado por um 
parlamentar, a inconstitucionalidade já contaminou a espécie normativa. De nada adianta que o 
projeto seja discutido e aprovado pelas duas Casas Legislativas e, posteriormente, remetido à 
deliberação executiva, pois nem mesmo a posterior concordância do Presidente da República, por meio 
da sanção, será capaz de corrigir o vício formal de iniciativa. Afinal, este defeito, tal qual um “pecado 
original”, vai contaminar de nulidade incorrigível toda a formação da lei, nunca podendo ser 
convalidado, corrigido, sequer através da sanção presidencial. 
Para reforçar essa nossa posição, saiba que é esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal: 
A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação 
do poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do 
projeto de lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício 
radical da inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula nº 5, STF16. 
 
 
16. ADI 2.867-ES, STF, Rel. Min. Celso de Mello, noticiada no Informativo 332, STF. 
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Questões para fixar 
[VUNESP - 2016 - Prefeitura de Sertãozinho-SP - Procurador Municipal - Adaptada] A respeito do processo 
legislativo brasileiro, julgue a assertiva: 
O sistema jurídico brasileiro não contempla hipótese de projeto de lei cuja iniciativa é vinculada. 
Comentário: 
Contempla sim! Os artigos 166, §6º e 165, §9º da CF/88, comprovam que os projetos de lei relativos ao plano 
plurianual e às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais são de iniciativa 
vinculada. Sendo assim, a assertiva é falsa! 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2013 - DPF - Delegado] Em relação ao processo legislativo e ao sistema de governo adotado no 
Brasil, julgue o seguinte item: 
A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal ou do Congresso Nacional, bem como ao Presidente da República, ao STF, aos Tribunais Superiores, 
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos. No que tange às leis complementares, a CF não autoriza 
a iniciativa popular de lei. 
Comentário: 
Quando o caput do art. 61 enuncia aqueles que podem deflagrar o processo legislativo, está listando os 
legitimados à apresentação de projetos de lei ordinária e de lei complementar. Por esse motivo, é 
absolutamente equivocado dizer que nossa Constituição não autoriza iniciativa popular para apresentação 
de projetos de lei complementar. Deste modo, o item é falso. 
Gabarito: Errado 
[TRT 16R - 2015 - TRT - 16ªR-MA - Juiz do Trabalho Substituto – Adaptada] Sobre o processo legislativo, 
julgue a assertiva: 
A iniciativa do Presidente da República, parlamentares e cidadãos é geral (salvo a matéria de iniciativa 
reservada); as do Procurador Geral da República e do Poder Judiciário são restritas a determinadas matérias. 
Comentário: 
Como sabemos, o caput do art. 61 não diferencia os detentores de iniciativa geral e os possuidores de 
iniciativa reservada, no entanto, uma leitura global do texto constitucional nos permite concluir que alguns 
dos legitimados do citado dispositivo somente podem apresentar projetos de lei sobre temas previamente 
delimitados pela Constituição. É este o caso do PGR, do STF e dos Tribunais Superiores – para os quais a 
iniciativa fica restrita à determinadas matérias. Os demais legitimados listados pelo art. 61 (membros e 
comissões da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional; Presidente da República 
e cidadãos) possuem iniciativa geral, o que significa a possibilidade de poderem apresentarem projetos de 
lei sobre temas múltiplos/variados/indeterminados. Por essa razão, o item pode ser marcado como 
verdadeiro. 
Gabarito: Certo 
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[VUNESP - 2016 - Câmara de Taquaritinga – SP - Técnico Legislativo] Assinale a alternativa que 
corretamente discorre sobre a iniciativa do processo legislativo: 
a) A iniciativa reservada é a regra, competindo a iniciativa do processo legislativo concorrentemente ao 
Executivo, ao Legislativo, ou ao povo. 
b) A Constituição reserva a iniciativa de certas matérias a titular determinado, como o Chefe do Poder 
Executivo ou aos Tribunais, o que é denominado poder geral de iniciativa. 
c) A iniciativa popular, por meio de apresentação de projeto de lei, não é contemplada pelo processo 
legislativo previsto na Constituição Federal de 1988. 
d) Diz-se vinculada a iniciativa quando a apresentação do projeto de lei sobre determinada questão é exigida 
pela Constituição, em data ou em prazo certo. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a apresentada pela letra ‘d’! Sabemos que a iniciativa vinculada é aquela que, 
além de ser excepcional, depende de previsão constitucional expressa. Caracteriza-se por envolver situações 
nas quais o legitimado é obrigado a dar início ao processo legislativo, na forma e nos prazos previstos pelo 
texto constitucional. São exemplos projetos de lei cuja iniciativa é vinculada os projetos de leis 
orçamentárias, que deverão ser apresentados privativamente pelo Chefe do Executivo ao Poder Legislativo, 
nos prazos constitucionalmente estabelecidos. 
Quanto às alternativas equivocadas, a da letra ‘a’ erra pois a iniciativa reservada é a exceção (enquanto a 
geral é a regra do processo legislativo), que permite que determinados titulares, como o PGR e os Tribunais, 
apresentem projetos de lei somente sobre matérias previamente determinadas (tratando-se, assim, da 
reserva de iniciativa, exceção ao poder geral de iniciativa, razão pela qual a letra ‘b’ também está errada). 
