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Apostila de Enfermagem - APOSTILA PARASITOLOGIA

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MATERIAL DE APOIO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parasitologia 
 2 
Sumário 
PARASITOLOGIA ........................................................................................... 3 
CONTAMINAÇÃO FECAL-ORAL ............................................................... 5 
CONTAMINAÇÃO PELA PELE ................................................................... 6 
COMENSALISMO .................................................................................................................................................................. 7 
INQUILINISMO ...................................................................................................................................................................... 8 
PARASITISMO ....................................................................................................................................................................... 9 
EXEMPLOS DE RELAÇÃO DE PARASITISMO ........................................................................................................................ 11 
SIMBIOSE ........................................................................................................................................................................... 11 
MUTUALISMO .................................................................................................................................................................... 13 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO ................................................................................................................................................... 14 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO ............................................................................................................................................ 14 
PROTOZOÁRIOS .......................................................................................... 14 
INFECÇÃO ...................................................................................................... 19 
TIPOS DE INFECÇÕES ................................................................................ 21 
REFEREÊNCIAS ............................................................................................ 23 
 
PARASITOLOGIA ........................................................................................... 3 
CONTAMINAÇÃO FECAL-ORAL ............................................................... 5 
CONTAMINAÇÃO PELA PELE ................................................................... 6 
COMENSALISMO .................................................................................................................................................................. 7 
INQUILINISMO ...................................................................................................................................................................... 8 
PARASITISMO ....................................................................................................................................................................... 9 
EXEMPLOS DE RELAÇÃO DE PARASITISMO ........................................................................................................................ 11 
SIMBIOSE ........................................................................................................................................................................... 11 
MUTUALISMO .................................................................................................................................................................... 13 
HOSPEDEIRO DEFINITIVO ................................................................................................................................................... 14 
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO ............................................................................................................................................ 14 
PROTOZOÁRIOS .......................................................................................... 14 
INFECÇÃO ...................................................................................................... 19 
TIPOS DE INFECÇÕES ................................................................................ 21 
REFEREÊNCIAS ............................................................................................ 23 
 
 
 
 
 Parasitologia 
 3 
Parasitologia 
 
Mosca preta adulta (Simulium yahense) com Onchocerca volvulus a emergir da 
antena do insecto. A amostra foi fixada quimicamente e seca, sendo depois 
observada usando microscópio eletrónico de varredura. Ampliado 100x. 
Parasitologia é a ciência que estuda os parasitas, os seus hospedeiros e relações 
entre eles. Engloba os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda 
(nematódes), annelida (anelídeos), Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda 
(artrópodes), do reino Animal. Os protozoários são unicelulares, enquanto os 
nematódeos, anelídeos, platelmintos e artrópodes são organismos multicelulares. 
Temos também parasitismo em plantas (holoparasita e hemiparasita) como é o 
caso do cipó-chumbo. temos parasitismo em fungos (micose) e em bactérias e 
até virus. Como disciplina biológica, o campo da parasitologia não é determinado 
pelo organismo ou ambiente em questão, mas pelo seu modo de vida. Isto 
significa que forma uma síntese com outras disciplinas, e traz para si técnicas de 
campos com biologia celular, bioinformática, bioquímica, biologia molecular, 
imunologia, genética, evolução e ecologia. 
A parasitologia médica também se preocupa com o estudo do vetor. 
No Brasil, as principais parasitoses de interesse médico são: 
Protozooses 
Amebíase 
Tripanosomíase 
Leishmanioses 
Giardíase 
Tricomoníase 
Malária 
Toxoplasmose 
Balantidiose 
Helmintoses 
Esquistossomose 
 Parasitologia 
 4 
Teniase/cisticercose 
Hidatidose/equinococose 
Enterobiose 
Filariose 
Ancilostomose/necatoriose 
Ascaridíase 
Tricocefalose 
Estrongiloidíase 
 
Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre 
Parasitologia 
 
Ectoparasitoses (artrópodes) 
Pediculose 
Ftiríase 
Miíase 
Acaríase 
 
Prevenção de doenças parasitárias 
Uma das patologias de maior incidência na população infantil é a parasitose. 
Os parasitas são vermes ou protozoários que se alojam no organismo, se 
alimentam de sangue ou do conteúdo intestinal e causam uma série de prejuízos, 
às vezes irremediáveis. 
Apesar de serem mais freqüentes e graves no meio rural, mesmo no meio urbano 
as parasitoses são também muito comuns e merecem constante atenção por 
parte dos pais e pediatras. 
 Parasitologia 
 5 
Cada tipo de parasitose tem a sua própria maneira de contaminação. A maioria 
delas pode ser evitada por medidas simples de higiene e limpeza. Algumas 
necessitam de cuidados específicos. Como o meu objetivo é a prevenção da 
contaminação, dividirei as diversas patologias de acordo com a maneira com que 
conseguem adentrar o organismo humano. 
CONTAMINAÇÃO FECAL-ORAL 
É a maneira mais simples e mais comum de infestação. Os ovos dos vermes e os 
cistos dos protozoários são eliminados do organismo através das fezes. Quando 
os ovos ou os cistos são ingeridos com a água ou a alimentação, os parasitas 
ativos encontram condições propícias para o seu desenvolvimento e a infestação 
do novo organismo hospedeiro. Para evitar-se este tipo de parasitose, são 
importantes: 
1. O tratamento adequado das fezes. 
O saneamento básico é fundamental. A utilização do vaso sanitário conectado à 
rede de esgoto tratado é a grande arma para o controle das parasitoses. Na 
ausência da rede de esgoto, a utilização de fossa cavada a boa distância da fonte 
de água potável, fechada e isolada, é solução satisfatória para quem reside em 
chácara ou no meio rural. Jamais evacuar no solo e, muito menos, utilizar as 
fezes para adubar plantações de alimentos. 
2. O tratamento adequado da água. 
A cloraçãoda água potável é importante para a eliminação de bactérias 
patogênicas causadoras de infecções intestinais, como o vibrião colérico ou 
outras. No entanto, nem sempre é completamente suficiente para erradicar 
alguns ovos de parasitas ou cistos de protozoários mais resistentes. No caso, 
basta filtrar a água para torná-la potável. Se a água não for clorada na rede, 
você deve fervê-la ou adicionar cloro (que é fornecido gratuitamente na rede 
pública), na proporção de duas gotas para cada litro de água, e, depois, filtrá-la. 
Purificadores de água também são boa opção para substituir o processo de 
filtragem. Filtros instalados na rede da casa, fornecendo água filtrada para todos 
os cômodos, são práticos e possuem uma série de vantagens sobre os filtros 
tradicionais, desde que a sua manutenção não seja negligenciada. O uso 
exclusivo de água mineral engarrafada para consumo também é opção válida. 
3. O tratamento adequado dos alimentos. 
Todos os vegetais, como frutas, verduras, tubérculos e legumes, devem ser 
cuidadosamente lavados em água corrente e clorada, para eliminarem-se 
eventuais ovos e cistos de parasitas presentes no solo. A carne bovina e suína 
são potencialmente transmissoras de parasitoses graves, como a teníase 
(solitária) e a neurocisticercose . Toda carne deve ser inspecionada pelas 
 Parasitologia 
 6 
autoridades da vigilância sanitária e o comércio clandestino deve ser 
desestimulado. A carne de porco, a carne de vaca e, principalmente, as lingüiças 
devem ser cozidas e nunca ingeridas malpassadas. 
4. Os hábitos de higiene. 
Hábitos de higiene são fundamentais para evitar a contaminação e a infestação 
parasitária pelo mecanismo fecal-oral. Ensinar, habituar e insistir para que a 
criança lave as mãos após ir ao banheiro e antes das refeições é a melhor 
maneira de evitar que os minúsculos ovos e cistos de parasitas alojados nas 
mãos e unhas sejam ingeridos, fechando o ciclo vicioso ou disseminando a 
doença para outras pessoas. Manter as unhas sempre bem aparadas evita o 
acúmulo de sujeira e a contaminação subseqüente. 
5. A eliminação de vetores. 
Vetores são animais ou insetos que transportam as formas parasitárias 
contagiantes até o alimento. Os mais comuns são as moscas, as baratas e os 
ratos. Para eliminá-los, a pior opção são os inseticidas voláteis (aerossóis ou de 
tomada), que têm efeito limitado e, quando inalados ou depositados na pele, 
podem causar fenômenos alérgicos ou intoxicações graves, principalmente em 
crianças. A melhor maneira de prevenção contra os vetores é a higiene. 
Mantendo o lixo fechado e dando-lhe destino adequado (coleta pública, 
incineração ou enterro); limpando todo dia a casa e arredores; utilizando telas 
nas janelas para evitar a entrada de moscas; no caso de sítios, planejando um 
local afastado da casa para manter a criação; empregando meios eficientes para 
eliminar baratas e ratos, como iscas envenenadas e ratoeiras instaladas em local 
fora do alcance de crianças e animais domésticos, para evitar acidentes. 
6. A prevenção da oxiurose. 
O oxiúro ou Enterobius vermiculares é um parasita que merece algumas 
considerações especiais. É um pequeno verme adelgaçado (semelhante a um 
pequeno fio de linha) que, durante o dia, habita o interior do intestino. Ao cair da 
noite, o verme tem o hábito de dirigir-se ao ânus do paciente, para executar a 
postura dos ovos. A sensação referida durante o processo é de coceira. Ao se 
coçar, o paciente transfere os ovos para as mãos e para as unhas, de modo a 
serem facilmente ingeridos por ele mesmo ou outras pessoas. Os ovos eclodem e 
tornam-se vermes adultos, que voltam a reproduzir-se no intestino. Por serem 
ovos muito leves, muitas vezes pequenas lufadas de vento podem levá-los pelo 
ar, atingindo outros locais e pessoas. Os ovos permanecem no pijama do 
paciente e em suas roupas íntimas, que devem ser manipuladas com cuidado. 
Algumas pessoas têm o hábito de sacudir o lençol da cama pela manhã, o que 
contribui para a disseminação dos ovos, que passam a flutuar pela casa. 
CONTAMINAÇÃO PELA PELE 
 Parasitologia 
 7 
1. Penetração de larvas presentes no solo. 
Alguns parasitas conseguem adentrar o organismo humano através da pele 
desprotegida. É o caso dos vermes que causam o amarelão (ancilostomose) e os 
comuns bichinhos de areia (larva migrans cutânea), cujas larvas, presentes no 
solo ou na areia contaminada por fezes humanas ou de animais, penetram 
ativamente na pele descoberta. Para evitar a contaminação, é importante a 
eliminação das fezes humanas e o uso de calçados ao andar na terra e na areia. 
Tanques de areia construídos para o lazer infantil em parques, escolas ou 
condomínios, quando não estiverem em uso, devem ser cobertos com uma lona 
resistente para proteger a areia da contaminação fecal de animais como gatos e 
cães, que têm o hábito de evacuar na areia e depois cobrir as fezes. 
2. Penetração de larvas presentes na água. 
É o caso de graves parasitoses, como a esquistossomose mansônica (barriga-
d'água), cuja contaminação acontece em lagos ou pequenos cursos d'água 
infectados através de caramujos, que servem como hospedeiros intermediários. 
Apesar de mais comum no Nordeste, pequenos focos aparecem esporadicamente 
no Sudeste, causando pequenos surtos da doença. Para evitá-las, basta não 
nadar em águas de rios e lagos onde não se tenha absoluta certeza da 
inexistência dos caramujos transmissores. 
3. Contaminação por animais 
A maioria dos animais domésticos é potencialmente capaz de transmitir algum 
tipo de doença infecciosa ou parasitária para o homem. Cães e gatos podem 
transmitir doenças de pele, como a escabiose (sarna), vários tipos de verminoses 
ou doenças fatais, como a raiva. Pássaros podem transmitir doenças infecciosas, 
como a psitacose. Até as inocentes pombas são disseminadoras de doenças 
graves, como a toxoplasmose, que podem causar vários tipos de malformações 
fetais graves, quando acometem as gestantes. Procure não manter animais 
desnecessariamente em casa e, quando os tiver, leve-os periodicamente ao 
veterinário para exame, prevenção e tratamento das doenças com risco de 
contaminação humana. 
Comensalismo 
Comensalismo é uma das relações harmônicas interespecíficas (entre indivíduos 
de espécies diferentes), caracterizada por ser benéfica para uma das partes, sem 
causar prejuízo para a outra parte, em situações que envolvam alimentos, tais 
como restos de alimentos ou do metabolismo. É denominado comensal, a espécie 
que se alimenta dos restos da outra espécie. 
São exemplos de comensalismo: 
 Parasitologia 
 8 
+ A rêmora e o tubarão – Esse é o exemplo mais conhecido de comensalismo 
entre espécies. A rêmora se fixa no corpo do tubarão por meio de uma nadadeira 
dorsal que se transforma em uma espécie de ventosa, e é transportada por ele 
enquanto alimenta-se dos restos de sua alimentação. O tubarão não é 
prejudicado, pois a rêmora só se alimenta do que o tubarão descarta, e seu peso 
não atrapalha em nada o tubarão, pois é insignificante. 
+ Entamoeba coli e o homem – Nessa relação, o comensal é o protozoário 
Entamoeba coli, que vive no intestino humano, onde se alimenta dos restos da 
digestão realizada pelo homem. 
+ Leão e a Hiena – Nessa relação, o comensal é a hiena, que fica a espreita dos 
leões, que geralmente vivem em bandos, aguardando que estes saiam para caçar 
e se alimentem, para servirem-se das carcaças deixadas pelos felinos. 
+ Urubu e o Homem – Nessa relação o comensal é o urubu, que se alimenta do 
desperdício dos homens, geralmente nos lixões das cidades. 
+ O piolho-das-abelhas e a abelha-rainha – Nessa relação o comensal é o piolho-
das-abelhas, que se alimenta dos restos da refeição servida para a abelha-rainha 
por suas operárias. 
+ O peixe-palhaço e a anêmona-do-mar – Nessa relação, o comensal é o peixe-
palhaço, que encontra refugio entre os tentáculos da anêmona-do-mar e 
alimenta-se das sobras de alimentos dela. Paraa anémona-do-mar a presença do 
peixe palhaço é indiferente. 
 
