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Resenha Psicanálise ROUDINESCO

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
RESENHA CRÍTICA A SOCIEDADE DEPRESSIVA
Elislislaine Aparecida de Oliveira – N37177-3
Assis/SP
2020
Em "Freud - Além da alma" (1962), John Huston pretende mostrar como as teorias freudianas tentaram obter respostas plausíveis para aplacar o sofrimento de seus pacientes. Freud prosseguiu em sua linha de pensamento e descobriu que o ser humano é dividido entre o Consciente e o Inconsciente, lançando as bases da Psicanálise. O inconsciente é a grande descoberta da psicanálise de Freud. A descoberta do inconsciente é como o próprio nome indica: desprovido de consciência. É como se houvesse algo no homem para ser repensado, analisado, um “mundo de vontades e representações”.
Por se opor ao modelo experimentalista, o inconsciente ainda é algo polêmico. Enquanto o inconsciente de Freud (1953) é ressentido porque não consegue livrar-se dos “traumas”, incomodando, e atrapalhando desde o trauma do nascimento, o inconsciente de Nietzsche (1908) é apenas um pequeno pedaço de inúmeros estímulos e forças que atuam em nosso inconsciente. 
Para Freud (1953), o id (inconsciente) e o ego (partes inconscientes e conscientes) fazem referência aos acontecimentos externos, enquanto o ego desempenha sua função armazenando experiências sobre os diferentes estímulos na memória, o id “decide” se o desejo será feito imediatamente. 
Garcia Roza (2009) comenta sobre os interesses de Freud pelos fenômenos da vida afetiva que apresentam dificuldades de estabelecimento de conceitos, começando assim, a investigação dos aspectos de pulsão que movem o ser humano.
Segundo (GARCIA ROZA, 2009), para Freud o inconsciente só pode ter acesso à consciência por meio do sistema Pré-consciente/Consciente, tornando-se assim consciente.
Em contexto com Roudinesco (2000), estamos sujeitos à seguinte pergunta: Por que consumimos a ideia de felicidade nos medicamentos ao invés de enfrentar os problemas? Desde os tempos mais antigos, o homem na maioria das vezes limita-se aos mesmos cenários e movimentos; presos a métodos e efeitos do cotidiano, sendo atingido psicologicamente, sentindo um grande vazio por muitas vezes não conseguir lidar com a sua infelicidade e descobrir novas paisagens e possibilidades de vida.
Chaplin (1936), em “Tempos modernos” traz a insatisfação da sociedade ao mostrar uma cena em que sai apertando todos os parafusos da fábrica e acaba sendo engolido por uma máquina. Isso mostra como o homem está se tornando “máquina” e a grande insatisfação dos trabalhadores com horas excessivas de trabalho e pouco salário.
O filme feito em 1936, retrata ainda hoje o quanto a sociedade progride e o homem continua correndo. Estamos satisfeitos com nosso “eu” ? 
Segundo Roudinesco (2000), em nome da globalização a sociedade passou da era do confronto para a era da evitação. A depressão então não é considerada
neurose nem uma psicose nem melancolia, mas uma entidade nova, que remete a um “estado” pensado em termos de “fadiga”, “déficit” ou “enfraquecimento da personalidade”.
Ainda para Roudinesco (2000), substâncias químicas ou psicotrópicas embora não curem nenhuma doença mental ou nervosa, revolucionaram as representações do psiquismo, fabricando um homem, polido e sem humor, esgotado pela evitação de suas paixões e envergonhado por não ser “modelo ideal” que lhe é proposto.de certo modo, pois, quanto mais se promete o “fim” do sofrimento psíquico através da medicação, mais o sujeito, decepcionado, volta-se em seguida para tratamentos corporais ou “mágicos”.
Nesse contexto, entra o método psicanalítico: um tratamento baseado na fala, em que o fato de se verbalizar o sofrimento, de encontrar palavras para expressá-lo, permite, senão curá-lo, ao menos tomar consciência de sua origem e, portanto, assumi-lo. Ao invés de encarar situações adversas durante a vida, a sociedade depressiva se interessa pelo indivíduo para contabilizar sucessos e pelo sujeito sofredor para encará-lo como vítima. (ROUDINESCO, 2000) 
A neurobiologia e a psicofarmacologia ganham cada vez mais espaço minimizando aquilo que mais poderia caracterizá-lo enquanto ser único e singular - o sujeito de seu inconsciente -, nesse contexto, esses meios procuram tratar dos sintomas de forma universal, sem que suas possíveis significações sejam buscadas. (ROUDINESCO, 2000)
Usamos a palavra “deprimido” como adjetivo, buscamos substâncias supostamente “mágicas” aos sofrimentos inevitáveis ao longo da vida como o luto ou uma tristeza qualquer. No mundo contemporâneo e medicalizado, indivíduos aprisionam-se em solidões e carência de identidade, permanecer refratário ao desejo, pode significar a decretação da falência do sujeito. Sujeito que é a um só tempo, como enfatiza Roudinesco (2000) ao lembrar as descobertas de Freud, livre por sua sexualidade ao mesmo tempo em que é coagido por ela. O inconsciente, as pulsões, a sexualidade, o amor, a agressividade, deslocam o sujeito de uma linearidade impossível, fazendo-o transigir ora aos anseios de sua consciência ora às forças que habitam as profundezas de sua alma. 
Para Schopenhauer (1819), a sexualidade foi um conceito importante, ainda sim sendo um tabu. Ele propõe que a sexualidade encontra-se no mais íntimo de nosso ser, como um “instinto”, uma “vontade de viver” do nosso corpo. 
Na visão de Freud a libido se distribui de diferentes formas no ser humano, assim como sintomas neuróticos. Em sua visão, a sexualidade pauta-se na repressão da sexualidade infantil. Pois, viu em sua prática origens de doenças psíquicas como histeria e neurose.
Assim também como Nietzsche (1878), forças e ânsia de poder são consideradas “Forças” em relação à resistência onde se manifestam como são. 
A interpretação de Freud (1901-1905), nos mostra que desde cedo entramos em contato com sofrimento tanto do mundo externo quando do interno do nosso organismo. Freud ressalta, no entanto, que os meios mais interessantes de evitar o sofrimento são aqueles que procuram influenciar o nosso próprio organismo.
Numa época em que novas terapias como a psicofarmacológica, surge a psicanálise a qual é posta em concorrência com essas novas formas de tratar o mal-estar. (ROUDINESCO, 2000)
Para Freud (1987), em “Mal-estar na civilização”, a felicidade se refere na realização do programa do princípio de prazer. Em princípio de prazer, o mesmo entende que, governando o psíquico desde o início da vida, esse busca o prazer, mas também deve evitar o sofrimento. Com essa análise, compreende-se que obter prazer não consiste em estado opcional ao de evitar desprazeres.. Assim sendo, entende-se a felicidade como um estado constante de ausência de excitação, já que todos os homens têm tendências destrutivas, anti-sociais e anti-culturais. 
Freud (1987), também discute sobre como a cultura imposta limita a possibilidade de se atingir a felicidade através de “sacrifícos” da ordem do desejo e proporciona infelicidade precisamente pela imposição dos mesmos.
Nesse contexto a Psicanálise desenvolve o autoconhecimento, fornece a oportunidade de se reinventar, ensina a lidar com as emoções e promove uma boa saúde mental. Com o apoio do Psicanalista, consegue-se entender as mensagens que seu inconsciente traz. Ter alguma situação que angustia também pode ser um motivo para buscar ajuda. Por isso, com a saúde mental em dia consegue-se controlar esses estados de forma consciente e madura. 
REFERÊNCIAS	
	