Por fim, a letra ‘c’ erra ao dizer que a iniciativa popular não está prevista em nosso texto constitucional. Está 
sim: no art. 61, §2º. 
Gabarito: D 
[ESAF - 2015 - PGFN - Procurador da Fazenda Nacional – Adaptada - Adaptada] Sobre o processo legislativo, 
analise o item: 
No âmbito do Poder Judiciário, a competência para apresentar projeto de lei é exclusiva do Supremo 
Tribunal Federal. 
Comentário: 
Estamos claramente diante de um item falso! Já sabemosque a Constituição Federal reservou aos Tribunais 
em geral a apresentação de projetos com proposta de criação de novas varas (art. 96, I, ‘d’); ressalvou, ainda, 
ao STF, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça, em seu art. 96, II da CF/88, a iniciativa para a 
alteração do número de membros dos Tribunais inferiores, bem como sua criação e extinção. O texto 
constitucional outorgou, ainda, aos Tribunais de Justiça a iniciativa para elaboração de lei que regulamenta 
a organização judiciária em âmbito estadual (art. 125, §1º da CF/88). 
Gabarito: Errado 
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[CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária] Com relação à organização dos poderes e às 
funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir: 
Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal, tramitou e foi aprovado, no Congresso Nacional, 
projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças Armadas. Assertiva: Nessa situação, o 
projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque existe vício de constitucionalidade formal. 
Comentário: 
Item verdadeiro! De fato, há vício formal no que se refere à iniciativa. Por força do disposto no art. 61, §1º, 
II, alínea ‘f’ da CF/88, são de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que disponham sobre os 
militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, 
remuneração, reforma e transferência para a reserva. 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2015 - TRT 1ªR-RJ - Juiz do Trabalho Substituto - Adaptada] Após várias audiências públicas e intensos 
debates parlamentares, determinado Senador da República tomou a iniciativa de propor Projeto de Lei 
Complementar dispondo sobre as férias dos juízes, a fim de reduzi-las para um único período de 30 dias por 
ano. Depois de aprovado por ambas as Casas do Congresso Nacional, com o quórum qualificado de maioria 
absoluta, foi sancionado e promulgado pelo Presidente da República. 
No caso hipotético, considere: 
I) A Lei Complementar aprovada padece de vício de inconstitucionalidade formal, uma vez que não 
obedeceu ao quórum qualificado de 2/3. 
II) A Lei Complementar aprovada padece de vício de inconstitucionalidade formal, uma vez que, além de o 
Projeto ser de iniciativa privativa do Supremo Tribunal Federal, sua tramitação deveria ter começado pela 
Câmara dos Deputados. 
Comentário: 
A primeira assertiva deverá ser marcada como falsa, enquanto a segunda deverá ser marcada como 
verdadeira. Sabemos que por força do disposto no caput do art. 93 da CF/88, tal lei complementar é de 
iniciativa do Supremo Tribunal Federal, daí o seu vício formal subjetivo. 
Gabarito: Errado/Certo 
[FGV - 2012 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Processo Legislativo - Adaptada] Algumas matérias são 
de iniciativa reservada, isto é, o Legislativo só pode normatizá‐las depois de a autoridade titular da 
competência formular um juízo de conveniência e oportunidade sobre o debate. A propósito da deflagração 
do processo legislativo, julgue a assertiva abaixo: 
A sanção presidencial supre o vício de projeto de lei em que não tenha sido observada a iniciativa privativa 
do Presidente da República. 
[CESPE - 2014 - MDIC - Analista Técnico - Administrativo] No que se refere à organização político-
administrativa do Estado e ao Poder Legislativo, julgue o próximo item: 
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Se um projeto de lei ordinária de iniciativa parlamentar invadir a iniciativa privativa do presidente da 
República, a sanção desse projeto pelo chefe do Poder Executivo federal sanará o vício deflagrado no 
processo legislativo. 
[CESPE - 2016 - TRT 8ªR-PA e AP - Analista Judiciário - Tecnologia da Informação - Adaptada] Acerca do 
processo legislativo, julgue a assertiva de acordo com as disposições da CF: 
A sanção e promulgação de projeto de lei de iniciativa privativa do presidente da República, mas 
apresentado por parlamentar, sana o vício de iniciativa, por convalidação. 
Comentário: 
Todas as assertivas apresentadas deverão ser marcadas como falsas! É entendimento firmado pelo STF o de 
que a sanção presidencial ao projeto de lei não convalida (não corrige) o vício de inconstitucionalidade 
resultante da usurpação do poder de iniciativa. 
“A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do poder 
de iniciativa. A ulterior aquiescência do chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de lei, ainda 
quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da 
inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula 5/STF. [ADI 2.867, rel. min. Celso de Mello, j. 3-12-2003, P, 
DJ de 9-2-2007.] = ADI 2.305, rel. min. Cezar Peluso, j. 30-6-2011, P, DJE de 5-8-2011.” 
Gabarito: Errado/Errado/Errado 
[FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público - Adaptada] Acerca da participação do Poder Executivo no Processo 
Legislativo, julgue a assertiva: 
Segundo a jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal, o processo legislativo de lei de iniciativa 