 
 
Inquilinismo 
Inquilinismo, é uma relação interespecífica harmônica, porém somente uma 
espécie é beneficiada sem causar prejuízos para outra. 
Inquilino: Denomina-se inquilino a espécie que se beneficia procurando suporte, 
abrigo e proteção no corpo de outro organismo. 
Hospedeiro: A espécie que fornece suporte e abrigo para outros seres, através de 
seus corpos é denominada hospedeiro. 
Exemplos de relações de inquilinismo 
 Parasitologia 
 9 
 
Inquilinismo entre rêmora e tubarão. Foto: Fiona Ayerst / Shutterstock.com 
Rêmora e tubarões: Rêmora são peixes pertencentes da família Echeneidae. 
Possuem como características cabeça longa e corpo alongado. Os peixes rêmoras 
ao desenvolverem suas primeiras barbatanas dorsais elas se transformam em 
uma ventosa fixadora na cabeça que auxilia o peixe a se fixar na região ventral 
dos tubarões. Neste caso a relação de inquilinismo existente é realizada através 
do fornecimento de transporte que o tubarão realiza para o peixe rêmora que 
também se fixa em outros peixes de grandes dimensões e até em tartarugas. 
Peixe-agulha e holotúria: O peixe agulha possui como características corpo 
alongado, escamas pequenas e boca comprida em formato de bico contendo 
vários dentes pontiagudos. São velozes e se alimentam de pequenos peixes 
como as sardinhas e arenques. Em situações de perigo o pequeno peixe procura 
uma holotúria comumente conhecida como pepino-do-mar pertencente à classe 
dos equinodermos, e penetra em seu ânus se alojando em seu tubo digestivo 
onde obtém proteção contra os seus inimigos. Neste caso o peixe-agulha é o 
inquilino e a holotúria o hospedeiro. 
Orquídeas e árvores: As orquídeas são plantas pertencentes à família 
Orchidaceae existente em todos os continentes, exceto na Antártida. Apresentam 
uma variedade de formas, tamanhos e cores sendo a maioria epífita. Para buscar 
luz e realizar a fotossíntese, as orquídeas apóiam nas árvores onde obtém uma 
posição favorável, podendo captar maior luminosidade. Neste caso as orquídeas 
fazem o papel de inquilino e a árvore de hospedeiro. 
Parasitismo 
Parasitismo é uma relação interespecífica (que ocorre entre espécies diferentes), 
onde apenas uma espécie é beneficiada (parasita), através do prejuízo causado 
em outra espécie (hospedeiro). 
É uma relação ecológica caracterizada pela espécie de parasitas que se instalam 
no corpo dos hospedeiros, retirando todas as substâncias que servem para sua 
nutrição e assim causam consequências variáveis podendo até matar seus 
hospedeiros. 
Os parasitas podem ser Classificados sob vários critérios em: 
Ectoparasitas: São parasitas que vivem externamente no corpo do hospedeiro. 
Ex: Pulgas, Piolhos, Carrapatos, mosquitos, entre outros. 
Endoparasitas: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro. 
Ex: Bactérias, protozoários, vermes, entre outros. 
 Parasitologia 
 10 
Hemoparasita: São parasitas que vivem internamente no corpo do hospedeiro, 
porém especificamente na corrente sanguínea. Ex: a forma esporozoíta do 
Plasmodium (Protozoário) vive na corrente sanguínea até se desenvolverem. 
Holoparasitas e Hemiparasitas: São parasitas de vegetais. Holoparasitas 
parasitam vegetais superiores extraindo sua seiva elaborada. Os Hemiparasitas 
parasitam vegetais extraindo sua seiva bruta. 
Parasitos Estenoxenos: São parasitas que abrigam espécies de vertebrados. 
Parasitos Eurixenos: São parasitas que vivem em uma variedade de hospedeiros 
possíveis. 
Parasito Facultativo: Vivem parasitando ou não um hospedeiro. Ex: Moscas 
Sarcophagidae que se desenvolvem tanto em feridas necrosadas, quanto em 
matérias orgânicas em decomposição. 
Parasito Obrigatório: É o parasita que não consegue viver fora do hospedeiro. Ex: 
vírus. 
Parasito Acidental: São parasitas que acidentalmente vive em um hospedeiro que 
não é o de costume. Ex: O parasita Dipylidium caninum comumente encontrado 
em cães parasitando uma criança. 
Os hospedeiros, que são espécies que abrigam os parasitas, podem ser 
classificados em: 
Hospedeiro Definitivo: Os hospedeiros definitivos abrigam os parasitas em fase 
de maturidade ou de atividade sexual. 
Hospedeiro Intermediário: Os hospedeiros intermediários abrigam parasitas na 
fase larvária ou assexuada. Ex: O caramujo é o hospedeiro intermediário do 
Schistosoma mansoni. 
Hospedeiro Paratênico ou de Transporte: São hospedeiros intermediários que não 
se desenvolvem, porém permanece viável até atingir um novo hospedeiro. Ex: 
Peixes de grande porte, que ingerem outros peixes de menor porte contendo 
larvas do parasita plerocercóides de Diphyllobotrium. Essas larvas são 
transportadas aos humanos quando eles ingerem os peixes parasitados. 
Os parasitas para sobreviverem no corpo de seus hospedeiros precisam recolher 
nutrientes para sua alimentação e agem sob diversas formas através de: 
Ação Espoliativa: Os parasitas absorvem nutrientes e sangue do hospedeiro. 
Ação Enzimática: Os parasitas produzem enzimas que furam e dissolvem partes 
do corpo do hospedeiro. 
 Parasitologia 
 11 
Ação Irritativa: Sem causar lesões traumáticas, os parasitas causam irritação no 
local parasitado, prejudicando o hospedeiro 
Ação Mecânica: Os parasitas podem interferir o fluxo alimentar e a absorção de 
alimentos do hospedeiro. 
Ação Tóxica: Os parasitas produzem substâncias como enzimas ou metabólitos 
que podem ser tóxicas e lesar o hospedeiro. 
Ação traumática: São lesões provocadas pelos parasitas no corpo do hospedeiro, 
geralmente por vermes, formas larvárias e protozoários. 
Anóxia: A anóxia acontece devido o consumo dos parasitas de oxigênio presentes 
nas hemoglobinas, podendo também causar anemias. 
Exemplos de Relação de Parasitismo 
Seres Humanos parasitados pelo verme Ascaris lumbricoides: Ascaríase ou 