CHAPLIN, Charles. Tempos Modernos, 1936. Disponível em: << https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4>> Acesso em 02/04/2020
FREUD, Sigmund (1987). O mal-estar na civilização (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 21, 2ª ed.). Rio de Janeiro: Imago
FREUD, Sigmund. (1996). O futuro de uma ilusão. In S. Freud. Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud (vol. 21). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1927)
FREUD, Sigmund (1953). O Ego e o ID e outros trabalhos. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de SigmundFreud Volume XXI. Imago.
FREUD, Sigmund (1910). Cinco lições de psicanálise. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, XI. Imago. Tradução modificada por Verlaine Freitas.
FREUD, Sigmund (1901-1905). Um caso de histeria, três ensaios sobre a sexualidade e outros trabalhos. Edição Standard das Obras Completas de Sigmund Freud (volume VII). Rio de Janeiro: Imago
ROUDINESCO, Elisabeth (2000). Por que a psicanálise? Tradução de Vera Ribeiro, Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
NIETZSCHE, Friedrich (1881). Assim Falava Zaratustra. Edição de bolso. Companhia das Letras. Edição 2008.
 NIETZSCHE, Friedrich (1908). Ecce Homo. 2008. Companhia de Bolso
NIETZSCHE, Friedrich (1878). Humano, Demasiado Humano. 2005. Companhia de Bolso.
SCHOPENHAUER, Arthur (1819). O mundo como vontade e como representação - Tomo I - 2ª edição. 2015. Editora Unesp.

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