exclusiva do Presidente da República, inaugurado pelo Congresso Nacional, poderá ser aproveitado, caso 
haja sanção. 
Comentário: 
Outro item falso! Já está firmado na jurisprudência do STF o entendimento no sentido de que a sanção 
presidencial à projeto de lei cuja iniciativa é privativa do Chefe do Executivo não convalida o vício, tornando 
o projeto formalmente inconstitucional. 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2018 - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo] Entendendo que os vencimentos de uma 
determinada carreira de servidores públicos integrante dos quadros da Administração direta estadual 
encontram-se fixados em patamar muito inferior àquele praticado no âmbito da iniciativa privada, João, 
deputado estadual, apresenta projeto de lei perante a Assembleia Legislativa de determinado Estado, 
aumentando os vencimentos da referida carreira. O projeto em questão: 
a) apresenta vício de iniciativa, uma vez que a propositura de projeto de lei dessa natureza, quando realizada 
por integrante do Poder Legislativo, depende da existência de autorização concedida ao parlamentar autor 
do projeto, pelo Secretário de Estado responsável pela Secretaria a que se vincula a carreira beneficiada. 
b) não apresenta vício de iniciativa, uma vez que a Constituição da República prevê que a remuneração dos 
servidores públicos e o subsídio daqueles submetidos a esse regime somente poderão ser fixados ou 
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alterados por lei específica, atribuindo assim ao Poder Legislativo a iniciativa geral de leis que concedam 
aumento para servidores integrantes da administração direta. 
c) apresenta vício de iniciativa, uma vez que a Constituição da República, em norma de reprodução 
obrigatória pelos Estados, prevê que as leis que disponham sobre criação de cargos na Administração direta 
ou aumento de sua remuneração são de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo. 
d) não apresenta vício de iniciativa, já que, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, ao 
assegurar aos servidores públicos o direito à revisão anual, a Constituição da República atribuiu aos 
integrantes do Poder Legislativo a faculdade de, em caso de mora do Poder Executivo, propor projetos de 
lei que concedam aumentos aos servidores públicos da administração direta. 
e) apresenta vício de iniciativa, o qual, no entanto, conforme entendimento pacífico no SupremoTribunal 
Federal, poderá ser sanado caso, uma vez aprovado o projeto de lei pela Assembleia Legislativa, venha ele 
a ser sancionado pelo Governador do Estado. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a da letra ‘c’! Por força do art. 61, §1º, II, ‘a’, do texto constitucional, dispositivo 
este de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais, são de iniciativa privativa do Presidente da 
República (e, consequentemente, do Chefe do Poder Executivo regional: Governador), as leis que 
disponham sobre a criação de cargos, funções ou empregos públicos na Administração direta e autárquica, 
bem como o aumento de sua remuneração. 
Gabarito: C 
[FGV - 2014 - DPE-RJ - Técnico Médio de Defensoria Pública - Adaptada] O processo legislativo é o conjunto 
de regras procedimentais tendentes a regulamentar a elaboração das espécies normativas. A soberania 
popular é exercida de várias formas, como através da iniciativa popular. Sobre o instituto, a Constituição 
Federal prevê: 
Que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei 
subscrito por, no mínimo, um por cento da população nacional. 
Comentário: 
Sabemos que, pela regra do “1503” disposta no art. 61, §2º da CF/88, a iniciativa popular só pode ser exercida 
pela apresentação de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado (e não da população) 
nacional. Deste modo, o item é falso. 
Gabarito: Errado 
[TRF 2ªR - 2017 - TRF 2ªR - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Quanto ao Legislativo no Brasil, julgue a 
assertiva: 
O instituto da iniciativa popular pode ser exercido pela apresentação ao Poder Legislativo Federal de projeto 
de lei subscrito por não menos do que 2% (dois por cento) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos 
por dez dos Estados, com não menos de 0,3% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles. 
[CESPE - 2016 - PC-PE - Agente de Polícia - Adaptada] No que se refere ao processo legislativo, julgue a 
assertiva: 
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A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação ao Congresso Nacional de projeto de lei subscrito 
por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, nove estados da Federação. 
[NC-UFPR - 2015 - Prefeitura de Curitiba-PR - Procurador - Adaptada] Sobre o processo legislativo 
constitucional, julgue a assertiva: 
A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal de 
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por 
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 
Comentário: 
Todos os itens são falsos! Conforme nos dita o texto constitucional em seu art. 61, §2º, o projeto de lei de 
iniciativa popular deverá ser subscrito por, ao menos, um por cento do eleitorado nacional (o que significa 
que apenas cidadãos podem assinar, e não qualquer um do povo), que deverá estar distribuído em pelo 
menos cinco Estados-membros da Federação, sendo que, em cada um deles, não poderão estar reunidos 
menos do que três décimos por centro do número total de eleitores de cada um deles. Trata-se, assim, da 
regra do 1503. 
Gabarito: Errado/Errado/Errado 
 