ascaridíase é uma doença causada pelo verme Ascaris lumbricoides, mais 
conhecido como lombriga, sendo encontrados no intestino. Este parasita possui 
corpo cilíndrico e alongado, podendo chegar até 40 centímetros de comprimento 
e causa vários desconfortos aos humanos (hospedeiros) como febre, diarréias, 
náuseas, convulsões e vários outros. Para evitar este tipo de verme são 
necessárias medidas higiênicas como lavar as mãos antes de se alimentar, lavar 
frutas e verduras antes de ingerir, evitar defecar em locais inapropriados, entre 
outros. 
Cachorros parasitados por Toxocara canis: Toxocara Canis (parasita) são vermes 
que apresentam coloração esbranquiçada e vivem no intestino dos cães 
(hospedeiro), causando-lhes diarréias, pelagem rala, vômito, entre outros. 
Largata parasitada por larvas de braconídeos: Braconídeos são pequenas vespas 
que se alojam no corpo das largatas depositando seus ovos. Isso acontece 
porque as vespas injetam partículas virais que são capazes de perturbar o 
sistema imunitário das largatas. Assim seus ovos irão se desenvolverem e as 
larvas (parasita) que irão nascer se alimentaram do corpo da largata 
(hospedeiro). 
Simbiose 
Simbiose é a relação interespecífica (de espécies diferentes) que ocorre entre 
dois ou mais organismos de espécies diferentes, de forma mutuamente 
vantajosa. 
 Parasitologia 
 12 
Essa associação íntima entre organismos ocorre em plantas, animais, fungos, 
bactérias, etc., onde cada um contribui positivamente beneficiando a 
sobrevivência do outro e a de si próprio. 
Existem dois tipos de Simbiose, a forçada e a facultativa. 
Simbiose Forçada: Os organismos são obrigados a manterem uma inter-relação 
simbiótica para sobreviverem. 
Simbiose Facultativa: Quando não existe obrigatoriedade na inter-relação, dando 
maior chance de sobrevivência para o organismo. 
Existem várias relações simbióticas. Alguns organismos podem viver dentro de 
outros, como os endosimbiontes, que vivem no meio de células ou no interior dos 
tecidos do corpo de outro organismo. 
Exemplos de Relação de Simbiose 
Orquídeas e MicorrizasAs orquídeas vivem em árvores, mangues, rochedos, locais que possuem 
bastantes matérias orgânicas, porém são ambientes pobres em sais minerais. Em 
suas raízes esponjosas, denominadas velame, as orquídeas abrigam fungos 
denominados Micorrizas, que possuem vários filamentos, onde atacam as 
matérias orgânicas do substrato transformando-a em sais minerais que serão 
assimilados pela orquídea. Os fungos também são beneficiados nesta relação 
uma vez que a orquídea realiza a fotossíntese sintetizando as moléculas 
orgânicas que são de fundamental importância para a sobrevivência dos fungos 
Micorriza. Essa relação de simbiose com os fungos Micorriza acontece com várias 
plantas e não somente com as orquídeas. 
Cnidários 
Os cnidários extraem seus alimentos de várias formas inclusive através de 
simbiose com microalgas, onde estas também contribuem na construção dos 
esqueletos calcários dos corais que são responsáveis pela construção de recifes. 
Mitocôndrias 
As mitocôndrias são organelas celulares responsáveis pela respiração celular. 
Vivem no centro de células eucarióticas onde produzem a energia em forma de 
ATP que é essencial para a vida celular. As células também contribuem para a 
sobrevivência das mitocôndrias fornecendo ambiente e alimento para elas se 
reproduzirem, formando uma perfeita relação de simbiose. 
 Parasitologia 
 13 
Beija-Flor 
Os beija-flores são considerados os menores pássaros do mundo. Possuem como 
características marcantes a extrema agilidade e velocidade em seus vôos. Para 
se alimentarem os beija-flores procuram alimentos em aproximadamente 1500 
flores por dia. No momento em que ele está na busca para obter o néctar das 
flores, ele carrega o pólen de uma flor para outra. Assim ele contribui no 
processo de fecundação das flores, mantendo uma relação de simbiose. 
Mutualismo 
O mutualismo é uma das relações harmônicas interespecíficas (entre indivíduos 
de espécie diferentes), na qual ambos se beneficiam. A relação entre os seres é 
intima e duradoura. Esta relação é chamada por alguns autores de simbiose 
obrigatória, pois uma espécie não poderia sobreviver independente da outra. 
Exemplos de mutualismo: 
- A relação dos liquens, na qual as algas são encarregadas de realizar a 
fotossíntese, enquanto os fungos realizam o papel da absorção. 
- A relação entre o cupim e os protozoários flagelados (Triconinfa) ocorre dentro 
do intestino dos cupins, onde os protozoários são abrigados. O cupim alimenta-se 
de produtos a base de celulose, mas não é capaz de digeri-la. Os protozoários 
ficam então responsáveis pela degradação da celulose, e recebem dos cupins 
abrigo e a nutrição. 
- Micorrizas é a relação entre a raiz de certas orquídeas e de arvores florestais 
com fungos. As orquídeas sintetizam compostos orgânicos e cede aos fungos, 
que em troca fornecem as orquídeas nutrientes minerais e nitrogênio. 
- Bacteriorriza é a relação entre as bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de 
leguminosas, na qual a troca é a seguinte: as leguminosas cedem às bactérias 
algumas substâncias orgânicas, enquanto as bactérias cedem as plantas 
leguminosas os compostos nitrogenados. 
- Entre o boi e as bactérias e protozoários existentes em seu estomago ocorre 
uma relação mutualistica, pois as bactérias fabricam uma enzima que os bois não 
possuem para digerir os alimentos ricos em celulose que ingerem. Em troca o boi 
fornece as bactérias e aos protozoários, abrigo e nutrição. 
- A figueira necessita de uma espécie específica de vespa para ter garantida a 
polinização de suas flores, e a vespa depende dos figos para garantir sua 
alimentação. 
 