(2) Fase constitutiva (atos de deliberação legislativa, votação e 
deliberação executiva – sanção ou veto presidencial) 
(2.1) A Casa iniciadora 
Em virtude do bicameralismo federativo, no processo legislativo desenvolvido em âmbito 
federal teremos a apreciação do projeto de lei por duas Casas Legislativas, a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal. Uma delas funcionará como Casa iniciadora e será responsável pela deliberação 
principal. A outra será, por conseguinte, a Casa revisora e fará a deliberação revisional. 
O caput do art. 64, CF/88 nos indica que, em regra, a Câmara dos Deputados é a Casa iniciadora 
e o Senado a revisora, afinal aquela será a primeira a examinar os projetos de lei de iniciativa do 
Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores. 
No mesmo sentido temos o art. 61, § 2º, CF/88, que determina que os projetos de lei de iniciativa 
popular serão apresentados à Câmara dos Deputados. A esta Casa é também encaminhado o projeto de 
lei apresentado pelo Procurador-Geral da República, conforme entendimento doutrinário17. 
Em conclusão, o Senado Federal funcionará, ordinariamente, como Câmara legislativa revisora, 
só sendo a primeira Casa a apreciar o projeto de lei quando este for apresentado por um membro seu 
 
17. LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 16ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 568. 
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(um Senador da República) ou por uma comissão sua. Nestes dois casos a Câmara dos Deputados fará a 
análise revisional do projeto de lei. 
Para auxiliar na fixação, visualize o esquema18 posto abaixo: 
 
 
 
(2.2) Deliberação 
A deliberação nada mais é do que a submissão do projeto de lei à discussão. 
Deliberar é, portanto, discutir. Como o projeto de lei ordinária federal será sempre apreciado por 
ambas as Casas do Congresso Nacional, em cada uma delas, antes da votação, realizar-se-á uma análise 
prévia do projeto pelas comissões. 
Em termos procedimentais, pode-se dizer que ambas as Casas (iniciadora e revisora) – cada qual 
no momento em que o projeto chegar à sua apreciação – submeterão a proposição normativa a um 
exame temático, no qual o mérito da proposta poderá ser verificado (nas comissões temáticas), bem 
como a um exame de constitucionalidade (na respectiva Comissão de Constituição e Justiça). 
Sabe quem define, caro aluno, em quais comissões o projeto de lei irá tramitar? É o Presidente da 
Casa Legislativa. No entanto, independentemente das escolhas por ele feitas, o projeto necessariamente 
deverá ser submetido à análise da respectiva Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avalia, além 
da constitucionalidade do projeto, também sua legalidade, sua regimentalidade, sua juridicidade e a 
técnica legislativa das proposições. 
Importante destacar que a CCJ oferta parecer terminativo ao projeto de lei se o considera 
 
18. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 955. 
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inconstitucional, rejeitando e arquivando definitivamente a proposição, por despacho do Presidente da 
Casa. No entanto, se não for unânime o parecer, caberá recurso (por um décimo dos membros da Casa). 
Tratando-se de inconstitucionalidade parcial, a Comissão poderá oferecer emenda corrigindo o vício19. 
Nesse cuidadoso exame formal feito pela CCJ, caso a comissão impeça a votação do projeto ao 
argumento de que ele é inconstitucional, realizará controle político preventivo de constitucionalidade. 
Diz-se “político” porque está sendo feito por órgão que está fora do Poder Judiciário; “preventivo” porque 
o controle recai sobre projeto de lei, ou seja, espécie normativa ainda em fase de elaboração. Mais 
informações sobre esta hipótese de controle de constitucionalidade podem ser encontradas no capítulo 
referente ao tema. 
O projeto passará, portanto, pelas comissões temáticas (que farão uma análise da proposição 
quanto à matéria – ressalte-se que a deliberação destas comissões é meramente opinativa, não 
vinculandoa deliberação plenária) e, após, pela CCJ. O ato de deliberação realiza-se, pois, por meio da 
análise das comissões. Após ele, se não há empecilhos (pareceres terminativos), o projeto é posto em 
votação no plenário. 
Atenção, todavia, meu caro aluno, a uma importante possibilidade constitucional, decorrente da 
previsão do art. 58, § 2º, I, CF/88! 
Este artigo autoriza que o projeto de lei, a depender do tema tratado, seja não só discutido mas, 
também, votado no âmbito interno de uma comissão temática, caracterizando o que se denomina de 
delegação interna corporis. 
Neste caso, por autorização do regimento interno da Casa Legislativa, o projeto seria não só 
discutido pela comissão temática, mas também por ela votado, salvo se houver recurso de um décimo 
dos membros contrários à delegação. 
Enfim, realizada a deliberação pelas comissões, e não sendo o caso de delegação interna, o 
projeto é enviado para a deliberação plenária da Casa respectiva, onde será discutido e votado. 
 