 Parasitologia 
 14 
Hospedeiro definitivo 
Hospedeiro definitivo é o que apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou 
em fase de reprodução sexuada e o hospedeiro intermediário é aquele que 
apresenta o parasita em sua fase de larvária ou de reprodução assexuada. 
Como exemplos, o ser humano é o hospedeiro definitivo de diversos parasitas, 
como o Schistosoma mansoni e o Trypanosoma cruzi, uma vez que a fase 
sexuada da reprodução desses parasitas ocorre no ser humano. 
Contudo, o hospedeiro definitivo das espécies de Plasmodium, causadores da 
malária, é o mosquito do gênero Anopheles, já que a fase sexuada do ciclo de 
vida desse parasita ocorre no mosquito. No caso desse parasita, o ser humano é 
o hospedeiro intermediário. 
(Hospedeiro é um organismo que serve de habitat para outro que nele se instala 
encontrando as condições de sobrevivência. O hospedeiro pode ou não servir 
como fonte de alimento para a parasita.) 
 
Hospedeiro Intermediário 
De acordo com a biologia, hospedeiro intermediário (palavra derivada do latim 
hospitator, que significa hóspede) é um organismo que abriga outro, tanto no 
seu interior, quanto no exterior, seja este um parasita, um comensal ou um 
mutualista. 
O hospedeiro intermediário é vital no ciclo de vida do parasita, sendo que este 
desenvolve alguma ou todas as fases larvais ou juvenis no hospedeiro. É comum 
haver a confusão com o termo vetor, considerando como hospedeiro 
intermediário do invertebrado que participa do ciclo vital, sendo que diversas 
vezes o homem e outros vertebrados é que são os hospedeiros intermediários, e 
os invertebrados, os definitivos. 
Protozoários 
A maioria dos protozoários apresenta um corpo composto por uma única célula, 
que pode ter 10µm nos coanoflagelados ou muitos centímetros em alguns 
dinoflagelados, foraminíferos ou amebas. Esta estrutura corpórea do protozoário 
é limitada pela membrana celular. A flexibilidade ou rigidez do corpo e de sua 
forma são super dependentes do citoesqueleto, que está localizado bem abaixo 
da membrana celular. Logo, o citoesqueleto e a membrana formam o que 
chamamos de “película”, que é como uma “parede corporal” destes organismos. 
 Parasitologia 
 15 
Filamentos protéicos como a actina, microtúbulos, vesículas como os alvéolos 
compõem o citoesqueleto. 
Na figura abaixo é possível ver de forma esquemática as diferentes posições que 
podem se formar de acordo com o arranjo das estruturas componentes do 
citoesqueleto. Em A os filamentos formam uma malha densa no citoplasma, bem 
próximo à superfície. Já em B os microtúbulos se arranjam formando uma 
espécie de “colete microtubular”. Em C os microtúbulos originam-se nos corpos 
basais flagelares e se espalham compondo um esqueleto axial. Em D os feixes de 
microtúbulos irradiam-se a partir de um centroplasto que está no centro da 
célula e se estendem para o interior, projetando uma espécie de raio da 
superfície celular. Em E e F temos as estruturas alveolares. Que podem ser 
vazias (podendo enturgescer para auxiliar na sustentação da célula) ou ter placas 
de celulose secretadas em seu interior, formando um endoesqueleto rígido (F). 
 
Ilustração: Ruppert, Edward E., Fox, Richard S., Barnes, Robert D. Zoologia dos 
invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. São Paulo. Roca, 2005. 
Os protozoários podem apresentar dois tipos de esqueleto: endo e exoesqueleto. 
As organelas responsáveis pela locomoção do protozoário podem ser os flagelos, 
os cílios ou ainda extensões fluidas do próprio corpo (os pseudópodes). Alguns 
destes organismos dependem da fotossíntese, outros se nutrem absorvendo 
materiais orgânicos e ainda alguns podem digerir partículas alimentares ou 
presas no interior de vacúolos. Esse alimento que entra no vacúolo através da 
fagocitose, entra por uma abertura chamada citóstoma. O vacúolo é transferido 
para o interior, sendo conduzido ao longo da citofaringe (um trato microtubular). 
Quando se fala sobre transporte celular, é valido lembrar que a difusão é 
essencial para o transporte interno nos protozoários. A respiração da maioria 
desses organismos é aeróbica, que depende da difusão para a tomada de 
oxigênio e para a liberação de CO2. Entretanto alguns são anaeróbios 
obrigatórios, especialmente os que vivem em simbiose no trato digestivo dos 
animais. Jáas espécies aquáticas associadas à decomposição de matéria 
orgânica podem ser anaeróbias facultativas (utilizam o oxigênio quando estiver 
presente, mas também são capazes de respirar em sua ausência). 
Muitos protozoários de água doce realizam osmose para remover o excesso de 
água e também para ajustar a concentração e a proporção dos íons. Esta água 
adicional provém dos alimentos. A osmorregulação é feita por um sistema de 
organelas que bombeia água e íons, chamado complexo vacuolar contrátil. 
A Helmintologia é o ramo da zoologia que estuda os vermes, muitos dos quais 
são parasitos que vivem em um organismo vivo ou são de vida livre. O campo da 
helmintologia engloba todas as formas de helmintos parasitos de humanos, 
animais e plantas e todos os aspectos da interação entre os helmintos e seus 
 Parasitologia 
 16 
hospedeiros. Portanto, a helmintologia é tanto uma ciência ecológica-zoológica 
como uma ciência veterinária-biomédica. Os helmintos têm importância tanto na 
saúde pública quanto na produção e saúde animal. 
O termo “helminto” deriva das palavras gregas: helmins e helminthos que 
significa verme. Pela designação de “vermes”, Lineu (1758) e os biologistas 
daquela época denominavam todos os animais metazoários de corpo alongado e 
desprovidos de apêndices. O termo verme é empregado tanto para os vermes 
planos como para os cilíndricos lisos ou cilíndricos segmentados. Diferem entre si 
por numerosas características estruturais e biológicas de modo que pertencem a 
diferentes ramos ou filos do reino animal como Annelida, Nemathelminthes, 
Acanthocephala e Platyhelminthes. 
Os primeiros registros de doenças causadas por helmintos, ou vermes parasitas, 
se encontram no papiro de Ebers, de 1500 a.C., em que se reconhecem 
descrições de tênias e lombrigas, estas últimas de incidência cosmopolita. 
Este é um esquema geral da classificação dos principais parasitas helmintos dos 
animais de caça, de abate (ex: bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves) e de 
companhia (ex: cão e gato), assim como do homem: 
Filo: Platyhelminthes (vermes achatados) 
Classe: Trematoda 
Classe: Monogenea 
Classe: Cestoda (tênias) 
Filo: Nemathelminthes (vermes redondos) 
Classe: Nematoda 
Filo: Acanthocephala (vermes com cabeça contendo espinhos) 
A helmintologia é um ramo importante da parasitologia veterinária e humana, 
demonstrado pelos exemplos que se seguem: cisticercose humana e bovina, 
teníase humana, a cenurose dos ovinos; a distomatose hepática dos ruminantes 
domésticos que ocasiona grande mortalidade nas regiões úmidas e, 
principalmente, quando as estações são com muita chuva; a hidatidose do 
homem, ruminantes e suínos; as estrongiloses gastrintestinais e pulmonares dos 
ruminantes, que se recrudescem com as estações chuvosas, dizimando 
rebanhos; a estrongilose equina, responsável pela formação de aneurismas e 
nódulos hepáticos e pulmonares, muito comum nas regiões úmidas, com grande 
índice de mortalidade; a ancilostomose canina, atacando principalmente cães 
jovens, verdadeira epizootia mortal, conhecida ainda como anemia dos cães; a 
espirocercose dos cães, frequentemente em regiões de clima quente, quase 
 Parasitologia 
 17 
sempre mortal; a triquinose suína que pode ser transmitida ao homem; também 
as aves domesticas são igualmente sujeitas a numerosas helmintoses. Estes 
poucos exemplos mostram o papel desempenhado pelos helmintos, tanto sob o 
ponto de vista veterinário, como social e econômico. 
Artrópodes (Arthropoda) 
O filo Arthropoda (Artrópodes) é um conjunto muito grande de animais, o maior 
grupo com espécies descritas. A enorme diversidade de adaptação destes 
animais permite que sobrevivam em todos os habitats. São animais que, como os 
anelídeos, apresentam metameria (corpo segmentado), embora em aracnídeos e 
crustáceos haja uma tendência de diminuição desta metameria e, em ácaros e 
caranguejos ela não existe. Compreende o grupo dos insetos, crustáceos, 
aracnídeos, quilópodes e diplópodes. 
Apesar dos artrópodes competirem com o Homem por alimento e provocarem 
doenças, são essenciais para a polinização de muitas plantas e são também 
utilizados como alimento e para a produção de produtos como a seda, o mel e a 
cera (Hickman et al., 1997). 
Exoesqueleto 
 