 
 
 
19. Art. 101, §§ 1º e 2º, Regimento Interno do Senado Federal: § 1º – “Quando a Comissão emitir parecer pela 
inconstitucionalidade e injuridicidade de qualquer proposição, será esta considerada rejeitada e arquivada definitivamente, 
por despacho do Presidente do Senado, salvo, não sendo unânime o parecer, recurso interposto nos termos do art. 254”; § 2º 
– “Tratando-se de inconstitucionalidade parcial, a Comissão poderá oferecer emenda corrigindo o vício. (NR)”. 
 
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Questões para fixar 
[VUNESP - 2016 - Prefeitura de Alumínio - SP/Procurador Jurídico - Adaptada] No que se refere ao processo 
legislativo, julgue a assertiva: 
A discussão dos projetos de lei de iniciativa do Supremo Tribunal Federal terá início no Senado Federal. 
[CESPE - 2017 - TRT 7ªR-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa - Adaptada] Julgue a assertiva, 
conforme as disposições constitucionais acerca do processo legislativo: 
A discussão sobre projeto de lei de iniciativa do presidente da República ou do Supremo Tribunal Federal 
(STF) terá início ordinariamente no Senado Federal. 
[2016 - MPE-SC - MPE-SC - Promotor de Justiça - Matutina] Julgue a assertiva: 
A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal 
Federal e dos Tribunais Superiores terão início no Senado Federal. 
[FCC - 2018 - ALESE - Analista Legislativo - Processo Legislativo - Adaptada] Considere a seguinte 
proposição: 
A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República terão início na Câmara dos 
Deputados. 
Comentário: 
Conforme o disposto no caput do art. 64 da CF/88, a discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do 
Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara 
dos Deputados. Deste modo, as duas primeiras assertivas são falsas, pois mencionam que a discussão e a 
votação terão início no Senado Federal, enquanto a última é verdadeira. 
Gabarito: Errado/Errado/Certo 
[FUNIVERSA - 2015 - Secretaria da Criança - DF - Especialista Socioeducativo - Direito e Legislação] Julgue 
a assertiva: 
No sistema constitucional brasileiro, não se admite a assim chamada delegação interna, sendo vedado a 
uma comissão discutir e votar, em caráter terminativo, um projeto de lei. 
Comentário: 
Nosso sistema admite sim! A autorização constitucional encontra-se no art. 58, §2º, I da CF/88, que permite 
que as comissões, em razão da matéria de sua competência, discutam e votem os projetos de lei que 
dispensem, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de 1/10 dos 
membros da Casa. 
Gabarito: Errado 
[FUNIVERSA - 2009 - SEPLAG-DF - Analista - Planejamento e Orçamento - Adaptada] Na divisão de funções 
entre os Poderes da República, tocam ao Legislativo as tarefas precípuas de legislar e fiscalizar. No que tange 
às peculiaridades desse Poder, julgue a assertiva: 
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Junto ao Congresso Nacional, funcionam as Comissões, que podem ser temporárias ou permanentes. É 
impossível, porém, que um projeto de lei seja aprovado com votação apenas nessas Comissões, ou seja, sem 
passar pelo Plenário da Câmara ou do Senado. 
Comentário: 
Outro item falso, por contrariar o que foi estabelecido no já mencionado art. 58, §2º, I da CF/88. 
Gabarito: Errado 
 
(2.3) Votação Plenária 
No plenário, para início da votação, deve ser observado o quórum de instalação da sessão, qual 
seja, a maioria absoluta (que na Câmara dos Deputados equivale a 257 membros e no Senado Federal a 
41 Senadores). Uma vez instalada a sessão, há que se observar a maioria de aprovação que, em se 
tratando de lei ordinária, será a maioria simples (art. 47, CF/88) e, em se tratando de lei complementar, 
será a maioria absoluta (art. 69, CF/88). 
Na votação em plenário, duas coisas podem acontecer na Casa iniciadora: ela poderá rejeitar ou 
aprovar o projeto (com ou sem alterações ao seu texto inicial). 
(i) Havendo aprovação (com ou sem emendas), o projeto deve ser encaminhado à Casa revisora que irá 
realizar a deliberação e a votação. 
(ii) Com a rejeição, o projeto será encaminhado ao arquivo, aplicando-se a ele o princípio da 
irrepetibilidade, ou seja, não poderá ser novamente apresentado na mesma sessão legislativa, salvo 
mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional – 
conforme dispõe o art. 67, CF/88. 
Veja então, estimado aluno, que a matéria constante de um projeto de lei rejeitado numa sessão 
legislativa poderá, excepcionalmente, ser reapreciada na mesma sessão legislativa, mediante o 
cumprimento da seguinte condição: requerimento apresentado pela maioria absoluta dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional (conforme o art. 67, CF/88). 
Relativamente a este princípio da irrepetibilidade, lembre-se de ficar atento para a circunstância 
de ele ter sido reproduzido, não sem sensíveis modificações, em dois outros dispositivos no texto 
constitucional: 
(i) no processo de conversão em lei das medidas provisórias (art. 62, § 10, CF/88), quando há a 
determinação de que a medida provisória rejeitada (expressa ou tacitamente) em uma sessão legislativa 
não poderá ser reeditada numa mesma sessão legislativa, só a partir de uma próxima; e 
(ii) no processo de elaboração de emendas constitucionais, quando há a previsão de que a proposta de 
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emenda havida por prejudicada ou rejeitada numa sessão legislativa somente poderá constituir objeto 
de nova proposta numa próxima sessão, conforme art. 60, § 5º, CF/88. 
Em conclusão, note que a matéria constante de um projeto de lei rejeitado em uma sessão 
legislativa poderá ser objeto de nova discussão na mesma sessão legislativa, bastando, para tanto, que 
haja uma solicitação da maioria absoluta dos membros ou da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal. Por outro lado, a matéria constante de proposta de emenda constitucional (PEC) rejeitada ou 
havida por prejudicada numa sessão legislativa não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa, só a partir de uma próxima sessão, jamais na mesma. No mesmo sentido, as medidas 
provisórias (MPs) rejeitadas expressamente (ou que tenham perdido eficácia por decurso de prazo, isto 
é, tenham sido rejeitadas tacitamente) só podem ser reeditadasem uma sessão legislativa futura, nunca 
na mesma. 
O quadro20 abaixo resume o que foi dito no parágrafo anterior: 
 