Cigarra saindo do seu exoesqueleto. 
Os artrópodes possuem um exoesqueleto formado por quitina, que cobre o corpo 
todo. A cutícula é dividida em placas separadas, permitindo a movimentação do 
animal. Os esqueletos cuticulares, tanto do corpo como dos apêndices 
encontram-se unidos entre si por membranas articulares, formando uma 
articulação em cada união, daí o nome artrópodes, que significa pés articulados. 
O esqueleto é secretado pela hipoderme, que é a camada tegumentar 
subjacente. Nos crustáceos ocorre uma deposição do carbonato de cálcio e 
fosfato de cálcio na formação do exoesqueleto. Normalmente a cutícula é dotada 
de poros (canais) por onde passam secreções glandulares. 
O exoesqueleto apresenta um problema para o crescimento do animal, e a 
solução disto é ele se livrar deste exoesqueleto para que possa crescer. Este 
processo é chamado de muda ou ecdise. O animal se desprende do esqueleto 
antigo e passa a secretar um novo, enquanto cresce, e para de crescer quando a 
cutícula endurece. 
 
O tempo entre as mudas é chamado de instars. Quanto mais velho o animal, 
maior é a duração deste processo. As aranhas e os insetos têm um número 
 Parasitologia 
 18 
quase definido de instars, geralmente tendo o último com a maturidade sexual. 
Já os caranguejos têm mudas por toda a vida. A muda é controlada por um 
hormônio chamado ecdisona. 
Musculatura 
Os artrópodes possuem uma musculatura do tipo estriada, que está fixada na 
parte interna do exoesqueleto. Os músculos e a cutícula trabalham em conjunto 
para produzir os movimentos, formando um sistema de alavancas. O sistema 
muscular dos artrópodes é muito parecido com o dos vertebrados, diferindo na 
posição de fixação dos músculos, que nos artrópodes são fixos na parede interna 
do exoesqueleto, enquanto nos vertebrados são fixos na parte externa do 
endoesqueleto. E os músculos dos artrópodes possuem bem menos fibras e 
menos inervações neuronais. 
Circulação 
 
O coração dos artrópodes ocupa posição dorsal e é primitivamente tubular. A 
circulação é do tipo aberta. O coração varia em tamanho e posição nos diferentes 
grupos, mas em todos ele possui uma ou mais câmaras com aberturas laterais 
denominadas óstios. Do coração, o sangue é bombeado para os tecidos por meio 
de artérias e caem na hemocele, que banha os tecidos e depois volta por vários 
caminhos para o coração. Possuem hemocianina e hemoglobina como pigmentos 
respiratórios. 
Respiração 
A respiração ocorre através da superfície do corpo, de brânquias, de traquéias ou 
de pulmões laminares. A maioria dos artrópodes terrestres tem um sistema de 
traquéias altamente eficiente, que entrega o oxigênio diretamente aos tecidos, 
permitindo uma elevada taxa metabólica. Este sistema limita igualmente o 
tamanho destes seres vivos. Os artrópodes aquáticos respiram principalmente 
por um sistema de brânquias, igualmente eficiente (Hickman et al., 1997). 
Digestão 
Os intestinos anteriores e posteriores são formados a partir da ectoderme e são 
cobertos por cutícula. O intestino médio é formado pela endoderme. O intestino 
anterior é responsável pela ingestão, trituração e armazenamento de alimento. O 
médio é responsável pela produção de enzimas, digestão e absorção. E o 
posterior é responsável pela formação das fezes. 
Sistema Nervoso e órgãos sensoriais 
 Parasitologia 
 19 
Os artrópodes possuem um alto grau de cefalização. Olhos, antenas e padrões 
complexos de comportamento exigiram destes animais um cérebro maior e mais 
desenvolvido. Os quelicerados não possuem antenas. O exoesqueleto de quitina 
forma uma barreira às terminações nervosas, então estes animais 
desenvolveram estruturas que driblaramesta barreira, como cerdas, pêlos e 
canais ou aberturas no exoesqueleto. 
A maioria possui olhos, que variam em complexidade de acordo com a espécie. 
Enquanto uns são pequenos com alguns fotorreceptores, outros são grandes e 
formam imagens. Os insetos e vários crustáceos possuem olhos compostos, 
formados por omatídeos, unidades cilíndricas que recebem luz. A imagem final 
depende do número de omatídeos estimulados. Estes animais formam uma 
imagem em mosaico, pois as imagens formadas são como peças colocadas junto 
às outras. Esses olhos compostos são uma grande vantagem para detectar 
movimento, possuem um amplo campo visual, visto que a córnea destes animais 
é bem convexa. A córnea de um crustáceo possui um arco de 180o graus ou 
mais. 
Reprodução 
Os artrópodes são, em sua maioria, dióicos e muitos utilizam seus apêndices 
modificados para a cópula. A fecundação é interna nas formas terrestres, 
podendo ser externa nas aquáticas. O desenvolvimento pode ser direto ou 
indireto. A cópula e a fecundação variam muito de acordo com a espécie. 
 