Vou encerrar nossa análise sobre o princípio da irrepetibilidade registrando duas últimas 
observações: 
(1) a restrição para a reapreciação da proposta de emenda constitucional e reedição da medida provisória 
só existe na mesma sessão legislativa e não na mesma legislatura. Como “legislatura” é o período de 
quatro anos que comporta quatro sessões legislativas, pode-se afirmar que uma PEC rejeitada pode ser 
reapreciada na mesma legislatura, desde que em sessão legislativa distinta; do mesmo modo, uma MP 
rejeitada pode ser reeditada numa mesma legislatura, desde que em sessão legislativa diferente; 
(2) se um projeto de lei for rejeitado numa sessão legislativa e novamente reapreciado na mesma sessão (em 
 
20. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 958. 
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razão da retirada dele do arquivo por requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas 
do Congresso Nacional) e for, outra vez, rejeitado, isso não impedirá a utilização, mais uma vez, da regra do 
art. 67, CF/88. Isso significa que não há um limite de vezes para a reapresentação do projeto de lei rejeitado 
através do acionamento do art. 67, CF/88. 
Em continuidade à tramitação do projeto de lei, vale informar que na Casa Legislativa revisora 
repete-se o mesmo procedimento da Casa iniciadora: o projeto de lei é apreciado e objeto de parecer 
elaborado pelas comissões (tanto pela Comissão de Constituição e Justiça quanto pelas comissões 
temáticas pertinentes à discussão). Durante esse período, o relator do projeto de lei em cada comissão 
receberá as emendas parlamentares, ou seja, as modificações ao texto do projeto apresentadas pelos 
integrantes da Casa Legislativa. 
Sobre as emendas, preciso registrar que nem todos os titulares de iniciativa (isto é, aqueles que 
podem apresentar o projeto de lei) possuem a titularidade para apresentação de emendas. O poder de 
emendar é exclusivo dos parlamentares, enquanto a iniciativa para a apresentação de projetos de lei 
alcança o chefe do Executivo, os Tribunais, o Procurador-Geral da República e os cidadãos. 
Quanto ao alcance das emendas, elas podem ser apresentadas a quaisquer projetos de lei, 
inclusive os de iniciativa reservada. 
Nossa Constituição permite as emendas parlamentares, mas não de forma ilimitada. Ficam 
proibidas as emendas que aumentem despesas nos projetos de iniciativa reservada do Presidente da 
República (salvo quando, em matéria orçamentária, conforme art. 166, §§ 3º e 4º, CF/88, forem 
compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e indicarem os recursos 
necessários) e nos relativos à organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal, dos Tribunais federais e do Ministério Público. Ressalte-se, ainda, que as emendas feitas 
aos projetos de lei de iniciativa reservada devem possuir pertinência temática com o tema ali 
apresentado, sob pena de evidente desrespeito à regra da iniciativa. 
Assim, é perfeitamente possível que seja apresentada emenda parlamentar em projeto de lei de 
iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo, desde que sejam observados dois requisitos: 
(i) haja pertinência temática (a emenda não pode tratar de assunto distinto daquele estruturado no projeto 
original); 
(ii) a emenda não pode, via de regra, ocasionar aumento das despesas originalmente previstas (art. 63, I, 
da CF/88 c/c art. 166, §§ 3° e 4°, CF/88). Já disse o STF: “A iniciativa de competência privativa do Poder 
Executivo não impede a apresentação de emendas parlamentares, presente a identidade de matéria e 
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acompanhada da estimativa de despesa e respectiva fonte de custeio”21. 
Frise-se, contudo, que as emendas produzidas pela Casa revisora não serão avaliadas pela Casa 
iniciadora quando simplesmente promoverem correções redacionais do projeto ou se elas não 
modificarem o sentido e alcance da proposição jurídica. De acordo com o STF: “não precisa ser reapreciada 
pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo Senado Federal em texto de projeto que, na redação 
remanescente, aprovada de ambas as Casas do Congresso, não perdeu sentido normativo”.22 Nesse 
mesmo sentido, está o art. 135, do RICN: “A retificação de incorreções de linguagem, feita pela Câmara 
revisora, desde que não altere o sentido da proposição, não constitui emenda que exija sua volta à Câmara 
iniciadora”. 
Na sequência do trâmite legislativo, após a análise feita pelas comissões, a depender do tema do 
projeto de lei, este poderá ser votado no âmbito interno de uma comissão temática, caracterizando o 
que mais cedo foi denominado de delegação interna corporis (art. 58, § 2º, I, CF/88). Caso contrário, o 
projeto segue para a votação em plenário. 
Assim como determinado para a Casa iniciadora, na Casa revisora deverá ser observado o quórum 
de instauração, qual seja, a maioria absoluta para o início da votação. Uma vez instalada a sessão de 
votação, há que se observar a maioria de aprovação – para lei ordinária, maioria simples (art. 47, CF/88), 
para lei complementar, a absoluta (art. 69, CF/88). 
Aí três coisas poderão acontecer na Casa revisora: 
(1) Se o projeto for aprovado sem emendas, será encaminhado ao chefe do Executivo, para sanção ou 
veto (deliberação executiva). 
(2) Caso seja rejeitado, será sepultado no arquivo, de onde pode ser retirado para nova apreciação, na 
mesma sessão legislativa, desde que haja o requerimento da maioria absoluta dos membros. Sem o 
respeito a essa formalidade, a reapresentação do projeto de lei só pode se dar numa próxima sessão 
legislativa. 
(3) Uma vez aprovado o projeto com modificações (emendas elaboradas pela Casa revisora), visualiza-se 
uma situação na qual o texto aprovado pela Casa revisora não foi o mesmo aprovado pela Casa iniciadora. 
Como a transformação em lei exige que o projeto seja integralmente aprovado por ambas as Casas, 
deverão as emendas (e tão somente estas) retornar à Casa que primeiro se manifestou sobre o projeto. 
 
21. Trecho do Informativo 773, referente à ADI 3942. 
22. ADI 3.367, Rel. Min.Cezar Peluso, julgamento em 13/4/2005, Tribunal Pleno. 
 
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A Casa iniciadora irá se manifestar acerca da alteração produzida pela Casa revisora, mas tão 
somente sobre ela e não sobre o projeto como um todo novamente (conforme art. 65, parágrafo único, 
CF/88). A deliberação das emendas será feita, em regra, em bloco, vale dizer, todas as emendas serão 
apreciadas em conjunto, rejeitadas ou aprovadas globalmente. 
Na apreciação das emendas pela Casa iniciadora, na qual é vedada a apresentação de 
subemendas (emendas feitas às emendas), dois são os resultados possíveis: 
(1) se a Casa iniciadora acatar as modificações sugeridas pela Casa revisora, o projeto (com as emendas, 
agora aprovadas pelas duas Casas) seguirá para apreciação executiva; 
(2) se a Casa iniciadora recusar as modificações sugeridas pela Casa revisora, o projeto, com sua redação 
original, sem as emendas, seguirá para o exame do Poder Executivo. 
Percebe-se que as Casas Legislativas estão, no processo legislativo, em situação de desigualdade.Isso porque a vontade da Casa iniciadora, responsável pela deliberação principal, prevalece, já que se impõe 
até mesmo frente às emendas produzidas pela Casa revisora. Segundo a doutrina, isso “repercute uma 
certa inferiorização do Senado, que é necessariamente a Câmara revisora em todos os projetos de iniciativa 
presidencial, hoje a maioria e os mais importantes”23. 
Para sintetizar as informações ensinadas, segue o esquema24: 
 
 
23. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do Processo Legislativo. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 213. 
24. MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 962. 
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Por último, insta destacar que tão logo haja a aprovação do projeto de lei (com ou sem emendas) 
pelas duas Casas Legislativas, ele seguirá para o autógrafo. Este é o documento formal que traduz todo 
o trâmite legislativo e explicita, com rigor e exatidão, o teor final do projeto de lei, tal qual aprovado pelo 
Congresso Nacional, antes de ele ser encaminhado ao Presidente da República para sanção ou veto. 
Questões para fixar 
[FAUEL - 2017 - Câmara de Maria Helena - PR/Advogado - Adaptada] Acerca do processo legislativo, julgue 
a assertiva: 
A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma 
sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do 
Congresso Nacional. 
[CESPE - 2017 - TRF 1ªR - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal] À luz das disposições 
constitucionais acerca do Poder Legislativo, julgue o item seguinte: 
Em nenhuma hipótese matéria consignada em projeto de lei rejeitado poderá ser objeto de novo projeto na 
mesma sessão legislativa. 
Comentário: 
A primeira assertiva é verdadeira, por dispor exatamente o previsto no art. 67 do texto constitucional (que 
trata do princípio da irrepetibilidade), ao passo que a segunda deverá ser julgada como falsa. 
Gabarito: Certo/Errado 
[CESPE - 2013 - ANTT - Conhecimentos Básicos - Cargos 1,2,3,4,5,7 e 8] À luz da CF, julgue o próximo item, 
referente à administração pública e ao processo legislativo: 
A matéria constante de projeto de emenda à CF rejeitada ou havida por prejudicada pode ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa, desde que subscrita por um terço, no mínimo, dos membros da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. 
[FUNCAB - 2015 - PC-AC - Perito Criminal] Em relação ao processo legislativo, julgue o item: 
A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada não pode 
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
Comentário: 
Diferentemente do que ocorre nos projetos de lei, a matéria constante de proposta de emenda à 
Constituição rejeitada ou havida por prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão 
legislativa. É o que prevê o §5º do art. 60 da CF/88. Sendo assim, a primeira assertiva apresentada deverá ser 
marcada como falsa, ao passo que a segunda é verdadeira. 
 