 
 
 
Infecção 
A infecção caracteriza um quadro de invasão do organismo por microrganismos 
estrangeiros, que se esforçam para tomar conta deste espaço, usando para isso 
os próprios meios encontrados no corpo prestes a ser colonizado. Isto traz 
consequências muito negativas para o hospedeiro, que vê seu mecanismo de 
funcionamento afetado pela presença destes agentes destruidores, os quais 
podem provocar inúmeras enfermidades. Normalmente a área atingida responde 
com um processo inflamatório. 
Esta propagação de agentes infecciosos pode em um exame clínico passar 
despercebida, ou causar danos às células atingidas, seja por conta de um 
metabolismo competitivo, da proliferação de toxinas, de um mecanismo de 
 Parasitologia 
 20 
duplicação do material genético contido no interior das células, ou devido à 
maneira como os antígenos provocarão a formação de anticorpos. 
A infecção se comporta de diversas formas. Ela se restringe a um único local do 
organismo, assume uma feição subclínica e efêmera se o sistema imunológico 
agir com eficiência, ou permanece no hospedeiro e se multiplica para se 
transformar em um caso clínico ou em enfermidade aguda – grave, mas de curta 
duração -, subaguda ou crônica - persistente. Pode também uma mera infecção 
localizada invadir o sistema orgânico se encontrar uma passagem pelo sistema 
linfático ou vascular. 
Todos os mecanismos infecciosos apresentam igualmente uma ação inflamatória, 
embora nem todas as inflamações caracterizem uma infecção. Para que se 
diagnostique esta invasão de microrganismos é preciso que haja a presença de 
agentes infecciosos, e muitas vezes também o aparecimento de pus, quando já 
está em marcha um processo de supuração. 
O agente que provoca a infecção tem o poder de entrar no organismo, fixar-se 
nele e aí se disseminar. Alguns destes seres são os vírus, as bactérias, os fungos, 
os protozoários e os helmintos, os quais desenvolvem uma espécie de 
convivência com o hospedeiro, conhecida como parasitismo. 
Embora alguns destes microrganismos possam isoladamente causar diversas 
enfermidades, normalmente cada distúrbio orgânico está associado a um único 
agente. Muitos deles são capazes de provocar doenças apenas em uma espécie 
animal, outros alcançam uma amplitude maior de seres vivos. Assim, 
determinadas doenças atingem somente o Homem, enquanto outras, por 
exemplo, infectam praticamente todos os mamíferos. 
Há pelo menos treze formas de manifestação das infecções: 
Aéreas, transmitidas por intermédio da atmosfera e dos seres nela impregnados; 
Critogênica, de origem desconhecida; 
Direta, por contágio de alguém já enfermo; 
Endógena, provocada por agente já presente no corpo; 
Exógena, provinda de microrganismo externo; 
Focal, localizada em um único ponto; 
Indireta, obtida por meio da água, de alimentos ou outros fatores que não sejam 
o próprio ser humano; 
Nosocomial ou hospitalar, são infecções adquiridas em hospitais, clínicas, etc; 
 Parasitologia 
 21 
Oportunista, a qual surge com a queda da imunidade; 
Puerperal, que ataca normalmente depois do parto; 
Secundária, que sucede outra infecção; 
Séptica ou septicemia, de natureza muito séria e que provoca a multiplicação dos 
agentes por todo o sistema orgânico; 
Terminal, que comumente leva à morte. 
 
Tipos de infecções 
Existem 13 tipos: 
Infecção aérea – infecção microbiana adquirida através do ar e dos agentes 
infectantes nele contidos. 
Infecção critogénica – infecção de porta de entrada desconhecida. 
Infecção direta – infecção adquirida por contacto com um indivíduo doente. 
Infecção endógena – infecção devido a um micro-organismo já existente no 
organismo, e que, por qualquer razão, se torna patogénico. 
Infecção exógena – infecção provocada por micro-organismos provenientes do 
exterior. 
Infecção focal – infecção limitada a uma determinada região do organismo. 
Infecção indireta – infecção adquirida através da água, dos alimentos ou por 
outro agente infectante, e não de indivíduo para indivíduo. 
Infecção nosocomial – infecção adquirida em meio hospitalar. 
Infecção oportunista ou Oportunística – infecção que surge por diminuição das 
defesas orgânicas. 
Infecção puerperal – infecção surgida na mulher debilitada e com defesas 
diminuídas, logo após o parto. 
Infecção secundária – infecção consecutiva a outra e provocada por um micro-
organismo da mesma espécie. 
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Infecção séptica ou septicemia – infecção muito grave em que se verifica uma 
disseminação generalizada por todo o organismo dos agentes micro-orgânicos 
infecciosos. 
Infecção terminal – infecção muito grave que, em regra, é causa de morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Parasitologia 
 23 
REFEREÊNCIAS 
 
Parasitologia – Wikipédia, a enciclopédia livre 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parasitologia 
Comensalismo - InfoEscola 
www.infoescola.com/ecologia/comensalismo/ 
Inquilinismo - Relações Ecológicas - Biologia - InfoEscola 
www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/inquilinismo/ 
Parasitismo - Parasitas e Hospedeiros - Relações ... 
www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/parasitismo/ 
Simbiose - Relações Ecológicas - Biologia - InfoEscola 
www.infoescola.com/relacoes-ecologicas/simbiose/ 
Mutualismo - Relações Ecológicas - Biologia - InfoEscola 
www.infoescola.com/ecologia/mutualismo 
Hospedeiro Intermediário - Biologia - InfoEscola 
www.infoescola.com/biologia/hospedeiro-intermediario/ 
 
http://www.infoescola.com/ecologia/mutualismo

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