Gabarito: Errado/Certo 
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[FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público - Adaptada] Acerca da participação do Poder Executivo no Processo 
Legislativo, julgue a assertiva: 
As emendas parlamentares, que são proposições apresentadas como acessórios a projetos e propostas, 
devem ser apresentadas na fase constitutiva do processo legislativo, havendo retorno para a outra Casa 
quando ocorrer alteração substancial no projeto de lei, devendo-se respeitar, apenas, a pertinência temática 
quando se tratar de projetos de iniciativa do Poder Executivo. 
Comentário: 
O item estaria correto se não fosse a presença, ao final, da palavra “apenas” se referindo ao respeito à 
pertinência temática do projeto. As emendas deverão respeitar, também, a limitação referente à 
possibilidade de dispor sobre aumento de despesa (art. 63, CF/88). 
Gabarito: Errado 
[FGV - 2012 - Senado Federal - Técnico Legislativo - Processo Legislativo- Adaptada] Algumas matérias são 
de iniciativa reservada, isto é, o Legislativo só pode normatizá‐las depois de a autoridade titular da 
competência formular um juízo de conveniência e oportunidade sobre o debate. A propósito da deflagração 
do processo legislativo, julgue a assertiva abaixo: 
Lei de iniciativa privativa do Presidente da República não pode ser objeto de emenda parlamentar. 
Comentário: 
Em sede de ADI, já restou firmado o entendimento de que é possível que o projeto de lei de iniciativa 
privativa do Presidente da República seja objeto de emendas parlamentares. Tais emendas, contudo, 
deverão respeitar certos limites, tais como a pertinência temática e, como regra, o não aumento de despesa. 
Nos dizeres do STF: 
“Tratando-se de projeto de lei de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo, não pode o Poder 
Legislativo assinar-lhe prazo para o exercício dessa prerrogativa sua. Não havendo aumento de despesa, o 
Poder Legislativo pode emendar projeto de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo, mas esse poder 
não é ilimitado, não se estendendo ele a emendas que não guardem estreita pertinência com o objeto do 
projeto encaminhado ao Legislativo pelo Executivo e que digam respeito a matéria que também é da 
iniciativa privativa daquela autoridade. [ADI 546, rel. min. Moreira Alves, j. 11-3-1999, P, DJ de 14-4-2000.] 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2016 - PGE-MT - Procurador do Estado] Projeto de Lei de Iniciativa do Chefe de Poder Executivo 
Estadual versando sobre vencimentos de servidores da Administração Pública direta foi objeto de emenda 
parlamentar para majorar vencimentos iniciais de uma determinada categoria. No caso em tela, a norma 
resultante da emenda parlamentar é: 
a) constitucional. 
b) inconstitucional por acarretar aumento de despesa. 
c) inconstitucional, uma vez que projeto de lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo não 
poderia ser objeto de emenda parlamentar em hipótese alguma. 
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d) inconstitucional se o projeto de lei já com a emenda parlamentar não for aprovado em um único turno de 
votação, por no mínimo dois terços dos membros da Assembleia Legislativa. 
e) inconstitucional se o projeto de lei já com a emenda parlamentar não for aprovado, em dois turnos de 
votação, por no mínimo dois terços dos membros da Assembleia Legislativa. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é, sem dúvida, aquela apresentada pela letra ‘b’. A emenda é claramente 
inconstitucional, pois, como sabemos, um dos limites às emendas parlamentares apresentadas aos projetos 
de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo é, justamente, o aumento de despesa (além do respeito à 
pertinência temática). 
Gabarito: B 
 
(2.4) Deliberação executiva (sanção ou veto presidencial) 
(2.4.1) Primeiras palavras 
Para finalizar a fase constitutiva do processo legislativo, o projeto de lei 
discutido/votado/aprovado pelas duas Casas Legislativas deve ser encaminhado ao Presidente da 
República para sua apreciação. Isso porque, no sistema constitucional pátrio, a elaboração normativa é 
ato complexo, resultante da vontade de mais de um órgão autônomo. 
O chefe do Poder Executivo terá o prazo máximo de quinze dias úteis, contados da data do 
recebimento do projeto de lei, para analisar a proposição normativa e ofertar uma resposta, em 
concordância ao

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